Pat Garrett e Billy the Kid
A caçada ao fora-da-lei Billy the Kid
(Kris Kristofferson) pelo seu melhor amigo, agora o xerife Pat Garrett (James
Coburn), no Novo México em 1881.
Esse é o filme que melhor retrata a longa
perseguição do xerife Pat Garrett para capturar o temido e mítico pistoleiro
Billy the Kid, famoso por roubar gado no sul dos Estados Unidos no final do
século XIX. A presença dos atores Kris Kristofferson e James Coburn garantem a
história repleta de desencontros e tiroteios sem fim nas escaldantes paisagens
áridas do Novo México. Um western moderno e com ingredientes do cinema de ação
com a marca típica de seu diretor, Sam Peckinpah (apelidado de “Mestre da
Violência”), que dentre outras qualidades utilizava sangue nos ferimentos de
bala (algo pouco comum no faroeste daquela época) e a técnica do slow-motion
nas cenas de duelo, que dava outra dimensão e sensação para os crimes ali
retratados. Peckinpah começou a carreira dirigindo western, sendo sua
obra-prima “Meu ódio será sua herança” (1969), e inauguraria a partir daí uma
estética suja e violenta, com traços do barroco, intercalando o colorido ao
preto-e-branco, com filmagem e fotos antigas. Fez isso bem em “Sob o domínio do
medo” (1971), “Os implacáveis” (1972) e os três melhores de sua filmografia pra
mim, “Traga-me a cabeça de Alfredo Garcia” (1974), “Assassinos de elite” (1975)
e “O casal Osterman” (1983).
Com pano de fundo real e rodado em
lugares originais do Oeste selvagem, como Durango, no México, e em Tucson, no
Arizona, teve um orçamento alto e um faturamento muito baixo, virando um cult a
princípio. Apesar de não ter dado certo nas bilheterias, concorreu aos seguintes prêmios: Bafta de música e ator estreante
(Kris) e Grammy de melhor trilha para filme (para Bob Dylan) - outro
ponto curioso, Bob Dylan fez a trilha (em que toca a clássica “Knocking on
heaven’s door”) e pinta como ator coadjuvante, no papel de Alias, um rapaz
errante e misterioso que vaga por aí com uma faca. Outras aparições são de
Jason Robards, como o governador, além de Slim Pickens e Katy Jurado, como um
casal de rancheiros.
Originalmente da MGM, o filme pode ser visto em várias edições em DVD no Brasil: primeiro saiu pela Lume Filmes, em
2010; depois, em 2020, saiu no box “Lendas do
faroeste”, pela Obras-primas do Cinema, com a metragem original do cinema, de
122 minutos - contendo na caixa os filmes
“Caminho fatal” (1942), “Armado até os dentes” (1955) e “Meu nome é ninguém”
(1973); e esse mês acaba de ser lançado em DVD
pela Classicline (com a metragem da edição especial de 2005 que saiu em DVD nos
Estados Unidos, de 115 minutos). Há também uma versão nos EUA editada devido à
violência, de 106 minutos.
Pat Garrett e Billy the Kid (Pat Garrett & Billy the Kid).
EUA/México, 1973, 115 e 122 minutos. Faroeste. Colorido/Preto-e-branco. Dirigido por
Sam Peckinpah. Distribuição: Classicline (DVD de 2022); Obras-primas do Cinema
(no box “Lendas do faroeste”, de 2020); Lume Filmes (DVD de 2010)
Nenhum comentário:
Postar um comentário