sexta-feira, 24 de janeiro de 2025

Nota do Blogueiro

 

Cine Debate abre 2025 com premiada comédia dramática irlandesa

 

O Cine Debate do Imes Catanduva abre a programação de 2025 amanhã, dia 25/01, com a sessão do multipremiado filme ‘Os banshees de Inisherin’ (2022), comédia dramática irlandesa, coproduzida no Reino Unido e Estados Unidos, com Colin Farrell, Brendan Gleeson e Kerry Condon. Indicado a nove Oscars em 2023 e dirigido pelo inglês Martin McDonagh, de ‘Três anúncios para um crime’ (2017), o filme se passa em uma pacata ilha na costa da Irlanda, onde dois velhos conhecidos entram em conflito quando um deles decide colocar fim à amizade, o que provoca trágicas consequências para ambos. A sessão é gratuita e aberta ao público, a partir 14h, na sala de ginástica do SESC Catanduva. A mediação do debate será feita pelo idealizador do Cine Debate, o jornalista, professor do IMES e do SENAC e crítico de cinema Felipe Brida.

 


Cine Debate

 

O Cine Debate é um projeto de extensão do curso de Psicologia do IMES Catanduva em parceria o SESC e o SENAC Catanduva. Completa 13 anos em 2025 trazendo filmes cult de maneira gratuita a toda a população. Conheça mais sobre o projeto em https://www.facebook.com/cinedebateimes

quinta-feira, 23 de janeiro de 2025

Especial de Cinema

 

Oscar 2025

 

Em dia histórico, brasileiro ‘Ainda estou aqui’ recebe 3 indicações, de melhor filme, atriz e melhor filme estrangeiro

 

E o tão aguardado anúncio dos indicados ao Oscar 2025 foi realizado na manhã de hoje, em Los Angeles. Pela primeira vez na história, um filme brasileiro concorre à principal categoria do evento, o de melhor filme. ‘Ainda estou aqui’, além da categoria mencionada, também recebeu indicação de melhor filme estrangeiro e de melhor atriz para Fernanda Torres – que repete o feito da mãe, Fernanda Montenegro, 26 anos depois de ter sido indicada por ‘Central do Brasil’. Brasileiros de todas as partes do país comemoram nas redes as indicações. É a quinta vez que um brasileiro recebe indicação ao Oscar de longa estrangeiro – antes foram ‘O pagador de promessas’ (1962), ‘O quatrilho’ (1995), ‘O que é isso, companheiro?’ (1997) e ‘Central do Brasil’ (1998).
A produção francesa que se passa no México ‘Emilia Pérez’ é o filme com maior número de nomeações, 13 ao todo, incluindo melhor filme, diretor e atriz para Karla Sofía Gascón (primeira atriz trans a ser indicada). Em sequência, ‘O brutalista’ e ‘Wicked – parte 1’ empatam em número de indicações, com 10 cada um.
A cerimônia de entrega do Oscar será no dia 02 de março, em Los Angeles, com transmissão no Brasil pelo canal Max. Confira abaixo a lista completa de indicados ao Oscar 2025:


 

 

Melhor Filme

 

“Anora”

“O Brutalista”

“Um Completo Desconhecido”

“Conclave”

“Duna: Parte 2”

“Emilia Pérez”

“Ainda Estou Aqui”

“Nickel Boys”

“A Substância”

“Wicked – Parte 1”

 

Melhor Direção

 

Sean Baker por “Anora”

Brady Corbet por “O Brutalista”

James Mangold por “Um Completo Desconhecido”

Jacques Audiard por “Emilia Pérez”

Coralie Fargeat por “A Substância”

 

Melhor Atriz

 

Cynthia Erivo, de “Wicked – Parte 1”

Karla Sofía Gascón, de Emilia Pérez

Fernanda Torres, por “Ainda Estou Aqui”

Mikey Madison, por “Anora”

Demi Moore, por “A Substância”

 





Melhor Ator

 

Adrien Brody, por “O Brutalista”

Timothée Chalamet, por “Um Completo Desconhecido”

Colman Domingo, por “Sing Sing”

Ralph Fiennes, por “Conclave”

Sebastian Stan, por “O Aprendiz”

 

Melhor Atriz Coadjuvante

 

Monica Barbaro, por “Um Completo Desconhecido”

Ariana Grande, por “Wicked – Parte 1”

Felicity Jones, por “O Brutalista”

Isabella Rossellini, por “Conclave”

Zoe Saldaña, por “Emilia Pérez”

 

Melhor Ator Coadjuvante

 

Yura Borisov, por “Anora”

Kieran Culkin, “A Verdadeira Dor”

Edward Norton, “Um Completo Desconhecido”

Guy Pearce, de “O Brutalista”

Jeremy Strong, de “O Aprendiz”

 

Melhor Roteiro Original

 

“Anora”

“O Brutalista”

“A Verdadeira Dor”

“A Substância”

“Setembro 5”

 

Melhor Roteiro Adaptado

 

