sexta-feira, 24 de abril de 2009

Especiais sobre cinema


Brasileiro “Garapa” entra na programação do Festival de Tribeca


Organizado pelo ator vencedor de dois Oscars Robert De Niro, o Festival de Cinema de Tribeca chega essa semana em sua oitava edição. A abertura do evento, na última quarta-feira, em Nova York, reuniu grande público, dentre eles cinéfilos, cineastas e artistas do mundo todo. A programação conta com 85 filmes de 36 países, dentre eles o Brasil. É com o polêmico documentário “Garapa” que o nosso país concorre na competição internacional.
Dirigido por José Padilha (foto abaixo) – o mesmo de “Ônibus 174” e “Tropa de Elite”, “Garapa” é um retrato atordoante da fome no Brasil a partir de uma visão intimista. O diretor acompanha famílias brasileiras que sobrevivem à míngua, sem comida e em condições precárias. Além do Tribeca, o projeto de Padilha já participou de inúmeros festivais de cinema ao redor do mundo, inclusive na abertura do Festival de Berlim.
Outro documentário , uma co-produção Brasil e Inglaterra, intitulado “Only when I dance”, também concorre no Tribeca. Há ainda, na categoria curta-metragem, dois filmes brasileiros na seleção: “Quase todo dia” e “Kogi”.
O júri do Festival de Tribeca é presidido nesse ano pela atriz Uma Thurman, e conta ainda com Meg Ryan, Woopi Goldberg e Adrien Brody. Criado em 2002 pelo ator, produtor e diretor Robert de Niro, o festival de cinema estende-se até o dia 3 de maio.

Outros filmes

No Tribeca, Woody Allen confirmou presença. O veterano cineasta irá divulgar seu novo filme como diretor, a comédia “Whatever works”. Spike Lee também irá lançar no festival dois filmes feitos para a TV, ambos assinados por ele: o documentário “Kobe doin’ work”, sobre a vida do jogador de basquete Kobe Bryant, astro da NBA, e o musical de rock “Passing strange”.
Para conferir a programação do festival basta acessar o site (em inglês) do Tribeca: www.tribecafilm.com/festival


Seis absolutos “Godards”

Principal mentor do cinema de vanguarda na França dos anos 50 e 60, Jean Luc-Godard dirigiu cerca de 80 filmes inseridos em diversas modalidades, como dramas, comédias, policiais e projetos metalingüísticos. É de Godard “Acossado”, obra-prima do movimento cinematográfico Nouvelle Vague, fundado por ele ao lado de outros cineastas de renome.
Para comemorar os 55 anos de carreira do diretor, a distribuidora Silver Screen lança nesse mês duas caixas com seis filmes do cineasta.
No volume 1 estão três obras datadas dos anos 60. Em “Banda à parte” (1964), dois rapazes e uma jovem que flertam entre si bolam um meticuloso assalto. O filme influenciou Quentin Tarantino em “Cães de aluguel” e “Pulp fiction”. Tido como uma das grandes obras do diretor, “O demônio das 11 horas” (1965 - foto) também está no box. O filme mostra um professor que, após fugir com a amante, encontra uma pessoa morta no apartamento onde vive; o casal resolve despistar a polícia e sai em uma alucinante viagem marcada por roubos e confusões. Tem ainda a comédia dramática “A chinesa” (1967), sobre um grupo de jovens franceses que planejam uma revolução maoísta no país.
Na outra caixa vem “Uma mulher é uma mulher” (1961), um drama em que uma dançarina de cabaré tenta de tudo para que seu marido a engravide. No premiado “Masculino e feminino” (1966), Godard ressalta o relacionamento dramático e questionador entre um militante recluso da vida social e uma cantora. E por fim um dos projetos menores do cineasta, “Detetive” (1984): a história foca dois detetives que investigam um assassinato cujas evidências apontam para um jogador de boxe que tem está prestes a acertar as contas com a máfia.
Nostálgico deleite para fãs do cinema de vanguarda.


Lançamentos em DVD

Em DVD essa semana tem romance na medida certa e drama para públicos restritos. Aos apaixonados uma boa opção é o bem recebido love story “Nick & Norah – Uma noite de amor e música”. A fita teen traz dois jovens que se conhecem em um show musical e iniciam um romance.
Outro lançamento é o drama espanhol “Eu sou Juani”, fita indigesta sobre duas garotas, Juani e Vane, que fogem dos abusos sofridos em casa e partem para Madri para tentar nova vida. Dirigida pelo notório Bigas Luna.
Para os colecionadores tem dois relançamentos em versões recheadas com extras. Dirigido por David Mamet, “Cinturão vermelho” (2008) é um drama sobre os acasos da vida, centralizando as ações em uma academia de jiu-jitsu. Reúne grande elenco, dentre eles os brasileiros Rodrigo Santoro e Alice Braga. Já os fãs de Brad Pitt e os seguidores das fitas de luta terão a oportunidade de adquirir a edição definitiva do polêmico cult “Clube da luta” (1999), em DVD duplo. Bom divertimento!


