segunda-feira, 31 de janeiro de 2022

Cine Cult


O sol branco do deserto

Com o fim da Guerra Civil Russa, o soldado do Exército Vermelho Fiodor Sukhov (Anatoliy Kuznetsov) cruza o deserto de Karakum, no Turcomenistão, com destino à sua casa. Ao passar por um destacamento, é incumbido de vigiar um grupo de guerrilheiros no Mar Cáspio e proteger as mulheres do harém de um bandido.

Filmada no real deserto de Karakum, no Turcomenistão (na época território soviético), a fita de aventura “O sol branco do deserto” (1969) é um achado do cinema russo e acaba de ser lançado em DVD pela CPC-Umes Filmes. Como era comum nos filmes russos e soviéticos da época, tem uma mistura furiosa de outros gêneros, como ação, comédia e, não podia faltar, musical (com três números com atores cantando), sem falar no clima de faroeste, já que a trama central envolve um soldado no calor escaldante lutando contra bandidos (foi chamado de “Lawrence da Arábia Vermelho”). Levou mais de 35 milhões de espectadores na estreia nas salas em 1970, sendo um grande sucesso na Rússia.
É uma preciosidade descobrir o filme depois de tanto tempo, praticamente desconhecido dos brasileiros - a CPC-Umes resgata há anos produções de qualidade, lançando DVD e bluray com excelente qualidade de imagem e som. Lembremos que filmes soviéticos ficaram no anonimato no mundo ocidental, isso porque, devido à Guerra Fria, produtores e cineastas da URSS dificilmente conseguiam incluí-los nos cinemas fora do norte da Europa (e o cinema americano já era hegemônico, sendo os EUA o principal ‘inimigo’ dos soviéticos). Para se ter uma ideia, esse filme foi rodado em 1969, em 1970 entrou em pouquíssimos cinemas, como URSS, Itália, Finlândia e Japão, e estreou em mais quatro países entre 1971 e 1974, como Hungria e Argentina.


Divirta-se e vibre com essa aventura com personagens intrépidos, um passatempo à moda russa com críticas sociais, em especial sobre a opressão às mulheres.

O sol branco do deserto (Beloe solntse pustyni). URSS, 1969, 83 minutos. Aventura/Comédia. Colorido. Dirigido por Vladimir Motyl. Distribuição: CPC-Umes Filmes

quarta-feira, 26 de janeiro de 2022

Resenha Especial


Resenha escrita especialmente para o livreto da edição em 4k e bluray de "O quinto elemento" (1997), lançada pela Obras-primas do Cinema no mês passado. O filme está em uma edição de colecionador com luva numerada, em disco triplo - disco 1 com o filme em 4k (o primeiro 4k brasileiro), disco 2 com o filme em bluray e disco 3 de extras, em DVD. Inclui um livreto de 48 páginas, seis cards colecionáveis e dois pôsteres.


O elemento que falta

Por Felipe Brida*

O que uma descoberta em 1914, no Egito, tem a ver com o futuro da humanidade? Eis a questão central do filme scifi mais divertido e colorido do cinema, “O quinto elemento” (1997), surgido da mente criativa de Luc Besson, que fez sucesso nas salas e impulsionou a carreira de Milla Jovovich. Nas paredes de uma câmara egípcia, um ser humano que ninguém conhece é apontado como um objeto valioso, o tal ‘quinto elemento’, que ao lado dos quatro já sabidos (água, ar, fogo e terra) será a chave de tudo e reconhecido como “um ser supremo portador da luz da criação que levará a paz para os confins da terra”, conforme acredita padre Cornelius, personagem de Ian Holm. Nessa busca pelo ser divino e também por artefatos cósmicos poderosos que somente ele sabe onde está, juntam-se o referido padre, o motorista de taxi voador Korben Dallas (Bruce Willis) e uma garota nascida em laboratório fruto de uma experiência biotecnológica, Leeloo (Milla Jovovich), que fala uma língua estranha. Eles enfrentarão, numa longa corrida contra o tempo, criaturas e guerreiros a mando de um vilão vindo de outra dimensão, Zorg (Gary Oldman).


A fita mais retumbante, barulhenta, maluca e engraçada da carreira do francês Luc Besson recebeu indicação ao Oscar de melhor edição de som (do ganhador do Oscar por “Mad Max: Estrada da fúria”, Mark A. Mangini), além de vencer o Bafta de efeitos visuais e três prêmios César (diretor, fotografia e design de produção) – por outro lado, foi indicado ao Framboesa de Ouro (que brinca com os piores do ano), no caso pior atriz coadjuvante (Milla Jovovich) e pior revelação (Chris Tucker).
Filme de abertura do Festival de Cannes, onde teve a première mundial em 7 de maio de 1997, “O quinto elemento” começou a ser escrito por Besson ainda na adolescência, na metade da década de 70. E reescrito 20 anos depois, em parceria com Robert Mark Kamen, roteirista-criador de “Karate Kid” (1984). Segundo Besson, recorreu a um mundo imaginário original tomado pela tecnologia e por criaturas espaciais, como uma pequena forma de escape da realidade. Utilizou a figura do motorista de taxi para homenagear o pai, que era um taxi driver – e Besson, sempre que pode, coloca em seus filmes um personagem taxista.
Ele não imaginaria o sucesso do filme, que teve custo alto, de U$ 93 milhões, rendendo, de bilheteria mundial, U$ 263 milhões. O longa entrou no ranking das produções mais caras feitas fora de Hollywood (já que o filme é francês, coproduzido entre Estados Unidos e Reino Unido), e o mais custoso da produtora francesa Gaumont.
Besson viu o sucesso nas mãos. Ele, que acumula na carreira as funções de roteirista, produtor e diretor, vinha de uma série de filmes de ação em sua terra natal, de boa repercussão entre a crítica, como “O último combate” (1983 – sua estreia) e “Subway” (1985), até realizar os explosivos “Nikita: Criada para matar” (1990, coprodução França e Itália) e “O profissional” (1994 – coprodução França e Estados Unidos), passando pelo belíssimo e vistoso cult movie “Imensidão azul” (1988). “O quinto elemento” (1997) resgata seu cinema de ação cheio de reviravoltas, tiros, lutas e maluquices, que voltaria a fazer em “Lucy” (2014) e “Valerian e a cidade dos mil planetas” (2017 – que em certos aspectos lembra “O quinto elemento”).


