terça-feira, 29 de junho de 2021

Nota do Blogueiro


Lançamentos em DVD

A distribuidora Obras-primas do Cinema lança, esse mês, dois boxes megaespeciais para os colecionadores. Tratam-se de "Adaptações literárias", contendo quatro filmes antigos baseados em romances de sucesso, e "O Gordo e o Magro", com dois longas e 13 curtas da notória dupla do cinema pastelão. Vamos conhecer as caixas:



- Box "Adaptações literárias", com os longas "Moby Dick" (1930, com John Barrymore, baseado no romance homônimo de Herman Melville), "As quatro irmãs" (1933, de George Cukor, com Katharine Hepburn, a primeira versão de 'Adoráveis mulheres', baseada no livro de Louisa May Alcott), "No tempo da inocência" (1934, com Irene Dunne, a primeira versão de 'A época da inocência', livro de Edith Wharton) e "O retrato de Dorian Gray" (1945, com George Sanders, baseado no bestseller mundial de Oscar Wilde).

- Box "O Gordo e o Magro", com os longas-metragens "Filhos do deserto" (1933) e "Dois caipiras ladinos" (1937), além de 13 curtas feitos entre 1927 e 1943, a maioria deles com a dublagem clássica da TV.

Ambos os boxes são em DVD duplo e trazem extras como entrevistas e minidocumentários especiais, além de cards colecionáveis. Já nas melhores lojas do ramo.
Obrigado, pessoal da OPC, pelo envio dos filmes.





Cine Clássico



Tomates verdes fritos

Evelyn (Kathy Bates), uma de dona de casa aborrecida com a vida chata que leva, reprimida pelo marido, conhece, por acaso num asilo, a idosa Ninny (Jessica Tandy), que adora contar histórias. Ninny começa a relatar para Evelyn fatos ocorridos 70 anos atrás, sobre juventude, amizade, trabalho e perdas, aparentemente ligados à sua família. Evelyn então passa a visitar a senhora todo dia para acompanhar aquelas lembranças, encontrando ali uma forma de mudar sua própria vida.

Um dos filmes mais ternos e encantadores do cinema, sucesso de público nos Estados Unidos e no Brasil, e que até hoje arranca lágrimas dos telespectadores, chega em DVD pela Classicline. A fita independente fez carreira regular nas salas de cinema do mundo todo (rendeu U$ 119 milhões dos U$ 11 milhões gastos), e na TV aberta foi exibida aos montes, atingindo o coração de gerações.
Recebeu duas indicações ao Oscar, de melhor atriz coadjuvante para Jessica Tandy, em um de seus últimos trabalhos, e roteiro adaptado (nomeação póstuma para Carol Sobieski, roteirista que adaptou o musical e o livro “Annie” para o cinema em 1982, morta prematuramente em 1990, aos 51 anos). Ainda indicada a dois Baftas (atrizes, para Jessica e Kathy, aliás, adoráveis e que se completam em cena) e a três Globos de Ouro (filme – comédia ou musical, e as mesmas atrizes), o drama foi baseado no romance homônimo da atriz e escritora Fannie Flagg, publicado em 1987. Ele conta a história de uma amizade pura, verdadeira e casual entre duas mulheres de gerações diferentes (Jessica e Kathy) que passam a trocar experiências de vida. Kathy, a dona de casa tediosa, escuta histórias (possíveis memórias) da personagem de Jessica num asilo, e começa a ver uma luz no fim do túnel para mudar radicalmente de vida (em relação à casa, ao papel de esposa dedicada ao marido, de como enfrenta os problemas e agressões diárias, a questões do corpo - utilizando a expressão “Towanda” como um grito de guerra e liberdade).


Ela representa a liberdade de todas as mulheres oprimidas (o filme tem um tom feminino-feminista bem delicado). E isso não somente reverbera nas personagens de Kathy e Jessica, e sim nas figuras femininas das lembranças de Jessica, interpretadas por Mary-Louise Parker e Mary Stuart Masterson (também ótimas em cena), as amigas que criam o restaurante que serve os famosos ‘tomates verdes fritos’. Aliás, essas histórias integram um recorte de mazelas como a violência contra a mulher e o preconceito racial (aparece, de forma rápida e marcante, um ataque da terrível Ku Klux Klan). Todos esses carismáticos personagens, juntos, fazem do filme uma obra necessária e inesquecível. Foi a estreia de Jon Avnet no cinema, depois de produzir séries e peças teatrais (ele dirigiria, ainda na década de 90, filmes bons como “A árvore dos sonhos” e “Justiça vermelha”). Para ver e rever em família!


PS: Essa versão em DVD da Classicline é a estendida, com três minutos a mais que a versão de cinema.

Tomates verdes fritos (Fried green tomatoes). EUA, 1991, 133 minutos. Drama. Colorido. Dirigido por Jon Avnet. Distribuição: Classicline

segunda-feira, 28 de junho de 2021



Stargate


O egiptólogo David Jackson (James Spader) é convocado para trabalhar em uma base secreta. Lá encontra um portal estelar que o transporta, juntamente com uma equipe militar, liderada pelo coronel Jack O’Neill (Kurt Russell), para um outro mundo.

