Abandonados
pelos pais quando crianças, os irmãos João (Jeremy Renner) e Maria (Gemma
Arterton) cresceram em um vilarejo na Europa, próximo a uma floresta sombria dominada
por terríveis bruxas. Agora adultos e armados até os dentes, eles são considerados
os melhores exterminadores de bruxas da região. Quando um grupo de crianças
desaparece misteriosamente, as autoridades do vilarejo contratam João e Maria para
investigar o caso. Eles aliam-se a um gigante, e juntos terão de caçar Muriel,
a Bruxa Negra (Famke Janssen), a temível chefe das criaturas da floresta.
Febre
de Hollywood desde a virada do século: dar nova roupagem a contos infantis e
fábulas de outrora. Se tiver um teorzinho de horror, melhor ainda para puxar
público. “João e Maria – Caçadores de bruxas” rema no curso dessa onda. Uma
fita de entretenimento de provável aceitação popular (entre os jovens,
principalmente), com muita adrenalina, sangue para todo lado, sustos e
criaturas feias dentro de um roteiro frouxo, tradicional.
Pegaram
um cineasta norueguês conhecido por uma fita de terror cultuada no país natal
(“Zumbis na neve”, de 2009), Tommy Wirkola, e deram a ele total liberdade de
direção. O cara também escreveu o roteiro, a partir do famoso conto de fadas de
tradição oral ‘Hansel e Gretel’ (no Brasil, João e Maria), inserindo elementos
modernos de ação e terror. Na abertura do filme, há a icônica referência da
história, que perpetra o imaginário de muita gente, o dos irmãos pequenos
perdidos na mata, que encontram uma casa feita de doces coloridos; são
aprisionados por uma bruxa velha horrorosa, que quer engordar os mirrados para
fazer deles uma refeição. Apesar de a sequência ser curta, é das mais bem
boladas desse filme de ação de uma história só, sem surpresas, carregada de
tiros, decapitações, sangue e até um sabá maldito no desfecho.
Tirando
a infância de João e Maria no início, o filme inteiro trata os irmãos adultos,
na caçada às bruxas devoradoras de carne humana.
Como
entretenimento de passagem, não custa ver. Outro deslize além do roteiro
tradicionalzão: Jeremy Renner não se parece com Gemma Arterton para serem
irmãos; aliás, a atriz de olhar vago não tem carisma e é bem fraquinha para
segurar o papel principal. E vamos combinar que Renner também nunca surpreende –
a Academia sofreu um grave surto psicológico ao indicar o ator ao Oscar em dois
anos seguidos, por “Guerra ao terror” e “Atração perigosa”.
“João
e Maria” não é grande coisa, mas em época de “Crepúsculo” e seus vampiros
apáticos e sem sal, o filme pode ser servido com pipoca, guaraná e muitos doces
(para lembrar a infância trágica dos personagens).
Rodada
na Alemanha, a produção de U$ 50 milhões não rendeu mais que U$ 55 milhões nas bilheterias,
ou seja, os produtores tiveram prejuízo.
Sai
em DVD no Brasil pela Paramount em versão de cinema - nos EUA saiu a sem
cortes, com 10 minutos a mais. Por Felipe Brida
João e Maria – Caçadores de bruxas (Hansel & Gretel:
Witch Hunters). EUA/Alemanha, 2013, 87 min. Ação. Dirigido por Tommy Wirkola.
Distribuição: Paramount
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