(*) Coluna "Arte em Foco", do jornal Notícia da Manhã, periódico de Catanduva, edição do dia 24/04/2009. Crédito para as fotos: Divulgação.

quinta-feira, 23 de abril de 2009

Morre o diretor de fotografia Jack Cardiff


O premiado diretor de fotografia e cineasta britânico Jack Cardiff morreu ontem aos 94 anos. Lenda viva do cinema, trabalhou como fotógrafo em 70 longas-metragens ao longo de uma consolidada carreira de 70 anos dedicadas à sétima arte.
Nascido em Yarmouth, Nortfolk, Inglaterra, em 18 de setembro de 1914, Cardiff ganhou um Oscar como melhor diretor de fotografia pelo drama "Narciso negro" em 1948. Ainda foi indicado ao mesmo prêmio pelos filmes "Guerra e paz" (1956) e "Fanny" (1961). Seu primeiro trabalho como fotógrafo foi no filme "Os últimos dias de Pompéia" (1935). Como diretor de fotografia fez importantes filmes do cinema, como "César e Cleopátra" (1945), "Uma aventura na África" (1951), "A condessa descalça" (1954), "Os vikings" (1958) e "Morte no Nilo" (1978).
Como cineasta, dirigiu 14 longas, dentre eles "Filhos e amantes" (1960) - pelo qual foi indicado ao Oscar -, "Minha doce gueixa" (1962) e "Os legendários vikings" (1964).
Em 2001 Cardiff recebeu um Oscar honorário pela carreira. Ele deixa quatro filhos. Por Felipe Brida

sexta-feira, 17 de abril de 2009

Especiais sobre cinema


“Estômago” leva melhor filme no Grande Prêmio Vivo do Cinema Brasileiro

O filme “Estômago”, do diretor Marcos Jorge, recebeu o troféu de melhor filme no “Grande Prêmio Vivo do Cinema Brasileiro”, considerada a maior festa do cinema nacional. Já o drama policial “Meu nome não é Johnny”, um dos maiores sucessos de público nos cinemas brasileiros no ano passado, foi o mais premiado da noite, em seis categorias, como ator (Selton Mello) e roteiro adaptado.
A premiação, realizada na última terça-feira, no Espaço Vivo Rio, no Rio de Janeiro, reuniu centenas de atores, atrizes e cineastas. O veterano diretor Nelson Pereira dos Santos foi o homenageado especial da noite. Daniel Filho e Marília Pêra, os mestres de cerimônia do evento, conduziram a festa de forma brincalhona, enquanto o músico Wagner Tiso abrilhantou com seus notórios arranjos.

Confira abaixo a lista completa dos vencedores nas 28 categorias do “Grande Prêmio Vivo do Cinema Brasileiro”:


Melhor Filme
Estômago

Melhor Direção
Marcos Jorge, por Estômago

Melhor Ator
Selton Mello, por Meu Nome Não é Johnny

Melhor Atriz
Leandra Leal, por Nome Próprio

Melhor Ator Coadjuvante
Babu Santana, por Estômago

Melhor Atriz Coadjuvante
Julia Lemmertz, por Meu Nome Não é Johnny

Melhor Documentário
O Mistério do Samba

Melhor Documentário em Curta-Metragem
Dreznica

Melhor Curta-Metragem
Café com Leite

Melhor Roteiro Original
Estômago

Melhor Roteiro Adaptado
Meu Nome Não é Johnny

Melhor Filme Estrangeiro
Vicky Cristina Barcelona (Espanha/EUA)

Melhor Filme Infantil
Pequenas Histórias

Melhor Filme de Animação - Menção Honrosa
O Garoto Cósmico

Melhor Curta-Metragem de Animação
Dossiê Rê Bordosa

Melhor Trilha Sonora Original
Meu Nome Não é Johnny

Melhor Trilha Sonora
Os Desafinados (Wagner Tiso)