“Um Completo Desconhecido”

“Conclave”

“Emilia Pérez”

“Nickel Boys”

“Sing Sing”

 

Melhor Filme Internacional

 

“Ainda Estou Aqui”

“A Garota da Agulha”

“Emilia Pérez”

“A Semente do Fruto Sagrado”

“Flow”

 

Melhor Animação

 

“Flow”

“Divertida Mente 2”

“Memórias de um Caracol”

“Wallace e Gromit: Avengança”

“Robô Selvagem”

 

Melhor Documentário

 

“Diários da Caixa Preta”

“Trilha Sonora para um Golpe de Estado”

“No Other Land”

“Porcelain War”

“Sugarcane”

 

Melhor Figurino

 

“Um Completo Desconhecido”

“Conclave”

“Gladiador II”

“Nosferatu”

“Wicked – Parte 1”

 

Melhor Cabelo e Maquiagem

 

“Um Homem Diferente”

“Emilia Pérez”

“Nosferatu”

“A Substância”

“Wicked – Parte 1”

 

Melhor Trilha Sonora Original

 

“O Brutalista”

“Conclave”

“Emilia Pérez”

“Wicked – Parte 1”

“Robô Selvagem”

 

Melhor Canção Original

 

“El Mal”, de “Emilia Pérez”

“The Journey”, de “Batalhão 6888”

“Like a Bird”, de “Sing Sing”

“Mi Camino”, de “Emilia Pérez”

“Never Too Late”, de “Elton John: Never Too Late”

 

Melhor Design de Produção

 

“O Brutalista”

“Conclave”

“Duna: Parte 2”

“Nosferatu”

“Wicked – Parte 1”

 

Melhor Edição

 

“Anora”

“O Brutalista”

“Conclave”

“Emilia Pérez”

“Wicked – Parte 1”

 

Melhor Som

 

“Um Completo Desconhecido”

“Duna: Parte 2”

“Emilia Pérez”

“Wicked – Parte 1”

“Robô Selvagem”

 

Melhores Efeitos Visuais

 

“Alien: Romulus”

“Better Man: A História de Robbie Williams”

“Duna: Parte 2”

“Planeta dos Macacos: O Reinado”

“Wicked – Parte 1”

 

Melhor Fotografia

 

“O Brutalista”

“Duna: Parte 2”

“Emilia Pérez”

“Maria Callas”

“Nosferatu”

 

Melhor Curta-Metragem em Live-Action

 

“A Lien”

“Anuja”

“I’m Not a Robot”

“The Last Ranger”

“The Man Who Could Not Remain Silent”

 

Melhor Animação em Curta-Metragem

 

“Beautiful Men”

“In the Shadow of the Cypress”

“Magic Candies”

“Wander to Wonder”

“Yuck!”

 

Melhor Documentário de Curta-Metragem

 

“Death By Numbers”

“I am Ready, Warden”

“Incident”

“Instruments of a Beating Heart”

“The Only Girl in the Orchestra”

 


terça-feira, 21 de janeiro de 2025

Estreias da semana - Nos cinemas e no streaming


A semente do fruto sagrado (2024)

 

Está em exibição nas principais salas do país uma das melhores estreias de 2025, um filmão imperdível. Representante da Alemanha no Oscar desse ano, a coprodução com França e Irã, falado em persa, é um drama com suspense tenso, corajoso, que enfrenta de cabeça erguida o regime teocrático no Irã e suas terríveis consequências. O filme é a degradação de uma família de classe média alta do Irã, focando a relação de um pai com a esposa e duas filhas. Aparentemente em harmonia, aos poucos aquele núcleo familiar entra em colapso. Tudo começa quando o patriarca é promovido a juiz de instrução, ganha uma arma para o trabalho e tem centenas de casos difíceis para resolver. A esposa, que cuida da casa, comemora, pois deverão se mudar para uma casa melhor. As filhas são estudantes e questionam o regime iraniano. Certo dia, explodem protestos nas ruas contra o uso do hijab, as vestes femininas obrigatórias. A rua se incendeia, e a agitação política entra em novo patamar com a morte de uma garota, espancada pela polícia. As universidades são alvo, a polícia invade lá e as escolas. Até que as duas irmãs acolhem uma amiga, ferida na manifestação – a esposa reluta em abrigá-la, com medo do marido, mas cede, e a esconde, sem contar para ele. A arma dele desaparece, e uma sucessão de pequenas coisas começam a abalar a família. O marido imagina-se perseguido na rua, resolve se mudar logo de casa e parte para cima da esposa e das filhas em busca do revólver sumido. A partir daí o filme toma rumos inesperados, enquanto os personagens são envolvidos num clima de tensão e descontrole. Discute-se, nesse trabalho peculiar escrito e dirigido pelo iraniano Mohammad Rasoulof, o papel da mulher em uma sociedade patriarcal e opressora, a incomunicabilidade de uma família prestes a se desmantelar e a alienação num dos países mais conservadores do mundo, o Irã. Rasoulof já havia tratado de temas que aparecem aqui, como pena de morte e crise política, em dois grandes trabalhos, ‘Manuscritos não queimam’ (2013) e ‘Não há mal algum’ (2020), premiados respectivamente em Cannes e Berlim. O diretor, assim como Jafar Panahi, precisou fugir do Irã após ser perseguido, e roda seus trabalhos em outros países. O filme ganhou cinco prêmios no Festival de Cannes, como o Especial do Júri e o da Crítica, concorreu ao Globo de Ouro (de melhor filme de língua não-inglesa) e está na disputa do Bafta de filme estrangeiro – deve ser finalista do Oscar e concorrer com o nosso ‘Ainda estou aqui’. O elenco é formidável, com protagonistas e coadjuvantes de peso, como Mahsa Rostami, Setareh Maleki, Niousha Akhshi, Missagh Zareh e Soheila Golestani.
O drama tem clara inspiração no movimento ‘Mulheres, vida e liberdade’, a incansável luta das mulheres iranianas contra as amarras do regime teocrático. O movimento ganhou mais notoriedade nos últimos anos – e o filme traz cenas do caso – com a morte brutal da estudante Mahsa Amini, de 22 anos, espancada pela Polícia da Moralidade do Teerã em setembro de 2022, por reivindicar o fim do uso da hijab. Ela virou um rosto emblemático dessa luta.
A première no Brasil ocorreu no Festival do Rio do ano passado, onde vi numa sessão lotada e aplaudida no final. Agora está nos cinemas brasileiros pela Mares Filmes. Não percam por nada.

