Balanço dos melhores e
piores filmes de 2014, com breves comentários meus.
Melhores de 2014
Clube de compras Dallas –
Contundente drama baseado na biografia de Ron Woodroof, HIV positivo que burlou
o sistema contrabandeando coquetel para atender pacientes com Aids nos anos 80.
Matthew McConaughey e Jared Leto ganharam respectivamente o Oscar de ator e
ator coadjuvante, prêmios merecidos. Ambos emagreceram muito (McConaughey está
surpreendente e irreconhecível, cadavérico) numa história sobre a luta pela
vida e a ajuda aos menos favorecidos. Filme sério, de garra, corajoso e necessário.
12 anos de escravidão –
O melhor trabalho para cinema sobre escravidão, vencedor do Oscar de melhor
filme esse ano. O martírio de Solomon Northup, escravo alforriado, que
forçadamente voltou a ser escravo por mais 12 anos, sofrendo horrores nas mãos
dos brancos. Amargo, real, duro, o filme tem um elenco de astros consolidados,
como Chiwetel Ejiofor, Michael Fassbender e a vencedora do Oscar Lupita Nyong’o
(a triste sequência de tortura de “negro com negro” entrou para a história).
Outra obra necessária e importantíssima!
Hoje eu quero voltar
sozinho – Um filme brasileiro querido pelo público, sensação
do ano e que poderia ter representado o Brasil no Oscar (foi excluído da lista
da Academia mês passado). A partir do curta de 2010, “Eu não quero voltar
sozinho”, o diretor Daniel Ribeiro estendeu a história de amizade de dois jovens
universitários que buscam a independência. Bilheteria número um no Brasil esse
filme que é um sopro de vida!
Amantes eternos –
Fita cult despretensiosa do americano Jim Jarmusch sobre vampiros estilizados,
escondidos na forma de músicos depressivos (Tilda Swinton e Tom Hiddleston). Infelizmente
pouca gente ouviu falar e mal passou nos cinemas. Mas anotem na agenda: é o melhor
trabalho de Jarmusch (que quase não faz nada), com um elenco extraordinário
(Mia Wasikowska também se junta aos vampiros despercebidos) e nada de sangue ou
coisas tradicionais dos chupadores de pescoço. Curioso e bem diferente!
Até o fim –
Robert Redford preso em alto mar, enfrentando sozinho uma tormenta de águas
furiosas! Fita independente de cenário único e fortes emoções. Concorreu ao
Oscar de edição de som, e o ator, ao Globo de Ouro numa incessante aventura de
um destemido desbravador. Redford, aos 78 anos, está seguro e nos brinda com
uma interpretação magnífica.
Sob a pele –
Dividiu a crítica e o público o novo filme de ficção científica com terror de
Jonathan Glazer, com Scarlett Johansson exibindo o corpão na pele de uma
alienígena moderna, que seduz homens de todos os tipos e os leva para outra
dimensão. Achei esplêndida a retomado do teor do melhor estilo das ficções
científicas dos anos 50, com uma história inusitada. Pena que as pessoas não
deram chance - confesso que é esquisito demais para o grande público, por isso a
fita cai melhor como cult (fracassou nas bilheterias). Mas é original ao
extremo!
No limite do amanhã –
Pensem numa fita de ação incrivelmente original. Tom Cruise e Emily Blunt
morrem mil vezes para atingir corretamente o alvo nesse sensacional trabalho
futurista de Doug Liman (o diretor dos incríveis “Vamos nessa” e “A identidade
Bourne”). Prestem atenção desde os primeiros segundos, pois a história é
complexa para os que se distraem. Um dos melhores blockbusters do ano!
Apenas uma chance –
Encantadora biografia do tenor Paul Potts, o gordinho tímido que passou a vida
toda sofrendo bullying e arriscou tudo para mostrar seu talento no Britain's
Got Talent. O ator James Corden dá um show nessa co-produção Inglaterra-Estados
Unidos. Um charme de filme, lição de vida para muita gente!
Como treinar seu dragão 2 –
A franquia alavancou a Dreamworks. Com mérito, pois os dois filmes da série são
ótimas pedidas, com histórias nada infantis e personagens adoráveis. Mistura
vikings, monstros e dragões (óbvio) numa fábula emocionante. Para meninos e
meninas se divertirem de montão!
