Versatilizando
A
indústria de entretenimento enfrenta, desde 2006, a ferro e fogo, uma recessão
global, que, aliada à pirataria e à crise econômica, faz recuar, por exemplo, o
mercado de locação e o de venda de filmes em DVD. No Brasil, quem sobrevive são
as majors e poucas outras distribuidoras independentes, como a Versátil Home
Video, a nossa “Criterion”, que resgata títulos inéditos, em versões restauradas
para colecionador, com som e imagem dignos de deslumbramento.

Isto
demonstra que mesmo diante do recuo do mercado de DVDs e desse turbilhão da
crise, a Versátil não se intimidou; pelo contrário, segue com uma força
descomunal. Nesse mês de maio, para se ter uma ideia, a distribuidora restaurou
os seguintes títulos esquecidos: “Armadilha mortal” (um suspense tétrico, com
humor negro, do mestre Sidney Lumet) e “O jogador” (comédia satírica e
metalinguística sobre o mundo do cinema, cheia de referências, dirigida por
Robert Altman), além de dois boxes impressionantes, “A arte de Mario Bava” (com
quatro obras raras do cineasta italiano que transitam entre o terror, o
suspense e o policial, “A maldição do demônio”, “O alerta vermelho da loucura”,
“A garota que sabia demais” e “Cães raivosos”) e “Cinema Faroeste”, reunindo na
caixa filmes de diretores icônicos do western americano, como John Ford e
Anthony Mann, produzidos entre 1940 e 1960 (os longas são “Audazes e malditos”,
“O homem que luta só”, “Almas em fúria", "Comando negro”, “Paixão
selvagem” e “Reinado do terror”).

Ainda
sobre os filmes da Versátil, de um tempo para cá as coleções em DVD (e outras
até em Blu-ray) saem com cards especiais contendo a capa original dos longas
ali contidos, com extras imperdíveis, como making of, entrevistas, final
alternativo, trailers, tudo devidamente legendado. Os
cinéfilos agradecem felizes, com certeza. E vida longa à Versátil, que segue
como uma locomotiva a 200 quilômetros por hora nos difíceis trilhos do mercado brasileiro
de DVDs.
Por Felipe Brida