Adeus, meninos
Segunda
Guerra Mundial. Na França ocupada pelos nazistas, uma escola católica para
alunos de classe média abriga secretamente garotos de origem judia. No
internato nasce um forte laço de amizade entre o prodígio Julien Quentin
(Gaspard Manesse), menino cristão de família rica, e Jean Bonnet (Raphael
Fejtö), um ingênuo judeu refugiado.
Mentor
da Nouvelle Vague francesa, o cineasta Louis Malle (1932-1995) rememorou a infância
conturbada durante a Segunda Guerra nesse belíssimo drama indicado a dois Oscar
(melhor roteiro, escrito por ele mesmo, e filme estrangeiro). “Adeus, meninos”
foi o antepenúltimo filme do diretor, que construiu uma sensível obra-prima, sobre
fraternidade em tempos de guerra, com lirismo, delicadeza e nostalgia. A história
fixa-se entre 1943 e 1944, em uma escola conservadora da elite, onde nasce a
amizade entre um garoto de 12 anos, de família rica (Julien, que seria o
próprio Malle) e um menino judeu, de mesma idade, refugiado naquele internato
carmelita, o Sainte-Croix. Ambos são inteligentes, estudiosos, porém Julien
percebe o crescente isolamento de Jean, até que numa noite de inverno rigoroso
observa, assustado, o menino vestir um solidéu (boina usada pelos judeus) e
rezar em hebraico. Poderá Julien contar a verdade sobre Jean aos outros amigos
do grupo?
Vencedora
do Leão de Ouro no Festival de Veneza, a fita francesa, co-produção Alemanha e
Itália, é uma das obras decisivas sobre a infância e a amizade, em momento
delicado da carreira de Malle (é outra fase do diretor, totalmente oposta aos
dogmas avant-garde da Nouvelle Vague). Atenção para os simbólicos
enquadramentos introspectivos e à deslumbrante fotografia de aprisionamento do
suíço Renato Berta.
Sai
em versão restaurada em DVD no Brasil pela Versátil. Necessário a todos os
cinéfilos! Por Felipe Brida
Adeus, meninos (Au
revoir les enfants). França/Alemanha/Itália, 1987, 104 min. Drama. Dirigido por
Louis Malle. Distribuição: Versátil
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