sábado, 30 de janeiro de 2021

Resenhas Especiais



#Alive

Oh Joon-woo (Yoo Ah-In) é um rapaz preso num edifício tomado por zumbis. Ele procura uma saída, até que encontra uma garota sobrevivente no meio do caos.

Tenho um fraco por filmes de zumbis, por isso me prendo fácil com obras dessa temática. “#Alive” (2020) é uma produção caprichada da Coreia do Sul para a Netflix, que conta com um dos atores mais prestigiados do país, Yoo Ah-In, de “O veterano” (2015) e protagonista de “Em chamas” (2018), filmaço ganhador do prêmio da Crítica em Cannes.
Angustiante, rápido, cheio de mortes e suspense, segue o estilão dos ‘zombie movies’: um vírus desconhecido se espalha, transforma as pessoas em mortos-vivos, o caos se instaura, e um único sobrevivente tenta escapar. Já viu isso outras vezes, não é? A trama é a mesma, o que muda é o cenário/ambientação (aqui é num prédio, meio “A noite devorou o mundo), e a técnica, com uso de enquadramentos diferentes, a edição rápida, ou seja, o jovem diretor Il Cho soube trabalhar com o que tinha em mãos. Há um diálogo evidente com a pandemia que vivemos hoje (o filme estreou em junho de 2020), e uma analogia com o uso frequente da tecnologia – o personagem tem um celular apenas para pedir socorro, além de um walkie-talkie (veja que tudo é gravado pelo protagonista e lançado na internet como pedido de ajuda, e em muitas sequências o vemos pela tela de seu celular, num jogo de espelho/lentes bem pensado).


O filme estreou primeiramente na Coreia do Sul em 24 de junho de 2020, obtendo um tremendo sucesso, com 250 mil espectadores. Dez dias depois entrou na Netflix de mais de 50 países, e no Brasil alcançou o top #2.
Filme nervoso para ficar com o coração na mão! Boa sessão!

#Alive (#Saraitda). Coreia do Sul, 2020, 98 minutos. Terror/Ação. Colorido. Dirigido por Il Cho. Distribuição: Netflix


A passagem

Estudantes recebem um convite para conhecer um estranho museu de cera instalado em um casarão. Na noite em que chegam ao local, viram alvo de uma experiência macabra, onde cada um será transformado em peças de cera.

Entretenimento de terror dos anos 80 que marcou a estreia do diretor Anthony Hickox, que depois produziu, dirigiu e escreveu filmes do gênero como a continuação de “A passagem”, chamada “Perdidos no tempo” (1992), “Warlock 2: O armageddon” (1993) e “Hellraiser III” (1994). Obteve sucesso na TV aberta, em sessões do ‘Cinema em casa’, foi bem comentado em home vídeo, e é um terrir (terror com humor) elaborado, com uma série de historietas macabras, em que cada personagem entra numa ambientação diferente e é perseguido por monstros famosos do imaginário popular, como o lobisomem, Drácula e múmias, que os transformam em cera. A maquiagem é uma feliz escolha para recriar as criaturas feiosas, e em várias sequências há jumpscares! O final anárquico comprova a criatividade dessa fita rápida e nostálgica.


Há vários filmes desse tema, como “Os crimes do museu” (1933) e os remakes, “Museu de cera” (1953) e “Casa de cera” (2005), mas “A passagem”, sem dúvida, é um dos que mais empolgam para quem procura uma diversão passageira.
Notam-se no elenco Zach Galligan (de “Gremlins”) e os veteranos David Warner e Patrick Macnee.
Saiu recentemente em DVD pela Obras-primas do Cinema no box “Sessão de terror Anos 80 – volume 3”, com os filmes “Pague para entrar, reze para sair” (1981), “Príncipe das sombras” (1987) e “Warlock, o demônio” (1989) – a caixa é para colecionador, com cards e extras.


