O homem com punhos de ferro
China
feudal. Lutadores de kung fu e assassinos profissionais espalham-se pelas ruas
de Jungle Village para localizar um carregamento de ouro roubado, pertencente
ao imperador. Surge então a figura do ferreiro Blacksmith (RZA), que se incumbe
de proteger a cidade dos bandidos.
O
rapper norte-americano RZA quis reinventar o gênero artes marciais nesse
projeto pessoal, onde atua como protagonista, dirige e escreve tanto o
argumento quanto o roteiro. Porém o músico não tem nenhuma prática
cinematográfica ou olhar apurado. Bolou uma história maluca de heroísmo
desenfreado, juntou tudo em cenários de sucata, vestiu o elenco com figurinos
bregas e deixou a violência correr solta. No processo de produção, investiu num
visual kitsch, de muitos ornamentos supérfluos, para descrever uma China marginal
da Idade Média. O resultado não foi o esperado, pois cansa a vista e nos tira a
atenção, e tudo não passa de uma brincadeira grosseira – o diretor insiste em
usar o termo “homenagem aos filmes de kung fu”... No fundo, de tanto errar a
mão, transformou a tão sonhada homenagem em um trash de quinta categoria, imitando
descaradamente “Kill Bill” – coincidências à parte, Lucy Liu interpreta uma
assassina que vive enclausurada, e muitas das mortes têm direito a sangue
espirrando, como Tarantino bem fez, deslumbrando plateias uma década atrás.
Pobre
do RZA. Mais um músico que procura carreira no cinema. Sem dom, dote ou domínio
de cena, o ator/cantor/diretor/roteirista tem desempenho forçado na frente das
câmeras, com expressão truculenta e zero em simpatia. Sabemos bem a vida curta
que ele terá.
Faltam
momentos de humor para o público respirar, já que as sequências de ação são
emendadas umas às outras, sem cuidado na edição. Até tem desperdício do elenco:
tirando RZA e Lucy Liu, o coitado do Russell Crowe não tem uma definição exata
do personagem, ficando mal aproveitado como o vilão Jack Knife (Crowe e RZA
fizeram juntos “O gânsgter”, em 2007).
Por
essas e outras foi mal recebido pelo público e pela crítica. Nem mesmo as tão
faladas cenas de luta e kung fu se salvam. Não caia em jogada falsa de
marketing: o filme é ruim de doer. Por Felipe Brida
O
homem com punhos de ferro (The man with the iron fists). EUA/Hong Kong, 2012, 95
min. Ação. Dirigido por
RZA. Distribuição: Universal
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