O contador
Christian Wolff (Ben
Affleck) é o contador de organizações criminosas que lavam milhões de dólares todos
os anos. Com o Departamento Criminal do Ministério da Fazenda em sua cola, ele decide
atender um novo cliente, no caso uma empresa de robótica. Mas esta está
desviando recursos milionários, e Wolff se enrosca em uma teia de conspiração
que deixará uma fila de mortos pelo caminho.
Em 2016, quando do
lançamento dessa fita de ação nos cinemas, imediatamente a coloquei na lista das
melhores do ano, seja pelo seu roteiro inteligente (e bem complexo), seja pelo
elenco em boa forma (Ben Affleck, Anna Kendrick e J.K. Simmons, a destacar),
seja pela parte técnica impecável (fotografia, som, trilha sonora, todos bem
amarrados). Fez certo sucesso nas salas americanas, deu origem a quadrinhos da
DC Comics, com o mesmo título, “The accountant”, e o diretor Gavin O'Connor
informou há pouco à imprensa que planeja a continuação, sem previsão ainda.
Tudo isso faz de “O contador” um filme a se conhecer, caso não assistiram ainda...
Affleck amadureceu,
virou produtor e diretor, e está em um de seus bons dias de atuação (ele,
quatro anos depois, voltou a trabalhar com o diretor Gavin O’Connor, num filme
mediano, “O caminho de volta”, sobre um ex-atleta de basquete, alcoólatra, que
volta a treinar uma equipe). Aqui ele interpreta um anti-herói, um contador que
atua no crime, fazendo negócios escusos com corporações milionárias. Ele é
ligado a números, durante o filme vemos flashbacks de sua infância como um
menino prodígio, mas violento, quando descobriu ser autista (ele tem boa
memória, mas não desenvolve interação social – no desfecho há uma menção ao
autismo como alerta aos pais). Quando a Receita Federal o investiga, ele muda
de ramo, e pega a contabilidade de uma empresa de robótica, também fraudulenta.
Da noite para o dia, vê-se envolvido num pesadelo, perseguido por criminosos
que o querem morto.
Funciona como thriller e
até como “filme de mistério” (subgênero ainda adotado nos Estados Unidos), com
muitos diálogos e cenas impactantes de ação (já começa com uma série de mortos
num tiroteio que será explicado no final). Dica: mergulhe em todos os detalhes
possíveis, pois o roteiro cabeça pode dar um nó com as dezenas de informações e
personagens; o roteirista é Bill Dubuque, de “O juiz” (2014) e criador de uma
das melhores séries da Netflix, “Ozark” (2017-2022).
Tem um elenco de
coadjuvantes de peso, como Jon Bernthal, Jeffrey Tambor, Jean Smart e John
Lithgow e infelizmente foi esquecido pelo Oscar e pelas principais premiações
do cinema.
O contador (The accountant). EUA, 2016, 127
minutos. Ação. Colorido. Dirigido por Gavin O'Connor. Distribuição: Warner
Bros.
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