Quase duas décadas depois de ter lançado essa incrível e cultuada fita scifi em DVD, a Versátil Home Video traz agora a edição especial do filme em bluray, em disco duplo, que reúne as duas versões, a de cinema (com 121 minutos) e a estendida do diretor, com nove minutos a mais (130 min.), acompanhando muitos extras (no primeiro disco tem o filme em BD, e no segundo, em DVD, duas horas de making of, documentários, entrevistas), além de um pôster e dois cards.
Na década de 90 “Stargate” (1994) ficou conhecido do público, exibido na TV inúmeras vezes, e foi o primeiro grande trabalho do alemão Roland Emmerich, que se tornaria um dos nomes notórios do cinema de ‘disaster movies apocalípticos’ – dois anos antes fez “Soldado universal” (1992), depois realizaria duas fitas de ação de sucessos nas telonas, “Independence Day” (1996) e “Godzilla” (1998), além de mais trabalhos nessa linha de ação e adrenalina.


É uma obra complexa, uma trama cheia de mistérios que liga o passado ao futuro – o encontro de um anel de 30 metros coberto de hieróglifos por um egiptólogo se transforma numa passagem para duas civilizações antigas, a de um povo oprimido, e o outro de guerreiros opressores que se assemelham a deuses, liderados por Ra (Jaye Davidson, ator sumido das telas que no ano anterior a Stargate foi indicado ao Oscar de ator coadjuvante por “Traídos pelo desejo”). Com muita adrenalina, mistura ingredientes perfeitos para a trama scifi, como relíquias do Egito Antigo, novas tecnologias, controle da humanidade por alienígenas e povos primitivos que retornam ao tempo atual. Preste atenção para não se perder no vai e vem das tramas paralelas!


Filmado em áreas desérticas do Arizona que parecem as areias escaldantes da África, conta com bons efeitos visuais do início da era digital e com um visual carregado, às vezes over (figurino e direção de arte especialmente), típico do cinema de Emmerich.
Recebeu no Brasil o longo título “Stargate, a chave para o futuro da humanidade” e derivou os seriados “Stargate SG-1” (1997-2007), “Stargate Atlantis” (2004-2009), “SGU Stargate Universe” (2009-2011) e “Stargate: Origins” (2018), além da série animada “Stargate infinity” (2002-2003) e dois filmes para home vídeo, “Stargate – Linha do tempo” (2008) e “Stargate: A arca da verdade” (2008).
Adorei revê-lo depois de tanto tempo! Adquira já o seu no site da Versátil e boa diversão!

Stargate (Idem). EUA/França, 1994, 121 minutos. Ficção científica/Ação. Colorido. Dirigido por Roland Emmerich. Distribuição: Versátil

sábado, 26 de junho de 2021

Dica do blogueiro


O Cine Debate do Imes Catanduva do mês de junho realiza hoje o debate do drama romântico “Tomates verdes fritos” (1991), de Jon Avnet, um clássico da “sessão da tarde”, indicado a dois Oscars (melhor roteiro adaptado e melhor atriz coadjuvante para Jessica Tandy, em um de seus últimos papeis no cinema). O filme está disponível no site do Sesc Digital até o dia 30/09, em https://sesc.digital/.../cine.../55503/tomates-verdes-fritos
, e o debate será a partir das 14h, pelo Youtube do Sesc Catanduva – https://www.youtube.com/user/sesccatanduva. A transmissão é aberta e gratuita ao público.
Dessa vez o debate virtual contará com uma presença especial, a da jornalista e crítica de cinema Clarissa Kuschnir. A mediação do bate-papo será do idealizador do projeto, o jornalista e crítico de cinema Felipe Brida, professor do Senac e do Imes Catanduva, e de Alexandre Vasques, programador cultural do Sesc Catanduva.

Sinopse
: Evelyn Couch (Kathy Bates) é uma dona de casa emocionalmente reprimida que visita com o marido um parente no asilo de idosos. Lá, encontra Ninny Threadgoode (Jessica Tandy), uma mulher idosa, que a ilumina através de histórias do seu passado. Evelyn então ganha a confiança necessária para mudar sua própria vida.



Cine Debate

O Cine Debate é uma parceria do Imes com o Sesc e o Senac Catanduva e completa nove anos trazendo filmes cult de maneira gratuita a toda a população. Segue o mesmo formato do segundo semestre de 2020: uma vez por mês, online, porém agora aos sábados, a partir das 14h, pelo canal do Sesc no Youtube.
O próximo filme do Cine Debate 2021 será “Lili Marlene” (1981, 111 minutos), em 31 de julho. A programação a partir de agosto será divulgada em breve.
Vamos prestigiar, participar e debater cinema! Todos estão convidados!

terça-feira, 22 de junho de 2021

Dica de Leitura


"Mas hoje não é um dia igual aos outros. Smita tomou uma decisão, que se impôs a ela como uma evidência: sua filha irá para a escola. Custou a convencer Nagarajan. Para quê, retrucava ele. Ela até pode aprender a ler e escrever, mas ninguém aqui vai lhe dar um emprego".

