quarta-feira, 28 de dezembro de 2022

Cine Clássico



A queda do Império Romano


O general Lívio (Stephen Boyd), no século II, comanda a nova ordem política do imperador Marco Aurélio (Alec Guinness), para pacificar as fronteiras do Império Romano. Porém o imperador é morto por Cómodo (Christopher Plummer), seu filho ilegítimo. Este assume o trono e leva Roma ao caos político, econômico e social.

Há centenas de filmes que retratam o Império Romano, principalmente seu auge, no entanto poucos contam como ele acabou, este que foi um dos períodos mais complexos da História. O Império Romano, uma antiga civilização marcada por disputas territoriais na Europa, Ásia e África, foi da República à Monarquia, com domínio de ditadores e em muitos anos viu instabilidade política, econômica e social. “A queda do Império Romano” (1964) é uma das produções cinematográficas mais audaciosas sobre o momento citado, produzida pelo lendário Samuel Bronston, cuja empresa de cinema fez pelo menos dois épicos memoráveis, “El Cid” (1961) e “O rei dos reis” (1961). Foi um longa caro para a época (U$ 19 milhões), com direção de arte e figurinos cuidadosos, rodado na Espanha e que demorou sete meses de gravação. Trouxeram ao elenco atores e atrizes de vários países, muitos no auge e ganhadores de Oscar, como Alec Guinness, Christopher Plummer, Sophia Loren, Stephen Boyd, James Mason, Omar Sharif e Anthony Quayle.



O filme explica em narração didática passagens sobre o Império Romano, do auge até a sua decadência, um processo que durou 300 anos. Há cenas de drama, romance, sequências formidáveis de batalhas e grandes diálogos. Indicado ao Oscar de melhor trilha sonora (para Dimitri Tiomkin), ganhou o Globo de Ouro na mesma categoria e foi dirigido por Anthony Mann, diretor de “El Cid” (1961), “Winchester ‘73” (1950) e “Música e lágrimas” (1954), dentre outros.
Saiu há tempos em DVD (duplo) pela Classicline e recentemente ganhou ótima cópia em bluray, também pela Classicline (ambos sem extras, apenas o filme com sua metragem de cinema internacional, de 185 minutos, três minutos a menos da original americana).
Filme importante do cinema e que todo cinéfilo deve conhecer.

A queda do Império Romano (The fall of the Roman Empire). EUA, 1964, 185 minutos. Drama/Ação. Colorido. Dirigido por Anthony Mann. Distribuição: Classicline

terça-feira, 27 de dezembro de 2022

Cine Clássico


Lembra-se daquela noite?

Lee Leander (Barbara Stanwyck) é presa por tentar furtar um bracelete em uma loja às vésperas do Natal. Ela deve aguardar as festividades de fim de ano para só depois ser julgada. Comovido com a situação complicada daquela mulher, o promotor John Sargent (Fred MacMurray) a convida para passar o Natal com sua família, e a leva sob custódia. Os dois acabarão se apaixonando.

Um bonito melodrama com toques românticos, cuja história se passa no Natal e acompanha o romance inesperado entre uma mulher detida pela polícia, acusada de furto, e o atencioso promotor que acompanha o caso. São eles respectivamente Barbara Stanwyck, uma dama do cinema, que ao longo da carreira recebeu quatro indicações ao Oscar, como “Uma vida por um fio” (1948), e Fred MacMurray, ator de forte presença, de “A nave da revolta” (1954) e tantas outras produções clássicas – quatro anos depois de “Lembra-se daquela noite?” trabalhariam juntos num dos grandes suspenses do cinema, “Pacto de sangue” (1944).
O filme, por ser melodrama, não tenta ser alegre e pra cima, por mais que arrisque cenas de humor como alívio. O clima de magia (do Natal) torna o romance entre o casal inspirador, e chegando ao final vira uma “fita de tribunal”. A fotografia é uma maestria! – de Ted Tetzlaff, que trabalhou com Hitchcock em “Interlúdio” (1946).