Melhor Som
Meu Nome Não é Johnny

Melhor Efeitos Visuais
Ensaio Sobre a Cegueira

Melhor Montagem de Documentário
O Mistério do Samba


Melhor Montagem de Ficção
Meu Nome Não é Johnny

Melhor Direção de Fotografia
Ensaio Sobre a Cegueira

Melhor Direção de Arte
Ensaio Sobre a Cegueira

Melhor Maquiagem
Ensaio Sobre a Cegueira

Melhor Figurino
Chega de Saudade

Melhor Filme para Celular
Bárbara

Melhor Filme Nacional pelo Voto Popular
Estômago

Melhor Filme Estrangeiro pelo Voto Popular
Vicky Cristina Barcelona



Votação de filmes

Fãs de cinema terão a chance de votar nos melhores filmes do ano. Pela primeira vez, o MTV Movie Awards liberou um espaço em seu site oficial para que público participe do processo de votação dos pré-indicados ao prêmio.
A votação está aberta até a próxima segunda-feira (dia 20). Internautas do mundo todo podem indicar seu filme preferido em diversas categorias, dentro de uma lista com 200 títulos.
No dia 4 de maio será divulgada a lista oficial dos indicados. Definidos os candidatos, a votação para os vencedores continua até 18 de maio.
O MTV Movie Awards será realizado no dia 31 de maio. Para votar acesse:
http://www.mtv.com/ontv/movieawards/2009/categories.jhtml


Lançamentos em DVD

Em DVD essa semana chega o fracasso de crítica “O dia em que a Terra parou”, refilmagem homônima do clássico dirigido por Robert Wise em 1951. Apontada como uma das piores fitas do ano, a ficção científica, estrelada por Keanu Reeves, conta a história de um ser robótico que chega ao planeta Terra para alertar a população sobre uma possível crise global. Quem assistiu ao original ficará decepcionado com o roteiro e com o novo modelo de Klaatu!

Das antigas

A distribuidora Versátil lança a microssérie européia “Balzac” (1999), em versão integral em uma caixa com dois DVDs. A refinada produção resgata a biografia do escritor francês, responsável por grandes obras da literatura, como “As ilusões perdidas”. No elenco, Gerard Depardieu, Jeanne Moreau e Virna Lisi.
A Disney coloca à venda esse mês clássicos em edições especiais e a preços promocionais. Confira os nove títulos, todos eles relançados com extras: “101 dálmatas”, “101 dálmatas II”, “A bela adormecida”, “Aladdin”, “A pequena sereia”, “A pequena sereia II”, “Dumbo”, “Procurando Nemo” e “Tinker Bell”. E cada DVD vem com um pingente exclusivo.
Sai em DVD pela Som Livre a minissérie “Maysa – Quando fala o coração”, exibida pela Rede Globo em janeiro desse ano. O projeto procura retratar de maneira fiel a trajetória da ousada e talentosa cantora brasileira. Lançado em três discos, o DVD traz ainda um livreto ilustrado com as letras das músicas de Maysa. Corra e garanta o seu!


(*) Coluna "Arte em Foco", do jornal Notícia da Manhã, periódico de Catanduva, edição do dia 17/04/2009. Crédito para as fotos: Divulgação.

segunda-feira, 13 de abril de 2009

Cine Lançamento


Romance

Ator e diretor de teatro, Pedro (Wagner Moura) apaixona-se pela atriz e colega de palco Ana (Letícia Sabatella) durante a encenação da peça “Tristão & Isolda”. Quando ela é convidada para trabalhar na TV, a fama desponta, e o sucesso começa a atrapalhar o relacionamento do casal. Nas gravações de um especial, Ana apaixona-se por um outro ator, Orlando (Vladimir Brichta), que já tem um caso com a empresária Fernanda (Andréa Beltrão), responsável pela produção do programa.

Dirigida pelo aclamado cineasta Guel Arraes, “Romance” é uma comédia romântica inteligente, cujo foco lida com os bastidores do teatro e da televisão. Brinca com o glamour dos artistas e desenvolve, com tom de ironia, questões relacionadas ao mundo artístico – a preparação dos atores para os projetos, os ensaios e as performances, a fama, os namoros mal sucedidos, as famigeradas discórdias entre diretores e produtores por mudanças no roteiro etc.
O pano de fundo recorre à tragédia de Tristão e Isolda, clássica história celta que depois influenciaria Shakespeare em seu “Romeu e Julieta”. Amor impossível e desfecho trágico se entrelaçam nessa engenhosa revisão, cuidadosamente bem bolada por Arraes.
Na parte final o diretor regressa às origens, numa viagem pura ao sertão brasileiro, região onde se passa a história dos dois filmes que o consagraram – “O auto da compadecida” e “Lisbela e o prisioneiro”. Também roteirista da fita, junto com Jorge Furtado, Arraes soube preservar o espaço regionalista ao deslocar a tragédia medieval para o árido brasileiro.
Quem não gosta de filmes metalingüísticos poderá se aborrecer. Do contrário, terá uma sessão particularmente boa.
A bonita canção “Nosso estranho amor”, cantada por Caetano Veloso, conduz de forma uterina o relacionamento do casal central.
“Romance” está indicado a quatro prêmios no Grande Prêmio Vivo do Cinema Brasileiro de 2009, dentre eles melhor ator para Wagner Moura e atriz coadjuvante (Andréa Beltrão, sempre engraçada). A premiação será amanhã, dia 14, no Rio de Janeiro. Por Felipe Brida


