A
jovem Mia (Erica Linz) vaga solitariamente por um campo, em território
desconhecido. Avista um circo que está prestes a abrir um espetáculo naquela
noite. Ela adentra o espaço e troca olhares com o trapezista (Igor Zaripov),
que a convida para assistir sua performance. Durante a cena, ele se
desequilibra da corda e cai na arena; a terra se abre, “engole” o rapaz e leva
Mia junto para outro mundo, um lugar quimérico, habitado por excêntricas
figuras circenses.
Primeiro
projeto de cinema da notória companhia circense do Canadá Cirque Du Soleil,
produzido totalmente em 3D pelo mago James Cameron e dirigido pelo cineasta do
momento Andrew Adamson (o mesmo de “Shrek” - partes 1 e 2, e dos dois primeiros
capítulos de “As crônicas de Nárnia” - “O leão, a feiticeira e o guarda-roupa”
e “Príncipe Caspian”).
De
indiscutível beleza sensorial e plasticidade que transcende os fotogramas
comuns de cinema, o filme pode ser classificado em um gênero específico, o de
fantasia, que não esconde sua base na performance circense. Há uma breve
sequência inicial, da personagem chegando ao circo, que nada mais serve como
pretexto para o grandioso show do “Circo do Sol”. São uma hora e meia de magia,
que começa com a queda do trapezista, quando a arena se abre ao meio e leva
para o fundo os dois jovens da história. Perdidos e assustados no desconhecido,
ambos se envolvem diretamente em uma série de acontecimentos surreais, como
barcos voadores conduzidos por figuras místicas e cavaleiros de brinquedo, numa
suprema alegoria carnavalesca típica do Cirque Du Soleil (que sabe fazer bem
feito!).
A inventividade
da companhia de circo aliada à megalomaníaca mente de James Cameron resulta num
brilhantismo técnico de som, cores e efeitos visuais incríveis.
As
cenas, esquematizadas em fração de quadros de quatro a sete minutos, se
planejam de forma orgânica à trilha sonora, composta por músicas do Beatles – do
grupo britânico são sete no total, “Blackbird”, “Octopus’s garden”, “Lucy in
the sky with diamonds”, “Being for the benefit of Mr. Kite”, “Get back”, “While
my guitar gently weeps” e “All you need is Love”, e outras intimistas inéditas,
feitas exclusivamente para o filme.
Foi
rodado em cenários apropriados na cidade de Montreal, Canadá, berço do Cirque
Du Soleil – que em 2014 completa 30 anos de existência.
É
ver para crer! Sinta a energia do grupo com sua magnânima sensação cósmica. Por Felipe Brida
Cirque Du Soleil: Outros
mundos (Cirque Du Soleil: Worlds away). EUA, 2012, 91 min.
Fantasia. Dirigido por Andrew Adamson. Distribuição: Paramount Pictures
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