terça-feira, 16 de outubro de 2018

Cine Lançamento


Jurassic World: Reino ameaçado

O luxuoso parque temático Jurassic World ficou fechado por três anos devido ao terrível incidente em que dinossauros fugiram do confinamento e do controle humano e atacaram dezenas de visitantes. Agora um vulcão ao lado do parque está entrando em erupção, o que coloca em risco todos os animais da Ilha Nublar. Dispostos a salvar os dinossauros, Claire (Bryce Dallas Howard) e Owen (Chris Pratt) retornam à ilha com uma equipe de tarefas especiais.

Com ação ininterrupta, este é o quinto filme da franquia Jurassic Park e o segundo da nova fase (houve três “Jurassic Park” e agora dois de “Jurassic World”), que teve uma bilheteria exorbitante nas salas de cinema em junho: U$ 1,3 bilhões, um dos mais rentáveis da história, pouco abaixo do anterior, que rendeu U$ 1,6 bilhões. Na lista das produções cinematográficas mais lucrativas, ocupa o 12º lugar (pelo site do IMDB os dois primeiros são ‘Avatar’, com U$ 2,7 bilhões, seguido de ‘Titanic’, com U$ 2,1 bi).
Os produtores Steven Spielberg e Frank Marshall, da Amblin Entertainment, investiram pesado (percebe-se pelos efeitos visuais fora do comum) e permitiram a reutilização de personagens da série de livros de ficção científica de Michael Crichton, com novos incrementos e criações. Achei inferior ao primeiro “Jurassic World” em termos de originalidade, tem mais ação sim, porém o corre-corre de humanos fugindo de dinossauros peca pelo exagero, pela redundância, pela falta de ingredientes miraculosos no roteiro. Tudo é ligado à fuga, luta e barulho! Os mais velhos deverão encontrar as mesmas falhas, enquanto os jovens vão se divertir sem medo de errar. É um aperitivo de primeira classe, bem realizado, só que repetido do primeiro filme, sem um toque de grandeza extra.
Na nova aventura, Chris Pratt ganha o coração do público ao esbanjar simpatia (nem é novidade falar isto), enquanto Bryce Dallas Howard se solta mais, arregaça as mangas e vai à briga (no primeiro capítulo ela era pulso firme, arrogante, uma chata). Eles retornam para salvar os dinossauros da Ilha Nublar, numa longa tarefa de navio. Lá os humanos não entram mais, só os dinos vivem livremente, mas um vulcão inativo começa a irromper. Esta é a trama número um, e paralela a ela correm duas outras: o personagem Owen (Pratt) procura por Blue, a perspicaz líder dos raptors, ainda desaparecida, e um híbrido feroz, criado em laboratório, está prestes a ser lançado no parque. Destaco esta segunda sub-trama que, assim como no anterior (e nos outros Jurassic Park, de modo geral), discute o papel dos geneticistas no mundo contemporâneo, no tocante habilidade x ética, trazendo um diálogo sobre os perigos da manipulação genética e os abusos da nova ciência quando pretendem criar animais em laboratório. O erro pode gerar disfunções àquele ser, levar ao desequilíbrio do meio ambiente, sem contar nos danos humanos e financeiros.
Como é esperado, há no filme uma porrada de dinossauros variados, como o velho conhecido do público Tiranossauro Rex, os pacíficos brontossauros, os raptors, o tal do híbrido, aterrorizante, e um dinossauro marinho furioso logo na abertura. E se preparem para as escapadas incessantes dos humanos em terra, ar e água!


Ah, ia me esquecendo, o ator Jeff Goldblum, dos dois primeiros filmes “Jurassic Park”, retorna como Ian Malcolm, numa aparição curta, até ingrata (esperávamos mais momentos com ele quando o vimos no trailer). Neste capítulo participam ainda James Cromwell, Ted Levine, Toby Jones e Geraldine Chaplin, e quem dirige é o espanhol J. A. Bayona, de “O orfanato” (2007) e “O impossível” (2012).
O público adorou a volta dos bichos grandalhões na tela, e já podemos aguardar a terceira parte, prevista para 2021.
“Jurassic World: Reino ameaçado” saiu esta semana em DVD e em Bluray no Brasil, com muitos extras (e tem também numa edição para colecionador em Steelbook, no formato Bluray).

