sábado, 27 de julho de 2013

Cine Lançamento


O voo

Whip Whitaker (Denzel Washington) é o piloto-comandante de uma aeronave, viciado em cocaína e bebidas alcoólicas. Após uma noite regada a drogas, acorda cedo para mais um dia de trabalho. Porém o avião que conduz sofre uma pane no ar. Com esforço sobrehumano, ele consegue fazer um pouso de emergência em um descampado. Das centenas de passageiros, seis morrem. Whip sai machucado do acidente, endeusado como herói pela imprensa e pela opinião pública. Só que uma criteriosa investigação levará Whip a um beco sem saída.

Eletrizante drama de profundidade psicológica dirigido pelo premiado Robert Zemeckis (de “De volta para o futuro”, “Forrest Gump” e “Náufrago”) e indicado a dois Oscars esse ano – melhor ator e melhor roteiro original.
Denzel Washington impressiona como um protagonista de moral duvidosa, dividido entre o vício e os exigentes ossos do ofício. Ele interpreta (soberbamente, convenhamos) Whip, o melhor piloto de avião que se tem notícia, comandante de uma aeronave de passageiros comuns. O acidente daquela manhã, em que se desdobra para inverter a nave de ponta-cabeça a fim de salvar a tripulação toda, desencadeia um turbilhão de dúvidas em torno de seu comportamento. A heróica e invejável ação cai por terra quando a investigação conclui alta dose de substâncias ilícitas no sangue do piloto. E tudo pode piorar quando uma agência do setor de aviação aparece para encobrir o caso.
O grande lance (e diferencial) do longa é discutir a relação entre a índole do protagonista e o ato de bravura que ninguém arriscaria fazer e que não teria surtido resultado nas mãos de um piloto qualquer. As justificativas que o próprio Whip insiste em levar adiante. Nessa linha, “O voo” também esmiúça a velha teoria, e cada vez mais atual, de como o vício desenfreado pode destruir a reputação de uma pessoa e certamente destruir outras. Pela questão super em voga das drogas no mundo contemporâneo, o filme até pode influenciar como um pequeno estudo, que abre um longo debate.
Há na trama pequenos detalhes, que não vou revelar, surgidos pouco a pouco para prender a atenção do público, e alguns deles para mostrar o lado de pessoa comum do personagem central, como um relacionamento amoroso (quem faz o papel é a inglesa Kelly Reilly, como uma adicta envolvida com dívidas) e as amizades (John Goodman é a má influência para Whip, um cocainômano que transporta numa mochila todo tipo de pó e fumo, para sustentar o vício do colega).
Atenção para a sequência inicial de arrepiar, a do acidente da aeronave em pleno ar. Quem viaja de avião sofrerá horrores quando assistir a esses 10 minutos de abertura...
Na estreia em fevereiro foi bem de bilheteria, rendendo o triplo dos gastos nas salas de cinema (quase U$ 92 milhões de retorno!).
Um pequeno bom filme do ano passado, com elenco na medida certa e roteiro firme (o desfecho é moralista, mas certamente compreensível diante dos rumos do protagonista). Já em DVD. Por Felipe Brida

O voo (Flight). EUA, 2012, 138 min. Drama. Dirigido por Robert Zemeckis. Distribuição: Paramount Pictures

