"Ele observava a atitude dos robôs pela visitela. Eram
centelhas cor de bronze em suave movimento contra os rochedos obscuros do
asteroide sem ar. Estavam em formação de marcha agora [...]". Trecho de
"É preciso pegar o coelho", um dos nove contos sobre robôs
inteligentes e a tecnologia dos autômatos escritos pelo russo Isaac Asimov, que
compõem um de seus livros mais fascinantes, "Eu, robô", publicado no
Brasil pela Editora Aleph (2014, 317 páginas, tradução de Aline Storto
Pereira). Lançado em 1950, esse clássico da ficção científica é indispensável
para quem gosta do gênero - e também originou um filme de mesmo título em 2004,
indicado a Oscar. Obrigado, equipe da @editoraaleph, pelo envio do lindo livro.
quinta-feira, 27 de abril de 2017
quarta-feira, 26 de abril de 2017
Nota do blogueiro
Chegou o lindíssimo catálogo oficial do 43o. Festival Sesc Melhores Filmes, com a votação do público e da crítica. Minha escolha de os melhores de 2016 está lá! Eu e outros 121 críticos de cinema brasileiros votamos! Viva o cinema! :)
terça-feira, 25 de abril de 2017
Nota do blogueiro
Um grande pacote de filmes da A2 acabou de chegar em casa! Dentro dele, sete lançamentos de abril em DVD, com os selos Mares Filmes, Focus e Flashstar. São eles: a ação "Resgate suicida" (2015), o policial sci-fi "Flashes" (2015), o drama religioso "Salvo pela graça" (2016), a comédia dramática "Segundas intenções" (2014), a comédia dramática franco-romena indicada à Palma de Ouro "Sieranevada" (2016), o drama italiano "Belos sonhos" (2016) e o drama de guerra francês "Longe dos homens" (2014). Já nas locadoras. Obrigado, equipe da A2 Filmes, pelo envio das amostras. Logo logo tem resenhas no ar!
segunda-feira, 24 de abril de 2017
Nota do blogueiro
"A peste havia se espalhado tão rápido... Isso podia ter acontecido se fossem apenas os vampiros a disseminá-la?". Já está à venda nas melhores livrarias a edição em capa dura do livro Eu sou a lenda (editora Aleph, 2015, 382 páginas, tradução: Delfin), pedra fundamental da literatura sci-fi de horror, que inspirou escritores contemporâneos e deu origem a três filmes norte-americanos (o mais conhecido deles com Will Smith no papel principal, o solitário Robert Neville). Publicado em 1954, de autoria de Richard Matheson, o livro projeta uma visão aterradora de um futuro pós-apocalipse, onde a população mundial morreu contaminada por uma terrível praga, só restando um homem, um cachorro e criaturas noturnas sedentas por sangue. A primorosa edição brasileira reúne um material extra sensacional: prefácio de Stephen King, um artigo científico sobre a obra e uma entrevista com o autor, além das assustadoras ilustrações espalhadas pelas páginas. Obrigado, equipe da Aleph, pelo envio do livro.
quinta-feira, 20 de abril de 2017
Comentários do blogueiro
Amostras de abril em DVD da Universal Pictures: "Capitão Fantástico", um drama familiar fora de série, com Viggo Mortensen arrasando no papel do pai, que lhe rendeu indicação ao Oscar e ao Globo de Ouro; e o intrigante suspense "Animais noturnos", com Amy Adams e Jake Gyllenhaal. Já nas locadoras e também à venda. Valeu, @universalpicsbr, pelos filmes.
quarta-feira, 19 de abril de 2017
Viva Nostalgia!
Monstros
Em
um circo de horrores de quinta categoria, a bonita trapezista Cleopatra (Olga
Baclanova) rejeita o amor do anão Hans (Harry Earles), que é o gerente do empreendimento.
Quando descobre que ele herdará uma grande fortuna, elabora, com o amante, um
plano maquiavélico: casar-se com o pequenino para depois matá-lo e assim ficar
com todo o dinheiro. Mas as “criaturas” que habitam o circo passarão a
desconfiar da mudança de atitude de Cleopatra.
Até
que enfim chega ao Brasil uma das obras mais polêmicas da História do Cinema, cult
classic dramático com convite ao horror que abalou a sociedade na época, foi rejeitado
por décadas e censurado em vários países. O motivo do rumor: a utilização de
pessoas, no elenco, com deficiências físicas e intelectuais, apresentadas como
criaturas repugnantes, num desfile chocante de aberrações. Xifópagos, anões,
mulher barbada, portadores da Síndrome da Talidomida, em suma, os freaks, atrações
comuns do mundo do circo de horrores, interpretam eles mesmos, desnudados, aguçando
e atraindo o olhar do telespectador às suas reais deficiências. Diante do
burburinho, o roteiro meio policial, com trama de assassinato, cai para segundo
plano. Não se permite margem para enxergarmos o filme além da fronteira do
estranho, da condição humana adversa, pois o projeto nasceu com esse duro e
tenebroso propósito e assim foi vendido, como fita de terror.
