Abandonado
pela mãe aos quatro anos de idade, o jovem Thomas (Vincent Rottiers)
rejeita os pais adotivos, com quem mora. Desde pequeno procura pela
mãe biológica, até o dia em que descobre o lugar onde ela vive.
Vai ao seu encontro e inicia um conturbado relacionamento com aquela
mulher.
Estranha
fita francesa exibida no circuito de arte e com pouca repercussão no
Brasil. Um caso raro de pai e filho cineastas (Claude e Nathan
Miller) dirigirem a quatro mãos o mesmo trabalho, nesse caso um
complexo estudo sobre a identidade juvenil.
Difícil
até de classificá-lo. Transita entre o drama familiar e o suspense
psicológico, com revelações surpreendentes. O bom Vincent
Rottiers, indicado ao César de melhor ator-revelação em 2010,
interpreta o protagonista, um rapaz frustrado, em crise existencial,
que não aceita o fato de ter sido abandonado pela mãe quando
criança, juntamente com o irmão. E se não bastasse isto, rejeita
os pais adotivos e as pessoas em geral, desenvolvendo certa
sociopatia.
Até
a ocasião quando reencontra a mãe biológica, o que causará
sentimentos controversos a ele, como o amor de um homem por uma
mulher – isso mesmo, a trama insinua incesto.
Atente-se
para o trágico desfecho, que provoca tensão e bastante discussão.
Antecipo que não é um filme para todos. Por isso assista com
cuidado, de preferência em dia especial.
Produzido
em 2009, saiu diretamente em DVD no Brasil, no ano passado, pela
distribuidora Imovision, especializada em filmes de arte. O filme
será exibido no ‘Festival Sesc Melhores Filmes’ na próxima
segunda-feira, às 21 horas. Confira programação abaixo.
OBS:
Claude Miller, que co-dirige com o filho Nathan, faleceu no dia 04 de
abril, aos 70 anos, em Paris. Diretor de grande competência, foi
assistente de Godard e Truffaut. Iniciou a carreira produzindo curtas
e dirigiu pouco mais de dez longas. Seu primeiro trabalho (e o mais
famoso) é “A melhor
maneira de andar” (1976), lançado recentemente em DVD pela Cult
Classic. Por Felipe Brida
Feliz
que minha mãe esteja viva
(Je suis heureux que ma mère soit vivante). França, 2009, 90 min.
Drama. Dirigido por Claude Miller/Nathan Miller. Distribuição:
Imovision
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