terça-feira, 23 de julho de 2013

Morre o ator Dennis Farina, aos 69 anos



O ator americano de TV e cinema Dennis Farina faleceu ontem em Scottsdale, Arizona, aos 69 anos, após ser internado com coágulo no pulmão.
Natural de Chicago, nascido em 29 de fevereiro de 1944, trabalhou como policial por quase 20 anos em sua cidade natal - por isso o ator era especializado em papéis de agentes policiais, como no seriado "Lei e ordem", onde interpretou o detetive Joe Fontana nas temporadas de 2004 a 2006.
Fez sua estreia no cinema com o filme "Profissão ladrão" (1981), aos 37 anos de idade. De lá para cá não parou mais, atuando em cerca de 65 longas. Dentre os filmes que participou, quase sempre encarnando homens durões, mafiosos e, claro, policiais, estão Caçador de assassinos/Dragão vermelho (1986), Fuga à meia-noite (1988), Uma nova tocaia (1993), Zona de perigo (1993), O nome do jogo (1995), Guerra dos sexos (1996), Irresistível paixão (1998), O resgate do soldado Ryan (1998), Mod Squad - O filme (1999), Jogo duro (2000), Snatch - Porcos e diamantes (2000), Paixões em Nova York (2001), Grande problema (2002), Promessa é dívida (2002), Paparazzi (2004), O julgamento de Paris (2008) e Jogo de amor em Las Vegas (2008).
O ator era divorciado, deixa três filhos e seis netos. Por Felipe Brida

domingo, 21 de julho de 2013

Especial sobre cinema


A lista de Schindler

Durante a Segunda Guerra, o empresário tcheco Oskar Schindler (Liam Neeson), aliado aos nazistas, instala uma fábrica de panelas e utensílios domésticos em Cracóvia, Polônia. Contrata um contador judeu, Itzhak Stern (Ben Kingsley) e três centenas de homens e mulheres de origem judia para trabalharem no empreendimento. Quando o Holocausto toma proporções descomunais, com a criação de inúmeros campos de concentração, Schindler organiza um plano meticuloso para salvar seus funcionários judeus.

Em comemoração aos 20 anos de “A lista de Schindler”, a Universal lança pela primeira vez no Brasil o notório drama de guerra de Steven Spielberg em formato Blu-Ray, em luxuosa edição dupla – o primeiro disco é o filme, e o segundo, um DVD com os mesmos extras de antes, incluindo making of e documentários, dentre eles o complementar “Vozes da lista”. A fotografia em preto-e-branco de Janusz Kaminski, premiada com o Oscar em 1994, é realçada integralmente, quadro a quadro, com resultado espetacular de nitidez em alta definição – há apenas duas sequências coloridas, a do ritual familiar na abertura, onde uma família de judeus acende velas, e a do vestido vermelho de uma garotinha que caminha pelos nazistas sem ser vista, numa visão fantasmagórica para Schindler (a cena, metafórica, das mais belas, abre caminho para interpretações diversas).
A monumental obra-prima do cinema contemporâneo, realizada por um judeu de carteirinha detentor de um império bilionário, Steven Spielberg, presta uma sincera homenagem ao seu povo, à origem de sua família, dentro de um contexto histórico dos mais tristes da História, o Holocausto na Segunda Guerra. O cineasta demorou 10 anos para planejar o filme, colher depoimentos de sobreviventes, reunir o material. No processo de produção, levou a equipe inteira para dentro do campo de concentração de Auschwitz-Birkenau, na Polônia, onde rodou 80% das cenas. Por isso sentimos o ar carregado, de tragédia passada, no semblante dos atores e atrizes.
Liam Neeson interpreta maravilhosamente bem Oskar Schindler, um fascinante sujeito de atitudes antagônicas. À medida que utiliza judeus em trabalho de servidão, salva milhares deles do genocídio. Schindler, empresário influente no alto escalão do Terceiro Reich, também era sedutor, de olhar penetrante, amante da vida e das mulheres e acima de tudo amante do ser humano, a ponto de vender os bens materiais para dar vida ao povo que a Alemanha trucidou em massa. O povo judeu deve muito a esse cidadão – tanto é que no desfecho do filme Spielberg filmou uma multidão deles visitando o túmulo de Schindler, onde depositam pedras em torno da lápide, no cemitério cristão de Monte Sião, em Jerusalém.
O filme resgata, com proporções meticulosas, a personalidade de Schindler, um até então homem comum. Nascido na região austro-húngara de Svitavy (hoje República Tcheca), estabeleceu-se na Polônia e lá fundou uma grande fábrica de armas admitindo apenas judeus do Gueto de Cracóvia como funcionários. Ele os explorava em questões de salário, mas aos poucos sente-os como pessoas. Quando por determinação do Reich o gueto é extinto, a comunidade judia é enviada para o campo de concentração de Plaszow, incluindo os funcionários de Schindler. O avanço da Rússia nos territórios alemão e polonês põe em cheque as estratégias das tropas nazistas, então Schindler passa a subornar os comandantes a fim de comprar judeus para salvá-los de um iminente novo extermínio. Assim, com o auxílio de seu contador, cria a famosa Lista com nomes de 1200 judeus que são transportados para a cidade natal de Schindler, na Tchecoslováquia. Uma personalidade e tanto do século XX, que Spielberg soube articular do papel para as telas e celebrou-o com ares de herói.
O feito épico venceu sete Oscars em 1994: melhor filme, diretor, roteiro adaptado, direção de arte, edição, trilha sonora e a já mencionada fotografia, e ainda foi indicado a outras cinco categorias - melhor ator (Liam Neeson), ator coadjuvante (Ralph Fiennes), figurino, maquiagem e som.
Além de Neeson, Ralph Fiennes brilha como o contraponto de Schindler, no papel real do sanguinário chefe nazista Amon Goeth, que mata friamente.
O filme, baseado no livro de Thomas Keneally e adaptado com exatidão para o cinema pelas mãos do premiado roteirista Steven Zaillian, traz ainda no elenco dois outras figuras marcantes: Embeth Davidtz, em início de carreira, como Helen Hirsh, uma maltratada doméstica judia que trabalha na casa de Goeth, e Ben Kingsley, o contador judeu Stern.
Além dos dois discos (o Blu-ray com o filme e o DVD com os extras), a caixa traz também um booklet especial, livreto fotográfico com informações sobre a produção de Spielberg, um apanhado sobre a Segunda Guerra e imagens dos bastidores do filme. Em suma, “A lista de Schindler” em Blu-ray é o presente do ano, imperdível para fãs e colecionadores. Já nas lojas especializadas e locadoras.
Só um adendo: Spielberg volta a falar do povo judeu no drama “Munique” (2005), outro bom trabalho pessoal que se esquiva de suas populares megaproduções. Por Felipe Brida