The rover: A caçada –
Excepcional fita de ação para o público adulto, dirigido por um jovem cineasta que
vem realizando filmaços, como “Reino animal” (2010), Davi Michod. O sempre
ótimo Guy Pearce faz parceria com Robert Pattinson (ainda marcado pela série
Crepúsculo, que vem tentando aos poucos se desvencilhar do pavoroso personagem
que o consagrou na série teen), num chocante trabalho autoral sobre crime, vingança,
acertos e traição. Para pessoas de nervos fortes. Surpreendente!
Capitão América 2: O
soldado invernal – Marvel de novo no ranking! Melhor que a
primeira parte, Capitão América ganha pela qualidade da produção, efeitos
visuais irresistíveis e ação contínua. O personagem, ressuscitado da TV dos
anos 80, deu super certo nas telonas, e Chris Evans faz jus ao protagonista. A
terceira parte da saga sai em 2016 (com o subtítulo “A guerra civil”). Sucesso
de bilheteria. Cinemão de primeira!
Uma aventura Lego –
Deliciosa e criativa animação com os brinquedos Lego, numa aventura mágica entre
o bem e o mal. Agitado do começo ao fim, agrada criança, adolescentes e
adultos. Um dos bons passatempos do ano e que foi sensação nas salas de cinemas
do mundo inteiro. Não tem como não gostar!
O homem duplicado –
Ninguém entendeu a nova adaptação do escritor português José Saramago para o
cinema. Saramago, assim como na maioria de seus livros (Ensaio sobre a cegueira
é exemplo formidável) joga o tempo todo com a Semiótica, numa conjectura
esquisita de símbolos fortes que mexem com nosso cérebro. E passar isto para as
telas é tarefa difícil! E o cineasta canadense Dennis Villeneuve (do ótimo “Os
suspeitos”) arriscou firme. Resultado? Um trabalho dos mais intensos, criativos
e controversos dos últimos anos, com Jake Gyllenhaal em papel duplo lidando com
crise existencial, depressão e obsessão. Ah, e aranhas, muitas aranhas! Assista
e se possível veja novamente para acertar os detalhes obscuros! Filmão.
Interestelar –
Polarizou a crítica o novo trabalho de Christopher Nolan. Estou do lado dos que
veneram seu filme de ficção científica, que é uma viagem ao desconhecido, com
um dos nossos bons atores do momento, Matthew McConaughey. Direção de arte,
fotografia, efeitos visuais e elenco formidável (Anne Hathaway, Jessica
Chastain, Michael Caine, Ellen Burstyn e outros mais) num trabalho sensorial magnífico,
só possível graças ao inventivo Nolan (responsável também pelo roteiro). E o
filme engana o espectador todo minuto, chegando a uma conclusão estrondosa.
Prepare-se para o melhor filme do ano!
A culpa é das estrelas –
Emocionou plateias do mundo inteiro essa adaptação do best seller de John
Green, que arrastou multidões nos cinemas de 2014. Tocante, terno, humano.
Esperava uma indicação ao Globo de Ouro para Shailene Woodley (boa atriz, linda
e sempre meiga), mas não foi dessa vez. Todos já sabem da história (a relação
de amizade entre dois jovens com câncer) e com certeza a maioria se
sensibilizou. Uma das melhores fitas de romance teen da safra.
Garota exemplar –
O grande momento da atriz inglesa Rosamund Pike no cinema, num papel
controverso, o ponto alto desse filme de mistério e desaparecimento dirigido
pelo mestre David Fincher (de “Seven” e “Zodíaco”). Ela recebeu indicação ao
Globo de Ouro e deverá ganhar o prêmio (até o Oscar pode render a ela,
merecidamente). O ator Ben Affleck, em momento especial da carreira, interpreta
um homem na busca incessante pela esposa desaparecida, tentando driblar a mídia
que fica no seu encalço. O filme joga com pistas falsas o tempo inteiro e dá
uma reviravolta imponente da metade para o final. O público gostou muito e a
crítica seguiu a corrente.
