segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016

Comentários do blogueiro


Sobre os comentários de Glória Pires no Oscar 2016

A participação da atriz Gloria Pires na Rede Globo ontem à noite durante a transmissão da entrega do Oscar foi uma piada de mau gosto, uma pilhéria há muito tempo não vista na TV. Seus comentários lacônicos e desgostosos, restritos a "gostei", "bacana", "triste", "interessante" e "não assisti", fincaram um espeto no calcanhar do telespectador. Como um comentarista, em rede nacional, na maior emissora da América Latina, não conferiu os filmes dos quais teria a obrigação de comentar? Oh, Glória, que vergonha! E que deslize também, Rede Globo! O resultado da escolha da atriz: descrédito da TV e uma avalanche de memes imperdoáveis.
Diferente do falecido ator José Wilker, que antes apresentava o Oscar na Globo e esse sim, era crítico de formação, Glória Pires não carrega no currículo o trabalho de comentarista (até onde eu saiba). Além da falta de argumentos, Glória prostrou-se com feição de poucos amigos, que constrangeu a Maria e até o Xexéu! Oh, Glória...
No final fica a pergunta: com tantos críticos de cinema gabaritados que temos pelo Brasil (mais de 300), por que cargas d'água botaram ali Glória, a paraquedista? A TV deixa a mensagem de ter subestimado a classe de críticos brasileiros - estes sim que devoram duas ou três dezenas de filmes por semana, ao colocar frente às câmeras uma não-profissional do ramo. A vergonha calorosa de uma noite de domingo...


sexta-feira, 26 de fevereiro de 2016

Morre aos 75 anos o ator e boxeador Tony Burton


O ator e ex-boxeador norte-americano Tony Burton faleceu ontem aos 78 anos. Lembrado pelos seis primeiros filmes da franquia "Rocky Balboa", participou de dezenas de filmes, como Assalto à 13a DP (1976), Heróis sem causa (1977), O iluminado (1980), Caçador implacável (1980), Bar Max (1980), O brinquedo (1982), Armados e perigosos (1986), Hook: A volta do capitão Gancho (1991) e Shade: Nos bastidores do jogo (2003). Por Felipe Brida


quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016

Morre aos 75 anos o diretor Andrzej Zulawski


Faleceu no último dia 17, de câncer, aos 75 anos, Andrzej Zulawski, cultuado cineasta e roteirista polonês. Nascido em Lwów (hoje região da Ucrânia), foi indicado à Palma de Ouro pelo terror psicológico "Possessão" (1981) e dirigiu obras como "Diabel - O diabo" (1972), "O importante é amar" (1975), "A revolta do amor" (1985), "Globo de prata" (1988) e "Cosmos" (2015), recém-lançado. O diretor era divorciado e deixa um filho. Por Felipe Brida


quarta-feira, 24 de fevereiro de 2016

Morre o diretor de fotografia Douglas Slocombe



Faleceu na última segunda-feira (dia 22), aos 103 anos, Douglas Slocombe, renomado diretor de fotografia, três vezes indicado ao Oscar - por "Viagens com minha tia" (1972), "Julia" (1977) e "Os caçadores da Arca Perdida" (1981) e vencedor de três Bafta, por "O criado" (1963), "O grande Gatsby" (1974) e "Julia". Em 50 anos de carreira, foi diretor de fotografia de 80 filmes, dentre eles "Freud: Além da alma" (1962), "A dança dos vampiros" (1967), "O leão no inverno" (1968), "Indiana Jones e o templo da perdição" (1984) e "Indiana Jones e a última cruzada" (1989), seu último trabalho. Por Felipe Brida

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2016

Resenha especial


A verdade sobre Marlon Brando

Documentário britânico sobre a carreira de Marlon Brando (1924-2004) a partir de inéditas gravações de áudio guardadas secretamente pelo lendário ator.

