A grande mentira
Ron (Ian McKellen)
é um veterano vigarista que aplica golpes em mulheres idosas. Pela internet,
aproxima-se de uma viúva que possui um bom dinheiro investido na poupança,
Betty (Helen Mirren). Os dois iniciam um romance e passam a morar juntos. Aos
poucos, a relação do casal vira de ponta-cabeça, marcada por desconfianças,
trapaças e ameaças, terminando num complexo jogo de gato e rato, com mortes pelo
caminho.
O diretor e roteirista novaiorquino Bill Condon, ganhador do Oscar pelo
roteiro adaptado de ‘Deuses e monstros’ (1998),
realizou filmes de diversos naipes. Fez telefilmes e curtas no início de
carreira, passou por bobagens como o terror ‘Candyman 2 – A vingança’ (1995) e o
desfecho da franquia teen ‘A saga Crepúsculo: Amanhecer – partes 1 e 2’ (2011 e
2012), até ser aplaudido por bons filmes, como o já mencionado ‘Deuses e
monstros’ e ‘Sr Sherlock Holmes’ (2015), ambos com Sir. Ian McKellen, e
recentemente fez um bom dindin com a live action da Disney ‘A bela e a fera’ (2017)
– que arrecadou mais de US$ 1,2 bilhões no mundo. Em seguida investiu numa das
melhores obras de sua carreira, esse thriller perspicaz de roer as unhas, ‘A
grande mentira’ (2019), que traz reviravoltas marcantes e um trabalho fora de
série da dupla de veteranos Ian McKellen e Helen Mirren – no lançamento, em 2019,
coloquei-o na lista dos melhores filmes do ano e acreditei que tanto McKellen
quanto Helen seriam indicados ao Oscar, o que não se sucedeu.
Baseado no livro de Nicholas Searle, o filme começa aparentemente como
uma fita romântica de dois idosos que se conhecem pelas redes sociais.
Empolgados, resolvem se conhecer para um jantar num restaurante. Parecem ser
feitos um para o outro, os dias se passam e a investida no relacionamento
aumenta. Compartilham tudo, e após um incidente, o viúvo vai morar na casa da
nova amiga/namorada. E daí a situação se complica quando uma série de verdades
vem à tona, envolvendo antigas trapaças, dinheiro escondido e até o Holocausto.
Os plot twists do filme atingem o ápice na metade da fita, e há um desfecho
particularmente inesperado, muito bem construído. É um suspense nota 10,
elegante, com atores entre 70 e 80 anos em plena forma. Conta ainda com participação
muito boa dos atores e Jim Carter e Russell Tovey.
Dessa vez Condon não escreveu o roteiro, apenas dirigiu – o roteiro é de
Jeffrey Hatcher, de ‘Casanova’ (2005).
e ‘A duquesa’ (2008).
Disponível em DVD e bluray pela Warner Bros. Também pode ser assistido no Amazon Prime Video e HBO Max, e
para aluguel nas plataformas Apple TV, Youtube e GooglePlay Filmes.
PS - Cuidado na hora de
procurar pelo filme; existe um longa-metragem com mesma tradução no Brasil, ‘A
grande mentira’, também com Helen Mirren – outra semelhança é que é coprodução
EUA/Reino Unido e de mesmos gêneros, suspense com policial. Esse homônimo é de
2010, no original ‘The debt’, e fala de três agentes da Mossad numa caçada
implacável a um ex-chefe nazista que os torturou. Também é ótimo, procurem
conhecer.
A
grande mentira (The good liar). EUA/Reino Unido, 2019,
109 minutos. Suspense/Policial. Colorido. Dirigido por Bill Condon.
Distribuição: Warner Bros.
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