O diretor Mitchell Leisen iniciou-se no cinema como diretor de arte em filmes mudos, foi ator e figurinista, e depois dirigiu mais de 40 longas entre as décadas de 1930 e 1960, como “Uma sombra que passa” (1934), “Flor do lodo” (1945) e “Só resta uma lágrima” (1946).
Saiu em DVD pela Obras-primas do Cinema no box em homenagem a Barbara Stanwyck, com os filmes “Stella Dallas, mãe redentora” (1937 – a primeira indicação de Barbara ao Oscar), “Minha reputação” (1946) e “Só a mulher peca” (1952).

Lembra-se daquela noite? (Remember the night). EUA, 1940, 94 minutos. Drama. Preto-e-branco. Dirigido por Mitchell Leisen. Distribuição: Obras-primas do cinema

sábado, 24 de dezembro de 2022

Resenhas especiais


Especial: Coleção ‘Cruz de ferro’



A cruz de ferro

Em 1943, no auge da Segunda Guerra, Rolf Steiner (James Coburn) é promovido a sargento e recebe a dura missão do capitão Stransky (Maximilian Schell) de localizar a cruz de ferro de um tenente morto em combate. Para satisfazer a vontade do chefe, Steiner desloca um grupo de homens destemidos, sem saber o que encontrará pelo caminho.

Sam Peckinpah (1925-1984) dirigiu com muita dificuldade esse filme de guerra violento, considerado por Orson Welles um dos melhores do tema já produzidos no cinema. O diretor de obras-primas como “Meu ódio será sua herança” (1969) e “Sob do domínio do medo” (1971) demorou para levantar recursos financeiros para o projeto, e estava consumido pelo álcool (Peckinpah era viciado em bebida). Mas nada disso atrapalhou a conclusão desse filme visceral, produzido no Reino Unido e na Alemanha Ocidental e rodado na antiga Iugoslávia. A complexa trama, baseada no livro do alemão Willi Heinrich, traz um sargento recém-nomeado que recebe a missão quase suicida de satisfazer o ego de um melancólico capitão nazista, de obter a cruz de ferro de um tenente morto. Vale destacar que a tal cruz de ferro era uma condecoração militar única e preciosa, originalmente do Reino da Prússia e depois utilizada no Império Alemão e objeto de desejo no Terceiro Reich, exclusiva dos tempos de guerra. Receoso quanto à missão, o sargento reúne homens para se jogar no front para encontrar a almejada cruz.



Com cenas típicas do diretor, de tiros e mortes em câmera lenta (característica fecunda do cineasta), e um vasto material de arquivo (vídeos e fotos da Segunda Guerra Mundial, no caso), tem um humor cínico e reviravoltas marcantes. Quebra o estereótipo dos nazistas vilões para mostrá-los como soldados quaisquer em meio à dureza de uma guerra. Fala da truculência dos inimigos (no caso os soviéticos e os americanos) e das artimanhas de sobrevivência no meio do caos. Um dos mais complexos personagens da história é o capitão Stransky (interpretado pelo ótimo Maximilian Schell), um homem já cansado da guerra que envia a tropa atrás da cruz somente para satisfazer seu ego e honrar o nome da família (e também de ganhar mais um item para sua coleção particular).
Complementam o time de astros e estrelas James Coburn, James Mason, David Warner e Senta Berger. Teve uma continuação dois anos depois, “Ruptura das linhas inimigas” (1979), com novo diretor (Andrew V. McLaglen) e elenco (incluindo Richard Burton, Rod Steiger e Robert Mitchum) – é uma fita regular de ação e guerra, com bons momentos, aflitiva, mas inferior ao original.
Saiu em diversas edições em DVD no Brasil e recentemente a melhor delas foi disponibilizada ao público, a da Classicline, com metragem estendida, de 132 minutos – a mais comum de se ver é a de cinema exibida nos EUA, de 119 minutos. A Classicline também relançou o filme, mês passado, numa caixa em disco triplo (3 DVDs), chamada “Coleção Cruz de ferro”, contendo tanto o filme de 1977 quanto a continuação, “Ruptura das linhas inimigas”, esse em duas versões (a versão americana, chamada aqui de ‘estendida’, de 111 minutos, e a compacta, com 83 minutos, exibida na TV brasileira, com dublagem da época).