 


 

Redenção (2021)

 

Com atraso de quatro anos, chega aos cinemas brasileiros pela Pandora Filmes o eficiente drama político espanhol ‘Redenção’ (2021), baseado em uma história real. Dirigido pela cineasta espanhola e atriz Icíar Bollaín, o contundente longa toca em temas como luto e reparação, com o terrorismo do ETA como pano de funda - organização nacionalista que reivindica a pátria basca, localizada entre Espanha e França. A personagem-título (o título original é ‘Maixabel’), Maixabel Lasa (1951-), é uma ativista política que busca respostas sobre o assassinato do marido, o político de esquerda Juan María Jaúregui (1951-2000), cometido pelo ETA em 2000. A história se passa 11 anos depois da morte de Juan, quando Maixabel - papel fenomenal da atriz espanhola Blanca Portillo, de filmes de Pedro Almodóvar, como ‘Abraços partidos’ (2009) e ‘Volver’ (2006), recebe a proposta de se encontrar frente a frente com o assassino do marido, dentro da prisão basca de Nanclares de la Oca, onde cumpre pena. O criminoso, Ibon – papel do bom Luis Tosar, hoje rosto frequente em filmes e séries espanhóis da Netflix, como a minissérie ‘Os favoritos de Midas’, rompeu com o grupo terrorista e faz o contato com Maixabel, para explicar sobre o passado e se desculpar. Juan e Maixabel viveram 16 anos juntos, e ela ainda sente a morte dele. Maixabel reluta em participar do encontro, mas aceita, e entre os dois haverá uma discussão sobre luto, dor e reconciliação.
Um genuíno trabalho de atores, premiado no Festival de San Sebastián e ganhador de três Goya, a maior premiação do cinema espanhol, dentre eles o de melhor atriz para Blanca.
Um filme emocionante, que levanta a discussão da Justiça Restaurativa – em 2011, Maixabel trouxe à tona a questão na Espanha, ao atender vítimas de terrorismo. Os círculos restaurativos têm como objetivo reunir agressor e vítima para uma conversa em torno da dor provocada e do real arrependimento, sem que isso impacte na pena do criminoso. Gostei muito do filme e espero que encontre o público.

 


 

The Moon: Sobrevivente (2023)

 

Assistindo a ‘The Moon: Sobrevivente’ chego à conclusão que o cinema de ficção científica sul-coreano é páreo às produções americanas de mesmo tema. Uma história tensa, cheia de corre-corre e surpresas e um balde de efeitos visuais de deslumbrar fazem do longa um dos melhores filmes da Coreia do Sul dessa temporada. Agora o filme chega aos cinemas com distribuição da Sato Company. Tem dois protagonistas, Sul Kyung-gu, de ‘Memórias de um assassino’ (2017), e o cantor da banda de K-Pop ‘Exo’, Do Kyung-soo, que estão bem nos papeis e fazem das tripas coração. A história se passa em 2029, dentro de uma nave espacial. Hwang (Do Kyung-soo) é o único astronauta sobrevivente de uma missão fracassada na Lua, onde todos os colegas tripulantes morreram. Numa base militar na Terra, uma equipe liderada por Kim Jae-gook (Sul Kyung-gu) faz os esforços necessários para trazer o jovem de volta. O tempo é curto, então todos terão que se desdobrar para aquela missão de resgate.
Com cenários grandiosos, rodados em estúdios, que recriam a nave e a Lua, tem cenas movimentadíssimas de fugas mirabolantes e explosões no espaço, tudo por meio de ótimos efeitos visuais. A Coreia do Sul se tornou uma potência espacial, por isso o filme carrega tanto significado para eles. Uma fita para vibrar e torcer, escrita e dirigida por Kim Yong-hwa, da série da Netflix ‘Along with the Gods’. Indicado a diversos prêmios nos dois festivais mais conhecidos da Coreia do Sul, o Grand Bell Awards e o Blue Dragon Awards.

