Miles Morales (voz de
Shameik Moore) é um rapaz negro do Brooklyn que acaba se transformando em
Homem-Aranha após ser picado por uma aranha radioativa. Descobre que existem
cinco outros Homens-Aranha por aí, vindos de uma dimensão paralela, o
aranhaverso. Eles precisam se juntar para barrar uma ameaça mundial liderada por
Wilson Fisk, o Rei do Crime (voz de Liev Schreiber).
Talvez uma das animações
mais criativas e inusitadas do cinema atual, uma versão superdivertida das
histórias de Homem-Aranha, livremente adaptada do universo da Marvel. Um dos
pontos altos é falar abertamente sobre inclusão, dando voz a um protagonista
negro, de descendência latina, e reunindo personagens orientais e outros mais velhos.
A moda de agora na literatura e no cinema é falar de multiversos, universos
paralelos que se tornaram fruto de investigação do campo da ciência e que é um
atrativo para o mundo da ficção científica, como aqui, em que há diversos
Homens-Aranha de diferentes perfis, seguindo o legado do verdadeiro herói
aracnídeo Peter Parker (Parker, aqui na história, morreu). As versões são: uma menina
ágil, um herói em preto-e-branco, uma versão animal, no caso um porco filhote,
um de trinta e poucos anos e uma garota oriental com seu robozinho. Eles se
juntam ao menino Miles para acabar com o mal, numa jornada maluca de idas e
vindas em mundos opostos. Por tratar de multiversos, é importante prestar
atenção nos desdobramentos da trama, pois os personagens viajam no tempo e por
inúmeros espaços (o que pode bagunçar a cabeça).
Outro ponto forte da
animação é a mistura de formatos, com mangá/anime, computação gráfica, balõezinhos
com falas como um gibi, personagem em P&B, ou seja, atinge todos os tipos
de desenho para garantir todos os públicos, diferente de tudo que já vi num
filme.
Não fossem somente esses
os atrativos (que já bastam para tornar o filme uma referência nas animações
atuais), conta com vozes de gente importante: Nicolas Cage, Liev Schreiber, Oscar
Isaac, Kathryn Hahn, Haileen Steinfeld, Chris Pine, Lily Tomlin, Zoë Kravitz e Mahershala
Ali, por exemplo.
Fez boa bilheteria – custou U$ 90 milhões e rendeu quase U$ 380 mi, e abocanhou
os principais prêmios mundiais de cinema (foram mais de 80 prêmios), como o
Oscar de melhor animação, Globo de Ouro de animação, Bafta de melhor filme
infantil e melhor animação e o Annie (principal premiação de fitas infantis).
Assista e se prepare
para a continuação, que deve sair em breve pela mesma equipe de produção, em
2023 – provisoriamente o filme tem como título “Spider-Man: Across the
Spider-Verse”.
Homem-Aranha no
aranhaverso (Spider-Man:
Into the spider-verse). EUA, 2018, 117 minutos. Animação. Colorido. Dirigido
por Bob Persichetti, Peter Ramsey e Rodney Rothman. Distribuição: Sony Pictures
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