Só nos resta chorar
Dois
amigos falastrões, Mário (Massimo Troisi) e Savério (Roberto Benigni) voltam
inesperadamente ao tempo, no ano de 1492, e partem em incríveis aventuras ao
lado de Cristóvão Colombo, Leonardo da Vinci e outras figuras históricas do
século XV.
Divertidíssima
comédia italiana de inspiração surrealista escrita, protagonizada e dirigida
por Roberto Benigni e pelo falecido Massimo Troisi (1953-1994), ambos em início
de carreira.
Ingênua,
essa fábula engraçada deu muito certo devido ao brilhante timing de humor entre
os dois atores centrais, que interpretam uma dupla de amigos que vivem nos anos
80, mas regressam de repente ao final do século XV, mais precisamente poucos dias
antes de Colombo viajar às Índias (e o consequentemente “descobrimento” da
América). Todo o foco da câmera vira-se para Massimo Troisi, mais lembrado pelo
papel que lhe rendeu indicação ao Oscar de ator, o do carteiro Mario (mesmo nome
do personagem que vive aqui) em “O carteiro e o poeta” (1994), e para Benigni,
grande comediante que cometeu sucessivos erros de uns anos para cá e hoje está
em decadência e sumido das telas. Ou seja, é um passatempo agradável montada a
partir de situações de dois únicos personagens em sucessivas trapalhadas e
romances proibidos, tudo em tom de fantasia - na verdade uma gostosa
brincadeira entre amigos, no caso Troisi e Benigni.
Até
então estava inédita no Brasil, e o público nem tinha conhecimento da
existência dessa joia italiana da década de 80, resgatada em DVD pela Versátil.
Uma
curiosidade para os cinéfilos: o roteiro também teve colaboração de Giuseppe Bertolucci,
irmão mais novo de Bernardo Bertolucci, roteirista esporádico e falecido em
2012. Vale conhecer esse pequeno tesouro. Por Felipe Brida
Só nos resta chorar (Non
ci resta che piangere). Itália, 1984, 107 min. Comédia. Colorido. Dirigido por
Roberto Benigni e Massimo Troisi. Distribuição: Versátil. Disponível em DVD.
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