quinta-feira, 3 de novembro de 2016

Especial sobre cinema


Drops de "Os melhores da 40a. Mostra Internacional de Cinema de São Paulo"

Exatamente 50 filmes assistidos na "40a. Mostra Internacional de Cinema de São Paulo", entre os dias 19 a 31 de outubro. A Mostra acabou anteontem e agora tem a repescagem no CineSesc em São Paulo (de 03 a 09/11) e a itinerância em sete cidades do interior pelo Sesc (de 15/11 a 18/12). Alguns títulos entraram em cartaz nas salas convencionais, como "13 minutos", e outros pouquíssimos deverão estrear nos cinemas logo logo, como "Animais noturnos", "Elle", "O nascimento de uma nação" e "Um estado de liberdade".
Confira abaixo a parte 2 dos drops de "Os Melhores da Mostra" (a parte 1 publiquei no dia 26/10). E amanhã sai a parte 3.

Blanka

Um drama poético e comovente de boas intenções rodado nas ruas sujas das Filipinas, sobre a inusitada amizade de uma garotinha marginal com um cego tocador de violão. Blanka é o sugestivo título, menção ao nome da protagonista mirim. Em meio à delicada trama central, o filme traça um retrato da marginalidade do país asiático.

Blanka (Filipinas/Japão/Itália, 2015, de Kohki Hasei)

O violinista

Excelente fita indiana de baixo orçamento, com um roteiro incrível, que se passa em poucas horas na vida de um violinista contratado para um misterioso trabalho na casa de um rico senhor. Impressionante do começo ao fim, com um belo final. Não deixem que te contem os detalhes!

O violinista (Índia, 2016, de Bauddhayan Mukherji)

Futuro perfeito

Adequada e divertida comédia dramática argentina, de curtíssima duração (tem 62 minutos), que instiga o público a refletir as dificuldades em se aprender uma nova língua. Os problemas de comunicação e adaptação circundam a vida da protagonista, uma jovem chinesa, perdida em Buenos Aires, que busca ajuda em todo lugar. Rimos bastante com a estreante Xiaobin Zhang, mas ao mesmo tempo, no fundo, sofremos com ela e sentimentos na alma seus dramas. Recomendadíssimo!

Futuro perfeito (Argentina, 2016, de Nele Wohlatz)

Gaga: O amor pela dança

Um dos grandes e curiosos documentários do ano, sobre a enérgica carreira do dançarino israelense Ohad Naharin (1952-), que revolucionou a dança contemporânea no mundo. Repleto de imagens de arquivo e depoimentos emocionantes, o filme entra em cartaz em breve, lançado no Brasil pela Vitrine Filmes.

Gaga: O amor pela dança (Israel/Suécia/Alemanha/Holanda, 2015, de Tomer Heymann)

76 minutos e 15 segundos com Kiarostami

A sessão começou com a exibição de “Take my home” (2016), último trabalho do iraniano Abbas Kiarostami, um curta-metragem minimalista experimental super bem fotografado do importante diretor. Em sequência, o “76 minutos”, um documentário derradeiro sobre Kiarostami e seus processos criativos, dirigido pelo iraniano Seyfolah Samadian. Ele viaja de carro com Kiarostami por locações onde o cineasta gravou importantes filmes, como “Através das oliveiras” e “Cópia fiel”, mostrando o estúdio, atores com que trabalhou etc. O canto do cisne de Kiarostami num emocionante trabalho audiovisual e, mais que tudo, sensorial.

76 minutos e 15 segundos com Kiarostami (Irã, 2016, de Seyfolah Samadian)

A última família

Poderoso drama familiar polonês baseado em fatos reais, que acompanha, durante longas décadas, a jornada de uma família desajustada, no interior de uma velha casa. Vai do filho rebelde e violento ao pai que grava o dia a dia com uma câmera caseira, da avó doente à mãe solitária e sem voz. Fiquei impressionado quando saí da sala de cinema (o filme deve entrar em cartaz em breve).

A última família (Polônia, 2016, de Jan P. Matuszynski)

Ma’ Rosa

Nova ótima produção filipina do diretor de “Lola” (2009), Brillante Mendoza, que deu o prêmio de melhor atriz em Cannes a Jaclyn Jose (veterana em seu país, mas pouco conhecida aqui). Outro filme sobre a marginalidade nas Filipinas, agora com foco no tráfico de drogas. Uma família é presa por vender Cristal, uma metanfetamina devastadora proibida no país. Enquanto o casal aguarda uma noite inteira na delegacia, os filhos correm contra o tempo para juntar dinheiro para pagar a fiança do pai e da mãe. Ambíguo, pesado, gravado com câmera no ombro, sacolejando, o filme concorreu à Palma de Ouro em Cannes e está na lista dos melhores do ano.

Ma’ Rosa (Filipinas, 2016, de Brillante Mendoza)

Soy Nero

Drama independente super interessante sobre um jovem mexicano chamado Nero que retorna ilegalmente aos Estados Unidos para realizar um antigo sonho: entrar no Exército, para, com o Green Card de soldado, obter a cidadania norte-americana. Porém ele é incumbido de trabalhar na perigosa fronteira dos EUA com o México. Uma fita perfeita sobre o fim do sonho americano e a dura realidade enfrentada pelos imigrantes ilegais no solo do Tio Sam.

Soy Nero (EUA/México/Alemanha/França, 2016, de Rafi Pitts)

13 minutos

O premiado diretor alemão Oliver Hirschbiegel retorna à Segunda Guerra Mundial para contar outra boa história verídica sobre Adolf Hitler, com menos foco no ditador (lembram de “A queda”?). Neste belo trabalho pessoal conhecemos a fundo a trajetória de Georg Elser, um metalúrgico, cidadão comum, que tentou assassinar Hitler com uma bomba. Preso, é interrogado e torturado cruelmente pela Gestapo para contar o porquê do atentado. Intercalando flashbacks da vida pessoal do protagonista com momentos de sua prisão, o filme ergue um triste retrato das atrocidades do Nazismo durante a Segunda Guerra, na medida perfeita com momentos de tensão, lirismo e suspense. Acaba de entrar em cartaz nos cinemas, lançado pela Mares Filmes.

13 minutos (Alemanha, 2015, de Oliver Hirschbiegel)

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