terça-feira, 24 de abril de 2012

Cine Lançamento



Feliz que minha mãe esteja viva

Abandonado pela mãe aos quatro anos de idade, o jovem Thomas (Vincent Rottiers) rejeita os pais adotivos, com quem mora. Desde pequeno procura pela mãe biológica, até o dia em que descobre o lugar onde ela vive. Vai ao seu encontro e inicia um conturbado relacionamento com aquela mulher.

Estranha fita francesa exibida no circuito de arte e com pouca repercussão no Brasil. Um caso raro de pai e filho cineastas (Claude e Nathan Miller) dirigirem a quatro mãos o mesmo trabalho, nesse caso um complexo estudo sobre a identidade juvenil.
Difícil até de classificá-lo. Transita entre o drama familiar e o suspense psicológico, com revelações surpreendentes. O bom Vincent Rottiers, indicado ao César de melhor ator-revelação em 2010, interpreta o protagonista, um rapaz frustrado, em crise existencial, que não aceita o fato de ter sido abandonado pela mãe quando criança, juntamente com o irmão. E se não bastasse isto, rejeita os pais adotivos e as pessoas em geral, desenvolvendo certa sociopatia.
Até a ocasião quando reencontra a mãe biológica, o que causará sentimentos controversos a ele, como o amor de um homem por uma mulher – isso mesmo, a trama insinua incesto.
Atente-se para o trágico desfecho, que provoca tensão e bastante discussão. Antecipo que não é um filme para todos. Por isso assista com cuidado, de preferência em dia especial.
Produzido em 2009, saiu diretamente em DVD no Brasil, no ano passado, pela distribuidora Imovision, especializada em filmes de arte. O filme será exibido no ‘Festival Sesc Melhores Filmes’ na próxima segunda-feira, às 21 horas. Confira programação abaixo.

OBS: Claude Miller, que co-dirige com o filho Nathan, faleceu no dia 04 de abril, aos 70 anos, em Paris. Diretor de grande competência, foi assistente de Godard e Truffaut. Iniciou a carreira produzindo curtas e dirigiu pouco mais de dez longas. Seu primeiro trabalho (e o mais famoso) é “A melhor maneira de andar” (1976), lançado recentemente em DVD pela Cult Classic. Por Felipe Brida

Feliz que minha mãe esteja viva (Je suis heureux que ma mère soit vivante). França, 2009, 90 min. Drama. Dirigido por Claude Miller/Nathan Miller. Distribuição: Imovision

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