Foxfire – Confissões
de uma gangue de garotas
No interior do estado de
Nova York nos anos 50, oito jovens organizam uma gangue para lutar contra os
abusos dos homens.
Primeiro (e único) filme
em língua inglesa do diretor francês Laurent Cantet, cineasta de grande renome
internacional, vencedor da Palma de Ouro em Cannes por “Entre os muros da
escola” (2007). Ele quem fez o roteiro, adaptado do livro “Foxfire”, da norte-americana
Joyce Carol Oates, sobre uma gangue de garotas que busca se vingar dos abusos
sofridos no ambiente de trabalho e na escola (a história se passa numa
cidadezinha interiorana de Nova York, na metade dos anos 50, com uma pegada
moderna nos figurinos e nos diálogos). Elas revidam com fúria, atacando
professores que tentaram estuprá-las e homens que abusaram delas na rua. Elas
enfrentam uma sociedade misógina e machista, porém a luta delas é com armas e
agressões, gerando um novo discurso de violência, de justiça com as próprias
mãos (o que sabemos não ser o melhor caminho). Por isso passam a ser vistas
como foras-da-lei, perseguidas pela polícia – o filme segue numa crescente a
ponto de as garotas destruírem casas, sequestrarem homens e até matá-los.
Cantet fez uma obra
fascinante e vigorosa. E como sempre utilizando uma linguagem própria, com a câmera
na mão, em constante movimento, resultando em imagens tremidas e fora de foco,
que jogam o espectador para o centro das cenas. Novamente escalou um elenco de
pessoas desconhecidas – aqui são jovens atrizes francesas, muitas em cena pela
primeira vez (destaque para Katie Coseni, que ganhou o prêmio de atriz no
Festival de San Sebastian).
Rodado no Canadá, tem
como co-roteirista Robin Campillo, parceiro de trabalho de Cantet em outros longas,
como “Entre os muros da escola” e “A trama” (2017). Campillo escreveu e dirigiu
um dos filmes mais impactantes do cinema francês atual, que trata sobre a Aids,
“120 batimentos por minuto” (2017), ganhador de três prêmios em Cannes, o da
Crítica, o Grande Prêmio do Juri e o Queer Palm.
PS: Em 1996 houve a
primeira versão de “Foxfire”, intitulado no Brasil de “Rebeldes”, bem fraquinha, com Angelina
Jolie no início de carreira (dirigido por Annette Haywood-Carter, trazia a
história dos anos 50 para os anos 90).
Procure conhecer a
versão de 2012, de Cantet – tem em DVD pela Imovision.
Foxfire – Confissões
de uma gangue de garotas
(Foxfire). França/Canadá, 2012, 143 minutos. Drama. Colorido. Dirigido por
Laurent Cantet. Distribuição: Imovision