Trecho de "A trança" (2017), livro de estreia da atriz, roteirista de cinema e escritora francesa Laetitia Colombani, lançado no Brasil pela editora Intrínseca (2020, 208 páginas, tradução de Dorothée de Bruchard).
O romance, que está em fase de adaptação para o cinema, conta a trajetória de três mulheres em três continentes diferentes: Smita, uma indiana que tenta tirar a filha das condições sociais mais cruéis para dar a ela acesso à educação; Giulia, uma italiana da Sicília, que tem de assumir o comando da empresa do pai, uma oficina de perucas, após ele sofrer um acidente; e Sarah, advogada canadense, que descobre uma grave doença prestes a ser promovida no trabalho. As histórias tratam de solidariedade e esperança, e se conectam de maneira ímpar e íntima.
Traduzido para mais de 30 países, o livro virou fenômeno editorial na Europa.




sábado, 19 de junho de 2021

Especial de Cinema


Especial ‘Elvira, a rainha das trevas’

A distribuidora Classicline lança esse mês no mercado brasileiro o box “Elvira”, uma caixa especial para colecionadores que contém o primeiro filme da franquia, “Elvira, a rainha das trevas” (1988), em bluray, e um segundo disco com a continuação, “As loucas aventuras de Elvira” (2001), em DVD. A caixa traz uma série de extras, como making of, featurette, galeria de fotos e trailer, além de um livreto, três cards e um pôster – e ambos os filmes vem com a dublagem clássica. Vale destacar que os dois filmes já haviam saído pela Classicline apenas em DVD, sem extras. Vamos conhecer mais sobre eles.


Elvira, a rainha das trevas

Elvira (Cassandra Peterson) é a apresentadora de um programa televisivo de baixo orçamento sobre filmes de terror, e que no passado foi atriz de filmes B. Sua vida muda quando descobre ter herdado uma velha mansão em Fallwell, Massachusetts, deixada por sua falecida tia. Ela viaja até a pequena cidade para conhecer a casa, e lá é hostilizada pela população conservadora, que a vê como uma afronta, devido às roupas justas que veste, e assim ameaçar os bons costumes. Além de enfrentar os olhares fulminantes dos moradores, terá que lidar com seu tio, o misterioso Vincent Talbot (William Morgan Sheppard), que pretende a todo custo roubar de Elvira um livro de receitas da tia morta, que dá poderes sobrenaturais a quem o lê.

Cultuado pelos jovens americanos após fracassar nos cinemas em 1988, essa nostálgica comédia de terror que muito alegrou o público nas sessões da tarde acaba de ganhar uma caprichada e merecida edição especial em bluray no Brasil, pela distribuidora Classicline. O filme pode agora ser apreciado em alta resolução, acompanhado de extras imperdíveis!


A produção independente (custou U$ 7 milhões) conquistou fãs do mundo inteiro e até hoje é o único trabalho lembrado da atriz Cassandra Peterson, que ainda vive ganhando dinheiro na pele da personagem-chave em festivais, Comic-Cons, aparições na TV e performances em teatro pelo mundo afora. Elvira foi uma criação dela no início da década de 80, para apresentar um programa televisivo chamado “Movie macabre”, em que ela comentava sobre filmes B de terror. Fez sucesso nos EUA, a personagem chegou a aparecer em seriados de TV como “CHiPs” e “Saturday Night Live”, até que surgiu a ideia de um filme próprio.
Seu estilo excêntrico era de um gótico sensual, com fartos seios num vestido preto bem justo ao corpo, com uma cabeleira negra, numa forma menos contida da Morticia Addams. Nesse primeiro filme Elvira se envolve em uma série de situações burlescas numa cidadezinha que condena qualquer tipo de comportamento que fuja dos padrões “normais” (o filme brinca bastante com esse discurso sobre preconceito e recriminação). Ela revida os comentários maldosos com tiradas, chacota e deboche, algo que se tornaria característico na personalidade dessa emblemática figura do cinema. O filme continua um barato, passados 33 anos!


Embalado por uma trilha pop dos anos 80, como “Maniac”, o filme se enquadra como um modesto terrir (comédia com terror, apesar de o horror ficar mais para a parte final, com criaturas, demônios e até cenas de decepação, tudo na brincadeira, logicamente). Há cenas marcantes, como a criatura gosmenta que sai da sopa e a do tio que vira demônio soltando raios pela boca - construídas com efeitos visuais legais e uma maquiagem razoável para a época.
Elvira povoou a imaginação das pessoas, continua lembrada no mundo inteiro e virou símbolo do público gay!
O diretor, James Signorelli, fez uma obra lendária do cinema terrir dos anos 80 (porque não um clássico moderno?), adorada pelos norte-americanos. Ele era um dos produtores de “Saturday Night Live” e fez pouquíssimos filmes, como uma comédia muito bacana dos anos 80 e hoje pouco falada, “Tudo por uma herança”, exibida no Brasil como ‘Dinheiro fácil’, com Rodney Dangerfield e Joe Pesci.
Viva Elvira! Assista ao filme em alta resolução - e também à continuação, feita em 2001.

Elvira, a rainha das trevas (Elvira: Mistress of the dark). EUA, 1988, 96 minutos. Comédia/Terror. Colorido. Dirigido por James Signorelli. Distribuição: Classicline


As loucas aventuras de Elvira

Em seu chamativo vestido preto bem apertado, Elvira (Cassandra Peterson) viaja a Paris para uma apresentação de can can, junto de sua serva Zou Zou (Mary Jo Smith). Após enfrentarem problemas na hospedaria onde estavam instaladas, recebem ajuda de um homem estranho, Lord Vladimere Hellsubus (Richard O’Brien), que as conduz para o castelo onde vive. No medonho local, Elvira irá encarar figuras sinistras vindas do além-túmulo.