Título original: Romance
País/Ano: Brasil, 2008
Elenco: Wagner Moura, Letícia Sabatella, Andréa Beltrão, Vladimir Brichta, José Wilker, Edmilson Barros e Bruno Garcia. Participações especiais de Tonico Pereira e Marco Nanini.
Direção: Guel Arraes
Gênero: Comédia romântica
Duração: 100 min.
Lançamento: Primeira quinzena de março
Distribuidora: Buena Vista International
Site oficial: http://www.romanceofilme.com.br/

sexta-feira, 10 de abril de 2009

Especiais sobre cinema


II Festival de Paulínia tem data marcada e novidades para os cinéfilos


Felipe Brida

O “II Festival Paulínia de Cinema”, apontado hoje como o segundo maior em quantidade de prêmios do país, será realizado entre os dias 9 e 16 de julho. Assim como na edição anterior, em 2008, o valor destinado à premiação permanece na casa dos R$ 650 mil. Haverá apenas alterações quanto à distribuição entre os vencedores. Além de anunciar o festival, na última sexta-feira, dia 3, o novo secretário de Cultura de Paulínia, Emerson Pereira Alves, junto com o crítico de cinema Rubens Ewald Filho, consultor e curador do projeto, e Ivan Melo, diretor do projeto, destacaram novidades para o Pólo Cinematográfico e trataram sobre assuntos referentes à verba destinada pela Prefeitura para projetos em cinema e TV.
Na reunião oficial de anúncio do festival os organizadores ressaltaram a importância de se continuar o projeto do Pólo Cinematográfico de Paulínia, além de se estender as atividades da ‘Escola Magia do Cinema’. Outra abordagem girou em torno da criação do Museu da Imaginação e da Escola de Animação Stop-motion, projeto educacional para crianças e jovens nas faixas de 5 a 10 anos e de 11 a 15 anos, cujas oficinas simulam pequenas produtoras, onde são feitos filmes de animação quadro-a-quadro, com blocos no formato de “Lego”.
Acesse o site http://www.pauliniamagiadocinema.com.br/ e conheça mais sobre o festival. Inscrições de filmes podem ser feitas pelo endereço eletrônico acima até o dia 22 de maio.


SESC e os melhores filmes

Com a projeção do polêmico “A festa da menina morta” (foto), o CineSESC São Paulo abriu na última quarta-feira, dia 8, o “35º Festival SESC Melhores Filmes”, um dos mais antigos festivais de cinema da capital paulista. Nessa edição de 2009 o SESC apresentará 54 produções nacionais e estrangeiras – os mais votados pelo público e pelos críticos de todo o país em 2008, dentre os quais participaram da seleção 74 longas brasileiros e 260 longas de outros países.
Em celebração ao evento, o artista visual Mike Mike traz para o público a exposição “Tela e Platéia - 35 anos de melhores”, que pode ser conferida até o encerramento do festival, dia 30 de abril. O projeto de Mike homenageia o público freqüentador do CineSESC, com trabalhos focados na exploração da identidade humana.
Os interessados em participar do festival devem adquirir os ingressos, individuais ou em pacotes promocionais, em qualquer unidade do SESC São Paulo.


Cinema polonês

O Centro Cultural Banco do Brasil de São Paulo (CCBB-SP) iniciou na última quarta-feira a mostra “100 Anos da Cinematografia Polonesa”, com a exibição do longa “O homem obstinado” (1929), de Henryk Szaro. Com curadoria da Embaixada Polonesa, o evento, que acontece até o próximo dia 19, é uma celebração ao centenário da indústria cinematográfica da Polônia. Para a edição de 2009 reuniu-se 14 produções de destaque que retratam o panorama histórico-cultural do país europeu. Dentre os filmes estão “Terra prometida” (1974), dirigido por Andrzej Wajda (foto), um dos grandes diretores poloneses, além de longas de cineastas como Krzysztof Zanussi e Andrzej Jakimowski.
Serão exibidos três filmes por dia, sempre nos períodos tarde e noite – nos dias 13 e 14 não haverá programação –, e os ingressos podem ser adquiridos a preços promocionais, entre R$ 2 e R$ 4.


