sábado, 4 de outubro de 2008

Resenhas & Críticas


Awake – A vida por um fio

Prestes a se casar com a charmosa Sam Lockwood (Jessica Alba), Clay Beresford (Hayden Christensen), jovem rico e bem sucedido e ainda superprotegido pela mãe, Lilith (Lena Olin), descobre, certo dia, que sofre graves problemas cardíacos. No entanto ele terá de passar por um transplante de coração para que sua saúde volte se normalize. O médico encarregado da cirurgia, Dr. Jack Harper (Terrence Howard), enquanto não encontra um doador que seja compatível com o tipo sanguíneo de Beresford, aconselha-o a aproveitar a vida ao longo da espera. O jovem então é pressionado a se casar com a noiva, o que faz com que a mãe entre em conflito com a futura nora.

Desastre federal do ano, este suspense dramático com um pé no thriller recebeu duas indicações ao Framboesa de Ouro – o prêmio entregue às piores produções – nas categorias pior atriz (Jessica Alba) e pior dupla (Alba e Christensen). Alba ainda foi indicada a outros “framboesas” em 2008 – “Maldita sorte” e “Quarteto Fantástico e o Surfista Prateado”. De fato é dose suportar uma atriz tão pobre em interpretação e cheia de simpatia em tudo, ainda por cima aliada a outro ator chocho, Christensen (já publiquei em posts anteriores meu posicionamento fatal sobre “Jumper” e as más qualidades da aventura-sucesso do ano).
Não é apenas a dupla central que não funciona. A história perde o rumo nos mil e um focos levantados. O início da trama instiga e incomoda, inclusive no texto de apresentação sobre a grande quantidade de pacientes que, durante a cirurgia, não sente o efeito da anestesia e fica acordada durante o processo operatório. A seqüência na sala de cirurgia onde acompanhamos a aflição do personagem acordando durante o transplante é forte e pode sufocar os mais delicados. Porém aos poucos o roteiro fica maluco, envolto de sub-tramas forçadas, como a conspiração no hospital num estilo fajuto de “Coma”. Pobre roteiro infeliz...
Peca na falta de sentido, e a inverossimilhança provoca risos ao invés de emocionar. Poderia ter saído uma fita séria com a preocupação de retratar um fato real e arrepiante só de imaginar. No entanto fica perceptível que a idéia passou longe das intenções dos produtores e do diretor e roteirista estreante Joby Harold. Por Felipe Brida

Título original: Awake
País/Ano: EUA, 2007
Elenco: Hayden Christensen, Jessica Alba, Terrence Howard, Lena Olin, Christopher McDonald, Arliss Howard, Sam Robards, Fisher Stevens.
Direção: Joby Harold
Gênero: Suspense/ Drama
Duração: 84 min.
Lançamento: Primeira quinzena de agosto
Distribuidora: The Weinstein Company /MGM/ Playarte



Sicko – $O$ Saúde

O polêmico cineasta Michael Moore monta um painel sobre o deficiente sistema de saúde pública nos Estados Unidos.

Indicado ao Oscar na categoria de melhor documentário este ano, Sicko é mais uma daquelas fitas provocadoras do jornalista investigativo e cineasta Michael Moore, homem ao mesmo tempo tão amado e tão odiado nos Estados Unidos.
De forma implacável, Moore abre um leque de situações atuais entrelaçadas em contexto histórico do século XX para tentar provar por que o sistema de saúde na maior nação do mundo é terrivelmente falho e sofrível. Para causar o sensacionalismo comum de seus documentários, o cineasta reúne depoimentos de adoentados, pacientes em estado terminal e outros que perderam familiares, e costura-os com o posicionamento crítico de especialistas da área médica. O ataque às corporações, planos de saúde e homens poderosos são inevitáveis.
Não precisamos ir além para matar a charada de que a intenção de Moore é provocar. E por mais que haja oposicionistas em relação às idéias de Moore, o cineasta consegue atingir as expectativas, já que o recurso usado é de cunho sensacionalista. Diante de tanta discussão a probabilidade de sairmos indiferentes é quase nula.
Destaco Sicko (longe de ser a melhor fita de Moore, mas ainda causadora de indagação) como uma extensão de “Fahrenheit 11/09” quanto à “ideologia mooreana” – a atitude declarada anti-Bush e anti-imperialismo norte-americano enraizada na cerne dos pensamentos liberais do diretor projeta indicativos do assunto que se mantém na mídia desde o mês passado: a grande nação prestes a ruir.
A fita, questionadora, incômoda, serve para estudos aprofundados sobre políticas e gestão de saúde.
O barco lotado de gente doente partindo rumo a Cuba, no desfecho do filme, é um trunfo bizarro que só podia ter saído da cabeça doida de Moore. Ah, e como ele próprio aconselha: “Se quiser ficar saudável nos EUA, é bom não ficar doente”. Por Felipe Brida

Título original: Sicko
País/Ano: EUA, 2007
Direção: Michael Moore
Gênero: Documentário
Duração: 123 min.
Lançamento: Segunda quinzena de julho
Distribuidora: The Weinstein Company

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