Em uma de suas experiências, o hacker Kevin Flynn (Jeff Bridges) invade o sistema operacional de um computador. Ele, de carne e osso, agora está dentro desse misterioso mundo particular. Rapidamente é pego por soldados e forçado a participar de um jogo de gladiadores. A cada partida só sobrevive uma pessoa. Flynn ganha o status de herói, e as etapas vão se tornando mais difíceis, com inimigos poderosos e máquinas indestrutíveis.
Pioneiro em computação gráfica, não fez sucesso essa fita de aventura/ficção científica, produzida pela Disney em 1982. Na época, impressionou pelos efeitos visuais estilizados, que tinham como proposta recriar o mundo virtual do ponto de vista de um personagem humano (Flynn, o hacker). Era um espetáculo de cores neon, personagens reluzentes, máquinas possantes e outras voadoras com contornos coloridos. Analisando hoje, esses recursos inovadores soam ingênuos e precários, já que o avanço na computação gráfica tem sido incrementado desde as últimas duas décadas.
Apesar de ter obtido bilheteria rasa, “Tron” marcou gerações e virou cult. Foi a primeira fita comercial a relacionar hacker, informática e videogames (antes mesmo de “Jogos de guerra”, que era politizado e menos cômico). Previa a agressividade dos jogos de luta na cultura jovem, com a máxima “violência gera violência” (uma metáfora à parte, pois Flynn ataca até a morte os inimigos para salvar a pele).
A história sem surpresas é salva pela cuidadosa produção técnica e pela participação de Jeff Bridges, bem novo, em início de carreira.
O cineasta Steven Lisberger dirigiu poucos filmes, sendo “Tron” a fita mais lembrada de sua carreira inexpressiva. Ah, foi ele o criador do argumento, dos personagens e do roteiro.
Recebeu duas indicações ao Oscar em 1983 – melhor figurino e som, e concorreu ao Bafta de melhor efeitos visuais. O filme tem seus admiradores e pode agora ser visto em versão remasterizada em DVD, pela Disney/ Buena Vista.
Em 2010, um grupo de produtores de Hollywood retomou a ideia e rodou a sequência, “Tron: O legado”, um entretenimento de primeira, com o filho de Flynn assumindo as rédeas da história (o ator do primeiro, Jeff Bridges, aparece bem pouco). Ao contrário do original, este foi bem recebido pelo público – contabilizando bons milhões de dólares nas bilheterias. Por Felipe Brida
Tron – Uma odisséia eletrônica (TRON). EUA, 1982, 96 min. Ficção científica/ Aventura. Dirigido por Steven Lisberger. Distribuição: Disney/ Buena Vista
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