Jurassic World: Reino ameaçado (Jurassic World: Fallen kingdom). EUA, 2018, 128 min. Ação. Colorido. Dirigido por J. A. Bayona. Distribuição: Universal Pictures

sexta-feira, 12 de outubro de 2018

Nota do Blogueiro


Grandes lançamentos em DVD, que chegaram essa semana no mercado. Pela Universal, um dos maiores blockbusters do ano, "Jurassic World: Reino ameaçado", a empolgante segunda parte da nova franquia de Jurassic Park (com os dois atores do anterior, Chris Pratt e Bryce Dallas Howard), e pela Sony, a boa fita de ação "Sicário: Dia do soldado", a continuação do soberbo filme de 2015 indicado ao Oscar, com mais ação e uma história de tirar o fôlego (novamente com Benicio del Toro e Josh Brolin). Já nas locadoras! Obrigado, @m2.comunicacao @sonypicturesbr @universalpicsbr e @2014mada, pelo envio dos dois DVDs. Essa semana saem resenhas no blog Cinema na Web.


Resenha Especial


A criada

Na Coreia do Sul da década de 30, durante a ocupação japonesa, Sookee (Kim Tae-ri) vai trabalhar no casarão de uma jovem, Hideko (Min-hee Kim), herdeira de bens valiosos e grande quantia de dinheiro, deixados pela família. Mas Sookee esconde um segredo, motivo pelo qual ela foi para lá: ela é uma vigarista e quer colocar a mão naquela fortuna. Organiza, a partir daí, milimetricamente um plano com a ajuda de outro malfeitor, Conde Fujiwara (Jung-woo Ha).

Não espere a violência incomum do cinema extraordinário do sul-coreano Chan-Wook Park, o criador do revolucionário “Oldboy” (2003), nesse seu novo filme, de 2016, que parte para um drama voraz, dividido em três capítulos. Intenso e questionador, venceu este ano o Bafta de filme estrangeiro e recebeu indicação à Palma de Ouro em Cannes. Conta a trajetória de uma criada, que assume função especial na casa de uma tradicional família coreana, num lugar cheio de cômodos, regras e lugares secretos. Aos poucos recebe confiança e liberdade da manipuladora matriarca, trancafiada no local sob a tutela de um tio perverso, até que uma série de fatos conturbados tem início naquele casarão. Não revelo mais devido às reviravoltas desconcertantes, a cada troca de capítulo há uma novidade que desconstrói a trama - a primeira parte é uma extensa apresentação dos personagens, melhorando na segunda e na terceira, que são instigantes, com flashbacks, alternando memórias narradas em off.
“A criada” pode ser compreendido como um thriller psicológico sensual, feminino e até feminista, sobre o poder da mulher em uma sociedade rígida e hierárquica. Evoca com sensibilidade o comportamento de duas mulheres lutando contra o domínio dos homens numa cultura tradicionalista, para reivindicar liberdade (por isto o filme é bem provocativo).
Park utiliza artefatos cinematográficos para narrar essa incrível saga, que mistura gêneros (vai do drama ao suspense numa ascensão meteórica, puxa momentos de ação e propõe o romance), com sensualidade, masoquismo e até criaturas (acredite!). Ele escreveu o roteiro inspirado no romance inglês “Na ponta dos dedos”, de Sarah Waters, que não se passa mais na Inglaterra como o original, mas sim na Coreia ocupada pelos japoneses na década de 30. Recriou a história com jogos de sedução, flertando com o fetichismo, inserindo cenas fortes de sexo (entre mulheres) e ingredientes inusitados (da metade para o final). Outro destaque de Park na concepção da ideia foi a narrativa que altera pontos de vista dos três personagens (a criada, a matriarca e o conde).
Há uma lentidão poética proposital (o filme tem 144 minutos), uma fotografia lindíssima de Chung-hoon Chung (que realizou outros trabalhos do diretor e recentemente fez “It: A coisa”), uma trilha sonora soberba (de Yeong-wook Jo) e uma atuação condizente do trio central. Assista com atenção redobrada!