 


 

Aquele que habita em mim (2022)

 

Descartável fita de terror com suspense que traz para os tempos atuais um crime chocante verídico, ocorrido nos Estados Unidos no fim do século XIX, conhecido por ‘O caso Lizzie Borden’. Na trama, uma adolescente acredita ser descendente direta de Lizzie Borden, mulher acusada, em 1892, de ter assassinado a machadadas o pai e a madrasta. A jovem duvida de sua sanidade enquanto pessoas próximas são brutalmente mortas, então procura investigar o passado de Lizzie. A verdadeira Lizzie foi absolvida dos crimes, o caso ficou inconclusivo, e ela, também apontada como doente mental, virou personagem folclórica. O caso Lizzie Borden já foi retratado outras vezes no cinema e em telefilmes, de maneira mais caprichada e menos boboca. ‘Aquele que habita em mim’ é uma promessa que se foi para o ralo – um filme sem cuidado, que deixa dúvidas no ar e extremamente previsível. No elenco estão Leslie Bibb (de ‘Meu pai é um perigo’), Odessa A'zion (de ‘Hellraiser - Renascido do inferno’) e Michael Cooper Jr (de ‘Nocaute’), e a direção é de Jerren Lauder (do terror ‘O sotão’). Está disponível online na plataforma Adrenalina Pura, especializado em filmes de suspense, policial e terror – acesso em https://www.adrenalinapura.com

 


quinta-feira, 16 de janeiro de 2025

Estreias da semana - Nos cinemas

 

Luiz Melodia – No coração do Brasil

 

Documentário que foi o filme de encerramento do festival ‘É Tudo Verdade’ do ano passado, narrado em primeira pessoa pelo próprio cantor e compositor Luiz Melodia (1951-2017). É uma imersão em seu vasto processo criativo, desde a infância no Estácio junto ao Morro de São Carlos, no Rio de Janeiro, a influência do pai na música, as dificuldades na incursão musical, a chegada aos palcos e as parcerias com grandes nomes da MPB. Não é um doc linear, conta com imagens e vídeos inéditos de arquivo pessoal do cantor, e como resultado é um presente para lembrarmos vida e obra de Melodia. Produzido pela bigBonsai, em coprodução com a MUK e a Plate Filmes, chega hoje aos cinemas, com distribuição da Embaúba Filmes. É curtinho, tem apenas 75 minutos, e dirigido por Alessandra Dorgan, da série ‘Mães do funk’ (2023).

 


 

Sol de inverno

 

Aplaudido nos festivais por onde passou, como Cannes, Toronto e San Sebastián, o delicadíssimo drama japonês traz uma história bonitinha e agradável que, aos poucos, ganha dimensão conflitante. A história se passa em uma pequena ilha do Japão, onde, no inverno, duas crianças são treinadas por um professor para patinação artística no gelo. O garoto Takuya deixa o hóquei no gelo de lado, algo que chama a atenção dos amigos e da família, enquanto a menina Sakura é considerada uma esportista em ascensão. Ex-campeão de patinação no gelo, o professor Arakawa junta os dois para intensos dias de treinamento para um campeonato que reunirá grandes times da região. O filme tem uma dinâmica incrível entre os personagens, com cenas belamente coreografadas no gelo, difíceis de serem feitas. A luz em diversos momentos estoura na tela, sinal dos conflitos que irão aparecer em breve na trama. O elenco é bom, as crianças mandam bem, e não só no final, mas todo o filme causa fortes emoções. Segundo longa do diretor Hiroshi Okuyama, que, junto do premiado diretor Hirokazu Koreeda, dirigiu a série da Netflix ‘Makanai: Cozinhando para a casa Maiko’ (2023). Em Cannes concorreu ao prêmio principal da seção ‘Um certo olhar’ e ao Queer Palm. Exibido na Mostra Internacional de Cinema de SP de 2024, chega aos cinemas nesse fim de semana com distribuição da Michiko Filmes.

