10.000 AC
Pré-história. Caçador de mamutes, D’Leh (Steven Strait) apaixona-se pela jovem Evolet (Camilla Belle). Ao descobrir que ela foi seqüestrada por um grupo de guerreiros, D’Leh irá liderar uma expedição de caçadores para resgatar seu amor.
Pré-história. Caçador de mamutes, D’Leh (Steven Strait) apaixona-se pela jovem Evolet (Camilla Belle). Ao descobrir que ela foi seqüestrada por um grupo de guerreiros, D’Leh irá liderar uma expedição de caçadores para resgatar seu amor.
O que se passa pela cabeça do diretor alemão Roland Emmerich quando assume projetos de cinema que prometem extrapolar na bilheteria? Que falta de sensibilidade no tratamento do roteiro, meu santo! Este filme, com ambientação na pré-história, é, junto com “Godzilla”, um de seus trabalhos mais horrorosos, se não o pior. E olha que Emmerich pode ser considerado um enganador: realiza produções ruidosas, que nunca são grande coisa, mas que atraem multidões aos cinemas (lembram-se de “Independence Day”, “O dia depois de amanhã” e o próprio “Godzilla”?). E “10000 AC” é outra prova: com orçamento caro de US$ 75 milhões, arrecadou, só no primeiro final de semana de estréia nos EUA, a metade!
Deixemos os números e partamos para o conteúdo da fita. Pra começar, o pano de fundo é uma história de amor das mais tolas possíveis, ambientada na passagem do período da pedra lascada para a pedra polida, conforme pressupõe o título. Na composição física, homens pré-históricos com barbas feitas e super afeiçoados, oposto gritante do clássico barroco “A Guerra do Fogo”, de Annaud, cujos personagens eram arqueados, sujos e não utilizavam falas, apenas urros e gestos. Em “10000 AC”, os homens das cavernas são rápidos e mais parecem indígenas com caras pintadas e cabelos estilosos. É de ranger os dentes!
Os efeitos visuais que recriam as seqüências de luta com mamutes e outros seres pré-históricos, como o dente-de-sabre, não desagradam, mas também não justificam o resultado. Há ainda problemas de falta de apuro técnico: as competições tribais assemelham-se a lutas romanas e um duvidoso sistema de navegação (em plena época dos povos sedentários e início da agricultura arcaica), que me remeteu às Cruzadas, permeia o filme.
Poderia ter saído um projeto que focasse a pré-história em seu sentido mais fiel, já que há anos o tema anda distante das terras hollywoodianas. Pena a produção ter deixado de escanteio a verossimilhança e optar por uma história tão sem sentido e nem um pouco vibrante. Foge totalmente dos conceitos que temos sobre o período pré-histórico. Sem dó nem piedade está na minha lista pessoal dos piores do ano.
Reparem que uma das cenas homenageia a famosa passagem da queda do gigante de As viagens de Gulliver (no lugar do gigante os caçadores amarram, com cordas, um mamute, com o posterior ataque). Por Felipe Brida
Título original: 10,000 BC
País/Ano: EUA/Nova Zelândia, 2008
Elenco: Steven Strait, Camilla Belle, Cliff Curtis, Joel Virgel, Omar Sharif (narrador).
Direção: Roland Emmerich
Gênero: Aventura
Duração: 109 min.
Lançamento: Segunda quinzena de julho
Distribuidora: Warner Bros.
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