Inferior ao original, a continuação de “Elvira, a rainha das trevas”, realizada 13 anos depois, ainda mantém o interesse devido ao retorno da atriz Cassandra Peterson no papel-título, esbanjando humor, deboche e, claro, sensualidade. A atriz ficou eternamente marcada pelo papel da ‘rainha das trevas’ (o que para muitos atores não é bom, pois reduz convites a outros projetos, e para a memória do público só vem aquele personagem), e volta com tudo em seu vestido negro para uma Paris do século XIX, onde se envolverá em uma sinistra aventura cheia de ciladas num castelo mal-assombrado. Para contrabalancear a figura mítica de Elvira, temos um lorde misterioso, feito pelo escritor, dramaturgo e ator britânico Richard O'Brien, num papel à altura do estilo que criara em Riff Raff, de “The Rocky Horror Picture Show” (1975), musical escrito por ele.


Ainda mais barato que o primeiro (esse custou U$ 1,5 milhão), também foi muito exibido na TV americana e no Brasil. Segue a linha do original, menos efusivo e com piadas repetidas, mas tem seu aspecto curioso e alguns momentos cômicos. Vale a pena assistir em dose dupla com o anterior.

As loucas aventuras de Elvira (Elvira's haunted hills). EUA, 2001, 89 minutos. Comédia/Terror. Colorido. Dirigido por Sam Irvin. Distribuição: Classicline

sexta-feira, 18 de junho de 2021

Dica de Leitura


"Nos últimos anos do século XIX, ninguém teria acreditado que esse mundo estava sendo observado com muita atenção por civilizações mais inteligentes do que a humanidade; e tão mortais quanto ela própria; que, enquanto os homens se ocupavam de seus mais diversos assuntos, eram analisados e estudados, talvez com a mesma exatidão que um homem diante de um microscópio analisa as criaturas transitórias que se multiplicam e se aglomeram em uma gota d'água".

Abertura de "A guerra dos mundos" (1898), um clássico fundamental da literatura de ficção científica escrito pelo britânico H. G. Wells, relançado pela editora Martin Claret (2019, 294 páginas, tradução de Leonardo Castilhone). O romance narra um ataque marciano ao planeta Terra, mais precisamente na Inglaterra do século XIX, onde a população apavorada tenta sobreviver e entender os motivos daquela ameaça vinda dos céus.
Foi o quarto livro de Wells, que dedicou toda a carreira literária em torno de temas fantásticos, com obras sobre mundos perdidos, viagem no tempo, alienígenas, criaturas bizarras e experiências humanas para fins de estudo genético - são dele "A máquina do tempo", "A ilha do Dr. Moreau" e "O homem invisível", por exemplo. Todos esses, incluindo "A guerra dos mundos", viraram adaptações para o cinema - as versões mais conhecidas de "A guerra dos mundos" são a de 1953, de Byron Haskin, ganhadora do Oscar de efeitos visuais, e a de 2015, de Steven Spielberg, com Tom Cruise.
Conheça essa fascinante obra-prima do mundo scifi!
Obrigado, equipe da Martin Claret, pelo envio do exemplar.



quarta-feira, 16 de junho de 2021

Dica de Leitura


"Estava se lembrando da Terra, da Terra verde e da cidade verde onde nasceu e cresceu, e estava pensando nessa cidade agora, despedaçada, arruinada, explodida e espalhada, todos os marcos juntos, todos os males, supostos ou evidentes, dispersos com ela, todos os homens duros que se foram, os estábulos, os ferreiros, as lojas de curiosidades, as máquinas de refrigerante, os moinhos de gim, as pontes [...]".

Trecho de "O homem ilustrado" (1951), clássico da literatura scifi, escrito por Ray Bradbury, lançado recentemente pela editora Biblioteca Azul, selo da Editora Globo (2020, 320 páginas, tradução de Eric Novello).
O livro reúne 18 contos, mais um prólogo e um epílogo, e todos têm um personagem em comum, o tal homem ilustrado do título, que é um andarilho com inúmeras tatuagens pelo corpo que vaga por estradas em um mundo incerto contando histórias ora fantásticas ora reais, dentre elas o fim da humanidade, os efeitos da alta tecnologia e a corrida espacial.
O conto "O homem do foguete" inspirou a famosa canção de Elton John, "Rocket Man", e o livro originou uma versão para cinema, intitulada "Uma sombra passou por aqui" (1969), de Jack Smight, com Rod Steiger no papel principal.
Conheça esse excitante livro de Ray Bradbury, autor de obras notórias do mundo da ficção científica, como "Fahrenheit 451" e "As crônicas marcianas".
Obrigado, equipe da Biblioteca Azul, pelo envio do exemplar.




Cine Clássico


Amargo pesadelo

Quatro amigos de longa data, Ed (Jon Voight), Lewis (Burt Reynolds), Bobby (Ned Beatty) e Drew (Ronny Cox), fazem uma viagem para curtir dias diferentes nas montanhas. A ideia deles é descer, de canoa, as corredeiras de um rio na Geórgia. Em uma parada na margem do rio, o quarteto vira alvo de montanheses sádicos, o que tornará os dias de descanso em um pesadelo infernal.

Icônico, “Amargo pesadelo” é dos meus filmes preferidos, uma obra nunca antes vista no cinema. Mas se prepare porque a história é uma porrada! Isso porque os quatro personagens da trama serão vítimas de cruéis homens do mato que, portando armas, cometem tortura, ameaças e até estupro.
Tudo parecia ir bem naquele dia tranquilo para os amigos Ed, Lewis, Bobby e Drew. Viajando de carro até as montanhas para um passeio de canoa no rio, recebem a recomendação de moradores para não fazerem a aventura, já que a área foi desativada para a construção de uma represa. Eles ignoram o alerta e seguem viagem. As primeiras horas são de descontração, brincadeiras e liberdade nas corredeiras do rio, mas quando são confrontados por sádicos montanheses, vem momentos de sufoco, medo e fúria, que tomarão conta dos amigos.


