O caminho de volta
Na adolescência, Jack (Ben Affleck) foi um fenômeno do basquete e uma
promessa para ser jogador em times grandes. Mas ele não seguiu a carreira no
esporte. Hoje, aos 40 anos, trabalha como construtor em obras, está divorciado
e tenta abandonar o vício do álcool. Até que recebe o convite de um padre para substituir
o treinador do time de basquete da escola onde estudou no Ensino Médio, o
Bishop Hayes; o treinador está doente, então Jack resolve se recompor para
assumir a vaga. Para tanto, terá de abandonar o álcool.
O diretor norte-americano Gavin O’Connor, dos filmes “Livre para amar”
(1999) e “Força policial” (2008), voltou-se novamente ao mundo dos esportes,
depois de falar do boxe em “Guerreiro” (2011), retomando parceria com o astro
Ben Affleck, com que havia trabalho no complexo filme de espionagem “O
contador” (2016). Trouxe o bom roteirista Brad Ingelsby, de “Tudo por justiça”
(2013) e “Noite sem fim” (2015), e realizou seu filme menos comercial e mais
intimista, um retrato de um homem entregue à dependência do álcool que tenta
reconstruir sua vida após chances perdidas. Promissor no basquete, o personagem
de Ben hoje trabalha em obras pesadas, acabou de se divorciar e vive sozinho,
deprimido. Até que surge a oportunidade de ser treinador de um time de basquete
que está em boa colocação na região, e prestes a entrar num grande campeonato.
Ele terá poucas horas para decidir se assume a vaga ou não, mas para tanto terá
de abandonar o vício.
Com cenas bem conduzidas dos treinos de basquete na quadra e um bom
desempenho de Affleck, o filme trata de superação e retomada de vida, sem cair
em pieguices – até porque Affleck (que vem fazendo muitos filmes fora do
circuito comercial) envolveu-se com drogas e álcool, esteve numa clínica de
reabilitação meses antes da gravação e conseguiu sair dela a tempo para gravar
o filme. Por ter vivido o drama de um adicto, conseguiu dar o peso e a decência
para o papel (na clínica, o ator engordou 15 quilos e manteve o peso para o
protagonista, outro reflexo da ‘verdade’ que o ator passa para o personagem).
É uma fita independente de drama séria e humana, cuja produção sofreu
problemas na distribuição nos cinemas em 2020 – a premiére foi em 1º de março
daquele ano em Los Angeles, e dias depois foi decretada a pandemia da Covid-19,
fazendo com que as salas de cinema fossem fechadas por um ano. Ou seja, o filme
fracassou, entrando em streaming logo depois. Hoje pode ser assistido em DVD e Bluray, lançado pela Warner Bros
(ambos com muitos extras no disco), e disponível para assinantes no Amazon
Prime Video e HBO Max e para aluguel em plataformas como Apple TV e GooglePlay.
Recomendo!
O caminho de volta (The way back). EUA/Canadá, 2020, 108
minutos. Drama. Colorido. Dirigido por Gavin O’Connor. Distribuição: Warner
Bros.
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