 


 

Misericórdia

 

O diretor de ‘Um estranho no lago’ (2013), Alain Guiraudie, mais uma vez chacoalha o público com seu novo longa-metragem, que foi exibido em Cannes e lá indicado ao Queer Palm. O cinema gay do cineasta com reviravoltas inusitadas retornam em outro nível em ‘Misericórdia’, um drama que vira comédia dramática, sobre um jovem que retorna à cidadezinha natal para o funeral de um antigo chefe. No vilarejo, resolve se instalar por alguns dias na casa da viúva do homem, que tem um filho agressivo. Ele revê antigos amigos, fica próximo do pároco que mora ao lado e parece estar se habituando àquela rotina, exceto pelos atritos com o filho da viúva. Numa tarde, uma violenta briga com o rapaz termina em um gravíssimo incidente, que dará margem a uma série de desencontros enquanto está hospedado na cidade. O ator central, Félix Kysyl, de ‘O formidável’ (2017), segura o papel com um personagem de múltiplas camadas, que cresce em cena – de um rapaz tímido, introvertido e sem falar muito, envolve-se com um crime e vai se afeiçoando aos coadjuvantes de maneira ousada, abalando toda aquela comunidade. O roteiro é imprevisível, que nos leva a caminhos impensáveis. Conta com participação firme de uma atriz francesa que gosto muito, Catherine Frot, de ‘Marguerite’ (2015). Há boas doses de um humor ácido, que transforma a fita num dos melhores momentos do diretor Alain Guiraudie. Exibido na Mostra Internacional de Cinema de SP de 2024, chega aos cinemas nesse fim de semana com distribuição pela Zeta Filmes.

 



 

Maria Callas

 

O chileno Pablo Larraín encerra sua trilogia de biografias femininas com talvez o melhor dos três trabalhos, ‘Maria Callas’, um belíssimo drama que reconstitui os últimos dias da cantora lírica greco-americana, em Paris, no final dos anos 70. Anteriormente Larraín fez ‘Jackie’ (2016), sobre Jacqueline Kennedy no dia da morte do presidente Kennedy, e ‘Spencer’ (2021), sobre princesa Diana na difícil decisão de se separar de príncipe Charles – nos dois, as atrizes foram indicadas ao Oscar, Natalie Portman e Kristen Stewart. E agora, Angelina Jolie é Maria Callas, numa interpretação assombrosa, a melhor de sua carreira, e provável indicada ao Oscar em 2025. O filme acompanha a tumultuada trajetória da cantora, em crise com a voz, atormentada pelo passado e dependente de sedativos. Ela entra numa fase de autodestruição, isolada em sua mansão, somente em contato com seu mordomo (Pierfrancesco Favino), a cozinheira (Alba Rohrwacher) e com uma figura que ela cria em sua mente, uma espécie de autocontrole/alterego, que tem o nome do remédio em que ela é viciada, Mandrax (Kodi Smit-McPhee). Temperamental, Maria recorre a lembranças da época de ouro de sua carreira, nos anos 40 e 50, enquanto tenta voltar aos palcos com sua melhor performance. Belo e trágico, tem uma esplêndida direção de arte e figurinos, que é um investimento estético fora de série nas obras de Larraín. Indicado ao Leão de Ouro em Veneza, a coprodução Itália, Alemanha e Chile traz um elenco em sintonia, e participações ainda de Valeria Golino, Vincent Macaigne e Haluk Bilginer. Exibido nos festivais de Nova York e Londres, foi o filme de abertura da Mostra Internacional de Cinema de SP de 2024. Com produção assinada pela Netflix, chega aos cinemas pela Diamond Films.




quarta-feira, 15 de janeiro de 2025

Resenha Especial



A alma da gente

Documentário que acompanha um grupo de jovens dançarinos da Favela da Maré antes e depois de uma importante apresentação artística liderada pelo coreógrafo Ivaldo Bertazzo.

Exibido num dos mais importantes festivais de documentários do Brasil, o ‘É Tudo Verdade’, o filme é um retrato autêntico de como a arte impacta a vida em sociedade. O doc relata, durante 10 anos, as transformações (afetiva e social) de um grupo de jovens dançarinos da Maré, na Zona Norte do Rio de Janeiro, quando estiveram à frente de um projeto de dança conduzido pelo notório coreógrafo Ivaldo Bertazzo. Engajados dentro do projeto ‘Corpo de Dança da Maré’, os membros do grupo viram nascer um forte laço entre eles, Bertazzo, a comunidade e a arte, gerando resultados imediatamente positivos na maneira de enxergarem o outro e o mundo. É um filme em dois tempos: as cenas de arquivo, de 10 anos antes, mostram os ensaios exaustivos do grupo, os medos, as brigas e a ansiedade pela perfeição na entrega de um espetáculo que mudaria tudo a partir daqueles dias; entrelaçado ao passado está o presente, dez anos depois, 2013, com depoimentos dos integrantes do grupo - uns casados e com filhos, outros caíram no crime, alguns seguiram outra profissão que não a artística. Na fala, nos olhares e nos gestos, vemos estampados os sonhos e as desilusões de cada um nesse correr da década. No entanto, todos e todas ressaltam a importância daquele processo com Bertazzo, comprovando a importância da arte em mudar a realidade que os cercavam.