A passagem (Waxwork). EUA/Reino Unido/Alemanha, 1988, 96 minutos. Terror/Comédia. Colorido. Dirigido por Anthony Hickox. Distribuição: Obras-primas do Cinema


Ivan Vassilevich muda de profissão

O cientista Shurik (Aleksandr Demyanenko) constrói uma máquina do tempo para testar seus limites na ciência. Certo dia faz com que o czar Ivan, o Terrível, seja trazido do século XVI para o século XX, criando uma série de confusões.

Comédia nonsense debochada e experimental de Leonid Gayday, diretor de duas célebres fitas cômicas que misturavam aventura mirabolante, “Braço de diamante” (1969) e “12 cadeiras” (1971). Disse “comédia”, porém é difícil classificar o gênero; o diretor mistura ficção científica, aventura e ação, mantendo o ritmo acelerado de seus filmes anteriores, que apresentam uma forma e uma linguagem próprias, inconfundíveis.
Baseada na peça do escritor soviético Mikhail Bulgakov, com roteiro de Gayday, o filme comenta, com crítica social, as diferenças entre a Rússia do início do czarismo (aproveitando a famigerada figura histórica de Ivan, o Terrível) e o país na atualidade (década de 70), quando houve novidades tecnológicas e transformação cultural. O cineasta procura mostrar o choque sociocultural na Rússia num intervalo de 400 anos, por meio do humor cáustico, gags visuais, enquadramentos disruptivos etc. Reparem na técnica, é uma aula de cinema!
Ah, outra coisa: paralelamente à trama da vinda de Ivan, o Terrível para o tempo atual, há uma outra que caminha junto, a do síndico do prédio do cientista (o tal Ivan Vassilevich do título) e de um criminoso, transportados para a antiguidade - lá a dupla enfrentará um monte de apuros.


Inusitado, criativo, engraçado, o longa foi sucesso absoluto de bilheteria na Rússia da época, com mais de 60 milhões de espectadores nos cinemas em 1973.
Chega agora em DVD pela CPC-Umes, numa cópia restaurada. Boa diversão!

Ivan Vassilevich muda de profissão (Ivan Vasilevich menyaet professiyu). URSS, 1973, 89 minutos. Comédia/Aventura. Preto-e-branco/Colorido. Dirigido por Leonid Gayday. Distribuição: CPC-Umes Filmes

sexta-feira, 29 de janeiro de 2021

Cine Brasil


Turma da Mônica: Laços

Cebolinha mobiliza seus amigos Monica, Magali e Cascão para encontrar seu cachorro Floquinho, que desapareceu. Na busca, a turminha do bairro do Limoeiro se perde numa floresta e vão encarar diversas aventuras.

Bem recebido pelo público nos cinemas em 2019, com mais de dois milhões de espectadores e um total de R$ 45 milhões de bilheteria, “Turma da Mônica: Laços” deu super certo como adaptação para o cinema da graphic novel homônima de 2013, criada pelos irmãos quadrinistas Lu Cafaggi e Vitor Cafaggi a partir dos clássicos personagens de Mauricio de Souza. A produção encontrou atores com traços parecidíssimos aos do universo da turminha da Monica das HQs, e a história é rápida, adorável e leve, bem infantil, mais apropriada para as crianças, porém os marmanjos que liam os gibis vão aprovar. Até Mauricio de Souza entrou como ator, ele faz uma ponta como o dono da banca de jornal.
Assim como no desenho e nos gibis, a amizade de Monica, Cebolinha, Magali e Cascão é fortalecida nos momentos de perigo, quando embarcam em altas aventuras, como aqui, em que devem encontrar o cão Floquinho, que sumiu (o longa segue uma nota só, a busca por Floquinho).
Tem uma participação memorável de Rodrigo Santoro como o Louco, na metade do filme, que traz referências ao cinema de aventura infanto-juvenil dos anos 80, como “Os Goonies” e “Conta comigo” - e agora da série da Netflix, “Stranger things”. Ideias boas graças à cinefilia do diretor, Daniel Rezende, um apaixonado pelo cinema, que dois anos antes fez o ótimo “Bingo: O rei das manhãs” (2017); também dirigiu o seriado da Netflix “O mecanismo”, e já foi indicado ao Oscar, como editor por “Cidade de Deus”.


