sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

Viva Nostalgia!


Guerra e paz

Rússia, 1810. Durante a invasão de Napoleão (Herbert Lom) no país, a jovem Natasha (Audrey Hepburn), filha de um nobre arruinado, apaixona-se pelo conde Pierre (Henry Fonda), intelectual da aristocracia russa. Ferido gravemente na batalha de Austerlitz, o príncipe Andrei (Mel Ferrer) retorna para casa e se interessa por Natasha, que hoje está em um relacionamento com seu grande amigo Pierre. O avanço das tropas napoleônicas pelo território coberto gera uma enorme instabilidade política e social, enquanto que a crise também se instala entre Pierre, Andrei e Natasha.

Chega pela primeira vez em Blu-ray no Brasil (o DVD já existia há tempos) o interminável clássico de guerra do cinema, baseado no romance mundialmente famoso de Leon Tolstoy, com roteiro complexo escrito a seis mãos, incluindo a do próprio diretor, King Vidor, e a do cineasta italiano Mario Camerini.
A co-produção EUA/Itália deu um trabalho danado para ser finalizada. Custou caro para a época (U$ 6 milhões), teve parte rodada nos estúdios da Paramount e outra em Roma, com sequências assustadoras de batalhas na neve, rodadas em estúdio e em locações apropriadas. Com três horas e meia de duração, o filme reduz muito as muitas centenas de páginas do livro de Tolstoi, abrangendo o conflito romântico dentro do palácio real. Tanto a obra literária quanto a adaptação cinematográfica mantém uma linguagem pouco acessível ao público, de narrativa difícil, com ampla exposição dialogada e pouca ação. O sustentáculo desse projeto de cinema está na recriação do contexto histórico, que é pra ninguém botar defeito: a Rússia coberta de neve, os espaços internos do pujante palácio do príncipe, o figurino estonteante deixam evidente preocupação estética nesse trabalho de mestre – King Vidor, o diretor, recebeu cinco indicações ao Oscar durante a carreira toda, e este é um dos poucas investidas em teor mais político e real.
Recebeu três indicações ao prêmio da Academia, como diretor, fotografia e figurino.
O trio central mantém o interesse (Audrey está bela como sempre, e os soturnos Henry Fonda e Mel Ferrer dão vez ao conflito), completado por um elenco de feras, como Oskar Homolka, Vittorio Gassman e Anita Ekberg. Na época Mel Ferrer estava casado com Audrey (se conheceram dois anos antes e se divorciaram em 1968, deixando um filho).
Pode soar cansativo para muitos, em especial os que não conhecem a literatura russa de Tolstoy. Mas é inegável sua riqueza técnica e artística. Vale uma conferida com calma, ainda mais agora em Blu-ray. Por Felipe Brida

Guerra e paz (War and peace). EUA/Itália, 1956, 208 min. Drama/Guerra. Colorido. Dirigido por King Vidor. Disponível em DVD e em Blu-ray.

quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

Morre o diretor e ator Harold Ramis



Passou despercebida a morte do diretor, roteirista, produtor e ator Harold Ramis, nome de peso das comédias americanas dos anos 80 e 90. Faleceu na última segunda-feira (dia 24), aos 69 anos, de problemas vasculares.
Dirigiu fitas notórias como Clube dos pilantras (1980), Férias frustradas (1983), Feitiço do tempo (1993) e Máfia no divã (1999). Roteirista de Almôndegas (1979) e Os caça-fantasmas (1984).
Outros filmes como diretor: Clube paraíso (1986), Como salvar sua família (1995), Eu, minha mulher e minhas cópias (1996), Endiabrado (2000), A máfia volta ao divã (2002) e Ano um (2009). Trabalhos como ator: Recrutas da pesada (1981), O caça-fantasmas I e II (1984 e 1989), Presente de grego (1987), Memórias secretas (1988), Os cabeças-de-vento (1994), Segredos do coração (1994), Melhor é impossível (1997), Correndo atrás do diploma (2002), Um beijo a mais (2006), Ligeiramente grávidos (2007), A vida é ura: A história de Dewey Cox (2007) e Ano um (2009).
O ator era casado e deixa três filhos. Por Felipe Brida

Viva Nostalgia!


Lili

Órfã, a garota francesa Lili Daurier (Leslie Caron), de 16 anos, arruma emprego em uma companhia de teatro de marionetes. Apaixona-se pelo mágico Marc, o Magnífico (Jean-Pierre Aumont), homem mais velho, que a despreza. Abalada com a situação, pensa em suicídio, até que fica próxima do manipulador de marionetes Paul Berthalet (Mel Ferrer), que faz de tudo para que ela esqueça aquela paixão desastrosa.