Produzido pela importante produtora coreana Moho Film, não é o melhor trabalho de Park (para quem fez “Oldboy” fica difícil a comparação), mas provoca e faz o público vibrar. Gostei quando assisti numa sessão lotada na Mostra Internacional de Cinema de São Paulo em 2016 e melhorou na recente revisão em DVD.
Na Coreia do Sul saiu uma versão estendida de 168 minutos (24 minutos a mais), e aqui no Brasil veio em DVD pela Mares Filmes.

A criada (Ah-ga-ssi/ The handmaiden). Coreia do Sul, 2016, 144 min. Drama/Suspense. Colorido. Dirigido por Chan-wook Park. Distribuição: Mares Filmes


Resenha Especial


Jogador nº 1

Em 2045, o caos reina no mundo. Há escassez de alimentos, a crise energética tomou conta dos países, a pobreza existe em cada canto. Na cidade futurista de Columbus, em Ohio, um jovem de 18 anos chamado Wade Watts (Tye Sheridan) vive com a tia, e para fugir do marasmo frequenta um ferro-velho onde há cabines que levam as pessoas para um jogo de realidade virtual. Nesse mundo de fantasia e aventuras chamado OASIS, Wade vive o avatar Parzival. O próximo passo dele será encontrar uma série de easter eggs (objetos escondidos), que dão poderes especiais a quem descobrir, e o felizardo herdará as ações do jogo, avaliadas em trilhões de dólares.

Nem é preciso destacar a importância de Steven Spielberg para o cinema. Seus notáveis blockbusters, tanto como diretor (cerca de 40 filmes) quanto produtor (quase 150 títulos), serviram de modelo para outros cineastas, firmaram a cultura pop pelo mundo afora, abrindo possibilidades para mundos diferentes e garantindo diversão para o público. Suas obras arrastaram milhões e milhões de pessoas para as salas de cinema, desde “Tubarão” (1975). E “Jogador nº 1” entra na lista com louvor, um filme de aventura e sci-fi incrivelmente bem realizado, criativo, gostoso de assistir e nostálgico para quem viveu os anos 80.
Baseado no primeiro livro de Ernest Cline, de 2011 (recém-publicado no Brasil pela editora LeYa), a história se passa num futuro caótico, daqui a aproximadamente 30 anos, numa cidade construída em blocos, casas em cima de casas, ligadas por escadas. Nesse ambiente instável vive um rapaz, Wade (o jovem e bom Tye Sheridan, de “Amor bandido” e “Joe”), cujos pais morreram - ele mora com uma tia. No ferro-velho ao lado, há cabines que permitem ao usuário entrar num jogo de realidade virtual, que tira a população daqueles dias angustiantes, ao enviá-las para OASIS, um mundo desfrutável, organizado e cheio de vida. Ele vai atrás deste jogo, criado pela empresa Gregarious Games, que pertence a um empresário considerado um deus chamado Halliday (Mark Rylance, que vem atuando em filmes de Spielberg, e ganhou o Oscar de coadjuvante por “Ponte dos espiões”, também do diretor). O jovem assume, no mundo virtual, um avatar destemido, convive com outros personagens, enfrenta inimigos poderosos, podendo ir a qualquer lugar da imaginação, onde pode vivenciar sensações únicas. Os avatares atuam em combates mortais, caçadas perigosas e corridas de carro. Até que uma proposta irrecusável, de capturar difíceis easter eggs, irá mexer com a cabeça dos competidores.
Em formato de um belo jogo de videogame retrô, o filme tem uma estrutura fácil de aceitar e acompanhar, os efeitos visuais explodem na tela, a aventura não para um minuto sequer e ainda nos deliciamos com uma trilha sonora seleta dos anos 80, com “Jump” (Van Halen), “Everybody wants to rule the world” (Tears for fears), “Faith” (George Michael), “Blue Monday” (New Order), “We're not gonna take it” (Twisted Sister) e outras dos anos 70, interpretadas por Blondie e Bee Gees. Fazendo referência à indústria cultural, aparecem uns 150 personagens da cultura pop das HQs, dos jogos de videogame antigos e do próprio cinema, como Batman, Freddy Krueger, Chucky (Brinquedo assassino), Alien, Superman, Lara Croft, Coringa, Sonic, Mulher-Gato, Batgirl, Blanka, Gigante de Ferro, Mad Max e Speed Racer – e num dos momentos já considerados antológicos, uma divertida homenagem/brincadeira ao clássico do terror “O iluminado”, de Stephen King (confesso que a cena me marcou, ouvi aplausos do público na sala de cinema e é uma das referências mais originais que já vi num filme).