A cruz de ferro (Cross of iron). Reino Unido/Alemanha, 1977, 132 minutos. Guerra. Colorido/Preto-e-branco. Dirigido por Sam Peckinpah. Distribuição: Classicline (DVD de 2022)


Ruptura das linhas inimigas


Em 1944, oficiais nazistas são acusados de uma conspiração para matar Adolf Hitler com o objetivo de colocar fim à guerra. Um oficial alemão é incumbido então de entrar nas linhas inimigas para comunicar o plano aos americanos.

Exibido na TV brasileira como “Missão: Assassinar Hitler”, esse filme de ação e guerra de 1979, pouco lembrado pelo público, é a continuação de “A cruz de ferro” (1977), uma grande fita de guerra do violento e polêmico cineasta norte-americano Sam Peckinpah (de “Meu ódio será tua herança” e “O casal Osterman”). Aqui é outro diretor, o britânico Andrew V. McLaglen, de fitas de faroeste e ação populares nos anos 60 e 70, como “Heróis do inferno” (1968, com John Wayne) e “Selvagens cães de guerra” (1978, com Richard Burton), que mesmo sem as artimanhas estéticas de Peckinpah, conseguiu realizar um filme dramático, aflitivo, inspirado em fatos verídicos (foram inúmeros atentados contra Hitler no curso da História, de aliados a opositores, e o mais famoso foi a Operação Valkyria, que virou filme duas vezes). Há sequências tensas de bombardeios e tiros, bem realizados, e a cada momento surge algo diferente na trama, que coloca os personagens em risco constante nas linhas inimigas.
Curioso que é uma sequência de “A cruz de ferro”, mas com poucas referências ao anterior: retornam dois personagens fundamentais, o sargento Steiner (antes papel de James Coburn, agora de Richard Burton) e o major Stransky (Maximilian Schell foi substituído por Helmut Griem), e é o mesmo produtor, o alemão Wolf C. Hartwig. Só! O restante é novo: nova história, novos atores, nova direção.




O elenco é repleto de nomes notórios – além de Burton, tem Rod Steiger, Robert Mitchum, Curd Jürgens Michael Parks e Klaus Löwitsch. E outra curiosidade: como a produção é alemã (rodado na Áustria), e o filme foi feito para ser vendido na Alemanha, os atores americanos foram dublados, em alemão! Saiu mês passado em DVD no Brasil na coleção “Cruz de ferro”, pela Classicline, em disco triplo: tem a versão original (de 132 minutos) de “A cruz de ferro” (1977) e duas versões de “Ruptura”: a estendida (de 111 minutos, que é a versão americana) e a compacta (com 83 minutos, exibida na TV brasileira e com dublagem em português). Vale ver!

Ruptura das linhas inimigas (Steiner - Das eiserne kreuz, 2. Teil/ Breakthrough). Alemanha, 1979, 111 minutos. Guerra. Colorido/Preto-e-branco. Dirigido por Andrew V. McLaglen. Distribuição: Classicline (DVD de 2022)


segunda-feira, 19 de dezembro de 2022

Especial de cinema


Homem-Aranha no aranhaverso

Miles Morales (voz de Shameik Moore) é um rapaz negro do Brooklyn que acaba se transformando em Homem-Aranha após ser picado por uma aranha radioativa. Descobre que existem cinco outros Homens-Aranha por aí, vindos de uma dimensão paralela, o aranhaverso. Eles precisam se juntar para barrar uma ameaça mundial liderada por Wilson Fisk, o Rei do Crime (voz de Liev Schreiber).

Talvez uma das animações mais criativas e inusitadas do cinema atual, uma versão superdivertida das histórias de Homem-Aranha, livremente adaptada do universo da Marvel. Um dos pontos altos é falar abertamente sobre inclusão, dando voz a um protagonista negro, de descendência latina, e reunindo personagens orientais e outros mais velhos. A moda de agora na literatura e no cinema é falar de multiversos, universos paralelos que se tornaram fruto de investigação do campo da ciência e que é um atrativo para o mundo da ficção científica, como aqui, em que há diversos Homens-Aranha de diferentes perfis, seguindo o legado do verdadeiro herói aracnídeo Peter Parker (Parker, aqui na história, morreu). As versões são: uma menina ágil, um herói em preto-e-branco, uma versão animal, no caso um porco filhote, um de trinta e poucos anos e uma garota oriental com seu robozinho. Eles se juntam ao menino Miles para acabar com o mal, numa jornada maluca de idas e vindas em mundos opostos. Por tratar de multiversos, é importante prestar atenção nos desdobramentos da trama, pois os personagens viajam no tempo e por inúmeros espaços (o que pode bagunçar a cabeça).


