Sinal
vermelho
Em
1940, durante a Segunda Guerra Mundial, soldados americanos e canadenses alistam-se
no regimento britânico de paraquedistas para uma missão altamente especial:
atacar uma estação de radar alemã na comuna francesa de Bruneval. O grupo,
liderado pelo audacioso Steve Canada (Alan Ladd), correrá intenso perigo, no ar
e na terra, para chegar ao destino.
Aventura,
drama, guerra e romance misturam-se nesse modesto filme patriótico de 1953, co-produção
Inglaterra e Estados Unidos, originalmente da Columbia e agora em DVD no Brasil
pela Classicline. Feito com simplicidade e rodado em estúdios, reúne no elenco bons
nomes do cinema americano dos anos 50, a destacar Alan Ladd, ator de inúmeros faroestes
(morreu prematuro aos 50 anos, de overdose) e homenageia, desde as primeiras
linhas dos créditos, os paraquedistas aliados que lutaram na Segunda Guerra. A
história tem início a partir da batalha de 10 dias de Dunkirk, onde 400 mil
soldados britânicos e franceses foram encurralados pelas forças alemãs no
Nordeste da França, e 80 mil deles acabaram mortos. No episódio seguinte, na
operação Bruneval, foco do filme, milhares de paraquedistas, boinas vermelhas
(por isso o título ‘The red beret’), treinados arduamente durante intermináveis
meses, atacaram uma base de radar na França, ligada aos nazistas, mas não
tiveram sorte e caíram nas garras dos alemães – parte do grupo morreu, outros
ficaram feridos. Sem mensagem antiguerra, o filme, pelo contrário, mostra com
louvor os esforços dos soldados aliados, que sucumbiram para salvar a pátria; “Sinal
vermelho”, assim como incontáveis fitas de aventura da época, registra a glória
e a gana dos bravos americanos nos campos de batalha para eliminar o mal
nazista.
Gravado
no London Film Studio, com visível cromaqui nas cenas de treinamento, o filme completa
a narrativa com imagens aéreas panorâmicas bem legais, saltos de paraquedas e breves
sequências de explosão e ataques, tudo baseado nas páginas do livro homônimo de
Hilary St. George Saunders. Teve como diretor Terence Young (1915-1994),
nascido na China e radicado na Inglaterra, famoso por thrillers de espionagem e
responsável por três grandes fitas da franquia James Bond – os dois primeiros, “O
satânico Dr. No” (1962) e “Moscou contra 007” (1963), e o quarto da série, “007
contra a chantagem atômica” (1965). Inclusive a produção de “Sinal vermelho” é
assinada pelo principal produtor dos 007, Albert R. Broccoli, além do famoso
diretor Irving Allen.
Um
filme desconhecido no Brasil, de entretenimento simples, barato, ágil e que
cumpre com a proposta, feito para consumo rápido. Está na lista dos novos
lançamentos da Classicline, que felizmente renovou o projeto gráfico das capas
e contracapas, agora soltando DVDs no mercado com edições caprichadas.
* Publicado na coluna 'Middia Cinema', da revista Middia Magazine, edição de abril/maio de 2017
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