Ganhador do troféu de melhor filme infantil no Grande Prêmio de Cinema Brasileiro, terá esse ano, se a pandemia permitir, uma continuação nos cinemas, “Turma da Mônica: Lições”, prevista para estrear em junho – a parte 2 conta com o mesmo elenco, direção e produção, e participação de Mallu Mader. O teaser está liberado no Youtube, corra lá assistir!
Disponível em DVD e Bluray pela Paris Filmes.

Turma da Monica: Laços (Idem). Brasil, 2019, 97 minutos. Comédia/Infantil. Colorido. Dirigido por Daniel Rezende. Distribuição: Paris Filmes

terça-feira, 26 de janeiro de 2021

Cine Lançamento



O chamado da floresta

O cão Buck é retirado de sua família nos Estados Unidos e levado para Yukon, no Canadá, para puxar trenós durante a corrida do Ouro de 1890. Seu mentor será um habilidoso senhor, John Thornton (Harrison Ford). Eles irão percorrer centenas de quilômetros pelo gelo canadense, descobrindo juntos valores como determinação e coragem.

Todo filmado na linda região montanhosa de Yukon, no Canadá, na divisa com o Alaska, onde ocorreu a verdadeira Corrida do Ouro de Klondike no final do século XIX, “O chamado da floresta” é a adaptação para o cinema do clássico livro de Jack London, aqui no Brasil traduzido como “O chamado selvagem”, de 1903. Para quem gosta de fita de aventura com cachorro, vai embarcar com prazer nessa movimentada jornada de perigos e descobertas. Num território inóspito tomado pelo gelo, Buck entra num time de cães puxadores de trenós, e vai ser companheiro leal de um explorador (Harrison Ford) em busca de riquezas em um local desconhecido e sem a presença do homem. O roteiro de Michael Green, dos filmes “Logan” e “Blade runner 2049”, aproveitou bem o livro de London, por sua vez inspirado no real cão Buck, um híbrido de São Bernardo com pastor escocês, considerado um herói da região que ajudou na exploração de Yukon na Corrida do Ouro, conquistando os poucos moradores de lá.
A aventura classe A lembra outra saga com cachorros no gelo, “Caninos brancos”, também um livro de Jack London.
O filme custou caro e deu prejuízo, devido ao alto investimento em computação gráfica (60% das sequências são com BG), em preparação de animais no set (são dezenas de cães) etc


Dirige Chris Sanders, ex-animador da Disney e depois da Dreamworks (três de seus filmes foram indicados ao Oscar de animação, “Lilo & Stitch”, “Como treinar o seu dragão” e “Os Croods”), um mestre no quesito visual.
Em DVD e Bluray pela 20th Century Studios (antes, 20th Century Fox).

O chamado da floresta (The call of the wild). EUA/Canadá, 2020, 100 minutos. Aventura. Colorido. Dirigido por Chris Sanders. Distribuição: 20th Century Studios

segunda-feira, 25 de janeiro de 2021

Cine Lançamento


Emma.

Emma Woodhouse (Anya Taylor-Joy) é uma jovem rica e inteligente que mora numa pequena cidade inglesa. Inquieta, promove encontros amorosos para suas amigas, mas foge de romances para si. Até que um dia a flecha do cupido a atinge. Dividida entre a razão e a emoção, Emma não terá chances de escapar do homem que a deseja.