Outro ponto forte da animação é a mistura de formatos, com mangá/anime, computação gráfica, balõezinhos com falas como um gibi, personagem em P&B, ou seja, atinge todos os tipos de desenho para garantir todos os públicos, diferente de tudo que já vi num filme.
Não fossem somente esses os atrativos (que já bastam para tornar o filme uma referência nas animações atuais), conta com vozes de gente importante: Nicolas Cage, Liev Schreiber, Oscar Isaac, Kathryn Hahn, Haileen Steinfeld, Chris Pine, Lily Tomlin, Zoë Kravitz e Mahershala Ali, por exemplo.
Fez boa bilheteria – custou U$ 90 milhões e rendeu quase U$ 380 mi, e abocanhou os principais prêmios mundiais de cinema (foram mais de 80 prêmios), como o Oscar de melhor animação, Globo de Ouro de animação, Bafta de melhor filme infantil e melhor animação e o Annie (principal premiação de fitas infantis).


Assista e se prepare para a continuação, que deve sair em breve pela mesma equipe de produção, em 2023 – provisoriamente o filme tem como título “Spider-Man: Across the Spider-Verse”.

Homem-Aranha no aranhaverso (Spider-Man: Into the spider-verse). EUA, 2018, 117 minutos. Animação. Colorido. Dirigido por Bob Persichetti, Peter Ramsey e Rodney Rothman. Distribuição: Sony Pictures

terça-feira, 13 de dezembro de 2022

Especial de Cinema


Globo de Ouro anuncia indicados; evento volta a ser transmitido pela TV aberta em 2023

A Associação de Imprensa Estrangeira de Hollywood anunciou, na manhã de ontem, dia 12, os indicados ao Globo de Ouro 2023. O anúncio foi transmitido diretamente do Beverly Hilton Hotel, em Los Angeles. A novidade da edição de 2023 é a criação de quatro categorias de TV: de melhor ator e melhor atriz, e ator e atriz coadjuvantes em séries limitadas, antológicas ou telefilmes.
Na categoria de cinema, os filmes “Os Banshees de Inisherin” e “Tudo em todo lugar ao mesmo tempo” lideram com oito e seis indicações respectivamente, seguidos de “Os Fabelmans” e “Babilônia”, empatados com cinco nomeações cada. Já na categoria TV, “Abbott elementary” lidera com cinco indicações, seguido de “The crown”, “Dahmer: Um canibal americano”, “Only murders in the building”, “The white lotus” e “Pam & Tommy”, empatados com quatro nomeações. HBO Max e Netflix foram as produtoras e distribuidoras com maior número de indicações, empatadas com 14 cada, seguidas da Hulu (com 10), FX (com 9), ABC (com 6) e Apple TV+ (com 6).
A entrega dos prêmios será no dia 10 de janeiro, com apresentação do comediante Jerrod Carmicha, e voltará a ser transmitida pela TV aberta. O Globo de Ouro comemora 80 anos em 2023.
Veja abaixo a lista de todos os indicados nas duas categorias, Cinema e TV.