Nessa
versão definitiva e restaurada há, como extra, um prólogo de três minutos, uma
mensagem especial sobre a triste história das “criaturas”, dos deformados,
forçados a viver à margem, ridicularizados pela sociedade, e que criaram um
código entre eles, bem discutido no filme: “a alegria de um é a de todos, e o
sofrimento de um é o de todos”.
Emblemático
na galeria dos filmes bizarros do cinema, “Monstros” causa inquietação e
consternação, perturba, questiona o preconceito atroz e a pobreza do
comportamento do ser humano frente aos marginalizados e nos deixa estarrecidos pela
forma como os deficientes eram tratados no início do século passado (o filme é
de 1932). É um dos trabalhos mais estranhos feitos em estúdio nos EUA, produzido
com dificuldade pela MGM, numa onda de filmes de horror de entretenimento que a
Universal estrearia com “Drácula” e “Frankenstein”. Aliás, o diretor, Tod
Browning (1880-1962), havia rodado no ano anterior o notório “Drácula” e por
ter trabalhado em circo soube como encarar um diálogo direto, cruel, sobre os
bastidores desse ambiente único.
Em
DVD pela Obras-primas do Cinema, “Monstros” é um filme seríssimo, melancólico,
controverso e pungente, pioneiro do ponto de vista do processo criativo,
indicado aos cinéfilos de primeira ordem.
Monstros (Freaks). EUA, 1932, 64 min. Drama/Horror.
Dirigido por Tod Browning. Distribuição: Obras-primas do Cinema
* Publicado na coluna 'Middia Cinema', da revista Middia Magazine, edição de abril/maio de 2017
terça-feira, 18 de abril de 2017
Viva Nostalgia!
Sinal
vermelho
Em
1940, durante a Segunda Guerra Mundial, soldados americanos e canadenses alistam-se
no regimento britânico de paraquedistas para uma missão altamente especial:
atacar uma estação de radar alemã na comuna francesa de Bruneval. O grupo,
liderado pelo audacioso Steve Canada (Alan Ladd), correrá intenso perigo, no ar
e na terra, para chegar ao destino.
Aventura,
drama, guerra e romance misturam-se nesse modesto filme patriótico de 1953, co-produção
Inglaterra e Estados Unidos, originalmente da Columbia e agora em DVD no Brasil
pela Classicline. Feito com simplicidade e rodado em estúdios, reúne no elenco bons
nomes do cinema americano dos anos 50, a destacar Alan Ladd, ator de inúmeros faroestes
(morreu prematuro aos 50 anos, de overdose) e homenageia, desde as primeiras
linhas dos créditos, os paraquedistas aliados que lutaram na Segunda Guerra. A
história tem início a partir da batalha de 10 dias de Dunkirk, onde 400 mil
soldados britânicos e franceses foram encurralados pelas forças alemãs no
Nordeste da França, e 80 mil deles acabaram mortos. No episódio seguinte, na
operação Bruneval, foco do filme, milhares de paraquedistas, boinas vermelhas
(por isso o título ‘The red beret’), treinados arduamente durante intermináveis
meses, atacaram uma base de radar na França, ligada aos nazistas, mas não
tiveram sorte e caíram nas garras dos alemães – parte do grupo morreu, outros
ficaram feridos. Sem mensagem antiguerra, o filme, pelo contrário, mostra com
louvor os esforços dos soldados aliados, que sucumbiram para salvar a pátria; “Sinal
vermelho”, assim como incontáveis fitas de aventura da época, registra a glória
e a gana dos bravos americanos nos campos de batalha para eliminar o mal
nazista.
Gravado
no London Film Studio, com visível cromaqui nas cenas de treinamento, o filme completa
a narrativa com imagens aéreas panorâmicas bem legais, saltos de paraquedas e breves
sequências de explosão e ataques, tudo baseado nas páginas do livro homônimo de
Hilary St. George Saunders. Teve como diretor Terence Young (1915-1994),
nascido na China e radicado na Inglaterra, famoso por thrillers de espionagem e
responsável por três grandes fitas da franquia James Bond – os dois primeiros, “O
satânico Dr. No” (1962) e “Moscou contra 007” (1963), e o quarto da série, “007
contra a chantagem atômica” (1965). Inclusive a produção de “Sinal vermelho” é
assinada pelo principal produtor dos 007, Albert R. Broccoli, além do famoso
diretor Irving Allen.