Primeiro filme da fotógrafa de clipes musicais Autumn de Wilde, que revisa o aclamado romance de Jane Austen para deixar sua visão em torno das mulheres da aristocracia inglesa do século XIX. Agradável, romântico e divertido, o filme mantém o cinismo e as sátiras do clássico livro sobre casamentos arranjados e amadurecimento, renova a história com pitadas maliciosas e incrementa tudo com um figurino modernoso para a fase Regencial ali retratada (o contexto é entre a Era Georgiana e a Era Vitoriana, tomada por uma atmosfera liberal e efervescência cultural) – quem assina esse figurino vibrante é Alexandra Byrne, ganhadora do Oscar, e que pode ser indicada aqui novamente. E os trajes combinam bem com a direção de arte e a fotografia, formidáveis!
Achei melhor que a versão anterior do livro, aquela fita alegre de 1996 com Gwyneth Paltrow interpretando Emma. Anya Taylor-Joy (de “Fragmentado” e da série de sucesso da Netflix “O gambito da rainha”) dá um show como a protagonista cupido, uma menina rica e mimada, que manipula a vida de todos que a cercam, desde o pai às amigas, promove relacionamentos para elas, aproxima pessoas, mas corre de um namoro (até um dia se esbarrar em um ‘affair’).


É uma comédia de costumes bem feminina, com um elenco de apoio interessante, com menção a Johnny Flynn, Mia Goth e o veterano Bill Nighy.
A essência da trama e do curso dela dialoga com duas obras da popular escritora inglesa (Jane Austen), “Razão e sensibilidade” e “Orgulho e preconceito”, que também ganharam versões para cinema.
Um deleite para fãs de filmes românticos de época. Em DVD e Bluray pela Universal Pictures.

Emma. (Idem). Reino Unido, 2020, 124 minutos. Drama/Romance. Colorido. Dirigido por Autumn de Wilde. Distribuição: Universal Pictures

quarta-feira, 20 de janeiro de 2021

Especial de Cinema


As estreias no cinema e no streaming em 2021

O ano de 2021 começou com tudo. A pandemia do coronavírus permanece nos rondando, deixando o mundo em alerta e apreensivo. O isolamento social é regra número 1 para que a contaminação seja freada, aliado ao uso de máscaras e higiene frequente das mãos. Nesse cenário nefasto, o cinema (e as artes em geral) foi um dos setores que mais foi prejudicado. Ir a uma sala de cinema hoje, ficar duas horas sentado olhando para a tela enquanto o ar-condicionado circula, torna-se um risco seríssimo de contágio pelo vírus que vem matando milhares de pessoas por dia no mundo todo.
Os cinemas tiveram de se readequar nesse novo mundo em transformação, limitando o número de ingressos vendidos, separando espaços entre as poltronas, diminuindo o valor dos ingressos. Para se ter noção, mais de 70% das estreias de 2020 foram prorrogadas para 2021. E não sabemos se elas irão ocorrer. Muitas distribuidoras já optaram em lançar seu catálogo de filme no streaming, para que o longa chegue ao público e não caia na gaveta. Só o tempo dirá o que será das salas de cinema...
Como tarefa de todo início de ano, preparei uma rápida lista com as principais estreias programadas para 2021. Elas não estão divididas mês a mês, pois, como disse, as distribuidoras ainda estão em negociação com os cinemas, se vão colocá-los em circuito das salas ou mandar direto para o streaming - alguns já estrearam fora do Brasil, como “Um lugar silencioso 2” e “Monster Hunter”, parte deles está apenas com o título original, pois ainda não houve tradução para o português, e outros nem título correto possui. Vamos torcer pelo cinema e continuar prestigiando essa arte extraordinária, seja nas salas, com os devidos cuidados, ou nas plataformas digitais, em casa.