Filme extremamente difícil de ser gravado por dois motivos: os elementos violentos e polêmicos da história (baseada no romance de James Dickey, com roteiro dele mesmo), cujas cenas mais impactantes foram cortadas em alguns países; e as locações – o filme foi rodado nas florestas e cachoeiras da Georgia, inclusive no rio Chattooga. Burt Reynolds quebrou o cóccix numa queda, parte da equipe se machucou e sofreu com o calor intenso da região, há uma cena inteira numa corredeira de barco que demorou muito para ser finalizada etc
Façanha artística única e memorável, feita com maestria pelo diretor britânico John Boorman, de “Excalibur” (1981) e “Esperança e glória” (1987). O elenco está afinadíssimo, e há pelo menos duas cenas antológicas, a do duelo de banjos e a do terrível estupro.


Recebeu três indicações ao Oscar: melhor filme, diretor e edição, além de cinco indicações ao Globo de Ouro, como melhor filme – drama, diretor e ator para Jon Voight.
Um filmão surpreendente, que te marcará para sempre! Em DVD pela Classicline.

Amargo pesadelo
(Deliverance). EUA, 1972, 109 minutos. Ação. Colorido. Dirigido por John Boorman. Distribuição: Classicline

terça-feira, 15 de junho de 2021

Especial de Cinema


Lançamentos em DVD da Classicline de maio e junho! São doze filmes e um box especial do Hitchcock (contendo sete longas do diretor em sua fase britânica) que acabam de chegar nas melhores lojas. Tem pra todos os gostos. São eles:

- Zaroff: O caçador de vidas (aventura de 1932, com Joel McCrea, dos mesmos produtores de 'King Kong' - contém as versões PB, original, e a colorizada);

- A história de Louis Pasteur (drama biográfico de 1936, vencedor de três Oscars - com Paul Muni);

- A loja da esquina (comédia de 1940, de Ernst Lubitsch, com James Stewart);

- Orgulho e preconceito (drama de 1940, baseado no famoso romance de Jane Austen, com Greer Garson e Laurence Olivier);

- A noiva era ele (comédia de 1949, de Howard Hawks, com Cary Grant);

- A nave da revolta (ação/guerra, de 1954, com Humphrey Bogart - indicado a sete Oscars);

- Moby Dick (aventura, de 1956, baseado no famoso livro de Herman Melville, com Gregory Peck);

- Sangue sobre a Terra (ação/drama, de 1957, com Rock Hudson e Sidney Poitier);

- Anáguas a bordo (comédia de 1959, de Blake Edwards, com Cary Grant e Tony Curtis);

- O milagre de Anne Sullivan (drama biográfico de 1962, com Anne Bancroft e Patty Duke em interpretações ganhadoras do Oscar);

- O ouro de Mackenna (faroeste, de 1969, com Omar Sharif e Gregory Peck);

- Fúria selvagem (faroeste, de 1971, com Richard Harris e John Huston);

- MacArthur (drama de guerra, biográfico, de 1977, com Gregory Peck).

E por fim "Alfred Hitchcock: Primeiros anos", um box especial com três DVD reunindo sete longas-metragens de início de carreira do famoso mestre do suspense, rodados entre 1927 e 1932 no Reino Unido. São eles: A mulher do fazendeiro, Entre a lei e o coração, O ringue, Champagne, O mistério do número 17, Jogo sujo e Ricos e estranhos.
Procurem e assistam! Obrigado, Classicline, pelo envio dos filmes.






Resenha Especial


Invencível

Na Segunda Guerra Mundial, o ex-atleta olímpico Louis Zamperini (Jack O’Connell) se alista no Exército e é chamado para uma missão no Oceano Pacífico. O avião onde viaja cai no mar, Zamperini sobrevive com outros três soldados, até serem capturados pela marinha japonesa. Eles são enviados a um campo de concentração e passam por torturas. Zamperini vira alvo de um obcecado oficial japonês.

Angelina Jolie, além de ser uma atriz bonita e competente em cena quando aceita bons projetos de bons diretores, demonstra enorme talento como diretora. Filha do astro Jon Voight, ganhou o Oscar de atriz coadjuvante por “Garota, interrompida” (1999) e um Oscar especial (prêmio humanitário) em 2014, devido a suas causas sociais na África, Oriente Médio e Ásia. Produtora e roteirista, dirigiu até agora cinco filmes, quase todos sobre conflitos de guerras – com destaque para “Na terra de amor e ódio” (2011 - sobre a Guerra da Bósnia), esse bom “Invencível” (2014) e o melhor deles, “Primeiro mataram meu pai” (2017) - uma produção da Netflix, do Cambodja, indicada ao Globo de Ouro e ao Bafta de melhor filme estrangeiro, baseado em fatos reais sobre os horrores cometidos pelo Khmer Vermelho no Cambodja do final dos anos 70.


