Duas resenhas especiais que preparei e publico aqui hoje. Em DVD pela Obras-primas do Cinema a nostálgica fita de aventura teen "Caçadoras de aventuras" (1995), com Christina Ricci e Anna Chlumsky, e a formidável comédia romântica "Construindo uma carreira" (1991), com Frank Whaley e Jennifer Connelly.
Caçadoras de aventuras
Beth
(Christina Ricci) é uma menina que foi criada em Los Angeles e agora acabou de
se mudar com a mãe para uma idílica cidade do interior, cercada por montanhas e
riachos. Ela detesta a vida no campo. Até que sua rotina se transforma quando conhece
uma garota engraçada e desafiadora, Jody (Anna Chlumsky). Elas ficam amigas e
partem explorar as cavernas da Montanha do Urso, em busca de um tesouro
perdido.
Clássico
juvenil da Sessão da Tarde nos anos de 1990, esse filme “family”, como os
americanos gostam e chamam, é uma deliciosa aventura para todas as idades, com
duas atrizes mirins muito fotogênicas, na época em ascensão, Christina Ricci, a
Wandinha dos dois primeiros filmes de “A família Addams” (versões de 1991 e
1993) e Anna Chlumsky, de “Meu primeiro amor” (1991) – elas tinham 14 anos (ambas
são nascidas em 1980), depois se tornariam atrizes de renome (mais de filmes
independentes); Anna se dedicou a séries televisivas e chegou a morar no Brasil
com um ex-namorado brasileiro.
Fácil,
fácil de ser adorado, é um passatempo gracioso rodado em bonitas locações
montanhosas do Canadá e nos Estados Unidos. Não é só uma aventura, de duas
meninas em busca de um tesouro perdido; mostra seus problemas pessoais, como a
garota que reluta em viver no campo, a outra que tem uma mãe alcoólatra (papel
da indicada ao Oscar Diana Scarwid) etc Trata das mudanças para a adolescência,
a fase de amadurecimento das meninas que desejam descobrir o mundo e se
libertar dos pais, e do espírito aventureiro que muitos de nós temos guardado e
nunca exploramos.
Do diretor
australiano Kevin James Dobson, que fez pelo menos dois telefilmes de aventura
nos anos de 1990 muito conhecidos, “Milagre na selva” (1991, com Kris
Kristofferson e Kim Cattrall) e “Naufrágio no Pacífico” (1992, com Robert Urich).
“Caçadoras
de aventuras” agora pode ser assistido em DVD: a Obras-primas do Cinema o lançou
numa boa cópia (no disco apenas o trailer de cinema como extra).
Caçadoras
de aventuras (Gold
diggers: The secret of Bear Mountain). EUA/Canadá, 1995, 94 minutos. Aventura.
Colorido. Dirigido por Kevin James Dobson. Distribuição: Obras-primas do Cinema
Construindo uma carreira
Jim
Dodge (Frank Whaley) tem 21 anos e é contratado para trabalhar como faxineiro
em uma loja de departamentos. Certa noite, seu chefe o deixa trancado na empresa
para que ele trabalhe de madrugada. Sozinho, sem ninguém por perto, Jim aproveita
para curtir a noite assistindo TV, comendo doces e andar de patins. Mas leva um
susto quando vê no provador uma garota que lá adormeceu. É Josie (Jennifer
Connelly), a filha de um empresário rico, que fugiu de casa. Os dois ficam
amigos, conversam até altas horas esperando o dia raiar, e serão surpreendidos
por bandidos que querem invadir a loja.
Depois
de lançar mais de 40 filmes de comédia, comédia romântica e aventuras teen da
década de 1980 em boxes especiais, a Obras-primas do Cinema agora se volta ao
nostálgico anos de 1990. Isso porque a distribuidora começou a resgatar longas noventistas
de entretenimento, exibidos outrora nas “Sessões da tarde”, e lançá-los em DVD para
presentear os colecionadores. “Construindo uma carreira” (1991) é um dos
principais lançamentos da OP, um filme bem legal, quase esquecido, curtinho
(com 83 minutos). É uma fita corriqueira de comédia e romance que trazia uma
dupla de protagonistas, o par romântico no caso, que ganharia fama mais tarde, Jennifer
Connelly e Frank Whaley. Jennifer estreou cedo no cinema, com apenas 12 anos, e
atuou em obras cultuadas na década de 1980, como “Era uma vez na América”
(1984), “Phenomena” (1985) e “Labirinto, a magia do tempo” (1986), e ganharia o
Oscar de melhor atriz coadjuvante por “Uma mente brilhante” (2001); em “Construindo
uma carreira”, ela estava com 21 anos, mantendo o rosto angelical de sempre, no
papel de uma menina rebelde, filha de um empresário, que foge de casa e fica presa
no provador de uma loja de departamento, onde acaba se aproximando do novo
funcionário de lá, o faxineiro, interpretado por Whaley - o ator vinha de papéis
coadjuvantes em “Campo dos sonhos” (1989), “Nascido em 4 de Julho” (1989) e “The
Doors” (1991). Juntos, têm química, há passagens espirituosas, com bons diálogos
sobre comportamento e mudanças de vida, e em certa altura, o filme, que era pra
ser uma comédia, vira romance e mais para o fim recebe doses de adrenalina,
ganhando roupagem policial.
É um
retrato da juventude daquela época, pré-internet, quando jovens se divertiam
vendo TV aberta, andavam de patins, queriam se libertar das amarras do pai (por
isso os personagens, em específico a garota, têm atos de rebeldia e valentia).
E também é um filme que trata dos jovens sem compromisso com o futuro (o
protagonista, por exemplo, não para em nenhum emprego, aceita depois o que vier,
enquanto a menina aproveita-se do dinheiro do pai rico, porém não aguenta
pressão).
O filme
marcaria a estreia de Bryan Gordon na direção – ele faria apenas um longa
depois, “Corações em trânsito” (1995, com Anne Heche), dedicando a dirigir
séries. E o roteiro é de ninguém mais ninguém menos que John Hughes, o mestre das
comédias juvenis que era a cara dos anos 1980: ele escreveu e dirigiu esses
filmes que com certeza você viu alguma vez na vida numa sessão em TV aberta, “Gatinhas
e gatões” (1984), “Clube dos cinco” (1985), “Mulher nota 1000” (1985), “Curtindo
a vida adoidado” (1986), “Antes só do que mal acompanhado” (1987) e “Quem vê
cara não vê coração” (1989). Infelizmente Hughes faleceu cedo, aos 59 anos,
vítima de infarto, em 2009.
Uma
fita para ver e rever e colocar na coleção - o DVD de “Construindo uma carreira”,
lançado pela OP, está em boa cópia, e no disco há apenas o trailer de cinema
como extra.
Construindo
uma carreira (Career
opportunities). EUA, 1991, 83 minutos. Comédia/Romance. Colorido. Dirigido por Bryan
Gordon. Distribuição: Obras-primas do Cinema
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