O grande hotel Budapeste –
Sou fã há tempão de Wes Anderson e seu estilo excêntrico de contar histórias
com forte grau fabular e um apanhado de personagens excêntricos que marcam para
sempre nosso imaginário. A cada filme Anderson se supera e já pode entrar na
lista dos cineastas mais engenhosos a história, com certeza. Aqui, no velho hotel
Budapeste tudo pode acontecer – e como realmente tudo acontece, o público se
encanta nessa viagem à fictícia República de Zubrowka. O filme tem quatro indicações
ao Globo de Ouro e deverá receber outros tantos no Oscar. Como de praxe, Anderson
é um artesão na direção de arte estilizada e no elenco de feras, como Ralph
Fiennes, F. Murray Abraham, Harvey Keitel e Adrien Brody, por exemplo. Cinéfilos
ou não, corram assistir (já saiu em DVD).
Jogos vorazes: A esperança
– Parte 1 – Terceiro e último capítulo da franquia “Jogos
vorazes”, adaptação do best seller de Suzanne Collins. O melhor até agora, ao
lado do anterior, “Em chamas” – e ainda não acabou, pois a parte dois de “A
esperança” chegará aos cinemas em novembro de 2015. Eletrizante, repleto de reviravoltas
constantes que fogem das tradições de filmes do mesmo teor e um roteiro super
bem montado. Quando termina, o público fica enfurecido querendo mais! Jennifer
Lawrence sempre acerta (que bom, pois ela é uma atriz firme, além da beleza
exótica). Top 10 nas bilheterias do ano.
Alabama Monroe –
Recebeu indicação ao Oscar de filme estrangeiro esse ano e deveria ter levado a
estatueta (meu preferido era o dinamarquês “A caça”, mas, no final das contas,
fiquei feliz pelo prêmio ao respeitável “A grande beleza”). Um filme sobre
música e doença, que emociona os menos avisados. Rodado em 2012, só chegou no
Brasil no início do ano. A co-produção Bélgica-Holanda merecia melhor acesso do
público, pois é um belíssimo trabalho, feito com adoração por um jovem cineasta
belga cultuado em sua terra natal, Felix van Groeningen. O final já virou antológico
(e reservem lenços de papel!)
Lucy –
Luc Besson escreveu e dirigiu essa eletrizante fita francesa de ficção com ação
a todo vapor, com a beldade Scarlett Johansson no papel-título, de uma mulher
com poderes ultra-humanos, programada para matar. Besson retorna ao tema de “Nikita”,
com visão ainda mais caótica da vida modernidade. Entretenimento de primeira,
sucesso de bilheteria.
Chef –
Divertidíssima comédia gastronômica com o carismático Jon Favreau, que também assina
como roteirista e diretor. O filme independente, de baixo orçamento, fala do
comportamento empreendedor de um homem desempregado, que lança no mercado um
diferenciado trailer de comida. Uma delícia de assistir.
Planeta dos macacos: O
confronto – Empolgante do começo ao fim o novo filme de ação da
franquia “Planeta dos macacos”. Os macacos tornam-se máquinas inteligentes de
guerra, invadem as cidades e criam aglomerados primatas. Para entender melhor
assista ao anterior, o ótimo “Planeta dos macacos: A origem”. Nessa continuação
nota dez, o diretor Matt Reeves está em seu melhor momento (é dele o
descartável “Cloverfield – Monstro” e o remake interessante da fita de vampiros
sueca “Deixe ela entrar”, intitulado “Deixe-me entrar”). O público gostou,
lotando as salas de cinemas (está no ranking das 15 maiores bilheterias do
ano).
Em busca de Iara –
Um dos bons documentários brasileiros do ano, sobre a trajetória da
guerrilheira Iara Iavelberg, esposa de Lamarca, a partir de depoimentos de
familiares e amigos. Investigativo, a obra faz um recorte de um período
importante da História do Brasil.
X-Men: Dias de um futuro
esquecido – Nova aventura dos X-Men, de tirar o fôlego. Fico
surpreso a cada filme da franquia (exceto pelos fracos trabalhos paralelos da
série, no caso os de Wolverine), e aqui eles viajam no tempo para impedir um
caos alarmante. Os principais personagens continuam (na pele dos mesmos atores
e atrizes) e outros retornam com vigor e excelência. Acertaram em cheio. Para
fã nenhum botar defeito! Também manteve bilheteria arrasadora (sinal que há
público fiel para as aventuras de Magneto, Wolverine e a turma da Marvel).