Marighella

Antlers: Espíritos obscuros

Fatima

A mulher na janela

A menina que matou os pais

O menino que matou meus pais

Espiral: Jogos mortais

A lenda de Candyman

Bela vingança

Fatale

Os pequenos vestígios


Nomadland

Eduardo e Mônica

Em um bairro de Nova York

A escavação

Free guy – Assumindo o controle

Caça-fantasmas: Mais além

Uma noite de crime 5

Jungle cruise (Disney) – sem título

Morbius

Guerra com o vovô

Vem brincar

Malignant


Uma noite em Miami

Escape room 2

O jardim secreto

Um lugar silencioso 2

King's Man: A origem

Last night in Soho

Without remorse

Venom 2

Bios

Morte sobre o Nilo

Snake Eyes: G.I. Joe Origins

Halloween kills: O terror continua

Os eternos

Viúva Negra

Godzilla vs. Kong

Clifford: O gigante cão amigo – O filme

After: Depois da Verdade

West side story

Monster hunter

Turma da Mônica – Lições

Um príncipe em Nova York 2

Top Gun: Maverick

Os Croods 2

Tom & Jerry: O filme

A boa esposa

Pinóquio

O grande Ivan

Verão de 85

Fale com as abelhas

Wish dragon

Malcolm & Marie

Judas e o messias negro

News of the World

A liga de monstros

The last duel

Mestres do Universo

Pedro Coelho 2: O fugitivo

Raya e o último dragão

Velozes & furiosos 9

Minions 2

Infinito

Jackass 4

Invocação do mal 3

The tomorrow war

007: Sem tempo para morrer

Duna

Missão: Impossível 7

O banqueiro

Spider-Man (sem título)

Space Jam: O novo legado

Black Adam

Uncharted

Blade

Matrix 4

Shang-Chi and the Legend of the Ten Rings

Esquadrão suicida 2





terça-feira, 19 de janeiro de 2021

Nota do Blogueiro


Cine Debate retorna online no dia 23 e comemora nove anos de existência
 
O Imes Catanduva abre esse mês as sessões de 2021 do projeto “Cine Debate”, com a exibição de “Violência e paixão” (1974), o penúltimo filme do premiado cineasta italiano Luchino Visconti.  O longa está disponível em cópia restaurada, gratuito ao público, no site do SESC Digital, em https://sesc.digital/conteudo/cinema-e-video/42855/violencia-e-paixao. Após assistir ao filme, o público poderá participar do debate virtual, agendado para o dia 23 de janeiro, às 14h, na plataforma do Sesc Catanduva no Youtube - https://www.youtube.com/user/sesccatanduva - ele será mediado pelo idealizador do projeto, o jornalista e crítico de cinema Felipe Brida, professor do Senac e do Imes Catanduva, e por Alexandre Vasques, programador cultural do Sesc Catanduva.
O filme tem Burt Lancaster, Helmut Berger e Silvana Mangano, numa história dramática sobre um velho professor, colecionador de pinturas que retratam grupos familiares, que vê sua vida invadida quando aceita alugar um apartamento no andar superior para a vulgar marquesa Brumonti, que ali instala o amante Konrad, além de sua filha e o namorado dela. A obra trata de temas como fascismo, velhice e morte.

 
Cine Debate
 
O Cine Debate é uma parceria do Imes com o Sesc e o Senac Catanduva e completa nove anos trazendo filmes cult de maneira gratuita a toda a população.
Segue o mesmo formato do segundo semestre de 2020: uma vez por mês, online, porém agora retorna aos sábados, a partir das 14h, pelo canal do Sesc no Youtube.
Vamos prestigiar, participar e debater cinema! Todos estão convidados!
Confira abaixo a programação do primeiro semestre do Cine Debate 2021 (datas agendadas, por enquanto, de janeiro e fevereiro) – todos os filmes estão disponíveis gratuitamente no site do Sesc Digital, procurem lá em sesc.digital/home
 
Dia 23/01 – 14h – “Violência e paixão” (1974, 121 min)
Dia 27/02 – 14h – “A carruagem de ouro” (1952, 103 min)
 
Março: “A hora do lobo” (1968, 90 minutos)
Abril: “De crápula a herói” (1959, 132 minutos)
Maio: “Mamma Roma” (1962, 106 minutos)
Junho: “Tomates verdes fritos” (1991, 130 minutos)
Julho: “Lili Marlene” (1981, 111 minutos)

quarta-feira, 13 de janeiro de 2021

Na Netflix


O plano imperfeito

Dois assistentes que trabalham para executivos de Nova York andam estressados pelas cobranças de seus chefes. Cada um atua em uma empresa diferente. Num encontro casual, elaboram um plano amoroso para que os executivos, um homem e uma mulher, se conheçam e, quem sabe, se apaixonem.

