quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015

Resenha especial



Só nos resta chorar

Dois amigos falastrões, Mário (Massimo Troisi) e Savério (Roberto Benigni) voltam inesperadamente ao tempo, no ano de 1492, e partem em incríveis aventuras ao lado de Cristóvão Colombo, Leonardo da Vinci e outras figuras históricas do século XV.

Divertidíssima comédia italiana de inspiração surrealista escrita, protagonizada e dirigida por Roberto Benigni e pelo falecido Massimo Troisi (1953-1994), ambos em início de carreira.
Ingênua, essa fábula engraçada deu muito certo devido ao brilhante timing de humor entre os dois atores centrais, que interpretam uma dupla de amigos que vivem nos anos 80, mas regressam de repente ao final do século XV, mais precisamente poucos dias antes de Colombo viajar às Índias (e o consequentemente “descobrimento” da América). Todo o foco da câmera vira-se para Massimo Troisi, mais lembrado pelo papel que lhe rendeu indicação ao Oscar de ator, o do carteiro Mario (mesmo nome do personagem que vive aqui) em “O carteiro e o poeta” (1994), e para Benigni, grande comediante que cometeu sucessivos erros de uns anos para cá e hoje está em decadência e sumido das telas. Ou seja, é um passatempo agradável montada a partir de situações de dois únicos personagens em sucessivas trapalhadas e romances proibidos, tudo em tom de fantasia - na verdade uma gostosa brincadeira entre amigos, no caso Troisi e Benigni.
Até então estava inédita no Brasil, e o público nem tinha conhecimento da existência dessa joia italiana da década de 80, resgatada em DVD pela Versátil.
Uma curiosidade para os cinéfilos: o roteiro também teve colaboração de Giuseppe Bertolucci, irmão mais novo de Bernardo Bertolucci, roteirista esporádico e falecido em 2012. Vale conhecer esse pequeno tesouro. Por Felipe Brida


Só nos resta chorar (Non ci resta che piangere). Itália, 1984, 107 min. Comédia. Colorido. Dirigido por Roberto Benigni e Massimo Troisi. Distribuição: Versátil. Disponível em DVD.

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