Clássico absoluto do cinema, “Lili” chega pela primeira vez ao Brasil em DVD, graças à distribuidora independente Colecione Clássicos, que vem dando atenção especial a filmes marcantes dos anos 30, 40 e 50 – e também a uma linha de musicais raros, sempre bem-vindos ao público mais seleto e exigente.
Baseado na história “Love os seven dolls”, de Paul Gallico, o filme tem todo um charme, ingenuidade e lirismo, devido a vários elementos técnicos e de elenco: Leslie Caron, indicada ao Oscar de melhor atriz pelo trabalho em Lili, dá o fôlego à obra, no papel da graciosa protagonista; a fotografia e a direção de arte com cores vivas e ambientes de arranjo teatral completam o conteúdo – também indicados ao Oscar em 1954.
A personagem não é uma simples menina de 16 anos: ela se transforma ao longo do filme, adquirindo maturidade quando começa a trabalhar, encontrando dificuldades em lidar com uma paixão esquisita, tentando até o suicídio (perceba que situação-limite polêmica para abordar num musical dos anos 50!), até se ajustar com a amizade fortalecida com um criador de marionetes. Ela dialoga com os bonecos, num tom fabular, que deixa no ar se ela vive um sonho ou está ainda no mundo real. Como uma caixinha bem montada, “Lili” é uma obra-prima do cinema americano, rico de detalhes, simbologia e encantamento.
Das seis indicações ao Oscar, levou apenas o de melhor trilha sonora (as outras duas que não foram citadas acima foram nas categorias de diretor e roteiro). Recebeu ainda indicação ao grande prêmio em Cannes, ganhou o Bafta de atriz e o Globo de Ouro de roteiro.
Assinado por um diretor genial, Charles Walters, de comédias musicais que deram um gás ao cinema, como “Desfile de Páscoa” (1948), “Alta sociedade” (1956) e “A inconquistável Molly” (1964). Ele também é coreografo do filme, função esta que desenvolveu em inúmeras fitas da década de 40, como “Louco por saias”, “À meia luz” e “Agora seremos felizes”. Já em DVD. Obrigatório. Por Felipe Brida

Ficha técnica

Lili (Idem). EUA, 1953, 81 min. Drama/Musical. Colorido. Dirigido por Charles Walters. Disponível em DVD.

domingo, 23 de fevereiro de 2014

Morre o ator Arduíno Colasanti



Faleceu ontem, aos 78 anos, o ator italiano radicado no Brasil Arduíno Colasanti. Internado em um hospital no Rio de Janeiro desde semana passada devido a dores no peito, Arduíno era filho do também ator Manfredo Colasanti (já falecido) e irmão da escritora Marina Colasanti. Atuou em diversos filmes, começando a carreira nos anos 60. Dentre seus trabalhos se destacam: Garota de Ipanema (1967), Azyllo muito louco (1970), Minha namorada (1970), Como era gostoso o meu francês (1971), Amor, Carnaval e sonhos (1973), O caçador de esmeraldas (1979), O homem do pau-brasil (1982), Memórias do cárcere (1984), Quilombo (1984), Troclip (1985), Leila Diniz (1987), A ostra e o vento (1997), Bela donna (1998), Xuxa e o tesouro da cidade perdida (2004) e Insolação (2009).
Além de ator, Arduíno era surfista e fez o primeiro nu masculino frontal do cinema brasileiro, em "Como era gostoso o meu francês". Por Felipe Brida

quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

Morre o comediante Sid Caesar aos 91



O comediante novaiorquino Sid Caesar faleceu ontem em Los Angeles, aos 91 anos, de causas naturais. Versátil ator de TV e cinema, estabeleceu firme parceria com o diretor Mel Brooks. Dentre seus principais trabalhos no cinema estão: Deu a louca no mundo (1963), O cadáver ambulante (1967), Aeroporto 1975 (1974), A última loucura de Mel Brooks (1976), O detetive desastrado (1978), Grease - Nos tempos da brilhantina (1978), O diabólico Dr. Fu Manchu (1980), A história do mundo - Parte I (1981), Grease 2 - Os tempos da brilhantina voltaram (1982), Um rally muito louco (1984), Uma ponte chamada esperança (1984), Férias frustradas em Las Vegas (1997) e O terno encantado (1998).
Ganhou dois prêmios Emmy, pelo seriado Caesar's hour (1954).
Além de ator, era saxofonista, músico e compositor. Caesar era viúvo e deixa três filhos. Por Felipe Brida

terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

Morre a atriz Shirley Temple, aos 85 anos



Estrela mirim de Hollywood nos idos de 30, Shirley Temple faleceu ontem Woodside, Califórnia, aos 85 anos, de causas naturais. Em 1935 ganhou um Oscar 'juvenil' pela contribuição ao cinema, além de uma estrela na Calçada da Fama em 1960. Em uma carreira de quase duas décadas (1932 a 1949) atuou em cerca de 40 longas. Seus trabalhos mais notáveis estão em Olhos encantadores (1934), A pequena órfã (1935), A mascote do regimento (1935), A pequena rebelde (1935), O anjo do farol (1936), Heidi (1937), O anjo da felicidade (1938), A princesinha (1939), Suzana (1939) e O pássaro azul (1940).
Foi casada duas vezes e deixa três filhos. Por Felipe Brida

domingo, 2 de fevereiro de 2014

Cine Lançamento


R.I.P.D. – Agentes do além

O policial Nick (Ryan Reynolds) acaba de ser assassinado. Sua alma segue para a Divisão Descanse em Paz (RIPD), um departamento que atua secretamente em algum lugar na Terra. Lá se torna parceiro de trabalho do veterano e destemido agente Roy (Jeff Bridges). A nova missão da dupla será a de localizar o assassino de Nick, porém na busca ambos irão se confrontar com perigosas almas.