 

Categorias de Cinema

 

Melhor filme - Comédia/Musical

 

"Babilônia"

"Os Banshees de Inisherin"

"Tudo em todo lugar ao mesmo tempo"

"Glass Onion: Um mistério Knives Out"

"Triângulo da tristeza"

 

Melhor filme – Drama

 

"Avatar: O caminho da água"

"Elvis"

"Os Fabelmans"

"Tár"

"Top Gun: Maverick"

 



Melhor diretor

 

James Cameron - "Avatar: O caminho da água"

Daniel Kwan e Daniel Scheinert - "Tudo em todo lugar ao mesmo tempo"

Baz Luhrmann - "Elvis"

Martin McDonagh, "Os Banshees de Inisherin"

Steven Spielberg - "Os Fabelmans"

 

Melhor roteiro

 

Todd Field, "Tár"

Tony Kushner & Steven Spielberg, "Os Fabelmans"

Daniel Kwan, Daniel Scheinert, "Tudo em todo lugar ao mesmo tempo"

Martin McDonagh, "Os Banshees de Inisherin"

Sarah Polley, "Entre mulheres"

 

Melhor ator em filme - Comédia/Musical

 

Diego Calva, "Babilônia"

Daniel Craig, "Glass Onion: Um mistério Knives Out"

Adam Driver, "Ruído branco"

Colin Farrell, "Os Banshees de Inisherin"

Ralph Fiennes, "O menu"

 

Melhor ator em filme – Drama

 

Austin Butler - "Elvis"

Brendan Fraser - "The whale"

Hugh Jackman - "The son"

Bill Nighy - "Living"

Jeremy Pope - "The inspection"

 

Melhor atriz em filme - Comédia/Musical

 

Margot Robbie - "Babilônia"

Anya Taylor-Joy - "O menu"

Emma Thompson - "Boa sorte, Leo Grande"

Lesley Manville - "Sra. Harris vai a Paris"

Michelle Yeoh - "Tudo em todo lugar ao mesmo tempo"

 



Melhor atriz em filme – Drama

 

Cate Blanchett - "Tár"

Olivia Colman - "Império da luz"

Viola Davis - "A mulher rei"

Ana de Armas - "Blonde"

Michelle Williams - "Os Fabelmans"

 

Melhor ator coadjuvante em filme

 

Brendan Gleeson, "Os Banshees de Inisherin"

Ke Huy Quan, "Tudo em todo lugar ao mesmo tempo"

Barry Keoghan, "Os Banshees de Inisherin"

Brad Pitt, "Babilônia"

Eddie Redmayne, "O enfermeiro da noite"

 

Melhor atriz coadjuvante em filme

 

Angela Bassett, "Pantera Negra: Wakanda para sempre""

Kerry Condon, "Os Banshees de Inisherin"

Jamie Lee Curtis, "Tudo em todo Lugar ao mesmo tempo"

Dolly De Leon, "Triângulo da tristeza"

Carey Mulligan - "Ela disse"

 

Melhor filme de animação

 

"Pinóquio"

"Inu-Oh"

"Marcel the shell with shoes on"

"Gato de Botas 2: O último pedido"

"Red: Crescer é uma fera"

 

Melhor filme estrangeiro

 

"RRR – Revolta, rebelião, revolução" (Índia)

"Nada de novo no front" (Alemanha)

"Argentina, 1985" (Argentina)

"Close" (Bélgica)

"Decisão de partir" (Coreia do Sul)

 

Melhor trilha sonora

 

Alexandre Desplat, "Pinóquio"

Hildur Guðnadóttir, "Entre mulheres"

Justin Hurwitz, "Babilônia"

John Williams, "Os Fabelmans"

Carter Burwell, "Os Banshees de Inisherin"

 

Melhor canção original em filme

 

"Carolina" ("Um lugar bem longe daqui")

"Ciao papa" ("Pinóquio")

"Hold my hand" ("Top Gun: Maverick")

"Lift me up" ("Pantera Negra: Wakanda para sempre")

"Naatu Naatu" ("RRR")

 

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Categorias de TV

 

Melhor série de TV - Drama

 

"Better call Saul"

"The crown"

"A casa do dragão"

"Ozark"

"Ruptura"

 

Melhor série de TV - Comédia/Musical

 

"Abbott elementary"

"O urso"

"Hacks"

"Only murders in the building"

"Wandinha"

 

Melhor série limitada, série antológica ou telefilme

 

"Black Bird"

"Dahmer: Um canibal americano"

"Pam & Tommy"

"The Dropout"

"The white lotus"

 



Melhor ator em série de TV - Comédia/Musical

 

Donald Glover - "Atlanta"

Bill Hader - "Barry"