Em “Invencível”, Angelina mostra domínio na direção para contar uma história forte, por vezes sofrida, e muito comovente, que reconstitui a vida trágica de Louis Zamperini, que morreu aos 97 anos quando o filme estava em fase de conclusão. Parte dela acompanha a infância e a juventude rebelde do novaiorquino Louis, que se tornou atleta ainda pequeno, competindo na escola, e até os 20 anos esteve em competições de alto nível, ganhando medalhas, sendo recordista e por fim convocado para os Jogos Olímpicos de Verão em Berlim, em 1936. Ao estourar a Segunda Guerra, alistou-se no Exército e após uma queda de avião numa missão no Pacífico, sobreviveu com três membros. Até serem capturados pelos japoneses e enviados a um campo de prisioneiros, onde viveriam dias infernais...
Tecnicamente bem realizado, com cenas efusivas de desastre aéreo e explosões, traz cenas memoráveis como a dos soldados no bote no meio do mar, cheio de feridas por causa da insolação, tendo de comer tubarão e peixes, e as mais famosas delas, as do embate de Zamperini com o rigoroso oficial japonês (com certo olhar lembra o emblemático “Furyo, em nome da honra”, de Nagisa Oshima).
O elenco dá o tom adequado e a dramaticidade pretendida, a contar o britânico Jack O’Connell (de “300: A ascensão do império” e de outro filme de guerra também feito em 2014, “71: Esquecido em Belfast”), na pele do protagonista; o irlandês Domhnall Gleeson (de “Questão de tempo” e “Ex_Machina: Instinto artificial”), filho do grande ator Brendan Gleeson; e os norte-americanos Garrett Hedlund (de “Quatro irmãos”) e Finn Wittrock (lembrado por várias temporadas de “American horror story”).


Vale destacar que o filme era um antigo projeto da Universal, engavetado desde a década de 50, reencontrado por Angelina, que deu vida a ele. Recebeu três indicações ao Oscar (fotografia, edição de som e mixagem de som), tem roteiro dos irmãos Coen (Ethan e Joel, os soberbos e premiados diretores e roteiristas de filmes autorais como “Gosto de sangue”, “Fargo” e tantos outros), em colaboração com Richard LaGravenese e William Nicholson, baseado no livro de Laura Hillenbrand.
Ganhou uma continuação fraquinha, “Invencível: Caminho da redenção” (2018), que conta com outro elenco, outro diretor e produtor.

Invencível (Unbroken). EUA, 2014, 137 minutos. Drama/Ação. Colorido. Dirigido por Angelina Jolie. Distribuição: Universal Pictures

domingo, 13 de junho de 2021

Dica de Leitura


"Era um dia de abril, gélido e claro, e os relógios marcavam 13h. Winston Smith, com o queixo encostado no peito, num esforço para se proteger do vento cortante, se enfiou rapidamente por entre as portas de vidro do edifício Palácios da Vitória, embora não tão rápido a ponto de evitar que um redemoinho de poeira e areia o acompanhasse. O salão de entrada cheirava a repolho cozido e a velhos capachos esfarrapados. Numa das extremidades, um cartaz colorido, grande demais para estar exposto num ambiente interno, fora pregado à parede".

Abertura do livro "1984", o notório e instigante romance distópico do escritor britânico George Orwell, o mesmo autor de "A revolução dos bichos", publicado em 1949, e agora lançado em nova edição no Brasil pela editora Biblioteca Azul, selo da Editora Globo (2021, 392 páginas, tradução de Bruno Gambarotto).
A história se passa num futuro incerto, num mundo de guerra perpétua, onde todo membro da sociedade é vigiado por câmeras e controlado por um governo totalitário e onipresente, que pune qualquer tipo de liberdade (de ir e vir, de expressão e até de amar). Eis que Winston, um funcionário de um dos ministérios que governam o país, rebela-se contra esse sistema autoritário e ameaçador ao assumir um relacionamento tido como proibido.
Obra fundamental do universo scifi moderno, "1984" critica os governos autoritários do século XX e as práticas de censura impostas por eles. Orwell foi visionário ao falar de um mundo controlado por telas e pelas tecnologias, onde se anulava a privacidade.
O livro deu origem a duas ótimas versões para cinema, ambas com o mesmo título, "1984" - uma de 1956, com Edmond O'Brien, e outra de 1984, com John Hurt e Richard Burton, ambas britânicas.
Procure já essa nova edição da editora Biblioteca Azul, que traz junto com o livro dois pôsteres.



quarta-feira, 9 de junho de 2021

Dica de Leitura


"A uns cinquenta metros de distância, me indicava um desses montículos cônicos cobertos de mato, de cerca de dois metros de altura e com uma abertura quase sempre enterrada, com os quais topamos frequentemente ao circundar as muralhas de Ferrara. Olhando bem, eles se parecem um pouco com os montarozzi etruscos dos campos romanos; em escala muito menor, é claro. Com a diferença de que a câmara subterrânea, muitas vezes bem ampla, a que alguns deles davam ainda acesso, nunca serviu de casa para nenhum defunto".