Spielberg, aos 71 anos, nunca perdeu a mão para o cinema comercial, por isso até hoje influencia tantos diretores. Ele realizou aqui uma produção de espírito jovem, inteligente, para ser revisto com frequência, de tão espetacular que é. Foi feito para ser apreciado no cinema, de preferência numa telona Imax, com som de qualidade. Virei fã imediato, revi em DVD dias atrás, e a cada vez descobrimos mais personagens escondidos.
Uma fita fenomenal em todos os sentidos, cuja técnica delirante recria um mundo visual espantoso – e que será uma jornada inesquecível para o público.
Saiu recentemente em DVD, Bluray, Bluray 3D e steelbook.

Jogador nº 1 (Ready Player One). EUA, 2018, 140 min. Ação/Aventura. Colorido.  Dirigido por Steven Spielberg. Distribuição: Warner Bros.

quinta-feira, 11 de outubro de 2018

Resenha Especial


Sing – Quem canta seus males espanta

O coala Buster Moon (Matthew McConaughey), empresário de shows, procura uma alternativa para sair de um perrengue financeiro. Ele é dono de um teatro imponente e, para juntar dinheiro para pagar as dívidas, abre naquele espaço um concurso para cantores amadores. Por causa de um erro de impressão nos panfletos de divulgação do evento, a quantia para o prêmio é aumentada absurdamente. Devido à falha, centenas de animais lotam o teatro para mostrar o talento musical e, quem sabe, ganhar o concurso.

Uma das fitas infantis mais adoráveis de 2016, indicada a dois Globos de Ouro, de melhor animação e canção original (“Faith”, de Stevie Wonder), mas que ficou de fora do Oscar. A co-produção Estados Unidos/Japão é da Illumination Entertainment, do mesmo grupo que produziu “Meu malvado favorito” e “Minions”. É, na realidade, um The Voice agitado, com canções pop dos anos 80, 90 e atuais (tem Cindy Lauper, Frank Sinatra, David Bowie, Freddie Mercury, Leonard Cohen, Katy Perry e Gipsy Kings, por exemplo), e que presta uma homenagem aos programas de calouros.
A história é uma só, fácil de acompanhar, sobre um coala em crise financeira que abre sua casa de shows para um concurso musical amador, onde comparecem animais de todos os tipos para encarar o microfone e soltar a voz (há um desfile de bichos, raposas, lhama, chimpanzé, porcos, elefantes etc). Quem será o tão esperado finalista, que nunca teve oportunidade para mostrar seu talento?
Não só crianças como jovens e adultos serão contaminados pela energia dessa graciosa animação, que reúne vozes de famosos atores, como Matthew McConaughey, Reese Witherspoon, Scarlett Johansson, Seth MacFarlane, John C. Reilly, Jennifer Hudson, Taron Egerton e do diretor Garth Jennings, especializado em videoclipes, de bandas como Blur e R.E.M, e responsável por bons filmes joviais, como “O guia do mochileiro das galáxias” (2005) e “O filho de Rambow” (2007).
Rentável, custou U$ 75 milhões e acumulou quase U$ 700 milhões de bilheteria no mundo inteiro.
O filme foi relançado este mês em DVD numa edição tripla para o Dia das Crianças, com três discos, que inclui as animações “Pets – A vida secreta dos bichos” e “Minions” (e fique de olho nos extras, são muitos e boa qualidade!).