O time de 92 –
Excelente documentário inglês que não passou nos cinemas brasileiros e chegou diretamente
em home vídeo pela Universal. Conta a árdua trajetória dos seis jogadores do
Manchester para chegar ao estrelato nos campos, em 1991/1992 - Beckham, Butt,
os dois Neville, Giggs e Scholes. Um retrato íntimo e saudosista, com edição
primorosa, sobre o futebol inglês. Para fãs do esporte.
O abutre –
Soberbo trabalho de Jak Gyllenhaal que emagreceu nove quilos para interpretar um
cinegrafista amador que ultrapassa os limites da ética para obter imagens
exclusivas de acidentes nas noites de Los Angeles. Filme cruel sobre os
bastidores da mídia sensacionalista. Rene Russo volta com tudo, e Jake recebeu
indicação ao Globo de Ouro (indícios de Oscar no ar).
Operação Big Hero –
Dobradinha da Disney e Marvel, perfeita investida para o final do ano, que vem
dando certo (o filme está nas salas de cinema do mundo todo desde o dia 24 de
dezembro, e a bilheteria ultrapassa a marca de U$ 250 milhões). Um robô
apaixonante aliado a super-heróis infalíveis lutam contra um maldoso vilão que
quer dominar a ciência. A poderosa Disney sabe como cativar o público. Uma joia
vibrante para crianças, adolescentes e adultos! Indicado ao Globo de Ouro de
animação, deverá receber indicação ao Oscar (e até ganhar).
Malévola –
Disney acertou em cheio novamente. A “biografia” da bruxa Malévola, do conto de
“A bela adormecida”, mostrando o lado frágil da mulher que há por trás da famosa
vilã. Rebuscado na direção de arte sombria, o filme deixa Angelina Jolie à
vontade nesse trabalho diferenciado de sua carreira. Conheça o outro lado de
Malévola na super-produção campeã de bilheteria de 2014!
Quando eu era vivo –
Marco Dutra, de novo, cria um clima sombrio e agoniante para narrar a história
de um homem que volta para a casa do pai e lá vasculha o misterioso passado da
família, cujos membros estão mortos há tempo. A cantora Sandy e os atores Antônio
Fagundes e Marat Descartes formam um elenco de primeira, com direito a um final
assustador e memorável. É um complemente da obra anterior do diretor, “Trabalhar
cansa” (2011), nos mesmos moldes de tensão.
Viva a liberdade –
O astro italiano Toni Servillo, de “A grande beleza”, interpreta papel duplo de
dois irmãos de comportamento opostos nessa autêntica comédia dramática sobre o
mundo da política. Irônico, o filme, altamente questionador, critica a situação
política e econômica da Itália contemporânea. Brilhante!
Piores de 2014
Oldboy: Dias de vingança –
Vem Spike Lee para rodar o remake do excepcional coreano “Oldboy”, dez anos
depois da obra-prima de Chan-wook Park. O que virou? Falha desmedida! Josh
Brolin (ora acerta, ora cai em desgraça – como aqui) americanizou o vingativo
protagonista e centralizou as ações num barril de situações grosseiras. O fiel
mangá, de onde o filme original saiu, transformou-se numa fitinha medíocre, de
um diretor que já teve seus tempos áureos. Antiquado, antipático, rasteiro.
À procura –
O diretor egípcio (mas naturalizado canadense) Atom Egoyan já foi indicado ao
Oscar duas vezes e a seis Palmas de Ouro em Cannes, porém no último ano errou a
mão em duas ocasiões, com duas fitinhas ralés de suspense: este banal “À
procura” (que incrivelmente foi indicado à Palma em Cannes) e outro tão ingrato
quanto, “Sem evidências” (2013, que tinha no elenco Colin Firth e Reese
Witherspoon). Um thriller sobre desaparecimento meia-boca, com Ryan Reynolds,
que poderia ter sido dirigido pelo pior cineasta do mundo, mas não Egoyan. Seu
brilhantismo ficou no passado com “Exótica” (1994) e “O doce amanhã” (1997).