Um
filme desconhecido no Brasil, de entretenimento simples, barato, ágil e que
cumpre com a proposta, feito para consumo rápido. Está na lista dos novos
lançamentos da Classicline, que felizmente renovou o projeto gráfico das capas
e contracapas, agora soltando DVDs no mercado com edições caprichadas.
* Publicado na coluna 'Middia Cinema', da revista Middia Magazine, edição de abril/maio de 2017
quinta-feira, 13 de abril de 2017
Nota do blogueiro
"[...] Mais ao longe, na trilha do jardim, algumas pessoas podiam ser vistas aproximando-se da casa. Pérola, em total desprezo pela tentativa da mãe em acalmá-la, deu um grito apavorante e depois ficou em silêncio, não por qualquer noção de obediência, mas porque a ágil e volátil curiosidade de sua disposição se empolgou com o aparecimento daquelas novas personagens". Trecho do clássico romance A letra escarlate, do escritor Nathaniel Hawthorne, recém-lançado no Brasil pela editora Martin Claret (2016, 271 páginas, tradução de Diego Raigorodsky).
Publicada em 1850, a influente obra-prima da literatura americana trata de temas controversos como pecado, intolerância, julgamento, fé e humilhação, e deu origem a três filmes - de Victor Sjöström em 1926, de Wim Wenders em 1973 e outro de Roland Joffé em 1995. Destaque para a bonita capa vermelha em alto relevo. Já nas livrarias! Obrigado, equipe da Editora Martin Claret, pelo envio do livro.
quarta-feira, 12 de abril de 2017
Nota do blogueiro
"Todas as crianças crescem, menos uma". Trecho de abertura do notório e mundialmente conhecido livro "Peter Pan", de J. M. Barrie, recém-lançado no Brasil pela editora Martin Claret (2016, 248 páginas). Publicado como romance em 1911, com o título "Peter and Wendy", o livro cativou crianças e adultos e inspirou gerações de escritores e cineastas. A linda edição da @editoramartinclaret, em capa dura, reúne ainda no miolo dezenas de ilustrações caprichadas de Weberson Santiago. Já nas livrarias! Obrigado, equipe da Martin Claret, pelo livro.
Nota do blogueiro
Lançamentos da Obras-primas do Cinema de março. Dois bons filmes inéditos em DVD no Brasil - o cult de terror "Monstros" (1932), proibido na época, e o drama "Nell" (1994), indicado ao Oscar de melhor atriz (Jodie Foster), e o box "Michael Haneke - Trilogia da Frieza", excepcional caixa com três filmes europeus do polêmico diretor austríaco, também inéditos no Brasil e em cópia restaurada - O sétimo continente (1989), O vídeo de Benny (1992) e 71 fragmentos de uma cronologia do acaso (1994). Todos acompanham cards especiais. Já nas lojas. Obrigado, Obras-primas do Cinema, pelo envio dos DVDs.
terça-feira, 11 de abril de 2017
Comentários do blogueiro
"Era uma vez um comerciante muito rico, que tinha seis filhos: três meninos e três meninas. [...] Embora todas as suas filhas fossem bonitas, a caçula era a mais admirada, sendo chamada por todos, desde bebê, de Bela. Esse nome foi adotado e despertou a inveja de suas irmãs".
"A Bela e a Fera", livro imperdível da Editora Zahar, recém-lançado no mercado brasileiro. Edição de bolso de luxo (238 páginas), em capa dura, na coleção Clássicos Zahar, contendo as duas versões francesas da história, baseadas em prováveis relatos verídicos: a clássica, de Madame de Beaumont, escrita em 1756, que deu origem a filmes e outros contos animalescos, e a versão original, de Madame de Villeneuve, publicada em 1740 e inédita no Brasil. Com ilustrações de Walter Crane e ilustradores anônimos, tem tradução de André Telles e apresentação de Rodrigo Lacerda, ambos vencedores do prêmio Jabuti. Já nas lojas. Obrigado, Zahar, pelo generoso envio do exemplar.
segunda-feira, 10 de abril de 2017
Resenha especial
Em
8 de novembro de 1939, dois meses após o início da Segunda Guerra Mundial, um metalúrgico
chamado Georg Elser (Christian Friedel) tenta assassinar Adolf Hitler em um
atentado a bomba. Ele é capturado por policiais quando tentava fugir pela
fronteira da Alemanha com a Suíça, conduzido para a cadeia, e lá, torturado e
interrogado. Durante o confinamento, revive, em lembranças, momentos intensos com
a família. Quem fim terá o homem que planejou matar o ditador Adolf Hitler?