A premiada documentarista Helena Solberg, de ‘Carmen Miranda: Bananas is my business’ (1995) e ‘Palavra (en)cantada’ (2008), na época com 71 anos, fez um filme cativante e inspirador, codirigido por David Meyer. Disponível em DVD pela Bretz Filmes e na plataforma online do canal Curta!

A alma da gente (Idem). Brasil, 2013, 83 minutos. Documentário. Colorido. Dirigido por David Meyer e Helena Solberg. Distribuição: Bretz Filmes

terça-feira, 7 de janeiro de 2025

Estreias da semana - Nos cinemas e no streaming

 

Encontro com o ditador (2024)

 

Cineasta cambojano envolvido em questões humanitárias, o veterano Rithy Panh apresenta em seus filmes um retrato visceral das atrocidades do Khmer Vermelho, partido comunista liderado pelo revolucionário Pol Pot, que comandou o Camboja entre 1975 e 1979, e matou quase duas milhões de pessoas. Quase todos seus trabalhos – documentários e ficção, tratam desse contexto, como ‘Condenados à esperança’ (1994), ‘A imagem que falta’ – indicado ao Oscar de documentário em 2014 e ‘Túmulos sem nome’ (2018). Seu novo longa, inspirado numa história verídica, ‘Encontro com o ditador’ (2024), retorna ao tema, de maneira profunda e dolorosa. Com fundo de docudrama, conta a história de três jornalistas franceses que viajam a Phnom Penh, capital do Camboja, para entrevistar o ditador Pol Pot. Eles ficam hospedados num antigo hotel, recebidos por ministros de Estado, mas nunca conseguem acesso a Pot. As entrevistas com o presidente são desmarcadas, a violência no país cresce, e os três colegas de trabalho ficam presos e incomunicáveis, sem saber se sairão com vida do Camboja.
Sombrio, faz um reflexo sobre o genocídio cruel do povo cambojano, mostrando com precisão as páginas mais amargas da História daquele país asiático. Rithy Panh elenca detalhes de dentro do regime e assim mostra o que pouca gente de seu país ousou trazer, devido a retaliações. Ele conta uma história cruel e apreensiva, de censura a jornalistas num país terra-de-ninguém. Pol Pot (1925-1998) é considerado um dos ditadores mais infames do século XX, que governou o Kampuchea, o Estado cambojano, sob uma ditadura totalitária. É o exemplo mais real da ‘banalidade do mal’, de Hannah Arendt, nu e cru.
Exibido em Cannes e depois no Festival do Rio, o drama tem forte apelo dramático e foca na perturbação psicológica dos protagonistas, os jornalistas, constantemente ameaçados, discutindo assim liberdade de expressão e agressão ao Estado de Direito. Livremente inspirado na vida da jornalista Elisabeth Becker e em seu livro ‘When the war was over’, sucesso de vendas nos anos 80.
A parte técnica é boa demais - o filme foi gravado com enquadramento de TV, como se fosse uma super8, a fotografia exibe um Camboja desolado e vazio, e a ficção é mesclada com cenas reais de arquivo em preto-e-branco, dos campos de concentração do Kampuchea. As pequenas sequências dos bonecos de argila também é um destaque do longa.
Lidera o elenco a premiada atriz franco-suíça Irène Jacob, de ‘A fraternidade é vermelha’ (1994), que com brilho e destreza interpreta a protagonista, uma experiente jornalista que retorna ao Camboja com dois colegas de profissão.
Representante do Camboja para disputar uma vaga no Oscar de filme estrangeiro de 2025, o filme estreou no último fim de semana nos cinemas brasileiros pela Pandora Filmes.




 

 

Charlie em ação (2023)

 

Nome familiar para os fãs de cinema policial e suspense, Phillip Noyce volta com tudo em seu novo trabalho, ‘Charlie em ação’ (2023). Diretor australiano, de dezenas de filmes-pipoca conhecidos, como ‘Terror a bordo’ (1989), ‘Fúria cega’ (1989), ‘Jogos patrióticos’ (1992), ‘O colecionador de ossos’ (1999) e ‘Salt’ (2010), agora puxa para a cena o ex-James Bond Pierce Brosnan, na pele de Charlie Swift, um criminoso desconfiado, que duvida das pessoas, e carrega consigo todos os truques quando o assunto é assassinato. Ele é o braço-direito de um mafioso, Stan, que está velho e doente na cadeira de rodas (último trabalho de James Caan, de ‘O poderoso chefão’, falecido logo após as gravações, em 2022). Charlie recebe a incumbência de eliminar um desafeto de Stan. Tudo parece correr bem, o alvo é eliminado, no entanto uma reviravolta no caso faz com que Stan e seus capangas sejam mortos. Charlie, movido pelo sentimento de vingança, sai à procura dos assassinos no submundo do crime, numa jornada infernal e arriscada.
Brosnan produz o filme, inspirado no livro de Victor Gischler, e conduz a trama com bom humor e sagacidade. Seu olhar de desconfiança é um barato, junto com o riso de canto de boca. O ator está em plena forma para correr e atirar, uma espécie de James Bond alternativo – na época da gravação, Brosnan estava com 69 anos. No elenco, vemos ainda Morena Baccarin, atriz de descendência brasileira, de ‘Deadpool’ (2016), Gbenga Akinnagbe, de ‘O fim da escuridão’ (2010), e participação especial da atriz de TV ganhadora do Emmy Sharon Gless. É um rápido e movimentado thriller com comédia que não desaponta – gosto em especial da cena inicial, a da primeira morte, que beira o pastelão, com toques de humor negro. Estreou dia 01/01 no Adrenalina Pura, plataforma especializada em fitas de ação e suspense.