A marca do medo –
Filme de fantasma de quinta categoria, fora de padrão e sem energia. O lance
inicial era bom, porém o desenrolar é penoso. Aqui é possível sentir na pele
como um diretor incapaz pode destruir a história em mil pedacinhos. Fuja, fuja!
Frankenstein: Entre anjos
e demônios – Deus do céu, quanta besteira reunida num filme só!
Frankenstein criou músculos e virou super-herói imbatível, com capa e arma
(tudo bem, existe a graphic novel, origem desse projeto, só que para cinema
ficou tão besta e irregular... melhor teria ficado só no papel). Aaron Eckart
bateu fora do bumbo ao aceitar o trabalho, só pode. A estética é feia, os
efeitos visuais, tenebrosos de ruim – e ainda por cima o público foi enganado,
pois o filme foi bem de bilheteria. Não há desculpas!
Um conto do destino –
Tinha tudo para dar certo a tão aguardada estreia na direção do genial
roteirista Akiva Goldsman, vencedor do Oscar por “Uma mente brilhante” (2001) e
que escreveu a história de bons filmes, como “O cliente” (1994) e “Tempo de
matar” (1996). Contou mal o conto de milagres e reencarnação, com uma confusão
de vai e vem na história de anjos e demônios divagando numa Nova York antiga.
Colin Farrell é PhD em como estragar um filme!
Atividade paranormal:
Marcados para o mal – Perdi as contas das continuações da
franquia mais repetitiva de todos os tempos, sem contar os filmes que nasceram
paralelos (este é um intermediário entre o quarto capítulo, de 2012, e o
quinto, que sairá em 2015). Nada se renova, nada se transforma. Mais
manifestações fantasmagóricas, agora atazanando outro grupo de jovens com
câmeras na mão (eles gravam as imagens assustadoras. Assustadoras?). Parece que
o público teen (cada vez menos exigente) gostou, pois foi em pesa lotar as
salas americanas e brasileiras. Sai de retro!
Muita calma nessa hora 2 –
Outro filme brasileiro de dar dó, repetitivo, com um time de humoristas
queridinhos por aqui (Adnet, Mazzeo, Lúcio Mauro Filho, Heloisa Perissé). Como
tem se tornado habito, o roteiro das comédias escrachadas nacionais sofrem de
falta de criatividade, partindo de esquetes cansativas e piadinhas que enchem o
saco. Teve bilheteria boa (mais de um milhão de espectadores), mas nada
justifica o erro crasso em termos de cinema.
Inatividade paranormal 2 –
Asquerosa paródia de fitas recentes de terror (Annabelle, Invocação do mal e o
próprio Atividade paranormal), escrita, produzida e protagonizada pelo
incorrigível Marlon Wayans. Incompetente em tudo que faz, o ator grita sem
parar, dá chiliques com caretas infelizes e chega ao cúmulo de fazer sexo com a
boneca Annabelle. Pavoroso!
Aviões 2: Heróis do fogo
ao resgate – A poderosa Disney desliza nessa fitinha corriqueira
para crianças, continuação sem efeito do anterior, o fraquíssimo “Aviões”
(2013). Parte dos personagens (os “Carros” com asas) retorna sem brilho numa
aventura fajuta (ou melhor, como se tratam de máquinas voadoras, uma aventura
enferrujada!).
Rolou uma química –
Não dá para aceitar uma comédia politicamente incorreta desse naipe, numa
história furada conduzida por dois personagens infiéis (os exagerados Sam
Rockwell e Olivia Wilde), que usam e abusam de drogas manipuladas em
laboratório. Eles se desfazem dos laços familiares para curtirem uma vida a
dois cheia de extravagância e libertária. Jane Fonda, coitada, aparece numa
ponta rápida como ela mesma, brincando com piada de sexo. Uma tristeza...
Tarzan 3D: A evolução da
lenda – Triste investida da Alemanha na computação gráfica,
na concepção de um Tarzan desmotivado, perseguido por caçadores na selva.
Banal, não se compara à animação da Disney “Tarzan” (1999), vencedora do Oscar
de melhor canção. Feito em 3D, fracassou nas bilheterias.
POR FELIPE BRIDA