Sing – Quem canta seus males espanta (Sing). EUA/Japão, 2016, 107 min. Animação. Colorido. Dirigido por Garth Jennings e Christophe Lourdelet. Distribuição: Universal Pictures


quarta-feira, 3 de outubro de 2018

Resenha Especial


Pets – A vida secreta dos bichos

Max (voz de Louis C.K.) é um pequeno terrier que mora com sua dona num apartamento em Manhattan. Sua paz termina quando ela adota um novo cão, um vira-lata descuidado, de nome Duke (voz de Eric Stonestreet). Após brigas e olhares atravessados, Max e Duke terão de se unir para enfrentar um terrível inimigo, um coelho psicótico chamado Bola de Neve (voz de Kevin Hart), que pretende se vingar de todos os pets de Nova York que possuem dono. Para destruir o plano desse vilão, os cães fogem do apartamento e se juntam a outros animais pelas ruas da cidade com o objetivo de localizar o coelho.

Uma animação pra lá de divertida produzida pela Illumination, dos mesmos criadores da franquia “Meu malvado favorito”. Desperta o interesse de toda a família, de crianças a adultos, por ter como personagens adoráveis pets brincalhões, cada um com suas características marcantes. Há gatos, cachorros de várias raças, passarinhos, coelho, falcão, até jacaré e cobra!
O filme é bem movimentado, uma aventura espetacular sobre amizade e convivência, sobre encontros e desencontros, que mostra o que os animais de estimação podem fazer em casa quando os donos saem. Dá para imaginar? Eles organizam festas de arromba e atacam as guloseimas da geladeira, sem nunca deixar rastros. Dois deles são Max e Duke, cãezinhos que moram juntos e vivem em atrito por disputa de território. Porém terão de deixar as desavenças de lado para se unir contra um coelho gritalhão, doido de pedra, e sua gangue mal intencionada. Saem escondidos do apartamento onde moram, perdem-se em Nova York e pelo caminho trombam com novos amigos pets para derrotar os planos malignos do vilão.


Além da técnica do desenho ser bem feita, as vozes dos atores dão um brilho extra; Louis C.K. (da série “Louie”) e Eric Stonestreet (do seriado “Modern Family”) interpretam Max e Duke, e há participações de Kevin Hart (o vilão, Bola de Neve), Ellie Kemper, Albert Brooks, Dana Carvey, Steve Coogan e do próprio diretor Chris Renaud, que criou “Meu malvado favorito” e “O Lórax: Em busca da trúfula perdida” e já produz a continuação de “Pets” (para 2019). Quem codirige é Yarrow Cheney, vencedor do Emmy, que no próximo mês lançará sua nova animação, “O Grinch”.
Quando passou nos cinemas, em agosto de 2016, foi um sucesso estrondoso de público no mundo todo, chegando ao ranking das 10 maiores bilheterias do ano (arrecadou U$ 875 milhões, com custo 11 vezes menor, de U$ 75 milhões) e competiu diretamente com “Zootopia” (2016), da Disney, que estreou seis meses antes, também sobre animais em fuga pelas ruas da cidade grande (“Zootopia” acabou ganhando o Oscar de animação enquanto “Pets” nem recebeu indicação).
“Pets” acaba de ser relançado em DVD no Brasil num box especial para o Dia das Crianças, contendo duas outras animações da Illumination, “Sing – Quem canta seus males espanta” (2016) e “Minions” (2015). Todos acompanham extras. Já nas lojas!

