segunda-feira, 17 de junho de 2013

Cine Lançamento


João e Maria – Caçadores de bruxas

Abandonados pelos pais quando crianças, os irmãos João (Jeremy Renner) e Maria (Gemma Arterton) cresceram em um vilarejo na Europa, próximo a uma floresta sombria dominada por terríveis bruxas. Agora adultos e armados até os dentes, eles são considerados os melhores exterminadores de bruxas da região. Quando um grupo de crianças desaparece misteriosamente, as autoridades do vilarejo contratam João e Maria para investigar o caso. Eles aliam-se a um gigante, e juntos terão de caçar Muriel, a Bruxa Negra (Famke Janssen), a temível chefe das criaturas da floresta.

Febre de Hollywood desde a virada do século: dar nova roupagem a contos infantis e fábulas de outrora. Se tiver um teorzinho de horror, melhor ainda para puxar público. “João e Maria – Caçadores de bruxas” rema no curso dessa onda. Uma fita de entretenimento de provável aceitação popular (entre os jovens, principalmente), com muita adrenalina, sangue para todo lado, sustos e criaturas feias dentro de um roteiro frouxo, tradicional.
Pegaram um cineasta norueguês conhecido por uma fita de terror cultuada no país natal (“Zumbis na neve”, de 2009), Tommy Wirkola, e deram a ele total liberdade de direção. O cara também escreveu o roteiro, a partir do famoso conto de fadas de tradição oral ‘Hansel e Gretel’ (no Brasil, João e Maria), inserindo elementos modernos de ação e terror. Na abertura do filme, há a icônica referência da história, que perpetra o imaginário de muita gente, o dos irmãos pequenos perdidos na mata, que encontram uma casa feita de doces coloridos; são aprisionados por uma bruxa velha horrorosa, que quer engordar os mirrados para fazer deles uma refeição. Apesar de a sequência ser curta, é das mais bem boladas desse filme de ação de uma história só, sem surpresas, carregada de tiros, decapitações, sangue e até um sabá maldito no desfecho.
Tirando a infância de João e Maria no início, o filme inteiro trata os irmãos adultos, na caçada às bruxas devoradoras de carne humana.
Como entretenimento de passagem, não custa ver. Outro deslize além do roteiro tradicionalzão: Jeremy Renner não se parece com Gemma Arterton para serem irmãos; aliás, a atriz de olhar vago não tem carisma e é bem fraquinha para segurar o papel principal. E vamos combinar que Renner também nunca surpreende – a Academia sofreu um grave surto psicológico ao indicar o ator ao Oscar em dois anos seguidos, por “Guerra ao terror” e “Atração perigosa”.
“João e Maria” não é grande coisa, mas em época de “Crepúsculo” e seus vampiros apáticos e sem sal, o filme pode ser servido com pipoca, guaraná e muitos doces (para lembrar a infância trágica dos personagens).
Rodada na Alemanha, a produção de U$ 50 milhões não rendeu mais que U$ 55 milhões nas bilheterias, ou seja, os produtores tiveram prejuízo.
Sai em DVD no Brasil pela Paramount em versão de cinema - nos EUA saiu a sem cortes, com 10 minutos a mais. Por Felipe Brida

João e Maria – Caçadores de bruxas (Hansel & Gretel: Witch Hunters). EUA/Alemanha, 2013, 87 min. Ação. Dirigido por Tommy Wirkola. Distribuição: Paramount

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