segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Viva Nostalgia!

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Barbarella

No futuro, em 40.000 d.C., a astronauta Barbarella (Jane Fonda) viaja pelo espaço em sua nave quando recebe um sinal de alerta para aterrissar em um planeta desconhecido. Sozinha em Lynthon, enfrenta robôs, monstros e bonecas assassinas. Acaba conhecendo o anjo Pygar (John Phillip Law) até que este é preso e torturado. Barbarella então terá pela frente a arriscada tarefa de salvar o anjo, agora dominado pelo temível Dr. Duran Duran (Milo O’Shea).

Foi o notório diretor Roger Vadim (1928-2000) quem criou a fantástica versão para cinema da astronauta ninfomaníaca Barbarella, um veículo de projeção para a atriz Jane Fonda, então sua esposa. Tudo não passa de uma esquisita e irregular fita de ficção futurista/surrealista, baseada nas histórias em quadrinho de Jean-Claude Forest, que lançou a personagem pela primeira vez em gibi em 1962. Tem como gênero-base a ficção científica, porém mistura um pouco de tudo: aventura, comédia, romance e horror (por exemplo, a sequência do ataque das bonecas e a dos pássaros, alusão ao icônico ‘Os pássaros’, de Hitchcock, lançado cinco anos antes).
Carregado de cores atordoantes, o filme tem visual e figurino Kitsch, soando brega e de baixo orçamento pela duvidosa direção de arte e os amplos cenários recriados por Dino de Laurentiis (o mestre das aventuras espaciais e de guerreiros).
Torna-se curioso para as novas gerações e nostálgico para a geração que viveu o fim dos anos 60. Vale lembrar que “Barbarella” ficou conhecido no mundo inteiro; os traços da personagem foram imitados nas décadas posteriores, e ela não pode ser apontada como heroína, pois pena em demasia nas mãos dos vilões e não tem armas ou mesmo golpes usuais. Seu grande lance é fazer sexo, de uma maneira diferente (‘avançada’, segundo o filme): encostar as mãos nas do companheiro e, assim, entrar em transe!
Mais do que erotismo, há um certo clima homoerótico: uma das vilãs sugere ser lésbica, o anjo é afeminado etc.
Produção franco-italiana em língua inglesa, a fita conta com participações especiais, de Ugo Tognazzi (na pele de um caçador dos séculos passados) e David Hemmings (como Dildano, um revolucionário que vive escondido no subsolo), além do mímico francês Marcel Marceau, da modelo Anita Pallenberg e dos atores Claude Delphin e Serge Marquand.
Jane Fonda, nos créditos iniciais, faz um striptease flutuante. Ela virou símbolo sexual, logo se engajaria nos movimentos feministas e estava casada com o diretor Roger Vadim – ela foi a terceira das cinco esposas do cineasta, com quem ficou junto de 1965 a 1973; seu primeiro casamento foi com a atriz francesa Brigitte Bardot, sex symbol na década de 50.
O título usa como base o nome da personagem “Cinderella”, e no Brasil o filme ficou pejorativamente conhecido como “Chatarella”.
Uma curiosidade do cinema, que ainda divide a opinião do público. Por Felipe Brida

Barbarella (Idem). França/Itália, 1968, 98 min. Ficção científica. Dirigido por Roger Vadim. Distribuição: Paramount Pictures

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