A lista de Schindler (Schindler’s list). EUA, 1993, 195 min. Drama. Dirigido por Steven Spielberg. Distribuição: Universal

quinta-feira, 18 de julho de 2013

Morre o roteirista italiano Vincenzo Cerami



Roteirista indicado ao Oscar por "A vida é bela", o italiano Vincenzo Cerami faleceu ontem aos 72 anos, após longo período doente.
Escritor, crítico de cinema e jornalista, Cerami foi companheiro de trabalho de Pier Paolo Pasolini e Mario Monicelli.
Começou a carreira como assistente de direção em dois filmes de Pasolini - "Comícios de amor" (1964) e "Gaviões e passarinhos" (1966). Como roteirista, iniciou seus trabalhos no final da década de 60 em fitas de faroeste spaghetti, como "O amargo sabor da vingança" (1967), "O forasteiro silencioso" (1968) e "O pistoleiro da Ave Maria" (1969).
Com o diretor e ator Roberto Benigni firmou longa parceria. Cerami escreveu o roteiro de seis filmes dirigidos por Benigni. São eles: "O pequeno diabo" (1988), "Johnny Stecchino" (1991), "O monstro" (1994), "A vida é bela" (1997), "Pinóquio" (2002) e "O tigre e a neve" (2005).
Também adaptou para as telas um livro de sua autoria, "Um burguês muito pequeno", dirigido por Mario Monicelli em 1977.
Nascido em Roma em 1940, Cerami deixa um filho. Por Felipe Brida

