Lili
Órfã,
a garota francesa Lili Daurier (Leslie Caron), de 16 anos, arruma emprego em
uma companhia de teatro de marionetes. Apaixona-se pelo mágico Marc, o
Magnífico (Jean-Pierre Aumont), homem mais velho, que a despreza. Abalada com a
situação, pensa em suicídio, até que fica próxima do manipulador de marionetes
Paul Berthalet (Mel Ferrer), que faz de tudo para que ela esqueça aquela paixão
desastrosa.
Clássico
absoluto do cinema, “Lili” é relançado em DVD no Brasil pela distribuidora
Obras-Primas do Cinema – em janeiro de 2014 o filme saiu pela Colecione
Clássicos, empresa que se transformou na Obras-Primas e que vem dando atenção
especial a filmes marcantes realizados entre as décadas de 30 e 80.
Baseado
na história “Love of seven dolls”, de Paul Gallico, o drama/musical tem todo um
charme, ingenuidade e lirismo, devido a vários elementos técnicos e de elenco:
Leslie Caron, indicada ao Oscar de melhor atriz pelo trabalho em Lili, dá o
fôlego à obra, no papel da graciosa protagonista; a fotografia e a direção de
arte com cores vivas e ambientes de arranjo teatral completam o conteúdo –
também indicados ao Oscar em 1954.
A
personagem não é uma simples menina de 16 anos: ela se transforma ao longo do
filme, adquirindo maturidade quando começa a trabalhar, encontrando
dificuldades em lidar com uma paixão esquisita, tentando até o suicídio
(perceba que situação-limite polêmica para abordar num musical dos anos 50!),
até se ajustar com a amizade fortalecida com um criador de marionetes. Ela
dialoga com os bonecos, num tom fabular, que deixa no ar se ela vive um sonho
ou está ainda no mundo real. Como uma caixinha bem montada, “Lili” é uma
obra-prima do cinema americano, rico de detalhes, simbologia e encantamento.
Das
seis indicações ao Oscar, levou apenas o de melhor trilha sonora (as outras
duas que não foram citadas acima foram nas categorias de diretor e roteiro).
Recebeu ainda indicação ao grande prêmio em Cannes, ganhou o Bafta de atriz e o
Globo de Ouro de roteiro.
Assinado
por um diretor genial, Charles Walters, de comédias musicais que deram um gás
ao cinema, como “Desfile de Páscoa” (1948), “Alta sociedade” (1956) e “A
inconquistável Molly” (1964). Ele também é coreógrafo do filme, função esta que
desenvolveu em inúmeras fitas da década de 40, como “Louco por saias”, “À meia
luz” e “Agora seremos felizes”. Nesse relançamento em DVD, a distribuidora
inseriu como extra trailer de cinema, uma entrevista com Leslie Caron e o curta
musical “Festa dos piratas na Ilha de Catalina” (1935). Obrigatório.
Lili
(Idem). EUA, 1953, 81 min. Drama/Musical. Colorido. Dirigido por Charles
Walters. Disponível em DVD. Distribuição: Obras-Primas do Cinema
Nenhum comentário:
Postar um comentário