Steve Martin - "Only murders in the building"

Martin Short - "Only murders in the building"

Jeremy Allen White - "O urso"

 

Melhor ator em série de TV - Drama

 

Jeff Bridges - "The old man"

Kevin Costner - "Yellowstone"

Diego Luna - "Andor"

Bob Odenkirk - "Better call Saul"

Adam Scott - "Ruptura"

 

Melhor atriz em série de TV - Comédia/Musical

 

Quinta Brunson - "Abbott elementary"

Kaley Cuoco - "The flight attendant"

Selena Gomez - "Only murders in the building"

Jenna Ortega - "Wandinha"

Jean Smart - "Hacks"

 

Melhor atriz em série de TV - Drama

 

Emma D'arcy – 'A casa do dragão"

Laura Linney – "Ozark"

Imelda Staunton – "The crown"

Hilary Swank – "Alasca: Em busca da notícia"

Zendaya – "Euphoria"

 

Melhor ator coadjuvante em série de Comédia/Musical ou Drama

 

John Lithgow - "The old man"

Jonathan Pryce - "The crown"

John Turturro - "Ruptura"

Tyler James Williams - "Abbott elementary"

Henry Winkler - "Barry"

 

Melhor atriz coadjuvante em série de Comédia/Musical ou Drama

 

Elizabeth Debicki - "The crown"

Hannah Einbinder - "Hacks"

Julia Garner - "Ozark"

Janelle James - "Abbott elementary"

Sheryl Lee Ralph - "Abbott elementary"

 

Melhor ator em série limitada, série antológica ou telefilme

 

Taron Egerton - "Black Bird"

Colin Firth - "A escada"

Andrew Garfield - "Em nome do céu"

Evan Peters - "Dahmer: Um canibal americano"

Sebastian Stan - "Pam & Tommy"

 

Melhor atriz em série limitada, série antológica ou telefilme

 

Jessica Chastain - "George and Tammy"

Julia Garner - "Inventando Anna"

Lily James, - "Pam & Tommy"

Julia Roberts - "Gaslit"

Amanda Seyfried - "The Dropout"

 

Melhor ator coadjuvante em série limitada, série antológica ou telefilme

 

F. Murray Abraham - "The white lotus"

Domhnall Gleeson - "O paciente"

Paul Walter Hauser - "Black Bird"

Richard Jenkins - "Dahmer: Um canibal americano"

Seth Rogen - "Pam & Tommy"

 

Melhor atriz coadjuvante em série limitada, série antológica ou telefilme

 

Jennifer Coolidge - "The white lotus"

Claire Danes - " A nova vida de Toby"

Daisy Edgar-Jones - "Em nome do céu"

Niecy Nash-Betts - "Dahmer: Um canibal americano"

Aubrey Plaza - "The white lotus"

segunda-feira, 12 de dezembro de 2022

Cine Cult


Fome animal

Lionel (Timothy Balme) vive com a mãe, Vera (Elizabeth Moody), uma senhora rabugenta e dominadora. Um dia ela é atacada no zoológico por um rato nativo da África. Horas depois Vera começa a se transformar num morto-vivo e atacar todos que chegam perto. Lionel terá de aprisionar a mãe para evitar um apocalipse zumbi.

Muito antes de usufruir do sucesso da trilogia “O senhor dos anéis” e se tornar um dos diretores mais importantes do cinema de Hollywood, o neozelandês Peter Jackson havia feito filmes de terrir (terror com comédia) em seu país natal, como “Trash – Náusea total” (1987) e “Fome animal” (1992). Esse é um dos mais criativos do cinema na linha zombie movie, em que Jackson usa e abusa de sangue, mortes absurdas e escatologia. Fez milagre com um orçamento reduzido (U$ 3 milhões), pelo tanto de efeitos visuais apresentados (há técnicas variadas, de robôs/robotronic e animatronic, bonecos/fantoches, stop-motion e alguns gráficos). Com um roteiro fácil e até um velho conhecido do cinema, Jackson (também roteirista) deu uma aula de direção, explorando inventividade nos enquadramentos e planos. Os zumbis do filme são divertidos, ao mesmo tempo assustadores, sangueira não falta, assim como mutilações e tripas para todo canto. Lembra o roteiro e estrutura de “A morte do demônio” (1981), de Sam Raimi, que originou a trilogia “Uma noite alucinante”.





