Jurassic World: Reino ameaçado
O luxuoso parque temático Jurassic World ficou fechado por três anos devido ao terrível incidente em que dinossauros fugiram do confinamento e do controle humano e atacaram dezenas de visitantes. Agora um vulcão ao lado do parque está entrando em erupção, o que coloca em risco todos os animais da Ilha Nublar. Dispostos a salvar os dinossauros, Claire (Bryce Dallas Howard) e Owen (Chris Pratt) retornam à ilha com uma equipe de tarefas especiais.
Com ação ininterrupta, este é o quinto filme da franquia Jurassic Park e o segundo da nova fase (houve três “Jurassic Park” e agora dois de “Jurassic World”), que teve uma bilheteria exorbitante nas salas de cinema em junho: U$ 1,3 bilhões, um dos mais rentáveis da história, pouco abaixo do anterior, que rendeu U$ 1,6 bilhões. Na lista das produções cinematográficas mais lucrativas, ocupa o 12º lugar (pelo site do IMDB os dois primeiros são ‘Avatar’, com U$ 2,7 bilhões, seguido de ‘Titanic’, com U$ 2,1 bi).
Os produtores Steven Spielberg e Frank Marshall, da Amblin Entertainment, investiram pesado (percebe-se pelos efeitos visuais fora do comum) e permitiram a reutilização de personagens da série de livros de ficção científica de Michael Crichton, com novos incrementos e criações. Achei inferior ao primeiro “Jurassic World” em termos de originalidade, tem mais ação sim, porém o corre-corre de humanos fugindo de dinossauros peca pelo exagero, pela redundância, pela falta de ingredientes miraculosos no roteiro. Tudo é ligado à fuga, luta e barulho! Os mais velhos deverão encontrar as mesmas falhas, enquanto os jovens vão se divertir sem medo de errar. É um aperitivo de primeira classe, bem realizado, só que repetido do primeiro filme, sem um toque de grandeza extra.
Na nova aventura, Chris Pratt ganha o coração do público ao esbanjar simpatia (nem é novidade falar isto), enquanto Bryce Dallas Howard se solta mais, arregaça as mangas e vai à briga (no primeiro capítulo ela era pulso firme, arrogante, uma chata). Eles retornam para salvar os dinossauros da Ilha Nublar, numa longa tarefa de navio. Lá os humanos não entram mais, só os dinos vivem livremente, mas um vulcão inativo começa a irromper. Esta é a trama número um, e paralela a ela correm duas outras: o personagem Owen (Pratt) procura por Blue, a perspicaz líder dos raptors, ainda desaparecida, e um híbrido feroz, criado em laboratório, está prestes a ser lançado no parque. Destaco esta segunda sub-trama que, assim como no anterior (e nos outros Jurassic Park, de modo geral), discute o papel dos geneticistas no mundo contemporâneo, no tocante habilidade x ética, trazendo um diálogo sobre os perigos da manipulação genética e os abusos da nova ciência quando pretendem criar animais em laboratório. O erro pode gerar disfunções àquele ser, levar ao desequilíbrio do meio ambiente, sem contar nos danos humanos e financeiros.
Como é esperado, há no filme uma porrada de dinossauros variados, como o velho conhecido do público Tiranossauro Rex, os pacíficos brontossauros, os raptors, o tal do híbrido, aterrorizante, e um dinossauro marinho furioso logo na abertura. E se preparem para as escapadas incessantes dos humanos em terra, ar e água!
Ah, ia me esquecendo, o ator Jeff Goldblum, dos dois primeiros filmes “Jurassic Park”, retorna como Ian Malcolm, numa aparição curta, até ingrata (esperávamos mais momentos com ele quando o vimos no trailer). Neste capítulo participam ainda James Cromwell, Ted Levine, Toby Jones e Geraldine Chaplin, e quem dirige é o espanhol J. A. Bayona, de “O orfanato” (2007) e “O impossível” (2012).
O público adorou a volta dos bichos grandalhões na tela, e já podemos aguardar a terceira parte, prevista para 2021.
“Jurassic World: Reino ameaçado” saiu esta semana em DVD e em Bluray no Brasil, com muitos extras (e tem também numa edição para colecionador em Steelbook, no formato Bluray).
Jurassic World: Reino ameaçado (Jurassic World: Fallen kingdom). EUA, 2018, 128 min. Ação. Colorido. Dirigido por J. A. Bayona. Distribuição: Universal Pictures