terça-feira, 18 de abril de 2017

Viva Nostalgia!


Sinal vermelho

Em 1940, durante a Segunda Guerra Mundial, soldados americanos e canadenses alistam-se no regimento britânico de paraquedistas para uma missão altamente especial: atacar uma estação de radar alemã na comuna francesa de Bruneval. O grupo, liderado pelo audacioso Steve Canada (Alan Ladd), correrá intenso perigo, no ar e na terra, para chegar ao destino.

Aventura, drama, guerra e romance misturam-se nesse modesto filme patriótico de 1953, co-produção Inglaterra e Estados Unidos, originalmente da Columbia e agora em DVD no Brasil pela Classicline. Feito com simplicidade e rodado em estúdios, reúne no elenco bons nomes do cinema americano dos anos 50, a destacar Alan Ladd, ator de inúmeros faroestes (morreu prematuro aos 50 anos, de overdose) e homenageia, desde as primeiras linhas dos créditos, os paraquedistas aliados que lutaram na Segunda Guerra. A história tem início a partir da batalha de 10 dias de Dunkirk, onde 400 mil soldados britânicos e franceses foram encurralados pelas forças alemãs no Nordeste da França, e 80 mil deles acabaram mortos. No episódio seguinte, na operação Bruneval, foco do filme, milhares de paraquedistas, boinas vermelhas (por isso o título ‘The red beret’), treinados arduamente durante intermináveis meses, atacaram uma base de radar na França, ligada aos nazistas, mas não tiveram sorte e caíram nas garras dos alemães – parte do grupo morreu, outros ficaram feridos. Sem mensagem antiguerra, o filme, pelo contrário, mostra com louvor os esforços dos soldados aliados, que sucumbiram para salvar a pátria; “Sinal vermelho”, assim como incontáveis fitas de aventura da época, registra a glória e a gana dos bravos americanos nos campos de batalha para eliminar o mal nazista.
Gravado no London Film Studio, com visível cromaqui nas cenas de treinamento, o filme completa a narrativa com imagens aéreas panorâmicas bem legais, saltos de paraquedas e breves sequências de explosão e ataques, tudo baseado nas páginas do livro homônimo de Hilary St. George Saunders. Teve como diretor Terence Young (1915-1994), nascido na China e radicado na Inglaterra, famoso por thrillers de espionagem e responsável por três grandes fitas da franquia James Bond – os dois primeiros, “O satânico Dr. No” (1962) e “Moscou contra 007” (1963), e o quarto da série, “007 contra a chantagem atômica” (1965). Inclusive a produção de “Sinal vermelho” é assinada pelo principal produtor dos 007, Albert R. Broccoli, além do famoso diretor Irving Allen.
Um filme desconhecido no Brasil, de entretenimento simples, barato, ágil e que cumpre com a proposta, feito para consumo rápido. Está na lista dos novos lançamentos da Classicline, que felizmente renovou o projeto gráfico das capas e contracapas, agora soltando DVDs no mercado com edições caprichadas.

Sinal vermelho (The Red Beret/ Paratrooper). EUA/Inglaterra, 1953, 85 min. Drama/Guerra. Dirigido por Terence Young. Distribuição: Classicline

* Publicado na coluna 'Middia Cinema', da revista Middia Magazine, edição de abril/maio de 2017

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