Definição básica de “R.I.P.D. – Agentes do além”: “Homens de preto” encontra “Os caça-fantasmas”. A relação torna evidente a ideia desse projeto mal feito e capenga que poderia ter dado certo: dois agentes policiais mortos atuam num departamento sigiloso de caça a almas de bandidos. Um é o jovem Nick (Ryan Reynolds, sempre o mesmo, sem tirar nem por – o que é um sinal de decadência, pois o cara nunca muda), que vira parceiro de um agente velho de guerra e ranzinza, Roy (Jeff Bridges, repetindo índole, trejeitos e vestimenta de ‘Bravura indômita’). Em meio a almas penadas encrenqueiras e criaturas podres metamorfoseadas em humanos, a dupla corre contra o tempo para capturar o assassino de Nick (que será a revelação do final do filme, algo já esperado pelo público mais atento).
Os efeitos visuais de segunda categoria deixam impressão de uma fita B de qualidade duvidosa, feita às pressas. Triste é ver Jeff Bridges, ganhador do Oscar, num papel desastroso, comprovando seu mau momento da carreira, já que aceita todos os tipos de papéis que aparecem. De Reynolds não tenho o que falar... Tem ainda participação de Kevin Bacon (como um outro policial) e Mary-Louise Parker.
A trama parecia até então curiosa, no entanto tudo afunila para o mau gosto, o corre-corre óbvio e o previsível. Quem assistiu “MIB” e “Ghostbusters” não precisa tomar uma dose desse entretenimento meia-boca, que teve péssima aceitação da crítica estrangeira e uma bilheteria horrorosa (custou U$ 130 milhões e rendeu apenas U$ 33 milhões no mundo todo). Um equívoco sem tamanho de um diretor até então criativo, Robert Schwentke, de “Red – Aposentados e perigosos”. Por Felipe Brida

R.I.P.D. – Agentes do além (R.I.P.D.). EUA, 2013, 96 min. Ação. Dirigido por Robert Schwentke. Distribuição: Universal

sábado, 1 de fevereiro de 2014

Morre o premiado ator Maximilian Schell



O ator austríaco Maximilian Schell, vencedor do Oscar de melhor ator por “Julgamento em Nuremberg” (1961), faleceu hoje aos 83 anos após enfrentar grave doença, informou sua agente pessoal. Os detalhes da morte não foram revelados.
Irmão da falecida atriz Maria Schell, Maximilian nasceu em Viena, em 8 de dezembro de 1930 e, ainda criança, refugiou-se com a família na Suíça para fugir da perseguição nazista. Formou-se ator bem jovem, trabalhando em teatro e TV. No cinema, durante quase seis décadas de carreira, atuou em cerca de 90 longas-metragens. Concorreu a dois outros Oscars, como melhor ator por “Um homem na caixa de vidro” (1975) e ator coadjuvante por “Julia” (1977). Outros principais filmes do ator: Os deuses vencidos (1958), O condenado de Altona (1962), Topkapi (1964), De volta das cinzas (1965), Chamada para um morto (1966), Para além as montanhas (1967), Os heróis não se entregam (1967), Krakatoa – O inferno de Java (1969), Simon Bolivar (1969), Joana – A mulher que foi papa (1972), O dossiê de Odessa (1974), Cinco dias de conspiração (1976), Cruz de ferro (1977), Uma ponte longe demais (1977), O buraco negro (1979), Amor em jogo (1979), Um novato na máfia (1990), Fuga para Odessa (1994), Vampiros de John Carpenter (1998), Impacto profundo (1998), Um festival em Cannes (2001), Vigaristas (2008), Flores negras (2009) e o inédito Les brigands (2014). O ator era casado e deixa um filho. Por Felipe Brida

Nota de Cinema


Lançamentos em DVD e em Blu-ray dessa semana



Heróis de ressaca (Comédia/Ficção)

Contagem regressiva (Policial)

Os suspeitos (Suspense/Policial)

Machete mata (Comédia/Ação)

Elysium (Ficção científica)

Percy Jackson e o mar de monstros (Aventura)

A hora do espanto 2 (Terror)

Os estagiários (Comédia)

Adorável professora (Comédia)

É o fim (Comédia)