quarta-feira, 17 de julho de 2013

Morre o ator Sebastião Vasconcellos



O ator brasileiro Sebastião Vasconcellos faleceu na última segunda-feira aos 86 anos. Ele estava internado com pneumonia. 
Nascido na Paraíba, Sebastião Vasconcellos se destacou em papéis importantes na TV brasileira. Fez as novelas Cabocla (1959), Bandeira 2 (1971), O grito (1975), Saramandaia (1976), Sem lenço, sem documento (1977), Sétimo sentido (1982), Champagne (1983), Selva de pedra (1986), Vale tudo (1988), bebê a bordo (1988), Tieta (1989), Felicidade (1991), Mulheres de areia (1993), Irmãos coragem (1995), História de amor (1995), Anjo de mim (1996), Por amor (1997), Corpo dourado (1998), Andando nas nuvens (1999), O clone (2001), Cabocla (2004), Caminhos do coração (2007) e Os mutantes (2008), seu último trabalho.
Esteve no elenco das minisséries Padre Cícero (1984), Grane sertão: Veredas (1985), Riacho doce (1990), Memorial de Maria Moura (1994), Chiquinha Gonzaga (1999) e A casa das sete mulheres (2003), e fez ainda os filmes Assassinato em Copacabana (1959), Os raptores (1969), Índia, a filha do sol (1982), Inocência (1983 - onde venceu o Candango no Festival de Brasília). Por Felipe Brida

terça-feira, 16 de julho de 2013

Nota de Cinema




Ainda deslumbrado com a fotografia de "A lista de Schindler" (do mestre Janusz Kaminski, que ganhou o Oscar pelo trabalho), mega realçada em Blu-Ray. Do caramba! Quem não viu, não perca tempo!
O BD, lançamento recente da Universal, é uma bela aquisição, e sai no Brasil em edição especial em comemoração aos 20 anos do filme.
Além do Schindler em alta qualidade, há um disco, em DVD, de extras (os mesmos que saíram em DVD há algum tempo). Outra novidade para os colecionadores está no encarte especial: vem junto um pequeno livreto fotográfico (booklet) com informações sobre a produção.
Em uma revisão, agora em BD, a obra-prima do Spielberg, vencedor de 8 Oscars em 1994 - incluindo o de melhor filme e melhor direção, permanece monumental, intacta ao tempo, que ainda arranca lágrimas com a homenagem sincera ao povo judeu. Por Felipe Brida

domingo, 14 de julho de 2013

Cine Lançamento


Jack Reacher: O último tiro

Escondido no estacionamento de um prédio, um atirador de elite mata cinco pessoas aleatoriamente, em questão de segundos. As investigações recaem sobre o veterano de guerra James Barr (Joseph Sikora). No interrogatório, o acusado levanta o nome de Jack Reacher (Tom Cruise), exímio ex-combatente de guerra, dado como desaparecido pelas autoridades. Barr exige que Reacher seja trazido até ele, pois acredita que os assassinatos estejam ligados a uma trama perversa envolvendo o alto escalão do governo e empreiteiras. Reacher aparece e inicia a investigação por conta própria, com seus métodos nada convencionais.