Trecho do livro "O jardim dos Finzi-Contini" (1962), do escritor italiano Giorgio Bassani, fenômeno literário na época e que acaba de ganhar edição no Brasil, pela editora Todavia (2021, 280 páginas, tradução de Mauricio Santana Dias).
O romance se passa no fim da década de 30, em Ferrara, comuna no norte da Itália, onde vive a família aristocrata de judeus Finzi-Contini. Quando as leis raciais endurecem no país, os Finzi-Contini abrem seu palacete de campo para abrigar amigos judeus perseguidos pelos fascistas. Até que estoura a Segunda Guerra Mundial, transformando radicalmente a rotina daquela família.
Ao mesmo tempo que o livro reflete os horrores da perseguição aos judeus na Segunda Guerra, mostra o amor, a amizade e a esperança alimentados por personagens memoráveis, como o professor Ermanno, sua esposa Olga, os filhos Alberto e Micòl e o narrador da história, que não sabemos seu nome, um estudante de letras de origem judia.
Foi adaptado para o cinema, no belíssimo filme italiano de Vittorio de Sica, de 1970, ganhador do Oscar de melhor filme estrangeiro e do Urso de Ouro no Festival de Berlim. Leiam e assistam ao filme (disponível em DVD pela Lume e pela Versátil).
Obrigado, pessoal da Todavia, pelo envio do exemplar.





terça-feira, 8 de junho de 2021

Dica de Leitura


"Eu sentia sua falta durante o dia, assim como sentia falta da minha vida antiga quando estava ocupada demais para sentir sua falta durante o dia. Se antes eu era versada em História de Portugal, sabia a ordem de sucessão dos monarcas e quantos judeus haviam sido mortos durante a Inquisição, agora, recitava o alfabeto".

Trecho do romance "Precisamos falar sobre o Kevin", de Lionel Shriver, publicado em 2003 e ganhador do Orange Prize. Polêmico, visceral e contundente, recebeu uma ótima versão para cinema, com certas adaptações na trama, um drama de mesmo título, de 2011, indicado à Palma de Ouro em Cannes e que deu nomeação ao Globo de Ouro de melhor atriz para Tilda Swinton.
O livro é uma compilação de cartas de uma mãe que viu Kevin, seu filho adolescente, tornar-se um perigoso assassino, autor de uma chacina no ginásio da escola onde estudava em Nova York. Nos escritos, Eva reflete sobre a maternidade, de como criou o filho, lembra antigos relacionamentos afetivos e analisa o tormento de sua vida após a tragédia cometida pelo garoto.
O livro saiu no Brasil pela editora Intrínseca, em 2007 (464 páginas, tradução de Beth Vieira e Vera Ribeiro).
Obrigado pelo envio do exemplar, equipe da Intrínseca.




segunda-feira, 7 de junho de 2021

Dica de Leitura


"Mas na mente viu seus algozes de novo, escutou aquelas vozes desconectadas, tão vazias e tão no controle, e soube no fundo do coração que não devia ter tido permissão de escapar ao menos uma vez de homens como aqueles. Eles não deixavam testemunhas".

Trecho do livro "Aqueles que me desejam a morte" (2014), de Michael Koryta, publicado esse mês no Brasil pela editora Trama, selo do grupo Ediouro (2021, 336 páginas, tradução de Alves Calado). O romance de ação ganhou também a versão para cinema, lançada nos cinemas brasileiros na semana passada, e conta com Angelina Jolie, Nicholas Hoult e Tyler Perry no elenco.
Na história conhecemos o garoto Jace, de 14 anos, que testemunha um assassinato e tem de fugir dos criminosos pelas montanhas do estado de Montana. É amparado por um casal que mantém um programa de sobrevivência no deserto, e por uma mulher que trabalha como vigia em uma torre de incêndio. Cada segundo conta nessa jornada de Jace para escapar com vida!
Elogiado por Stephen King e por críticos literários do The New York Times, o livro está na lista dos mais vendidos dos Estados Unidos, sendo distribuído no Brasil em um bom momento, já que o filme continua em cartaz.
Obrigado, pessoal da Trama, pelo envio do exemplar.




Especial de Cinema



Especial “Fantasma”


A distribuidora Obras-Primas do Cinema alegrou os fãs do mundo do terror com um baita lançamento em DVD há dois meses. Ela trouxe, de forma exclusiva e pela primeira vez no Brasil, a pentalogia (ou seja, as cinco partes) de “Fantasma”, uma cultuada franquia do cinema de horror, de Don Coscarelli, que fez sucesso nos cinemas americanos, e em nosso país costumava ser exibida na TV na década de 90. São cinco filmes com ótima qualidade de imagem e som, reunidos em um box especial em quatro discos. Contém quatro horas de extras (como making of, entrevistas, trailers e cenas deletadas), um pôster original do primeiro filme e cinco cards colecionáveis. Vamos conhecer um pouco de cada produção.


Fantasma (1979)

Numa pequena cidade, uma série de acontecimentos sinistros leva Mike (A. Michael Baldwin), o irmão Jody (Bill Thornbury) e um amigo, Reggie (Reggie Bannister), a investigar o cemitério local. Eles desconfiam que um agente funerário (Angus Scrimm) realiza estranhos experimentos com humanos, com o auxílio de suas mortais esferas voadoras.

O primeiro filme da franquia “Fantasma” fez bom sucesso nos cinemas, principalmente os americanos (com um custo baixo, de U$ 300 mil x U$ 11 milhões de renda), algo impressionante para um filme dessa natureza. É um terror sobrenatural de aspecto surreal, com personagens marcantes (vide o ‘Tall Man’, o ‘Homem Alto’, um agente funerário sinistro, com suas esferas voadoras mortais) e uma história macabra sobre experimentos com humanos e mortos-vivos. Há uma ou outra cena gore, com sangue explodindo na tela e cenas ousadas de mortes, e um tipo de desfecho que se manteria nos próximos. A segunda parte, feita nove depois, superaria a qualidade desse aqui, e, sim, saiu-se melhor que o original!