Pets – A vida secreta dos bichos (The secret life of pets). EUA/Japão, 2016, 86 min. Animação. Colorido. Dirigido por Chris Renaud e Yarrow Cheney. Distribuição: Universal Pictures


terça-feira, 2 de outubro de 2018

Nota do Blogueiro


Terceiro e último lançamento do mês em DVD da distribuidora Obras-primas do Cinema: Coleção Estúdio Hammer - volume 2, um box exclusivo com seis fitas de horror britânica do famoso estúdio especializado no gênero, divididas em três discos. Na caixa tem Paranoico (1963), Cilada diabólica (1964), Epidemia de zumbis (1966), A face do demônio! (1966), Rasputin, o monge louco (1966) e Um grito dentro da noite (1972). Ainda extras variados e seis cards colecionáveis! Já nas melhores lojas! Obrigado, @obrasprimas_docinema, pelo envio!




Resenha Especial


Zazie no metrô

(Reedição)

Zazie (Catherine Demongeot), garota mimada que mora no interior da França, quer de todo jeito conquistar seu maior sonho: andar de metrô em Paris. Quando surge a oportunidade de ir para a capital acompanhada pelo tio, descobre que a greve dos metroviários aflige a população. Frustrada, decide fazer estripulias na Cidade Luz; em cada situação burlesca experimentada, topa com personagens esquisitos em uma aventura de pura magia.

Fantasia infantil cult, influenciada pelo tom burlesco e surrealista dos desenhos animados, que conquistou os franceses na época. A velocidade de gravação do filme foi alterada para que os personagens fossem ágeis, como nas animações, o grande diferencial desse projeto. Diferente de tudo o que Louis Malle dirigiu – um dos “cabeças” do movimento Nouvelle Vague, “Zazie no metrô” (1960) é daqueles filmes únicos, cujas travessuras de Zazie dificilmente serão esquecidas. Um pouco caótico, necessita-se que o público tenha o mesmo ritmo para acompanhar a rapidez das cenas que nos levam a participar da tresloucada aventura da garotinha pela capital da França.
O filme havia sido lançado em DVD numa cópia mediana pela Cult Classic, muitos anos atrás, e agora acabou de sair em uma nova edição, com melhor qualidade de imagem e som, no box “Louis Malle”, contendo ainda três obras cult do diretor: “Amantes” (1958), “Lua negra” (1975) e “Pretty baby – Menina bonita” (1978). Saiu em disco duplo, com extras imperdíveis e quatro cards colecionáveis. Já nas melhores lojas do ramo!

Zazie no metrô (Zazie dans le métro). França/Itália, 1960, 92 min. Comédia/ Fantasia. Dirigido por Louis Malle. Distribuição: Obras-Primas do Cinema


segunda-feira, 1 de outubro de 2018

Resenha Especial


Alguém me vigia

Ao se mudar para Los Angeles para trabalhar numa rede de TV, Leigh Michaels (Lauren Hutton) começa a ser vigiada em seu apartamento por um estranho. Ele envia presentes exóticos e faz ligações telefônicas para atormentá-la. Leigh suspeita que um maníaco sexual esteja à solta, mas não procura ajuda. A partir daí tem início um eletrizante jogo de gato e rato.