Um excelente exemplar de fita de ação fora do corriqueiro, com roteiro intrínseco e resoluções diretas, que não caem no senso comum. Tende a dar certo primeiramente pelo personagem central, um cidadão “fantasma”, que surge das cinzas para desvendar um crime brutal premeditado, cuja forma de pensar e agir não denota características de investigadores casuais. Jack Reacher é um cérebro ativo dentro de uma máquina de matar, uma espécie de andróide de carne, osso e sangue que não erro nos cálculos nem nas teorias e raramente se engana com o alvo. Tom Cruise, com seus 51 anos de idade (aparentando 15 a menos), personifica bem esse ex-combatente de guerra linha dura, com táticas específicas de fazer justiça com as próprias mãos. O ator é bom e faz jus ao papel.
Óbvio que Reacher irá encontrar desafetos pelo caminho e obstáculos ferozes, até porque os truculentos métodos de investigação que utiliza desagradam autoridades policiais. A única aliada é uma advogada, Helen (a boa atriz britânica Rosamund Pike), que passa a ter noites de sono mal dormidas para solucionar o estranho caso com Reacher.
Pelo fato de o filme ter mínimos detalhes que complementam a teia tétrica do plot, fico numa posição complicada de explorar o conteúdo. Se explicar mais uma linha serei estraga-prazer; então deixo ao leitor a dica para conferir essa superfita de ação, um quebra-cabeça explosivo com muita sequência de perseguição de carros e pancadaria. Empolgante dos créditos iniciais ao desfecho.
Há dois destaques curiosos: a pequena aparição do cineasta alemão Werner Herzog, como um sinistro ex-presidiário e manda-chuva local (o diretor às vezes faz ponta ou outra em filmes, porém aqui tem uma importância estratégica da metade pra frente da história) e a participação especial de Robert Duvall como atirador veterano que ajudará Reacher na investigação.
É o segundo filme do diretor Christopher McQuarrie, ganhador do Oscar como roteirista por “Os suspeitos” (1995). Por Felipe Brida

Jack Reacher: O último tiro (Jack Reacher). EUA, 2012, 130 min. Ação. Dirigido por Christopher McQuarrie. Distribuição: Paramount Pictures

terça-feira, 9 de julho de 2013

Nota de Cinema



Pouca gente ouviu falar em João Bennio (foto abaixo), cineasta mineiro nascido em Mutum em 1927 e falecido precocemente, aos 57 anos, em 1984. Produziu e dirigiu seus filmes de forma independente, fixando-se em Goiânia, terra escolhida para morar e trabalhar - hoje é considerado um dos grandes expoentes do cinema goiano.

Pois bem, para lembrar esse diretor praticamente esquecido, o Canal Brasil exibe logo mais às 11h35 a comédia "O azarento - Um homem de sorte" (1972). Nesse filme Bennio dirige, produz, atua e escreve o roteiro. No elenco, há também uma preciosidade nostálgica: a presença do falecido ator Geraldo Alves (1935-1993), nascido em Itápolis, cidade vizinha a Catanduva (Geraldo ficou conhecido pelo personagem Bill Bebes na Escolinha do Professor Raimundo, uma brincadeira em homenagem a Gil Gomes - e morreu tragicamente em um acidente de carro). Outros artistas de peso estão em "O azarento", como Henriqueta Brieba, Rodolfo Arena e Sandra Barsotti.

Quem tiver canal por assinatura confira essa preciosidade de João Bennio, e redescubra um talentoso cineasta, infelizmente apagado. E parabéns ao Canal Brasil pela homenagem. Por Felipe Brida

sábado, 6 de julho de 2013

Cine Lançamento


Cirque Du Soleil: Outros mundos

A jovem Mia (Erica Linz) vaga solitariamente por um campo, em território desconhecido. Avista um circo que está prestes a abrir um espetáculo naquela noite. Ela adentra o espaço e troca olhares com o trapezista (Igor Zaripov), que a convida para assistir sua performance. Durante a cena, ele se desequilibra da corda e cai na arena; a terra se abre, “engole” o rapaz e leva Mia junto para outro mundo, um lugar quimérico, habitado por excêntricas figuras circenses.