Fantasma (Phantasm). EUA, 1979, 89 minutos. Terror. Colorido. Dirigido por Don Coscarelli. Distribuição: Obras-Primas do Cinema


Fantasma 2 (1988)

O agente funerário apelidado de ‘Homem Alto’ (Angus Scrimm) retorna ainda mais cruel ao mundo dos vivos para se vingar de Mike (James Le Gros) e do amigo Reggie (Reggie Bannister).

Nove anos depois do primeiro ‘Fantasma’, a Universal Pictures (lembre-se, uma major), percebendo o sucesso do original, resolver distribuir esse que acabou superando o outro. É o melhor da série, com mais acabamento, história mais macabra e que marcou o retorno de praticamente toda a equipe, exceto o ator A. Michael Baldwin, substituído por James Le Gros – volta inclusive o diretor, Don Coscarelli, que se manteve na direção até o quarto capítulo (ele foi o roteirista e criador das histórias). A mítica figura do Homem Alto reassume sua força para assombrar a pequena cidade onde Reggie e Mike habitam. A dupla se junta como pode para conter o senhor do reino dos mortos. Tem mais cenas com as tão esperadas esferas metálicas voadoras, que se engancham no corpo da vítima e a matam com um objeto perfurante. O longa dá mais adrenalina e tensão, e esse capítulo está na pequena lista de continuações que ganham do filme original. Assista em dose dupla com o “Fantasma”, de 1979.

Fantasma 2 (Phantasm II). EUA, 1988, 97 minutos. Terror. Colorido. Dirigido por Don Coscarelli. Distribuição: Obras-Primas do Cinema


Fantasma 3: O senhor da morte (1994)

Os velhos amigos Mike (A. Michael Baldwin) e Reggie (Reggie Bannister) se juntam para fechar uma das sete portas do reino dos mortos, aberta pelo ‘Homem Alto’ (Angus Scrimm), que com as esferas voadoras, procura vingança.

Ainda faz jus à franquia essa terceira parte de “Fantasma”, que, conforme os fãs afirmavam, encerra bem uma trilogia (depois viriam duas sequências finais, inferiores, mas bem curtidas pelo público que gosta do cinema de horror). Os atores A. Michael Baldwin e Reggie Bannister vem com tudo para combater o decrépito Homem Alto, ambos auxiliados por uma jovem habilidosa nas artes marciais com seu nunchaku. O tempo urge, e o trio precisa com todas as forças fechar as portas do inferno para mandar o agente funerário de volta à sua casa. Como no filme anterior (e os próximos também fariam o mesmo), todo o início tem uma espécie de ‘relembre o que ocorreu anteriormente’. E durante o filme também há muitas cenas flashback com os personagens.
É um bom entretenimento para quem já está familiarizado com a trama.

Fantasma 3: O senhor da morte (Phantasm III: Lord of the dead). EUA, 1994, 91 minutos. Terror. Colorido. Dirigido por Don Coscarelli. Distribuição: Obras-Primas do Cinema


Fantasma 4: O pesadelo continua (1998)

Novamente os amigos Mike (A. Michael Baldwin) e Reggie (Reggie Bannister) estão face a face com o ‘Homem Alto’ (Angus Scrimm), só que dessa vez a dupla entra em uma fenda do tempo para desvendar o passado do tenebroso agente funerário.

Penúltima fita de terror da franquia, repleta de subtramas cruzadas e ainda mais surreal (tem até fenda no tempo, bem cara de scifi). O Homem Alto está de novo no encalço da dupla Mike e Reggie, com a ajuda de uma horda de mortos e dezenas de esferas voadoras mortais. Nessa viagem ao tempo, os amigos terão a chance de entender o passado do misterioso agente funerário, e saber como tudo se iniciou. A continuação ainda mantém o ritmo, mas evidencia certo cansaço e sem grandes novidades. Ainda dá para assistir com a pipoca na mão!

Fantasma 4: O pesadelo continua (Phantasm IV: Oblivion). EUA, 1998, 89 minutos. Terror. Colorido. Dirigido por Don Coscarelli. Distribuição: Obras-Primas do Cinema


Fantasma: Devastador (2016)

Reggie (Reggie Bannister), passados 20 anos dos últimos ocorridos, tem pela frente a missão de enfrentar mortos-vivos num mundo desolado para salvar o amigo Mike (A. Michael Baldwin) e, claro, destruir o ‘Homem Alto’ (Angus Scrimm).

E aqui termina a franquia de “Fantasma”, iniciada em 1979, durando 37 anos (para uma franquia de terror, é de uma solidez impressionante!). Os atores centrais retornam, e a única diferença é a direção, que mudou (é o único filme sem Don Coscarelli, diretor, roteirista e criador da cinessérie). Tem um clima de “Mad Max”, há um tom político no filme, e as esferas voadoras ganham outras proporções. Será que Mike e Reggie conseguirão acabar definitivamente com o terrível Homem Alto? É ver para saber... Pouco comentado, é o menor da franquia, que já vinha demonstrando repetição, porém, a meu gosto, fecha OK um longo ciclo de cinco filmes que atravessou quase quatro décadas!

Fantasma: Devastador (Phantasm: Ravager). EUA, 2016, 85 minutos. Terror. Colorido. Dirigido por David Hartman. Distribuição: Obras-Primas do Cinema