Drops de "Os melhores da 40a. Mostra Internacional de Cinema de São Paulo"
Exatamente
50 filmes assistidos na "40a. Mostra Internacional de Cinema de São
Paulo", entre os dias 19 a 31 de outubro. A Mostra acabou anteontem e
agora tem a repescagem no CineSesc em São Paulo (de 03 a 09/11) e a itinerância
em sete cidades do interior pelo Sesc (de 15/11 a 18/12). Alguns títulos
entraram em cartaz nas salas convencionais, como "13 minutos", e
outros pouquíssimos deverão estrear nos cinemas logo logo, como "Animais
noturnos", "Elle", "O nascimento de uma nação" e
"Um estado de liberdade".
Confira abaixo a parte 2 dos drops de "Os Melhores da
Mostra" (a parte 1 publiquei no dia 26/10). E amanhã sai a parte 3.
Blanka
Um
drama poético e comovente de boas intenções rodado nas ruas sujas das
Filipinas, sobre a inusitada amizade de uma garotinha marginal com um cego
tocador de violão. Blanka é o sugestivo título, menção ao nome da protagonista
mirim. Em meio à delicada trama central, o filme traça um retrato da
marginalidade do país asiático.
Blanka
(Filipinas/Japão/Itália, 2015, de Kohki Hasei)
O violinista
Excelente
fita indiana de baixo orçamento, com um roteiro incrível, que se passa em
poucas horas na vida de um violinista contratado para um misterioso trabalho na
casa de um rico senhor. Impressionante do começo ao fim, com um belo final. Não
deixem que te contem os detalhes!
O
violinista (Índia, 2016, de Bauddhayan Mukherji)
Futuro perfeito
Adequada
e divertida comédia dramática argentina, de curtíssima duração (tem 62 minutos),
que instiga o público a refletir as dificuldades em se aprender uma nova
língua. Os problemas de comunicação e adaptação circundam a vida da protagonista,
uma jovem chinesa, perdida em Buenos Aires, que busca ajuda em todo lugar. Rimos
bastante com a estreante Xiaobin Zhang, mas ao mesmo tempo, no fundo, sofremos
com ela e sentimentos na alma seus dramas. Recomendadíssimo!
Futuro
perfeito (Argentina, 2016, de Nele Wohlatz)
Gaga: O amor pela
dança
Um
dos grandes e curiosos documentários do ano, sobre a enérgica carreira do dançarino
israelense Ohad Naharin (1952-), que revolucionou a dança contemporânea no
mundo. Repleto de imagens de arquivo e depoimentos emocionantes, o filme entra
em cartaz em breve, lançado no Brasil pela Vitrine Filmes.
Gaga:
O amor pela dança (Israel/Suécia/Alemanha/Holanda, 2015, de Tomer Heymann)
76 minutos e 15
segundos com Kiarostami
A
sessão começou com a exibição de “Take my home” (2016), último trabalho do
iraniano Abbas Kiarostami, um curta-metragem minimalista experimental super bem
fotografado do importante diretor. Em sequência, o “76 minutos”, um
documentário derradeiro sobre Kiarostami e seus processos criativos, dirigido
pelo iraniano Seyfolah
Samadian. Ele viaja de carro com Kiarostami por locações onde o cineasta gravou
importantes filmes, como “Através das oliveiras” e “Cópia fiel”, mostrando o
estúdio, atores com que trabalhou etc. O canto do cisne de Kiarostami num emocionante
trabalho audiovisual e, mais que tudo, sensorial.
76
minutos e 15 segundos com Kiarostami (Irã, 2016, de Seyfolah Samadian)
A última família
Poderoso
drama familiar polonês baseado em fatos reais, que acompanha, durante longas
décadas, a jornada de uma família desajustada, no interior de uma velha casa. Vai
do filho rebelde e violento ao pai que grava o dia a dia com uma câmera
caseira, da avó doente à mãe solitária e sem voz. Fiquei impressionado quando
saí da sala de cinema (o filme deve entrar em cartaz em breve).
A
última família (Polônia, 2016, de Jan P. Matuszynski)
Ma’ Rosa
Nova
ótima produção filipina do diretor de “Lola” (2009), Brillante Mendoza, que deu
o prêmio de melhor atriz em Cannes a Jaclyn Jose (veterana em seu país, mas
pouco conhecida aqui). Outro filme sobre a marginalidade nas Filipinas, agora
com foco no tráfico de drogas. Uma família é presa por vender Cristal, uma
metanfetamina devastadora proibida no país. Enquanto o casal aguarda uma noite
inteira na delegacia, os filhos correm contra o tempo para juntar dinheiro para
pagar a fiança do pai e da mãe. Ambíguo, pesado, gravado com câmera no ombro,
sacolejando, o filme concorreu à Palma de Ouro em Cannes e está na lista dos
melhores do ano.
Ma’
Rosa (Filipinas, 2016, de Brillante Mendoza)
Soy Nero
Drama
independente super interessante sobre um jovem mexicano chamado Nero que
retorna ilegalmente aos Estados Unidos para realizar um antigo sonho: entrar no
Exército, para, com o Green Card de soldado, obter a cidadania norte-americana.
Porém ele é incumbido de trabalhar na perigosa fronteira dos EUA com o México.
Uma fita perfeita sobre o fim do sonho americano e a dura realidade enfrentada
pelos imigrantes ilegais no solo do Tio Sam.
Soy
Nero (EUA/México/Alemanha/França, 2016, de Rafi Pitts)
13 minutos
O
premiado diretor alemão Oliver Hirschbiegel retorna à Segunda Guerra Mundial
para contar outra boa história verídica sobre Adolf Hitler, com menos foco no
ditador (lembram de “A queda”?). Neste belo trabalho pessoal conhecemos a fundo
a trajetória de Georg Elser, um metalúrgico, cidadão comum, que tentou
assassinar Hitler com uma bomba. Preso, é interrogado e torturado cruelmente pela
Gestapo para contar o porquê do atentado. Intercalando flashbacks da vida
pessoal do protagonista com momentos de sua prisão, o filme ergue um triste retrato
das atrocidades do Nazismo durante a Segunda Guerra, na medida perfeita com
momentos de tensão, lirismo e suspense. Acaba de entrar em cartaz nos cinemas,
lançado pela Mares Filmes.
13
minutos (Alemanha, 2015, de Oliver Hirschbiegel)
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