segunda-feira, 19 de dezembro de 2022

Especial de cinema


Homem-Aranha no aranhaverso

Miles Morales (voz de Shameik Moore) é um rapaz negro do Brooklyn que acaba se transformando em Homem-Aranha após ser picado por uma aranha radioativa. Descobre que existem cinco outros Homens-Aranha por aí, vindos de uma dimensão paralela, o aranhaverso. Eles precisam se juntar para barrar uma ameaça mundial liderada por Wilson Fisk, o Rei do Crime (voz de Liev Schreiber).

Talvez uma das animações mais criativas e inusitadas do cinema atual, uma versão superdivertida das histórias de Homem-Aranha, livremente adaptada do universo da Marvel. Um dos pontos altos é falar abertamente sobre inclusão, dando voz a um protagonista negro, de descendência latina, e reunindo personagens orientais e outros mais velhos. A moda de agora na literatura e no cinema é falar de multiversos, universos paralelos que se tornaram fruto de investigação do campo da ciência e que é um atrativo para o mundo da ficção científica, como aqui, em que há diversos Homens-Aranha de diferentes perfis, seguindo o legado do verdadeiro herói aracnídeo Peter Parker (Parker, aqui na história, morreu). As versões são: uma menina ágil, um herói em preto-e-branco, uma versão animal, no caso um porco filhote, um de trinta e poucos anos e uma garota oriental com seu robozinho. Eles se juntam ao menino Miles para acabar com o mal, numa jornada maluca de idas e vindas em mundos opostos. Por tratar de multiversos, é importante prestar atenção nos desdobramentos da trama, pois os personagens viajam no tempo e por inúmeros espaços (o que pode bagunçar a cabeça).


Outro ponto forte da animação é a mistura de formatos, com mangá/anime, computação gráfica, balõezinhos com falas como um gibi, personagem em P&B, ou seja, atinge todos os tipos de desenho para garantir todos os públicos, diferente de tudo que já vi num filme.
Não fossem somente esses os atrativos (que já bastam para tornar o filme uma referência nas animações atuais), conta com vozes de gente importante: Nicolas Cage, Liev Schreiber, Oscar Isaac, Kathryn Hahn, Haileen Steinfeld, Chris Pine, Lily Tomlin, Zoë Kravitz e Mahershala Ali, por exemplo.
Fez boa bilheteria – custou U$ 90 milhões e rendeu quase U$ 380 mi, e abocanhou os principais prêmios mundiais de cinema (foram mais de 80 prêmios), como o Oscar de melhor animação, Globo de Ouro de animação, Bafta de melhor filme infantil e melhor animação e o Annie (principal premiação de fitas infantis).


Assista e se prepare para a continuação, que deve sair em breve pela mesma equipe de produção, em 2023 – provisoriamente o filme tem como título “Spider-Man: Across the Spider-Verse”.

Homem-Aranha no aranhaverso (Spider-Man: Into the spider-verse). EUA, 2018, 117 minutos. Animação. Colorido. Dirigido por Bob Persichetti, Peter Ramsey e Rodney Rothman. Distribuição: Sony Pictures

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