sexta-feira, 30 de julho de 2010

Cine Lançamento

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Estão todos bem

Frank Goode (Robert De Niro) sempre foi um pai ausente. Nunca teve tempo para os filhos. Sua rotina era trabalhar o dia inteiro numa fábrica de cabos telefônicos para sustentar a família. Hoje, aposentado e viúvo, pretende se reconciliar com os quatro filhos, que vivem em cidades distantes uns dos outros. A tentativa de fazer um encontro torna-se frustrada, já que eles têm suas vidas próprias, com compromissos profissionais e familiares. Então, para recuperar o tempo perdido, Goode arruma as malas e, de trem, vai visitar um a um, em uma amarga viagem de reflexão e de auto-conhecimento.

Um drama familiar sincero, para toda a família assistir e acompanhar a difícil jornada de um homem solitário em busca da reconciliação dos filhos com quem não têm mais contato. Na verdade, é uma refilmagem inferior, mas muito digna e humana, da fita italiana “Estamos todos bem” (1990), estrelada por Marcello Mastroianni e dirigida por Giuseppe Tornatore. O tema da história é mantido da mesma forma amarga, sofrida, com algumas pequenas adaptações no desenvolvimento e no desfecho, já que os tempos são outros.
De Niro, mais contido do que em produções recentes, compõe um personagem muito humano. Ele é o patriarca viúvo, que sofre de uma doença pulmonar e que não tem mais a família por perto. Culpa-se pela personalidade severa, pela postura durona como criou os filhos e se põe a mudar o triste passado, que aos poucos vai se revelando. Na tentativa de se reconectar com os filhos, sente que ficará cada vez mais sozinho, encontrando resistência por parte deles em relação a aceita-lo. E cada filho se fecha em mundo de mentiras, para não transmitir ao pai a realidade, e ao mesmo tempo escondem dele um fato (ainda que previsível) que culminará com o emocionante final, de levar às lágrimas.
Indicado ao Globo de Ouro de melhor canção (“I want to come home”, de Paul McCartney), “Estão todos bem” é uma digna refilmagem com bom resultado, mesmo estando abaixo do original italiano, que infelizmente ainda não saiu em DVD no Brasil. Por Felipe Brida

Título original: Everybody’s fine
País/Ano: EUA/Itália, 2009
Elenco: Robert De Niro, Drew Barrymore, Kate Beckinsale, Sam Rockwell, Melissa Leo, Lucian Maisel, James Frain
Direção: Kirk Jones
Gênero: Drama
Duração: 99 min
Distribuição: Disney/Buena Vista

domingo, 11 de julho de 2010

Cine Lançamento

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Legião

Ao perder a fé na humanidade, Deus envia à terra um exército de anjos para iniciar o apocalipse. Isolado em uma lanchonete no meio do deserto, um grupo de pessoas, liderados por Bob Hanson (Dennis Quaid), contará com a ajuda do anjo Miguel (Paul Bettany) para garantir a sobrevivência e assim perpetuar a raça humana.

Funcional fita de aventura sobre apocalipse, juízo final e guerra entre anjos e demônios, situando personagens bíblicos do Velho Testamento no tempo presente. Na verdade “Legião” é um filme que não deve ser levado a sério, e sim curti-lo como um entretenimento.
Teve má recepção pela crítica em seu lançamento, que bombardeou o filme de todas as formas, porém não é tão ruim como andaram pregando por aí.
Tem seus momentos criativos, apesar de não serem nada excepcionais – lembra bastante o filme “Anjos rebeldes”, cujo resultado é ainda melhor.
Para quem gosta de aventura em tom de jogos de videogame torna-se uma opção na medida certa: o ritmo é acelerado do começo ao fim, tem toques de terror (como a sequência da velhinha possuída pelo demônio, que anda pelo teto igual uma aranha, e também a do sorveteiro, culminado por uma força monstruosa), bastante ação, e efeitos visuais consideráveis.
Causou polêmica por causa do tom religioso virado ao avesso, cuja história atualiza passagens bíblicas sem se preocupar com veracidade. A principal delas é a chegada do arcanjo Miguel à terra, líder do exército celestial na luta contra os demônios que aparecem tanto em forma de anjos como no corpo dos humanos. A figura central do filme é justamente a desse anjo, interpretado pelo ator inglês Paul Bettany, numa composição de anti-herói, árido, frio e vingativo. Ele aparece como o guardião para salvar os seres humanos e afastá-los das forças do mal. Para tanto, faz erguer na terra um verdadeiro caos.
Em suma, curti o filme dentro de seus limites, e afirmo que está longe de ser a decepção do ano como apontaram vários críticos. Os interessados pelo tema devem conferir. Por Felipe Brida

Título original: Legion
País/Ano: EUA, 2010
Elenco: Paul Bettany, Dennis Quaid, Lucas Black, Tyrese Gibson, Charles S. Dutton, Jon Tenney, Adrianne Palicki
Direção: Scott Charles Stewart
Gênero: Ação
Duração: 100 min
Distribuição: Sony Pictures
Site oficial: http://www.sonypictures.com/homevideo/legion/

sexta-feira, 9 de julho de 2010

Cine Lançamento

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A batalha dos Três Reinos

No ano de 208 d.C, a China está dividida em dois territórios, regida pela dinastia Han; no norte, o primeiro-ministro Cao Cao (Fengyi Zhang) pretende controlar todo o país, mas para isso terá de destituir dois grupos rebeldes que governam o sul. Impiedoso, reúne um exército formado por um milhão de soldados, e segue com a legião para destruir os inimigos. Do outro lado, os líderes dos povos do sul se unem e preparam a revanche contra Cao Cao, numa batalha de proporções incalculáveis.