Ainda é bastante comentado nos Estados Unidos esse documentário revelador que traça um perfil da conturbada personalidade de Marlon Brando, um dos ícones do cinema. O projeto havia sido esboçado pelo próprio ator, como uma obra autobiográfica, mas ele morreu doente em 2004, deixando intacto um material bruto com mais de 200 horas de arquivos de áudio gravados durante seus 50 anos de carreira. Transcorrida uma década de sua morte, um grupo de produtores teve acesso às caixas com as fitas que Brando mantinha em total segredo. E aí rodaram o excelente documentário, superindicado aos amantes do cinema.
Nas falas secas, o ator expõe opiniões bombásticas em torno de diretores com quem trabalhara, revela pensamentos íntimos e faz longas explanações sobre uma técnica peculiar de auto-hipnose que, para ele, garantia a sanidade mental – algo que influenciava até na atuação, propulsionando-o ao “nirvana” frente às câmeras. Interessantíssimo, criativo e determinante para (des)construir a figura mítica do solitário ator norte-americano, o documentário foge do convencional: não reúne depoimentos de amigos ou familiares, traz apenas as conversas de Brando, que conduzem o público para uma odisseia em sua mente imaginativa, com flagras de sequências de filmes em que participou, entremeadas por cenas de bastidores. É impressionante o efeito 3D da cabeça de Brando dialogando com o público do início ao fim, feito em Faceshift, um software de rastreamento de rosto que combina câmera e sensor de profundidade, com digitalização tridimensional (o veterano ator Robert Ashby serviu de modelo para os movimentos que, depois, teve a imagem de Brando inserida por cima).
Conhecemos, no filme, um lado sombrio, amargo e triste do ator, que alimentava raiva de produtores. Ele tinha dificuldade de relacionamento nos set de filmagens, era explosivo, polêmico, vivia em atrito consigo mesmo. E dia a dia não deixava em branco esse sentimento pesado, pois registrava, em extensos comentários, tudo que o cercava. Há trechos peculiares de sua biografia: a compra da idílica ilha na Polinésia Francesa, onde viveu recluso até o fim da vida, o suicídio da filha Cheyenne no Taiti e o casamento com a ativista indígena S acheen Littlefeather (aquela que subiu ao palco do Oscar em 1973 para recusar o prêmio que Brando ganhou por “O poderoso chefão”). Um programa imperdível, idealizado sabiamente por um jovem cineasta, Stevan Riley, que dirigiu quatro outros documentários, dentre eles “Everything or nothing” (2012), sobre a franquia James Bond.
Indicado a prêmios como Bafta de melhor documentário e ao Grande Prêmio do Júri em Sundance, “A verdade sobre Marlon Brando” teve exibição restrita em alguns festivais de cinema independente no ano passado, além de estreia reservada nas salas americanas e europeias em setembro. No Brasil foi distribuído diretamente em DVD pela Universal. Por Felipe Brida


A verdade sobre Marlon Brando (Listen to me Marlon). Inglaterra, 2015, 103 min. Dirigido por Stevan Riley. Distribuição: Universal

Comentários do blogueiro


E tudo começou há exatos 8 anos! 11 de fevereiro de 2008, o nascimento de um dos meus filhotes, o blog independente Cinema na Web, inteiramente mantido por mim. Ininterrupto desde então, o blog contabiliza hoje 1025 postagens de conteúdo diverso sobre a Sétima Arte (críticas de filmes, especiais sobre premiações e entrevistas) e 80.453 acessos do mundo inteiro (como exemplo, 47 mil do Brasil, 8,6 mil dos EUA, 5,5 mil da Alemanha, 4,9 mil da China, 2,4 mil da Rússia, 1,3 de Portugal, 700 da Ucrânia, 500 da França, entre outros países). Alegria, orgulho e satisfação se misturam. Obrigado ao público que acompanha e interage. Avante para mais outros anos! Por Felipe Brida

 Primeiro post, em 11/02/2016

Estatística do blog atualizada agora

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2016

Morre Tommy Kelly, famoso ator mirim na década de 30


Famoso ator mirim na década de 30, Tommy Kelly faleceu aos 90 anos em sua residência, na Carolina do Norte, no dia 26 de janeiro. No entanto, somente ontem a família anunciou para a imprensa o falecimento.
Nascido na cidade de Nova Iorque em abril de 1925, Kelly teve breve carreira no cinema. Atuou em apenas 17 filmes desde a estreia em "As aventuras de Tom Sawyer" (1938), aos 12 anos de idade. Participou de comédias e musicais, como "Moleque de circo" (1938), "Música, divina música!" (1939), "Irene" (1940) e "Noiva por um dia" (1941), e de dramas como "Alma de soldado" (1940) e "Nobre rebelde" (1950), seu último trabalho em Hollywood. Também fez rápida aparição na obra-prima "E o vento levou" (1939). Serviu o Exército na Segunda Guerra Mundial e em 1950 abandonou o trabalho de ator para seguir carreira empresarial. Por Felipe Brida