domingo, 26 de setembro de 2021

Cine Clássico


Suez

O diplomata e engenheiro francês Ferdinand de Lesseps (Tyrone Power) viaja ao Egito para conceber o projeto da construção do Canal de Suez. Ele é apaixonado por Eugenia de Montijo (Loretta Young), que acaba de alcançar o status de imperatriz ao se casar com o imperador Napoleão III, da França. Lesseps guarda fortes sentimentos pela mulher, e em Suez inicia um romance com Toni (Annabella), uma atraente mulher egípcia. A construção do canal encontra entraves políticos, que envolvem um acordo bilateral entre França e Egito e depois contará com a ajuda do Reino Unido.

Tecnicamente bem realizado, com produção da 20th Century Fox, “Suez” (1938) é um drama épico elegante, que custou caro para a época (U$ 2 milhões) reunindo astros do cinema clássico, como Tyrone Power (de “Testemunha de acusação” - faleceu novo, aos 44 anos, de infarto), Loretta Young (ganhadora do Oscar de atriz por “Ambiciosa”) e a francesa Annabella, que fez carreira em Hollywood (de “Rua Madeleine 13”), além de Joseph Schildkraut (ganhador do Oscar de coadjuvante por “A vida de Émile Zola”), e Sidney Blackmer (de “Alta sociedade” e que no fim da carreira faria “O bebê de Rosemary”). Nos anos 30 e 40 Hollywood fazia filmes com pano de fundo real misturados com romance e aventura, para atrair o público, como é o caso deste: fala-se da construção do Canal de Suez, localizado no Egito entre os mares Vermelho e Mediterrâneo, em tom épico, porém o romance entre os personagens é o que predomina. As figuras ali realmente existiram, Ferdinand Marie era o “Visconde de Lesseps”, um diplomata e empresário francês envolvido na construção do canal de Suez e no canal do Panamá, entre a metade e o final do século XIX, e era mesmo apaixonado pela imperatriz da França, a espanhola Eugenia. Há bonitos momentos românticos e grandiosas cenas nas paisagens desérticas do Egito, como a sequência de destruição final causada por uma tempestade de areia (o filme foi inteiramente rodado em estúdios em Hollywood, e as cenas do Egito não foram lá, e sim no deserto de Yuma, no Arizona).


Do notório diretor, roteirista e produtor canadense que fez centenas de filmes mudos nos EUA da década de 10, além de dezenas de longas até os anos 60, Allan Dwan. “Suez”, que acaba de sair em bluray pela Classicline (numa boa cópia de colecionador), recebeu três indicações ao Oscar: melhor fotografia (num primoroso preto-e-branco), som e trilha sonora. Existem duas versões, a de cinema, que é essa, de 98 minutos, e uma de 104 minutos, apenas exibida no lançamento e não disponível em mídia física. Para quem gosta de romances e filmes épicos, é uma opção recomendada.

Suez (Idem). EUA, 1938, 98 minutos. Romance/Drama. Preto-e-branco. Dirigido por Allan Dwan. Distribuição: Classicline

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