O diretor chinês John Woo, radicado nos Estados Unidos, retornou ao país natal após 16 anos de ausência para rodar seu projeto mais suntuoso, um épico de guerra dividido em duas partes cujo orçamento atingiu US$ 80 milhões. Esse é o primeiro filme, muito bom por sinal, e a continuação está prestes a ser lançada no Brasil.
Antes de tudo, “A batalha dos Três Reinos” é inspirado em fatos tidos pelos chineses como reais, no caso a vida de Cao Cao, um dos últimos chanceleres tiranos durante o período dos Três Reinos, época de intensas guerras no território asiático. Cao seguia à risca o famoso tratado militar “A arte da guerra”, escrito pelo estrategista Sun Tzu no século V a.C. Não é por acaso que o épico de John Woo explora táticas de guerra e de como vencer o inimigo em uma batalha corpo-a-corpo. A ideologia/filosofia de Tzu acompanha todo o pensamento dos personagens, em especial no que tange à liderança dos grupos de oposição.
É de inegável beleza a plasticidade do filme, cheio de cores fortes e uma fotografia primorosa que ambienta a China Antiga durante a Dinastia Han Oriental, cercada por mistérios, traições, vingança. As sequências nos campos de batalha foram rodadas em locações, com a posterior inserção de computação gráfica, o que provoca uma dimensão realista ao épico.
É sobretudo uma reflexão das conseqüências das atitudes do ser humano quando este tem o poder nas mãos.
Com narração em off em inglês, o áudio original (como foi lançado aqui no Brasil) é em mandarim. Participou de festivais de cinema na Ásia, ganhou alguns prêmios e recebeu boas críticas. Para os leitores, fica a dica desse filme de arte digno, feito pelo sempre talentoso John Woo, agora de volta às origens. Por Felipe Brida

Título original: Chi bi/ Red Cliff
País/Ano: China, 2008
Elenco: Tony Leung, Takeshi Kaneshiro, Fengyi Zhang, Wei Zhao, Chen Chang
Direção: John Woo
Gênero: Aventura/Guerra
Duração: 150 min
Distribuição: Europa Filmes

sexta-feira, 2 de julho de 2010

Cine Lançamento

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Abismo do medo 2

Internada em um hospital após sobreviver aos ataques de criaturas em uma caverna nas montanhas Apalaches, a expedicionária Sarah Carter (Shauna MacDonald) é interrogada pela polícia para auxiliar nas investigações sobre o desaparecimento de seus amigos. Para localizá-los, a jovem terá de voltar às profundezas da caverna com o apoio de um grupo de expedicionários. Sarah estará prestes a se confrontar novamente com as horripilantes criaturas do passado.

Primeira continuação de um filme de terror inglês que, na época de seu lançamento, em 2005, foi apontado por muitos como original e assustador. Sou fã de fitas de horror, mas sinceramente “Abismo do medo” não me pegou. E essa continuação é fraca e muito desnecessária.
Pra começar há um estilo “gore” exagerado, ou seja, tem sangue pra todos os lados, com preocupação em mostrar cenas explicitas de mordidas e lanças partindo cabeças ao meio.
Não há um roteiro novo, é mais do mesmo, sem criatividade alguma. A sobrevivente do filme anterior retorna para buscar seus companheiros que desapareceram na expedição nas montanhas. Junto a um novo grupo de pessoas, eles passam a ser atacados pelas mesmas criaturas monstruosas, com rostos semelhantes a morcegos, cegos e que se orientam apenas por sons e barulhos. Daí prevê-se todo o desenrolar da história.
Assim como o primeiro, este aqui continua escuro, já que tudo se passa dentro de uma caverna sem entrada de luz.
Houve mudança na direção – assume neste o editor de “Abismo do medo”, Jon Harris, em sua estréia como diretor, que opta em mostrar pequenos flashbacks com cenas do anterior, como forma de lembrar o público sobre fatos do passado. Inclusive algumas atrizes do elenco original voltam aqui.
Para encerrar a discussão e ver como a fita é errada, escolheram um desfecho maluco e disperso, um pouco ambíguo, com abertura para novas continuações.
Cuidado com as balelas que a distribuidora inculca na mídia como estratégia para vender o filme, como “o melhor terror dos últimos anos”. Nem pensar! Por Felipe Brida

Título original: The descent: Part 2
País/Ano: Inglaterra, 2009
Elenco: Shauna MacDonald, Michael J. Reynolds, Gavan O'Herlihy
Direção: Jon Harris
Gênero: Terror
Duração: 94 min
Distribuição: Califórnia Filmes