Da diretora das séries cômicas de sucesso nos Estados Unidos “The office”, “Unbreakable Kimmy Schmidt” e “The good place”, Claire Scanlon, é uma agradável comédia romântica que a Netflix lançou em 2018, que trata do estressante mundo dos negócios de Nova York por outro prisma. Na história, dois amigos exauridos pelos seus chefes durões bolam um plano para que eles se encontrem e, daí, tenham um relacionamento, para que, assim, eles vivam felizes no trabalho e não cobrem tanto os subordinados (naquele raciocínio de “quem está apaixonado, é mais emotivo, sabe conversar e não enche o saco”). O plano dá certo até um ponto, depois as situações apertam.
A roteirista Katie Silberman, dos filmes de humor “Megarromântico” e “Fora de série”, ambas de 2019, acertou numa uma fita alto astral, bem passageira, para se assistir sem compromisso. Tem um dos melhores papéis da protagonista Zoey Deutch (de “Antes que eu vá” e da série “The politician”), e participação especial de Lucy Liu (uma das chefes, alvo do plano romântico).


Confira essa brincadeira divertida que se encaixa como uma farsa moderna, previsível e leve para recompor nosso humor em épocas de pandemia.

O plano imperfeito (Set it up). EUA, 2018, 105 minutos. Comédia/Romance. Colorido. Dirigido por Claire Scanlon. Distribuição: Netflix

sábado, 9 de janeiro de 2021

Cine Especial


T2: Trainspotting


Após trair os amigos roubando dinheiro de um golpe, vem o acerto de contas quando Mark (Ewan McGregor) retorna para casa. Ele está sendo aguardado por Sick Boy (Johnny Lee Miller), Spud (Ewen Bremner) e Begbie (Robert Carlyle).

Vinte anos depois do cultuado “Trainspotting – Sem limites” (1996), que sacudiu as estruturas para mostrar o indigesto retrato do submundo das drogas de Edimburgo, o cineasta Danny Boyle fez o retorno triunfal para a cena dos quatro amigos do longa original, agora beirando os 40, 50 anos de idade. Seu “Trainspotting 2”, intitulado só “T2”, é um ajuste de contas, de um jeito maduro, sem a violência, o frenesi e a desesperança do anterior. Os quatro personagens, no passado adictos e arruaceiros, se encontram de maneira definitiva para relembrar a traição (o roubo de dinheiro por Mark), para encarar um futuro mais ordinário e sadio.
Antes era o romance “Trainspotting”, agora a trama vem das páginas do livro “Pornô”, a sequência escrita por Irvine Welsh e publicada nove anos depois. Na tela, é muito bom rever os atores Ewan McGregor, Johnny Lee Miller, Ewen Bremner e Robert Carlyle, guiados novamente pelo mestre Boyle, participando do roteiro do mesmo John Hodge – filmes assim é um tiro no escuro, podem dar muito errado, no entanto o resultado aqui é formidável. São outros personagens, mudados pela vida, mais conscientes, menos subversivos.
Segue estrutura do anterior, com montagem disruptiva e trilha sonora com bandas de rock (como Blondie, Queen e Underworld cantando a música-tema do primeiro, “Born Slippy”).


Ganhou três prêmios no Bafta de 2017 (melhor filme, diretor e ator para Bremner, ainda indicado para McGregor e Carlyle), e teve bilheteria OK por ser um filme mais cult – muita gente esperou ansiosa essa segunda parte de uma produção cinematográfica que entrou para a História do Cinema, e até hoje pinta em listas de norte a sul da crítica como um dos 200 melhores filmes de todos os tempos.
Recomendo o DVD lançado pela Sony que traz bônus bacanas, que incluem uma conversa com o elenco e o diretor, um minidocumentário sobre a recuperação dos usuários de drogas, cenas excluídas, trailers e comentários durante o filme do diretor Danny Boyle e do roteirista John Hodge.

T2: Trainspotting (Idem). Reino Unido, 2017, 117 minutos. Drama. Colorido. Dirigido por Danny Boyle. Distribuição: Sony Pictures