O palhaço
Pai e filho, Valdemar (Paulo José) e Benjamin (Selton Mello) formam a dupla de palhaços Puro Sangue e Pangaré. Eles divertem a plateia com as trapalhadas no picadeiro. Mas sem maquiagem Benjamin não tem identidade, é um rapaz taciturno e triste, à procura de duas coisas para dar sentido à sua vida: um ventilador e um amor. Mesmo com as dificuldades em tomar conta do circo Esperança, tenta buscar seus sonhos.
Um filme poético e encantador sobre o mundo do circo, dirigido com sensibilidade pelo ator Selton Mello, que também atua como protagonista e é dele o roteiro, escrito a duas mãos com Marcelo Vindicato, seu parceiro de cinema.
É o segundo longa atrás das câmeras, muito mais acessível que o anterior, “Feliz natal” (2008), que era uma fita primorosa, porém amarga e difícil, que continha infinitas referências cinematográficas, ou seja, distante para o público comum.
Com mão mais leve, Mello, em “O palhaço”, faz uma viagem ao próprio passado, retornando às origens. Natural de Passos, cidadezinha no interior de Minas Gerais, rodou boa parte do filme na região onde viveu a infância. E acompanhando a rotina de figuras marcantes do tempo de garoto, como a trupe circense. Por isso resulta em uma obra autoral e nostálgica, com fundinho biográfico.
O ator interpreta o desalentado Benjamin, um rapaz sem identidade, sem CPF, sem amor e que sonha em comprar um ventilador. Ocupa o tempo trabalhando como o palhaço Pangaré ao lado do pai, o Puro Sangue (Paulo José, como sempre brilhante), em um pequeno circo itinerante chamado Esperança – o nome dá indícios da situação do grupo de artistas mambembes e do desejo deles. Na primeira oportunidade, Benjamin (ou Pangaré) tentará trilhar novos rumos para um futuro melhor.
São diretas as influências de Fellini nesse singelo retrato sobre os personagens do circo, seus sonhos, anseios e as transformações de personalidade (homem/artista). O próprio clima onírico do filme lembra as técnicas do maior cineasta italiano de todos os tempos. Uma brilhante homenagem!
“O palhaço” concorreu a prêmios estrangeiros e ganhou o APCA de melhor diretor em 2012 - o prêmio da Associação dos Críticos de São Paulo.
O elenco, além da perfeita dupla Selton Mello e Paulo José, traz participações especiais de Tonico Pereira (em papel de dois irmãos gêmeos), Jorge Loredo (o eterno ‘Zé Bonitinho’), Moacyr Franco (irreconhecível como um delegado – venceu o prêmio de melhor ator coadjuvante no Festival de Paulínia, em sua estreia no cinema) e Phil Miller (prefeito), além de Ferrugem, Erom Cordeiro e Jackson Antunes.
A fita foi produzida pela Bananeira Filmes, da empresária e produtora Vânia Catani, responsável por “Narradores de Javé”, “A festa da menina morta” e o próprio “Feliz Natal”.
Já disponível em DVD pela Imagem Filmes. Por Felipe Brida
O palhaço (Idem). Brasil, 2011, 89 min. Drama. Dirigido por Selton Mello. Distribuição: Imagem Filmes
Pai e filho, Valdemar (Paulo José) e Benjamin (Selton Mello) formam a dupla de palhaços Puro Sangue e Pangaré. Eles divertem a plateia com as trapalhadas no picadeiro. Mas sem maquiagem Benjamin não tem identidade, é um rapaz taciturno e triste, à procura de duas coisas para dar sentido à sua vida: um ventilador e um amor. Mesmo com as dificuldades em tomar conta do circo Esperança, tenta buscar seus sonhos.
Um filme poético e encantador sobre o mundo do circo, dirigido com sensibilidade pelo ator Selton Mello, que também atua como protagonista e é dele o roteiro, escrito a duas mãos com Marcelo Vindicato, seu parceiro de cinema.
É o segundo longa atrás das câmeras, muito mais acessível que o anterior, “Feliz natal” (2008), que era uma fita primorosa, porém amarga e difícil, que continha infinitas referências cinematográficas, ou seja, distante para o público comum.
Com mão mais leve, Mello, em “O palhaço”, faz uma viagem ao próprio passado, retornando às origens. Natural de Passos, cidadezinha no interior de Minas Gerais, rodou boa parte do filme na região onde viveu a infância. E acompanhando a rotina de figuras marcantes do tempo de garoto, como a trupe circense. Por isso resulta em uma obra autoral e nostálgica, com fundinho biográfico.
O ator interpreta o desalentado Benjamin, um rapaz sem identidade, sem CPF, sem amor e que sonha em comprar um ventilador. Ocupa o tempo trabalhando como o palhaço Pangaré ao lado do pai, o Puro Sangue (Paulo José, como sempre brilhante), em um pequeno circo itinerante chamado Esperança – o nome dá indícios da situação do grupo de artistas mambembes e do desejo deles. Na primeira oportunidade, Benjamin (ou Pangaré) tentará trilhar novos rumos para um futuro melhor.
São diretas as influências de Fellini nesse singelo retrato sobre os personagens do circo, seus sonhos, anseios e as transformações de personalidade (homem/artista). O próprio clima onírico do filme lembra as técnicas do maior cineasta italiano de todos os tempos. Uma brilhante homenagem!
“O palhaço” concorreu a prêmios estrangeiros e ganhou o APCA de melhor diretor em 2012 - o prêmio da Associação dos Críticos de São Paulo.
O elenco, além da perfeita dupla Selton Mello e Paulo José, traz participações especiais de Tonico Pereira (em papel de dois irmãos gêmeos), Jorge Loredo (o eterno ‘Zé Bonitinho’), Moacyr Franco (irreconhecível como um delegado – venceu o prêmio de melhor ator coadjuvante no Festival de Paulínia, em sua estreia no cinema) e Phil Miller (prefeito), além de Ferrugem, Erom Cordeiro e Jackson Antunes.
A fita foi produzida pela Bananeira Filmes, da empresária e produtora Vânia Catani, responsável por “Narradores de Javé”, “A festa da menina morta” e o próprio “Feliz Natal”.
Já disponível em DVD pela Imagem Filmes. Por Felipe Brida
O palhaço (Idem). Brasil, 2011, 89 min. Drama. Dirigido por Selton Mello. Distribuição: Imagem Filmes
Nenhum comentário:
Postar um comentário