Em 2047, uma equipe de cientistas do Comando
Aeroespacial norte-americano viaja até Netuno para localizar uma nave de
pesquisa que sumiu. O grupo se depara com uma pista, gravações com sinais
sonoros e gritos humanos. A espaçonave é enfim encontrada, e nela há agora uma entidade
capaz de destruir aqueles que chegarem perto.
Dois anos antes do terror scifi “O enigma do
horizonte” (1997), o diretor britânico Paul W. S. Anderson trazia para a telona
a adaptação do jogo de luta Mortal Kombat, um guilty pleasure que fez sucesso entre
os jovens nos cinemas. Com “Enigma”, o efeito foi contrário: gastou-se muito
para produzi-lo (U$ 60 milhões), e foi mal recebido nas bilheterias (U$ 26 mi
no mundo), virando cult nos anos 90 – logo depois Anderson se manteria no
cinema de ação e terror, adaptando outros jogos para o cinema (como três
capítulos de “Resident evil” e recentemente “Monster Hunter”), fitas violentas de
gosto duvidoso, como “O soldado do futuro” e “Corrida mortal” (um remake), e
encontros de vilões para uma briga do século, como “Alien vs. Predador”.
“Enigma” é seu filme mais denso e criativo, também complexo com sua trama que
se passa num futuro longínquo (gravado em 1997, era um futuro de 50 anos, em
2047). O diretor puxou para a trama espacial elementos presentes em filmes da
mesma natureza, como “Alien – O oitavo passageiro” (1979), “O buraco negro”
(1979) e “Força sinistra” (1985). Sam Neill (de “Jurassic Park”) e Laurence
Fishburne (de “Matrix”) interpretam dois cientistas espaciais que lideram a
expedição rumo a Netuno, ao lado de Kathleen Quinlan, Joely Richardson, Jason
Isaacs e Richard T. Jones. O objetivo é encontrar uma nave desaparecida, a
Event horizon (título original do filme). Quando a localizam, percebem que uma
força sobrenatural se apoderou do controle e do sistema interno da nave, bem
como dos antigos tripulantes (que tiveram os olhos arrancados). São poucas
horas que o grupo terá para completar essa missão quase suicida.
O terror investe em bons efeitos visuais, com uma
boa direção de arte, especialmente na concepção do interior da espaçonave. Tem
momentos de tensão, sequências de sonhos e alucinações com flashbacks e como
não podia faltar no cinema de Anderson, um pouco de gore (cenas sangrentas). O corte
inicial do filme teria 130 minutos, mas os estúdios Paramount pediram para que
o diretor reduzisse as cenas gore, que eram muitas; contrariado, Anderson o fez
(editou 34 minutos do filme), e, segundo disse numa entrevista em 2017, guardou
uma cópia da versão original nunca assistida nem por ele nem pela equipe de
produção - sabendo disso, os fãs do filme pedem que ela seja lançada em breve. Mesmo
sem o gore que prometia, é um passatempo rápido, para quem procura um bom filme
do gênero.
Saiu nos anos 2000 em DVD pela Paramount e ganhou
agora uma edição especial em bluray, da mesma distribuidora, com vários extras
como trailers, making of, comentários etc. Vale ter em sua coleção!
O enigma do horizonte (Event horizon). EUA/Reino Unido, 1997,
96 minutos. Terror/Ficção científica. Colorido. Dirigido por Paul W. S.
Anderson. Distribuição: Paramount Pictures
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