O
premiado diretor alemão Oliver Hirschbiegel retorna com muita experiência à
Segunda Guerra Mundial para contar outra boa história verídica sobre Adolf
Hitler, com menos foco no ditador (o anterior foi “A queda – As últimas horas
de Hitler”, indicado ao Oscar de filme estrangeiro em 2005. Lembram-se?). Neste
belo e trágico trabalho pessoal de um grande cineasta contemporâneo apaixonado pela
História do seu país, conhecemos a fundo a trajetória de Georg Elser, um
metalúrgico e carpinteiro (e músico nas horas vagas), cidadão comum nascido no
interior da Alemanha, que, bem no início da Segunda Guerra, tentou assassinar
Hitler com uma bomba-relógio, enquanto o ditador discursava aos nazistas na Bürgerbräukeller,
uma cervejaria em Munique. O atentado, planejado por ele, sozinho, por um ano, não
feriu Hitler, que havia deixado o prédio 13 minutos antes de a bomba explodir
(daí o titulo do filme), mas culminou com a morte de sete pessoas e deixou 63
feridos, além de ter destruído parte da estrutura da cervejaria. Elser acabou preso
e torturado cruelmente pela Gestapo para contar o porquê do crime – ele e
muitos alemães tidos como subversivos significaram e ainda simbolizam a voz da
oposição ao regime nazi-fascista.
Intercalando
flashbacks da vida íntima do protagonista com momentos de sua prisão, o filme
ergue um triste retrato das atrocidades do Nazismo durante a Segunda Guerra, mostrando
as técnicas e as câmaras de tortura dos alemães, com cenas fortes, momentos de
tensão, drama, lirismo e suspense. O filme, autêntico e digno de reflexões,
deixa no ar duas questões: se Elser tivesse matado Hitler, a Segunda Guerra
teria continuado? E quantas vidas poderiam ter sido salvas se a bomba do
metalúrgico tivesse atingido o alvo principal?
Já
nas locadoras, “ 13 minutos” é um dos
ótimos lançamentos de 2017 da Mares Filmes - assisti em outubro passado na 40ª
Mostra Internacional de Cinema de São Paulo e dias atrás revi em DVD. Indicado
para todos os públicos!
13
minutos (Elser). Alemanha, 2015, 114 min. Drama/Guerra. Dirigido por Oliver
Hirschbiegel. Distribuição: Mares Filmes
quarta-feira, 5 de abril de 2017
Cine Lançamento
O
jovem e solitário Jay Cavendish (Kodi Smit-McPhee) cruza os Estados Unidos pelo
Oeste selvagem em busca da amada, que fugiu para terras distantes após ser acusada
de um crime. No caminho conhece um misterioso pistoleiro, Silas Selleck (Michael
Fassbender), e ambos viram alvo de foras-da-lei.
Um
ano antes de receber sua segunda indicação ao Oscar de melhor ator, por “Steve
Jobs” (2015), Michael Fassbender aceitou participar, mesmo com papel menor, desse
curioso faroeste alternativo inglês, rodado no sul da Nova Zelândia, e como o
título original diz, lento, de exagerada passividade. Ele e o jovem promissor Kodi
Smit-McPhee interpretam uma dupla que, no final do século XIX, vaga pelo oeste
selvagem, habitat de forasteiros sem alma, cada qual em busca de objetivos
diferentes – enquanto o menino pretende resgatar a amada foragida, o outro
procura redenção, mesmo que isso custe violência. Na cola dos dois personagens
entra, a partir da metade da fita, um vilão, caçador imperdoável, papel bem
bacana feito pelo ator Ben Mendelsohn.
Tem
um padrão bem anti-western, que poderá decepcionar os fiéis seguidores do
gênero: há pouca estrutura cinematográfica dos faroestes, com orçamento
modestíssimo (de U$ 2 milhões), filmagens em locações superficiais (rápidas
passagens no interior de florestas e ambientes semiáridos), sem música, sem
aquele suspense em primeira pessoa, com alguém na mira, além de um ou outro tiroteio.
Ou seja, é mais drama que western, monótono e com longos diálogos, que para mim
surtiu efeito por esse rompimento na tradição bangue-bangue. O público não
curtiu, tanto que fracassou nas bilheterias, porém agradou a crítica em
Sundance – “Oeste sem lei” venceu lá o Grande Prêmio do Júri em 2015, sendo
indicado em dezenas de festivais e premiações no mundo todo.
Dirigido
pelo músico e curtametragista vencedor do Bafta John Maclean, que promete, com
o filme, uma nova reinvenção no mundo dos faroestes independentes. Eu aprovei o
trabalho e recomendo uma experiência.
Oeste sem lei (Slow West). Nova
Zelândia/Inglaterra, 2015, 84 min. Faroeste/Drama. Dirigido por John Maclean.
Distribuição: Flashstar
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