O xerife aposentado George Blackledge (Kevin Costner) e sua esposa Margaret (Diane Lane), enlutados pela morte do filho, deixam a propriedade rural em Montana para buscar o único neto, de três anos de idade, que foi levado pela nora antes de se separar. A jovem reside com o novo marido num rancho recluso em Dakota do Norte, junto da mãe e dos irmãos dele. George e Margaret marcam um encontro com aquela família, mas não desconfiam que são perigosos e fazem, a partir de seus critérios, as leis na cidade.
Um bom filme independente de drama com momentos de suspense e ação escrito,
dirigido e produzido por Thomas
Bezucha, diretor de filmes independentes como ‘De volta ao paraíso’ (2000) e
‘Tudo em família’ (2005), que escreveu o roteiro adaptando-o do romance homônimo
de 2013, de Larry Watson. É uma história de coragem e tensão, a partir de uma
busca incessante dos avós pelo neto no interior norte-americano nos anos 60.
Kevin Costner e Diane Lane estão muito bem como o casal que perdeu o filho e
vai atrás do neto em outro estado. Eles percorrem vários lugares atrás da nora
e da família do novo marido dela, sentem que as pessoas guardam segredos sobre
essa gente até que os encontra. A matriarca daquela família, os Weboy – um bom
papel da inglesa Lesley Manville fazendo a vilã, não abre mão do neto, ameaça
os avós, e a partir daí as coisas se complicam – o filme, de drama, da metade
ao final vira um suspense com boas doses de ação, preparando um desfecho
trágico e violento.
Costner também assina a produção executiva desse bom filme que foi rodado em Alberta, no Canadá, durante a primavera, nas planícies geladas. O longa foi pouco visto e comentado, isso porque teve a estreia duas vezes adiada em 2020 por causa da pandemia da Covid, quando tudo estava fechado, incluindo os cinemas. Acabou sendo lançado em poucas salas americanas e europeias em novembro daquele ano e logo depois em mídia física e no streaming. Disponível em DVD e bluray pela Universal Pictures, e no streaming tem para aluguel, no Prime Video, GooglePlay Filmes e AppleTV.
Deixe-o partir (Let him go). EUA, 2020, 114 minutos. Drama/Suspense.
Colorido. Dirigido por Thomas Bezucha. Distribuição: Universal Pictures
Druk – Mais uma rodada
Quatro professores do ensino médio, que também são amigos de longa data,
colocam em prática uma teoria nada convencional para melhorar o rendimento no
trabalho – todo dia consomem um pouco de bebida alcoólica antes de chegar à
escola e vão observando e anotando suas performances em sala de aula. O
problema é que a situação foge totalmente do controle.
Filme ousado e politicamente incorreto (dramático
e divertido ao mesmo tempo),
dirigido por um dos nomes mais celebrados do cinema dinamarquês, Thomas
Vinterberg, que pertence ao grupo fundador do movimento cinematográfico que
sacudiu o mundo Dogma 95, realizador de filmes premiados como ‘Festa de
família’ (1998), ‘Submarino’ (2010), o impressionante e indicado ao Oscar de
filme estrangeiro ‘A caça’ (2012) e chegou a fazer filmes de menor intensidade
fora de seu país, como ‘Dogma do amor’ (2003) e ‘Querida Wendy’ (2005). ‘Druk’
é mais um bom representante da atual safra do novo cinema dinamarquês e conta
com participação do ator preferido de Vinterberg e hoje fazendo carreira nos
Estados Unidos, Mads Mikkelsen.
É uma história intensa,
conflituosa, que tem um roteiro que cresce ao longo das horas – quatro amigos
que são professores de uma mesma escola, todos cansados e desmotivados,
chegando aos 50 anos, ouvem a mesma reclamação dos alunos, de que suas aulas
são chatas. Eles carregam outras crises fora do trabalho, como casamento,
filhos, cobranças. Um dia, um deles apresenta a tese de um psiquiatra – que na
época dizia ser real, mas não passou de uma fake news, de que as pessoas nascem
com um déficit de 0,5% de álcool no sangue. Tal quantidade deveria ser
reposta/compensada dia a dia, para se ter uma vida menos estressante, mais
feliz. Portanto, passam a colocar a ideia em prática, e todo dia bebem um
pouquinho antes do trabalho. Na escola, passam a ter mais energia, ficam mais
descontraídos, e as aulas rendem – os alunos passam a gostar da nova forma de
ensinar, sem saber que eles estão bebendo álcool. Mas, como é de se supor, eles
querem sempre mais, de 0,5% de álcool passam a 1%, depois a 2% e assim vai; chegam
alcoolizados no trabalho, caindo, falando enrolado e soltando asneiras,
inclusive descontrolando-se nas discussões com seus pares e com os estudantes.
O emprego dos quatro amigos a partir de agora corre risco.
Um filme impressionante,
de qualidades técnicas das melhores que o cinema dinamarquês entregou até
agora. O roteiro, com forte sátira social, nos prende, os atores são
cativantes, com destaque para Mikkelsen e seu olhar enigmático. O desfecho é brilhante, uma festa
entre os amigos com dança, bebida e celebração da vida, sob o som de ‘What a
life’, da banda de pop e soul dinamarquesa Scarlet Pleasure.
O filme encontrou barreiras
na estreia, pois iria ser lançado em Cannes, mas estourou a pandemia em 2020. No
ano seguinte foi para o Oscar, ganhou o prêmio de melhor filme estrangeiro e
foi indicado a melhor direção; recebeu ainda o Bafta de filme estrangeiro e
outras dezenas de prêmios internacionais.
‘Druk – Mais uma rodada’ saiu em DVD e bluray pela Versátil, em parceria
com a Vitrine Filmes e Synapse Distribution, com mais de uma hora de extras.
Também está na Netflix e no Telecine, e em streaming para aluguel, como Google
Play e Youtube Filmes.
Druk – Mais uma
rodada (Druk). Dinamarca/Suécia/Holanda,
2020, 116 minutos. Drama. Colorido. Dirigido por Thomas Vinterberg.
Distribuição: Versátil Home Video
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