sexta-feira, 1 de março de 2024

Resenha Especial


Logan


Num futuro indeterminado, Logan (Hugh Jackman), um velho e cansado Wolverine, cuida do professor Xavier (Patrick Stewart), que está bem doente, fechado em sua cadeira de rodas, com memória fraca. Os dois estão escondidos num silo de uma usina desativada, na fronteira do México com os Estados Unidos. Até que um dia Logan recebe a missão de proteger Laura (Dafne Keen), uma garotinha que não fala. Ela é uma nova mutante, que fugiu de um laboratório, e está sendo perseguida por cientistas e mercenários. Laura irá revirar o mundo de Logan.

Bateu recorde de bilheteria esse filme de drama e ação que é um universo paralelo de um dos personagens mais queridos dos X-Men, Wolverine - o filme custou US$ 97 milhões e teve faturamento bruto mundial de US$ 619 milhões.
A história é complexa, passa-se num futuro indeterminado, em que os X-Men foram dizimados. Só restaram Wolverine/Logan e o professor Charles Xavier, hoje velhos, cansados e doentes – uma desconstrução total dos super-heróis que conhecemos, imbatíveis e que não sofrem. Logan protege Xavier, que está na beira do leito de morte. Vivem escondidos numa usina desativada, até que recebem a incumbência de proteger uma garotinha perseguida por cientistas e mercenários – ela é uma nova X-Men, cuidada por uma enfermeira mexicana, e foi vítima de sinistras experiências que a transformaram numa espécie de Wolverine, com garras mortais. Daí a trama se desenrola, sempre com tom dramático, e algumas, mas eficientes cenas de ação – vão surgindo figuras excêntricas, como Caliban - papel de Stephen Merchant, de ‘Jojo Rabbit’ (2019), um mutante de capa e chapéu, que não pode ficar no sol, e Pierce, chefe dos Carniceiros, um rapaz com braço biônico – papel de Boyd Holbrook, de ‘A hospedeira’ (2013).
Inspirado na série de HQ ‘Velho Logan’, do escocês Mark Millar, é um mundo alternativo baseado no arco da história de Wolverine, lançado entre 2008 e 2009, depois retomado em 2015. Logan era o apelido de James Howlett, o Wolverine, personagem importante dos X-Men, que apareceu pela primeira vez numa HQ de ‘O incrível Hulk’, em 1974. Aqui, agora, o personagem Logan tem os poderes enfraquecidos, abandonou a vida de herói para ser chofer de limusine, levando pessoas a casamentos e a funerais. E ele cuida do professor/mentor Charles Xavier, que está com Alzheimer, fragilizado.
Na época do lançamento, em 2017, foi o 10º longa-metragem da série de filmes dos ‘X-Men’ e o terceiro focado no Wolverine, antecedido por ‘X-Men Origens: Wolverine’ (2009) e ‘Wolverine: Imortal’ (2013) – este último, dirigido também por James Mangold, e todos foram muito bem de bilheteria. Mangold é um entusiasta do cinema de aventura e ação, com filmes variados na carreira; também produtor e roteirista, dirigiu policiais como ‘Cop land’ (1997) e ‘Encontro explosivo’ (2010), o faroeste ‘Os indomáveis’ (2010), os dramas biográficos ‘Garota, interrompida’ (1999), ‘Johnny e June’ (2005) e ‘Ford vs. Ferrari’ (2019), o suspense ‘Identidade’ (2003), o já mencionado ‘Wolverine: Imortal’ (2013) e recentemente a aventura ‘Indiana Jones e a relíquia do destino’ (2023).





Indicado ao Oscar de melhor roteiro adaptado, ‘Logan’ teve sua première no Festival de Berlim. Não é um filme qualquer de super-herói, tem mais clima dramático, os personagens são humanizados, há tragédias reveladas e um desfecho amargo, que deu uma pontada de tristeza nos fãs desse popular personagem. Hugh Jackman foi o ator de todas as versões para cinema de Wolverine, da Marvel, desde ‘X-Men – O filme’ em 2000, e tornou-se querido no papel. Tem participação de célebres atores veteranos, como Richard E. Grant, indicado ao Oscar por ‘Poderia me perdoar?’ (2018), como o líder dos cientistas maus, e, claro, Patrick Stewart, como Xavier – ele repetiu o papel em quase todos os longas anteriores.
Tem fortes traços com os faroestes ‘Os imperdoáveis’ (1992) e ‘Os brutos também amam’ (1953) – aliás, este clássico aparece na TV quando Xavier a liga, e os cenários desérticos com corrida de carro lembram a franquia ‘Mad Max’.
Saiu em bluray pela 20th Century Fox, numa edição simples, e depois, a versão chamada ‘Logan Noir’, em preto-e-branco, junto com a versão colorida de cinema – experimentem ver em PB, é outra sensação e outro filme! A metragem original é de 137 minutos, porém, em regiões da China, devido à violência, o filme teve um corte de 15 minutos, saindo com 122 minutos – há cenas sangrentas, por isso - numa delas, no começo, Logan, para se proteger de um ataque, corta os braços de um bandido e enfinca suas garras na cabeça de um ladrão. No Brasil e nos EUA, teve classificação de 16 anos.

Logan (Idem). EUA, 2017, 137 minutos. Ação. Colorido (versão de cinema) e Preto-e-branco (versão ‘Logan noir’, em bluray). Dirigido por James Mangold. Distribuição: 20th Century Fox.

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