Primeiro projeto de cinema da notória companhia circense do Canadá Cirque Du Soleil, produzido totalmente em 3D pelo mago James Cameron e dirigido pelo cineasta do momento Andrew Adamson (o mesmo de “Shrek” - partes 1 e 2, e dos dois primeiros capítulos de “As crônicas de Nárnia” - “O leão, a feiticeira e o guarda-roupa” e “Príncipe Caspian”).
De indiscutível beleza sensorial e plasticidade que transcende os fotogramas comuns de cinema, o filme pode ser classificado em um gênero específico, o de fantasia, que não esconde sua base na performance circense. Há uma breve sequência inicial, da personagem chegando ao circo, que nada mais serve como pretexto para o grandioso show do “Circo do Sol”. São uma hora e meia de magia, que começa com a queda do trapezista, quando a arena se abre ao meio e leva para o fundo os dois jovens da história. Perdidos e assustados no desconhecido, ambos se envolvem diretamente em uma série de acontecimentos surreais, como barcos voadores conduzidos por figuras místicas e cavaleiros de brinquedo, numa suprema alegoria carnavalesca típica do Cirque Du Soleil (que sabe fazer bem feito!).
A inventividade da companhia de circo aliada à megalomaníaca mente de James Cameron resulta num brilhantismo técnico de som, cores e efeitos visuais incríveis.
As cenas, esquematizadas em fração de quadros de quatro a sete minutos, se planejam de forma orgânica à trilha sonora, composta por músicas do Beatles – do grupo britânico são sete no total, “Blackbird”, “Octopus’s garden”, “Lucy in the sky with diamonds”, “Being for the benefit of Mr. Kite”, “Get back”, “While my guitar gently weeps” e “All you need is Love”, e outras intimistas inéditas, feitas exclusivamente para o filme.
Foi rodado em cenários apropriados na cidade de Montreal, Canadá, berço do Cirque Du Soleil – que em 2014 completa 30 anos de existência.
É ver para crer! Sinta a energia do grupo com sua magnânima sensação cósmica. Por Felipe Brida

Cirque Du Soleil: Outros mundos (Cirque Du Soleil: Worlds away). EUA, 2012, 91 min. Fantasia. Dirigido por Andrew Adamson. Distribuição: Paramount Pictures

terça-feira, 2 de julho de 2013

Morre o ator Felipe Wagner, aos 82 anos


Faleceu ontem no Rio de Janeiro, de infarto, aos 82 anos, o ator Filip Szafran, artisticamente conhecido como Felipe Wagner. Nascido na capital da França e radicado no Brasil, Wagner tinha origem judia e era irmão da falecida atriz Ida Gomes (uma das irmãs Cajazeira da novela "O bem-amado").
Começou a carreira no cinema, com a comédia "A família Lero Lero" (1953); trabalhou nos filmes "O cantor e o milionário" (1958), "Amante latino" (1978), "Pedro Mico" (1985), "A terceira morte de Joaquim Bolívar" (2000) e "Copacabana" (2001).
Interpretou personagens cômicos e dramáticos em telenovelas, como Irmãos Coragem (1970), O rebu (1974), Senhora (1975), Maria, Maria (1978), Amizade colorida (1981), Quem ama não mata (1982), Olho por olho (1988), Gente fina (1990), Mandacaru (1997) e Terra Nostra (1999), além das minisséries República (1989) e Tereza Batista (1992). Por Felipe Brida

segunda-feira, 1 de julho de 2013

Nota de Cinema


Colunas & Notas completa 11 anos

O boletim eletrônico diário Colunas & Notas completou 11 anos em 2013.
Ainda não conhecem esse importante veículo de comunicação que preza pela divulgação de notícias e resenhas de cinema e informações sobre teatro e música?
Organizado e mantido pelos queridos amigos Marcelo Pestana e Carlos Cirne Marcelo Pestana Carlos Cirne), o C&N está aí fazendo acontecer! E sua equipe de colaboradores conta com um rol de profissionais altamente gabaritados. Fico feliz por fazer parte dela há quase 5 anos (desde novembro de 2008).
Por lá já passaram os críticos Rubens Ewald Filho e Christian Petermann, e o renomado jornalista e produtor cultural Mauricio Kus.
Além de mim, o C&N tem, na equipe, os críticos Celso Sabadin, Ricardo Antonio Domeneghetti, André Azenha, Otávio Almeida e Wanda de Andrade e o cineasta brasileiro Alfredo Sterheim, com colunas atrativas e sempre bem intencionais.
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