sábado, 1 de março de 2014

Cine Lançamento


Sem dor, sem ganho

Na caliente Flórida dos anos 90, três fisioculturistas – Daniel Lugo (Mark Wahlberg), Paul Doyle (Dwayne Johnson) e Adrian Doorbal (Anthony Mackie) arquitetam um mirabolante sequestro de um judeu milionário chamado Victor Kershaw (Tony Shalhoub). O que parecia ser uma tarefa fácil torna-se um pesadelo sem fim para a desastrada gangue amadora.

Uma inacreditável história real ocorrida em 1995 na cidade de Miami, com trama engenhosa que diverte e nos faz refletir sobre o preço da ambição. Três fisioculturistas aficionados por academia de musculação buscam o sonho americano, na tentativa de sair da vida quadrada e medíocre que levam a fim de ganhar dinheiro fácil com um assalto nada planejado. O alvo, um judeu bom de grana que frequenta o clube onde Daniel Lugo (Mark Wahlberg) atua como personal trainer. Porém, o trio, formado por amadores, sem estratégias de assalto, cai em desgraça quando o plano dá errado, e resta à polícia de Miami dar cabo na trupe.
O filme acompanha uma sucessão de erros e atrapalhadas desses três homens dispostos a tudo para ganhar uma bolada. Envolvem-se com traficantes ligados à máfia, deixando para trás um rastro de crimes hediondos e muitas atrapalhadas.
Tudo conspira contra o grupo (e contra o coitado do judeu, que sofre horrores nas mãos dos sádicos fisioculturistas), e tudo conspíta também para o público desacreditar que isto realmente aconteceu – no final temos a certeza que não é uma brincadeira de mau gosto, há recortes de jornais da época e fotos dos verdadeiros criminosos.
Mark Wahlberg e Dwayne Johnson, que não são lá bons atores, estão no melhor momento da carreira, em papéis à vontade, ora debochados ora frios e calculistas (dá a impressão que eles eram pessoas de alto nível de crueldade). Tony Shalhoub rouba a cena no papel do judeu massacrado de todas as formas (ele é queimado, atropelado, apanha no rosto, perde parte do nariz durante as torturas cometidas pela gangue) – e rimos da situação degradante dessa vítima dos tempos atuais!
Mesclando ação, comédia e drama, “Sem dor, sem ganho” é o trabalho mais modesto do mago dos blockbusters americanos Michael Bay, responsável por fitas de orçamento estrondoso, como Armageddon, Pearl Harbor e os três primeiros Transformers – ele também assina como produtor de seus filmes. Aqui investiu U$ 26 milhões, cuja bilheteria foi mediana (de U$ 50 milhões).
Uma boa opção para o final de semana prolongado. Divertido, bem bolado e altamente engenhoso. Vale uma conferida sem medo. Por Felipe Brida

Sem dor, sem ganho (Pain & gain). EUA, 2013, 129 min. Ação. Dirigido por Michael Bay. Distribuição: Paramount Pictures

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