Midsommar: O mal não
espera a noite
O casal Dani (Florence
Pugh) e Christian (Jack Reynor) passa por uma crise conjugal. Dani acabou de
perder os pais e a irmã numa tragédia familiar, então o namorado a convida para
viajar com um grupo de amigos a um festival de verão em uma comunidade fechada
na Suécia, onde estranhos fatos irão ocorrer.
Controverso e simbólico,
“Midsommar” é um conto de fadas de horror da mente visionária do diretor de
“Hereditário” (2018), Ari Aster, um jovem cineasta que fez aqui seu segundo longa-metragem.
Partiu de lendas nórdicas e escandinavas criando um universo de tensão e medo
constantes, com personagens trancados em uma isolada comunidade sueca durante
um festival de verão com culto a deuses e ritos que vão se tornando macabros. A
protagonista, Florence Pugh (indicada ao Oscar de atriz coadjuvante por
“Adoráveis mulheres”), é uma jovem atormentada pelo suicídio da irmã e pela
morte dos pais em uma tragédia. Ela está em crise com o namorado, e para uma
reparação, viaja com um grupo de amigos ao tal festival, que dura nove dias e
ocorre a cada 90 anos. Lá ela será perseguida por memórias da família ao mesmo
tempo que uma série de incidentes horrendos colocam sua vida em jogo, assim
como a dos amigos.
Tudo nesse filme é
estranho, a fotografia embala um tom onírico, um sonho que mistura pesadelo e
alucinações, num lugar que nunca anoitece. A cada dia um acontecimento chama a
atenção. A comunidade sueca tem velhos e jovens com comportamentos diferentes,
mas sempre sob o signo de uma entidade maior, às vezes ameaçadora.
Há cenas brutais e que
perturbam, com momentos indigestos e capciosos. E, nós não ficamos como meros
espectadores, somos tragados para dentro da trama até o desfecho bizarro e
revelador (até nisso Aster teve um olhar diferenciado, a forma como hipnotizar
quem assiste). Com certeza uma obra que não nos deixa indiferentes!
Pertence a uma linha de
cinema de terror chamado “folk horror” (terror folclórico), com referência ao
maior deles, o britânico “O homem de palha” (1973), contando com uma atmosfera
onde o mal paira e ronda todos.
O diretor demorou cinco
anos para rodar o filme, escrito durante o duro processo de divórcio dele. E
ele faz relações com o anterior, “Hereditário”, seja no tom, nas entrelinhas de
algo demoníaco invisível ou nas sequências ritualísticas.
Rodado na Hungria, com
orçamento de filme independente (U$ 9 mi), rendeu quase U$ 50 milhões de
bilheteria no mundo, garantindo sucesso no pequeno circuito de filmes de
terror.
Recentemente ganhou edição de luxo em bluray pela Versátil, em parceria
com a Paris Filmes e a A24, com a versão de cinema (147 minutos) e a versão do
diretor (172 minutos), muitos extras, cards, livreto e pôsteres.
Midsommar: O mal não
espera a noite (Midsommar).
EUA/Suécia, 2019, 147 minutos. Terror. Colorido. Dirigido por Ari Aster.
Distribuição: Versátil Home Video
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