segunda-feira, 6 de janeiro de 2025

Especial de cinema

 

Globo de Ouro: ‘Emilia Perez’ é o grande vencedor da noite, com 4 prêmios, e Fernanda Torres surpreende com prêmio de atriz

 

A cerimônia do Globo de Ouro 2025 foi realizada na noite de ontem, em Los Angeles, evento que abre a temporada de premiações do cinema americano. Apresentado pela comediante Nikki Glaser, o Globo de Ouro premia os melhores filmes e séries do ano anterior. O filme francês ‘Emilia Perez’ foi o grande ganhador da noite, com quatro prêmios – melhor filme – Musical ou comédia, melhor filme estrangeiro, melhor atriz coadjuvante para Zoe Saldaña e melhor canção original. O brasileiro ‘Ainda estou aqui’ não recebeu o prêmio de filme estrangeiro, porém Fernanda Torres emocionou ao subir ao palco para receber a estatueta de melhor atriz de drama. É a primeira vez na História que uma atriz brasileira ganha o Globo. Na categoria TV, o maior vencedor da noite foi a série ‘Xógum’, que se passa no Japão feudal – foram quatro prêmios, de melhor série de drama e três de elenco – melhor ator de drama para Hiroyuki Sanada, atriz e ator coadjuvantes, para Anna Sawai e Tadanobu Asano.

Confira abaixo a lista dos premiados – são os primeiros nomes de cada categoria, em negrito.

 

Categoria - CINEMA

 

Melhor filme - Musical ou comédia

 

“Emilia Pérez”

“Anora”

“Rivais”

"A verdadeira dor"

“A substância”

“Wicked”

 

Melhor filme - Drama

 

“O brutalista”

“Um completo desconhecido”

“Conclave”

“Duna: Parte 2”

“Nickel boys”

“Setembro 5”

 

Melhor direção

 

Brady Corbet, “O brutalista”

Jacques Audiard, “Emilia Pérez”

Sean Baker, “Anora”

Edward Berger, “Conclave”

Coralie Fargeat, “A Substância”

Payal Kapadia, “Tudo que imaginamos como luz”

 

Melhor atriz em filme - Comédia ou musical

 

Demi Moore, “A substância”

Amy Adams, “Canina”

Cynthia Erivo, “Wicked”

Karla Sofía Gascón, “Emilia Pérez”

Mikey Madison, “Anora”

Zendaya, “Rivais”

 






Melhor ator de filme - Musical ou comédia

 

Sebastian Stan, “Um homem diferente”

Jesse Eisenberg, “A verdadeira dor”

Hugh Grant, “Herege”

Gabriel LaBelle, “Saturday Night – A noite que mudou a comédia”

Jesse Plemons, “Tipos de gentileza”

Glen Powell, “Assassino por acaso”

 

Melhor atriz de filme - Drama

 

Fernanda Torres, “Ainda estou aqui"

Pamela Anderson, “The last showgirl”

Angelina Jolie, “Maria Callas”

Nicole Kidman, “Babygirl”

Tilda Swinton, “O quarto ao lado”

Kate Winslet, “Lee”

 

Melhor ator de filme - Drama

 

Adrien Brody, “O brutalista”

Timothée Chalamet, “Um completo desconhecido”

Daniel Craig, “Queer”

Colman Domingo, “Sing Sing”

Ralph Fiennes, “Conclave”

Sebastian Stan, "O aprendiz"

 

Melhor atriz coadjuvante de filme

 

Zoe Saldaña, “Emilia Pérez”

Selena Gomez, “Emilia Pérez”

Ariana Grande, “Wicked”

Felicity Jones, “O brutalista”

Margaret Qualley, “A substância”

Isabella Rossellini, “Conclave”

 

Melhor ator coadjuvante em filme

 

Kieran Culkin, “A verdadeira dor"

Yura Borisov, “Anora”

Edward Norton, “Um completo desconhecido”

Guy Pearce, “O brutalista”

Jeremy Strong, “O aprendiz”

Denzel Washington, “Gladiador 2”

 

Melhor filme em língua não-inglesa

 

"Emilia Pérez" - França

"Tudo que imaginamos como luz" - Índia

"A garota da agulha" - Dinamarca

"Ainda estou aqui" - Brasil

"A semente do fruto sagrado" - Alemanha

"Vermiglio" - Itália

 

Melhor filme de animação

 

