domingo, 21 de julho de 2024

Estreias da semana - Nos cinemas

 

Lo que queda en el camino (2021)

 

Estreou somente agora em alguns cinemas brasileiros esse peculiar documentário independente coprodução México/Brasil/Alemanha, lançado em festivais de cinema em 2021. Acompanha uma caravana de milhares de migrantes da Guatemala que seguem por dias, a pé, até a fronteira do México com os EUA; no caminho de quatro mil quilômetros, pelo acostamento mal iluminado de rodovias, uma mãe solo com quatro filhos conta sobre sua vida, as dificuldades e a esperança por um futuro melhor.
Um filme de temática social pungente – a migração/imigração, que ainda trata de violência doméstica e da luta de uma mãe solteira em criar os filhos pequenos num mundo misógino e embrutecido. Sensível, sincero e feito com delicadeza. Distribuído nos cinemas pela Lira Filmes.

 


 

A música-natureza de Léa Freire (2022)

 

Outro bom documentário que estreou em alguns cinemas nesse fim de semana. O filme brasileiro traz a trajetória da instrumentista paulistana Léa Freire, referência mundial do jazz e da música clássica. Conhecida como ‘Villa-Lobos contemporânea’, Freire abre o livro de sua vida para falar sobre a paixão pela música e como se tornou uma destacada instrumentista popular que rompeu com os padrões em um universo puramente masculino; Freire também se destaca como arranjadora, compositora sinfônica, que transita entre o erudito e o popular, e professora de música.
Quem dirige o filme é Lucas Weglinski, do premiado documentário feito com Joaquim Castro ‘Máquina do desejo – 60 anos do Teatro Oficina’. O doc foi exibido em vários festivais internacionais, como Vision du Réel, In-Edit, Roma, Los Angeles e Tokyo. Nos cinemas pela Descoloniza Filmes.

 


 

Hora do massacre (2023)

 

Quem gosta de slasher movie, os filmes de terror sangrento com psicopatas, vai curtir ‘Hora do massacre’, uma fita independente do Canadá, coproduzida na França, e dirigida por um coletivo de três diretores, que assina como RKSS. Dinâmico, o filme fala de um grupo de jovens ativistas que invade, de madrugada, uma loja de departamentos para pichar o local e assim fazer uma reinvindicação sobre a crise ambiental. Mas eles não conseguem sair de lá e passam a ser alvo de dois seguranças malucos, que iniciam uma matança com armadilhas de caça.
O mesmo coletivo de diretores, formado por Yoann-Karl Whissell, François Simard e Anouk Whissell, realizou em 2018 um outro bom filme slasher com homenagem direta a esse cinema de terror oitentista, ‘Verão de 84’ – eles são conhecidos por uma estética jovem e moderna, com muitas referências tecnológicas.
Exibido em festivais de cinema de terror notórios, como Sitges e Festival de Cinema Fantástico de Paris. Gostei e indico aos que curtem fitas assim. Nos cinemas brasileiros pela Imagem Filmes.

 


 

A filha do pescador (2023)

 

Interessante drama independente, coprodução Porto Rico/República Dominicana/Colômbia, sobre um mergulhador que vive numa ilha remota no Caribe colombiano e recebe a visita do filho, que agora é transexual. Chamado Priscila, voltou para casa em fuga; o pai não aceita a filha, a comunidade pesqueira se sente afrontada com sua presença, no entanto, aos poucos, os laços vão sendo recuperados.
Um filme com belas paisagens do Caribe, bons diálogos, uma duração bem curta e direta – 80 minutos, que traz uma história bonita sobre diversidade, aceitação, crise e relações familiares. Boa estreia no cinema do diretor colombiano Edgar De Luque Jácome. Exibido no importante Festival de Tallinn, o filme estreou em poucas salas brasileiras pela Bretz filmes.




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