Quem viu nos anos 90 na sessão do Cine Trash nunca mais esqueceu (como eu). Personagens ficaram memoráveis, como o rato africano (em stop-motion), a criatura gigante que sobe o telhado da casa no final, e no desfecho ainda a sequência mais famosa (e nojenta), com mais de 10 minutos, o banho de sangue com o protagonista eliminando os mortos-vivos com um cortador de grama.
Acaba de ser lançado em DVD duplo pela Classicline em edição especial de colecionador, contendo a versão de cinema, de 92 minutos, e uma estendida, de 104 minutos, além de alguns extras no disco.

Fome animal (Braindead/ Dead alive). Nova Zelândia, 1992, 104 minutos. Terror/Comédia. Colorido. Dirigido por Peter Jackson. Distribuição: Classicline

quarta-feira, 7 de dezembro de 2022

Nota do Blogueiro


Cine Debate encerra, nesse sábado, programação de 2022 com documentário brasileiro

O Imes Catanduva promove no próximo sábado, dia 10 de dezembro, a última sessão de cinema do Cine Debate de 2022. Ela será presencial, a partir das 9h30 no auditório do Senac Catanduva. O evento é gratuito e aberto ao público. Na oportunidade será exibido e debatido o documentário brasileiro “Terra para Rose” (de 1987, com duração de 82 minutos), dirigido por Tete Moraes e ganhador de um prêmio especial no Festival de Havana. Após a sessão, haverá o bate-papo sobre o filme conduzido pelo idealizador do projeto, o jornalista, professor do Imes e do Senac e crítico de cinema Felipe Brida.

Sinopse: Documentário sobre a trajetória de Rose, uma agricultora sem-terra que, juntamente com 1500 famílias, participou da primeira grande ocupação de uma terra improdutiva, a fazenda Annoni, no Rio Grande do Sul.



Cine Debate

O Cine Debate é projeto de extensão do curso de Psicologia do Imes Catanduva em parceria o Sesc e o Senac Catanduva. Completou 10 anos em 2022 trazendo filmes cult de maneira gratuita a toda a população.
A programação de 2023 está em processo de seleção, e em breve os filmes serão divulgados pela fanpage do Cine Debate no Facebook – em https://www.facebook.com/cinedebateimes


quarta-feira, 30 de novembro de 2022

Cine Clássico



Planeta proibido

Uma expedição do comandante Adams (Leslie Nielsen) viaja a um planeta desconhecido para encontrar pistas do desaparecimento de cientistas que para lá foram meses atrás. Ao pousarem a nave nesse planeta, os tripulantes são recebidos por Dr. Morbius (Walter Pidgeon), um dos poucos cientistas sobreviventes, que vive com a filha Altaira (Anne Francis) e o robô Robby.

Talvez o filme de ficção científica mais popular e admirado nos EUA, que lançou para o mundo o simpático e prestativo robô Robby. O robô foi tão bem recebido pelo público que voltaria na continuação de “Planeta proibido” um ano depois, um filme bem fraquinho chamado “O menino invisível” (1957), e apareceria em seriados dos anos 60 e 70 como “The twilight zone”, “A família Adams”, “Perdidos no espaço”, “A ilha dos birutas” e “Columbo” – e até no Brasil, vejam só, ele apareceu como convidado numa novela da TV Tupi!
Indicado ao Oscar de efeitos visuais, a fita tem certa ingenuidade, porém já abria espaço para discutir temas da ciência atual, como o de inteligência artificial e a ocupação de outros planetas – esses temas seriam exaustivamente explorados no cinema a partir da década seguinte.
Inspirado na última peça de William Shakespeare, “A tempestade” (que leva os personagens originais Próspero, Miranda e Ariel da embarcação encalhada para o espaço sideral), o filme foi dirigido por Fred M. Wilcox, um diretor de filmes B e muitos da franquia Lassie, que fez aqui seu melhor trabalho. Reuniu para tanto um elenco de nomes pouco conhecidos, que despontaria anos mais tarde, como Leslie Nielsen (famoso depois em comédias pastelão e paródias, como “Corra que a polícia vem aí!”) e Anne Francis (de “Sementes de violência”), e participação do veterano Walter Pidgeon (de “Rosa da esperança”).