Lançamentos em DVD

Filmes para curtir o feriado prolongado nesse final de semana de Páscoa? Confira as novidades em DVD.
Para quem curte cinema brasileiro há duas opções: “Orquestra dos meninos” e “Era uma vez”. Baseado em fatos reais, “Orquestra dos meninos” é um drama, dirigido por Paulo Thiago, que narra a trajetória do maestro Mozart Vieira, homem simples nascido no sertão pernambucano. Em meio a condições sociais precárias, montou uma notória orquestra musical, que hoje se apresenta em diversos países do mundo. Mozart virou manchete dos jornais quando, nos anos 90, foi acusado de abusar de crianças. Uma história sensível, que merece uma atenção. O outro lançamento, “Era uma vez”, traz uma versão moderna e brasileiríssima do clássico romance de Shakespeare, “Romeu e Julieta”, aonde o amor impossível e a tragédia urbana se fundem na capital carioca.
Chega também em DVD o interminável drama épico “Austrália”, indicado ao Oscar de figurino. A história se passa durante a Segunda Guerra Mundial; uma aristocrata inglesa, em viagem à Austrália, encontra o marido assassinado; perdida na desértica região norte daquele país, ela se alia a um vaqueiro e a uma família de aborígenes para assumir as terras de gado de seus familiares. No elenco, Nicole Kidman e Hugh Jackman.
E para os jovens tem o romance “Crepúsculo”, fita teen sobre vampiros modernos, enorme sucesso de público em todo o mundo. Boa diversão!


(*) Coluna "Arte em Foco", do jornal Notícia da Manhã, periódico de Catanduva, edição do dia 10/04/2009. Crédito para as fotos: Divulgação.

quarta-feira, 8 de abril de 2009

Cine Lançamento


Bezerra de Menezes – O diário de um espírito

Biografia do médico e militar brasileiro Bezerra de Menezes (1831-1900), desde sua infância no Ceará até a vida adulta, quando se tornou um dos grandes expoentes da doutrina espírita no Brasil.

Visto por mais de 400 mil pessoas em salas de cinema do país inteiro, o drama “Bezerra de Menezes” foi erguido sob uma espantosa divulgação em massa, de cair o queixo. Nas capitais chegou a ficar mais de 15 semanas em cartaz, prostrando-se como um dos fenômenos do ano em 2008. Arrecadou nas bilheterias mais de R$ 5 milhões, ou seja, obteve um lucro que equivale ao dobro do orçamento gasto. Por ser um projeto de encomenda, bancado por empresários e fundações sócio-religiosas a fim de propagar a doutrina espírita, o filme encontrou um público fiel, em especial os seguidores do Espiritismo.
Mas deixemos a bilheteria de lado e partamos para uma análise crítica. Há uma gama de falhas que torna o projeto deficiente. A teatralidade, os diálogos certinhos e decorados e a direção de arte notadamente amadoras resultam constrangedores. Infelizmente a fita não serve nem como biografia; a vida de Bezerra de Menezes – infância, juventude, vida adulta e velhice – é apenas pincelada, aonde predominam na história trechos de seus escritos e momentos romanceados. Elementos-chave para um foco narrativo que desperta interesse do público inexistem: não há emoção, surpresas e nem detalhes da vida do biografado. Até clímax falta. Os ângulos distantes dificultam a proximidade do espectador com os personagens (só Vereza tem seu rosto enquadrado).
Modesto, cheio de moralismo e pensamentos com embasamento religioso, o filme é construído em flashbacks com narrativa off, conduzida pelo personagem principal.
A direção, uma lástima geral, não soube aproveitar coadjuvantes de renome como Ana Rosa e Lúcio Mauro, que pouco tem a fazer. O nome de Caio Blat vem com destaque na capa, no entanto ele aparece como ponta, totalizando 40 segundos! Nem o esforço de Vereza salva o projeto.
Tal personalidade brasileira merecia homenagem mais séria e bem menos pretensiosa. Um equívoco no cinema brasileiro. Por Felipe Brida

Título original: Bezerra de Menezes – O diário de um espírito
País/Ano: Brasil, 2008
Elenco: Carlos Vereza, Magno Carvalho, Juliana Carvalho, Alexandra Marinho, Everaldo Pontes, Ana Rosa, Lúcio Mauro, Paulo Goulart Filho.
Direção: Glauber Filho/ Joe Pimentel
Gênero: Drama
Duração: 75 min.
Lançamento: Primeira quinzena de março
Distribuidora: Fox Filmes do Brasil
Site oficial: http://www.bezerrademenezesofilme.com.br/