“Flow"

“Divertida mente 2"

“Memórias de um caracol"

“Moana 2”

“Wallace & Gromit: Avengança”

“Robô selvagem”

 

Melhor roteiro de filme

 

“Conclave”, Peter Straughan

“Emilia Pérez”, Jacques Audiard

“Anora”, Sean Baker

“O brutalista”, Brady Corbet e Mona Fastvold

“A verdadeira dor”, Jesse Eisenberg

“A substância”, Coralie Fargeat

 

Melhor realização cinematográfica e em bilheterias

 

"Wicked"

"Alien: Romulus"

“Os fantasmas ainda se divertem: Beetlejuice Beetlejuice”

“Deadpool & Wolverine”

“Gladiador 2”

“Divertida mente 2”

"Twisters"

“Robô selvagem”

 

Melhor trilha sonora

 

“Rivais”

“Conclave”

“O brutalista”

“Robô selvagem”

“Emilia Pérez”

“Duna: Parte 2”

 

Melhor canção original

 

“Emilia Pérez” – “El mal”

“The last showgirl” – “Beautiful that way”

“Rivais” – “Compress/Repress”

“Emilia Pérez” – “Mi camino”

“Better Man - A História de Robbie Williams” – “Forbidden road”

“Robô selvagem” — “Kiss the sky”

 

 

Categoria - TV

 

Melhor série de TV - Drama

 

“Xógum”

“O dia do chacal”

“A diplomata”

“Sr. e Sra. Smith”

“Slow horses”

“Round 6”

 

Melhor ator de série - Drama

 

Hiroyuki Sanada, “Xógum”

Donald Glover, “Sr. e Sra. Smith”

Jake Gyllenhaal, “Acima de qualquer suspeita”

Gary Oldman, “Slow horses”

Eddie Redmayne, “O dia do chacal”

Billy Bob Thornton, “Landman”

 

Melhor atriz em série de TV (Drama)

 

Anna Sawai, “Xógum”

Kathy Bates, “Matlock”

Emma D’Arcy, “A casa do dragão”

Maya Erskine, “Sr. e Sra. Smith”

Keira Knightley, “Black doves”

Keri Russell, “A diplomata”

 

Melhor série (Musical ou comédia)

 

“Hacks”

“Abbott elementary”

“O urso”

“Magnatas do crime”

“Ninguém quer”

“Only murders in the building”

 

Melhor ator em série de TV (Musical ou comédia)

 

Jeremy Allen White, “O urso”

Adam Brody, “Ninguém quer”

Ted Danson, “Um espião infiltrado”

Steve Martin, “Only murders in the building”

Jason Segel, “Falando a real”

Martin Short, “Only murders in the building”

 

Melhor atriz de TV (Musical ou comédia)

 

Jean Smart, “Hacks”

Kristen Bell, “Ninguém quer”

Quinta Brunson, “Abbott elementary”

Ayo Edebiri, “O urso”

Selena Gomez, “Only murders in the building”

Kathryn Hahn, “Agatha desde sempre”

 

Melhor série limitada, antologia ou filme feito para TV

 

“Bebê Rena"

“Difamação”

“Monstros: Irmãos Menendez – Assassinos dos pais”

“Pinguim”

“Ripley”

“True Detective: Terra noturna”

 

Melhor atriz em série limitada, antologia ou filme feito para TV

 

Jodie Foster, “True Detective: Terra noturna”

Cate Blanchett, “Difamação”

Cristin Milioti, “Pinguim”

Sofía Vergara, “Griselda”

Naomi Watts, “Feud: Capote vs. the Swans”

Kate Winslet, “O regime”

 

Melhor ator em série limitada, antologia ou filme feito para TV

 

Colin Farrell, “Pinguim”

Richard Gadd, “Bebê Rena”

Kevin Kline, “Difamação”

Cooper Koch, “Monstros: Irmãos Menendez – Assassinos dos pais”

Ewan McGregor, “Um cavalheiro em Moscou”

Andrew Scott, “Ripley”

 

Melhor atriz coadjuvante de série de TV

 

Jessica Gunning, “Bebê Rena”

Liza Colón-Zayas, “O urso”

Hannah Einbinder, “Hacks”

Dakota Fanning, “Ripley”

Allison Janney, “A diplomata”

Kali Reis, “True Detective: Terra noturna”

 

Melhor ator coadjuvante de TV

 

Tadanobu Asano, “Xógum"

Javier Bardem, “Monstros: Irmãos Menendez – Assassinos dos pais "

Harrison Ford, “Falando a real”

Jack Lowden, “Slow horses”

Diego Luna, “La maquina”

Ebon Moss-Bachrach, “O urso”

 

Melhor stand-up para TV

 

Ali Wong, “Single lady”

Jamie Foxx, “What had happened was”

Nikki Glaser, “Someday you’ll die”

Seth Meyers, “Dad man walking”

Adam Sandler, “Love you”

Ramy Youssef, “More feelings”

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