Para compor o clima de futuro distante e planeta desconhecido, utilizaram o que de melhor havia na época: cenários pintados, maquetes, monstros com efeitos de luzes e raios inseridos na pós-produção, naves que levitam sob fios, e o próprio robô Robby é uma fantasia vestida por um dublê.
Não é só uma aventura com monstros, escapadas e luta por sobrevivência; o filme explora questões psicológicas, da mente humana, com referência ao Id e aos instintos (ao longo da história tudo ficará mais claro, esperem!).
Inteiramente rodado nos estúdios da MGM, com coprodução da Toho, a produtora japonesa (conhecida pelos inúmeros filmes de Godzilla).
Saiu em DVD mês passado na coleção “Planeta proibido”, com a continuação, “O menino invisível” (pela Classicline), e em 2016 havia sido lançado em DVD pela Versátil no box “Clássicos Sci-fi – volume 1”, com os filmes “A ameaça que veio do espaço” (1953), “Os malditos” (1963), “O planeta dos vampiros” (1965), “Fuga no século 23” (1976) e “Eles vivem” (1988).

Planeta proibido (Forbidden planet). EUA/Japão, 1956, 98 minutos. Aventura/Ficção científica. Colorido. Dirigido por Fred M. Wilcox. Distribuição: Classicline (na ‘Coleção Planeta proibido’, de 2022) e Versátil Home Video (na coleção ‘Clássicos scifi – vol.1’, de 2016)

quarta-feira, 23 de novembro de 2022

Cine Cult


Retratos da vida

Durante 50 anos, entre a Segunda Guerra Mundial e a década de 80, o cotidiano de quatro famílias em quatro países diferentes se entrelaça por meio da música e da dança.

Fez carreira internacional e sucesso no Brasil esse filme-concerto estiloso escrito e dirigido por Claude Lelouch, um dos poucos cineastas vivos da Nouvelle Vague (movimento de cinema francês que rompia com os padrões estéticos e técnicos da época, inspirando o Cinema Novo no Brasil) - e é de Lelouch um dos maiores filmes franceses de todos os tempos, com trilha sonora brasileira embalada pela Bossa Nova, “Um homem, uma mulher” (1966).
O filme perpassa 50 anos no seio de quatro famílias em quatro países distintos (EUA, França, Alemanha e Rússia), com seus medos, paixões e conquistas. E tendo a música como mola propulsora de seus ânimos. Por falar em música, abre com uma cena longa com o Bolero de Ravel, música-tema que vai e volta no filme, coreografada pelo bailarino argentino Jorge Donn (falecido precocemente em 1992, aos 45 anos). Ele se apresenta no Trocadero, em Paris, e a sequência é memorável. As cenas de coreografia são espetaculares, a fotografia remonta o clima de guerra e as de ambiente internos das casas, um plus a parte, todas assinadas por Jean Boffety.



Demorou um ano para ser gravado! É uma fita de arte com uma narrativa diferente, nada linear (por isso pode desagradar parte do público), contando com uma trilha sonora formidável de Francis Lai e Michel Legrand.
No elenco, famosos do mundo inteiro, muitos em papel duplo, Robert Hossein, Nicole Garcia, James Caan, Geraldine Chaplin, Jean-Claude Brialy, Fanny Ardant e até a então novata Sharon Stone. Outro diferencial técnico são as longas tomadas circulando entre os atores, com Lelouch carregando a câmera na mão.
Relançado em DVD pela Classicline na versão editada que saiu nos EUA, de 168 minutos, com 16 minutos a menos que a versão original exibida em Cannes, de 184 min – o filme concorreu à Palma de Ouro e em Cannes ganhou prêmio técnico.

Retratos da vida (Les uns et les autres/ Bolero). França, 1981, 168 minutos. Drama/Musical. Colorido. Dirigido por Claude Lelouch. Distribuição: Classicline