Sem
dor, sem ganho
Na caliente Flórida
dos anos 90, três fisioculturistas – Daniel Lugo (Mark Wahlberg), Paul Doyle
(Dwayne Johnson) e Adrian Doorbal (Anthony Mackie) arquitetam um mirabolante
sequestro de um judeu milionário chamado Victor Kershaw (Tony Shalhoub). O que
parecia ser uma tarefa fácil torna-se um pesadelo sem fim para a desastrada
gangue amadora.
Uma inacreditável
história real ocorrida em 1995 na cidade de Miami, com trama engenhosa que
diverte e nos faz refletir sobre o preço da ambição. Três fisioculturistas
aficionados por academia de musculação buscam o sonho americano, na tentativa
de sair da vida quadrada e medíocre que levam a fim de ganhar dinheiro fácil
com um assalto nada planejado. O alvo, um judeu bom de grana que frequenta o clube
onde Daniel Lugo (Mark Wahlberg) atua como personal trainer. Porém, o trio,
formado por amadores, sem estratégias de assalto, cai em desgraça quando o
plano dá errado, e resta à polícia de Miami dar cabo na trupe.
O filme acompanha uma
sucessão de erros e atrapalhadas desses três homens dispostos a tudo para
ganhar uma bolada. Envolvem-se com traficantes ligados à máfia, deixando para
trás um rastro de crimes hediondos e muitas atrapalhadas.
Tudo conspira contra
o grupo (e contra o coitado do judeu, que sofre horrores nas mãos dos sádicos
fisioculturistas), e tudo conspíta também para o público desacreditar que isto
realmente aconteceu – no final temos a certeza que não é uma brincadeira de mau
gosto, há recortes de jornais da época e fotos dos verdadeiros criminosos.
Mark Wahlberg e
Dwayne Johnson, que não são lá bons atores, estão no melhor momento da
carreira, em papéis à vontade, ora debochados ora frios e calculistas (dá a
impressão que eles eram pessoas de alto nível de crueldade). Tony Shalhoub rouba
a cena no papel do judeu massacrado de todas as formas (ele é queimado,
atropelado, apanha no rosto, perde parte do nariz durante as torturas cometidas
pela gangue) – e rimos da situação degradante dessa vítima dos tempos atuais!
Mesclando ação,
comédia e drama, “Sem dor, sem ganho” é o trabalho mais modesto do mago dos
blockbusters americanos Michael Bay, responsável por fitas de orçamento estrondoso,
como Armageddon, Pearl Harbor e os três primeiros Transformers – ele também assina
como produtor de seus filmes. Aqui investiu U$ 26 milhões, cuja bilheteria foi
mediana (de U$ 50 milhões).
Uma boa opção para o
final de semana prolongado. Divertido, bem bolado e altamente engenhoso. Vale
uma conferida sem medo. Por Felipe Brida
Sem
dor, sem ganho (Pain & gain). EUA, 2013, 129 min. Ação. Dirigido por
Michael Bay. Distribuição: Paramount Pictures
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