domingo, 22 de maio de 2022

Cine Cult


Pat Garrett e Billy the Kid


A caçada ao fora-da-lei Billy the Kid (Kris Kristofferson) pelo seu melhor amigo, agora o xerife Pat Garrett (James Coburn), no Novo México em 1881.

Esse é o filme que melhor retrata a longa perseguição do xerife Pat Garrett para capturar o temido e mítico pistoleiro Billy the Kid, famoso por roubar gado no sul dos Estados Unidos no final do século XIX. A presença dos atores Kris Kristofferson e James Coburn garantem a história repleta de desencontros e tiroteios sem fim nas escaldantes paisagens áridas do Novo México. Um western moderno e com ingredientes do cinema de ação com a marca típica de seu diretor, Sam Peckinpah (apelidado de “Mestre da Violência”), que dentre outras qualidades utilizava sangue nos ferimentos de bala (algo pouco comum no faroeste daquela época) e a técnica do slow-motion nas cenas de duelo, que dava outra dimensão e sensação para os crimes ali retratados. Peckinpah começou a carreira dirigindo western, sendo sua obra-prima “Meu ódio será sua herança” (1969), e inauguraria a partir daí uma estética suja e violenta, com traços do barroco, intercalando o colorido ao preto-e-branco, com filmagem e fotos antigas. Fez isso bem em “Sob o domínio do medo” (1971), “Os implacáveis” (1972) e os três melhores de sua filmografia pra mim, “Traga-me a cabeça de Alfredo Garcia” (1974), “Assassinos de elite” (1975) e “O casal Osterman” (1983).


Com pano de fundo real e rodado em lugares originais do Oeste selvagem, como Durango, no México, e em Tucson, no Arizona, teve um orçamento alto e um faturamento muito baixo, virando um cult a princípio. Apesar de não ter dado certo nas bilheterias, concorreu aos seguintes prêmios: Bafta de música e ator estreante (Kris) e Grammy de melhor trilha para filme (para Bob Dylan) - outro ponto curioso, Bob Dylan fez a trilha (em que toca a clássica “Knocking on heaven’s door”) e pinta como ator coadjuvante, no papel de Alias, um rapaz errante e misterioso que vaga por aí com uma faca. Outras aparições são de Jason Robards, como o governador, além de Slim Pickens e Katy Jurado, como um casal de rancheiros.
Originalmente da MGM, o filme pode ser visto em várias edições em DVD no Brasil: primeiro saiu pela Lume Filmes, em 2010; depois, em 2020, saiu no box “Lendas do faroeste”, pela Obras-primas do Cinema, com a metragem original do cinema, de 122 minutos - contendo na caixa os filmes “Caminho fatal” (1942), “Armado até os dentes” (1955) e “Meu nome é ninguém” (1973); e esse mês acaba de ser lançado em DVD pela Classicline (com a metragem da edição especial de 2005 que saiu em DVD nos Estados Unidos, de 115 minutos). Há também uma versão nos EUA editada devido à violência, de 106 minutos.


Pat Garrett e Billy the Kid (Pat Garrett & Billy the Kid). EUA/México, 1973, 115 e 122 minutos. Faroeste. Colorido/Preto-e-branco. Dirigido por Sam Peckinpah. Distribuição: Classicline (DVD de 2022); Obras-primas do Cinema (no box “Lendas do faroeste”, de 2020); Lume Filmes (DVD de 2010)

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