Um thriller denso com toques de terror feito para a TV escrito e dirigido pelo mestre do cinema de horror contemporâneo John Carpenter, meses depois de ter lançado sua obra-prima, “Halloween – A noite do terror” (1978). Nesse jogo de gato e rato sobre voyeurismo e insanidade, uma mulher é atormentada dia e noite por um maníaco sexual, via telefone. Quem interpreta a personagem é a bonita atriz e ex-modelo Lauren Hutton, de “Gigolô americano” (1980), afastada há décadas das telonas.
Originalmente distribuído pela Warner Bros, é um daqueles filmes que descobrimos o vilão somente no desfecho – e até lá o público fica apreensivo, com uma angústia danada.
Foi o quarto trabalho de John Carpenter, já sinalizando o talento que o consagrou no gênero, numa produção modesta que abriu portas para obras de terror sobre voyeurismo como “Mensageiro da morte” (1979, com Carol Kane, realizado no ano seguinte), “O fã - Obsessão cega” (1981, com Lauren Bacall), “Dublê de corpo” (1984, de Brian De Palma, uma versão revisitada e macabra de “Janela indiscreta”, de Hitchcock) e “Eu vi o que você fez e sei quem você é” (1988, outro telefilme, que fez sucesso nas sessões vespertinas na TV brasileira nos anos 90).
Fita rara, que agora pode ser descoberta pelos cinéfilos, disponível no Brasil em DVD pela distribuidora Obras-primas do Cinema, que a lançou no box “John Carpenter”, uma caixa especial em homenagem ao cineasta, que contém quatro filmes dele – além deste temos seus dois trabalhos de estreia, a ficção científica com humor “Dark star” (1974) e o policial “Assalto à 13ª DP” (1976 – que ganhou remake em 2005), e mais um telefilme, “Trilogia do terror” (1993), em que Carpenter dirige um dos episódios (os outros episódios são assinados por Tobe Hooper, falecido recentemente, e o último pelo também roteirista Larry Sulkis). No box, dois discos, com diversos extras como especiais e entrevistas, e acompanha quatro cards com as capas dos filmes. Para colecionar!

Alguém me vigia (Someone's watching me!). EUA, 1978, 97 min. Suspense/Horror. Colorido. Dirigido por John Carpenter. Distribuição: Obras-Primas do Cinema

* Publicado na coluna Middia Cinema, na revista Middia Magazine, edição de outubro/novembro de 2018


Resenha Especial


Um assaltante bem trapalhão

Virgil Starkwell (Woody Allen) é um assaltante atrapalhado, preso constantemente devido aos roubos mal sucedidos. Em liberdade condicional apaixona-se por Louise (Janet Margolin) e tenta mudar de vida quando resolve se casar com ela. Porém novos assaltos o convidam para retornar ao mundo obscuro do crime.

Comédia tresloucada de Woody Allen em seu segundo filme como diretor (o primeiro veio três anos antes, “O que há, tigresa?”), lançada em 1969 e que conquistou o público do cinema alternativo. Allen também escreveu o roteiro, ao lado de Mickey Rose, e atuou como o protagonista desajeitado, unindo todas as características de roteiro, direção e atuação que marcariam seu estilo próprio, inconfundível. Com essa comédia autoral, ivestiu pela primeira vez no mockumentary, conhecido como “pseudo documentário” ou “falso documentário”, contando, como se fosse real, a vida de um assaltante azarado e suas peripécias para roubar bancos e lojas, desde a infância à juventude – como elementos do falso documentário escutamos uma narração off que apresenta a biografia personalizada do criminoso, e depoimentos de pais e amigos sobre ele, um bandido incompetente, sem jeito para o crime, que viveu sofrendo bullying e adquiriu um forte complexo de inferioridade.
Brilhantemente Allen brinca com o cinema policial, em especial o subgênero “fita de assalto”, com sequências muito engraçadas, referências cinematográficas e muitas piadas visuais (gags) bem planejadas (como a dos óculos de Virgil, atacado por diversos personagens que passam por ele). Você, assim como eu, vai gargalhar!
Rodado nas ruas de San Francisco e na verdadeira penitenciária estadual de San Quentin, na Califórnia, com orçamento de U$ 1,5 milhão, a comédia foi resgatada pela Classicline, que acabou de relançá-la em DVD. Mais uma diversão garantidíssima para quem procura humor inteligente e, claro, conhecer mais a primeira fase do cinema autoral de Woody Allen.

Um assaltante bem trapalhão (Take the money and run). EUA, 1969, 84 min. Comédia. Colorido/Preto-e-branco. Dirigido por Woody Allen. Distribuição: Classicline

* Publicado na coluna Middia Cinema, na revista Middia Magazine, edição de outubro/novembro de 2018


Nota do Blogueiro


Middia Magazine está sendo distribuída na cidade de Catanduva e região. E na coluna Middia Cinema resenha de dois ótimos filmes: Um assaltante bem trapalhão (1969) e Alguém me vigia (1978). Logo mais leiam os textos aqui no blog.