O diretor optou, aqui, em conceber um futuro menos sombrio que o tema exigia, recorrendo ao humor, às cores que saltam aos olhos, a personagens atrapalhados na pele dos alienígenas infiltrados na Terra. O futuro de Besson é a alegoria da disputa por espaços e controle, reinventando a roda do bem contra o mal, num tempo que procura a diversidade, seja ela tecnológica ou social. Há muitos elementos simbólicos na tela, cuja revisão criteriosa auxilia no entendimento das pistas e dos detalhes deixados pelo cineasta.
A ideia de Besson era fazer uma trilogia, mas não vingou, condensando todas as tramas em uma só. Reuniu para seu megafilme um elenco que vai de astros consolidados, como Bruce Willis, Gary Oldman e Ian Holm, a atores em início de carreira, dentre eles Milla Jovovich, Chris Tucker, Lee Evans, Mathieu Kassovitz e Luke Perry, e convites a coadjuvantes de rostos marcantes, como os falecidos Brion James e John Neville. Trouxe ainda a atriz e hoje diretora e roteirista Maïwenn, na época sua noiva, para uma interpretação pra lá de legal, como a alienígena azul que canta ópera, a Diva Plavalaguna, que imortalizou o filme na mente do público. Outro ponto, agora sobre a equipe técnica: Besson aqui reuniu de novo sua equipe própria, com quem trabalha há mais de 30 anos, como o diretor de fotografia Thierry Arbogast, o compositor de trilhas sonoras Éric Serra, a montadora Sylvie Landra, o designer de produção Dan Weil. Atenção para o figurino radicalmente extrovertido, do renomado estilista Gaultier, em uma de suas raras contribuições à Sétima Arte.
“O quinto elemento” estreou nos principais cinemas do mundo entre 7 e 30 de maio de 1997, como no Brasil, Estados Unidos, França, Canadá e Austrália. Em 2017 teve a restauração em 4K lançada em cinemas como Estados Unidos e Taiwan, muito bem recebida pelo público (e é essa a cópia em 4K que temos presente nessa edição da Obras-primas do Cinema). Vida longa ao cinema de Besson!

* Felipe Brida é jornalista e crítico de cinema, autor do livro “Cinema em Foco: Críticas selecionadas” (2013). Como crítico de cinema, mantém o blog Cinema na Web (de sua autoria, fundado em 2008), a coluna semanal “Cinema em Foco” (no jornal O Regional) e a coluna mensal “Middia Cinema” (na Revista Middia), além dos quadros semanais “Mais Cinema” (na Nova TV/TV Brasil) e “Palavra do Especialista – Cinema” (rádio Câmara de Bauru). Atua como palestrante em festivais de cinema em todo o Brasil e presta trabalho como curador e júri em festivais de cinema. É professor de Cinema, Comunicação e Artes no Senac, Fatec e Imes Catanduva (cidade onde reside). É pós-graduado em Artes Visuais pela Unicamp e Gestão Cultural pelo Centro Universitário Senac SP, e mestrando em Comunicação e Artes pela PUC-Campinas. Para contato: felipebb85@hotmail.com

terça-feira, 25 de janeiro de 2022

Cine Clássico



Rota suicida

Policial durão, Ben Shockley (Clint Eastwood) precisa proteger uma prostituta chamada Gus Mally (Sondra Locke) que irá depor contra mafiosos no tribunal. Ele será o guarda-costas da mulher numa longa travessia de Las Vegas a Phoenix, e na rota se tornam alvo de perigosos bandidos.

Fita policial que fez sucesso em seu lançamento em 1977, dirigida e protagonizada pela lenda do cinema de ação Clint Eastwood (hoje com 91 anos e ainda na ativa). Com sequências de perseguição bem dirigidas e muita dose de adrenalina, o filme é um passatempo para os fãs não só do ator, como do gênero – algumas cenas ficaram famosas, como a que Clint e Sondra fogem de moto pelas pedreiras numa montanha, perseguidos por atiradores em um helicóptero, e a estrondosa cena final, o tal “corredor polonês” do título original (‘Gauntlet’).
Sondra na época era namorada de Clint, e ficaram juntos por quase 15 anos. Segunda ela, Clint a espancava, tanto que ela o processou alegando violência doméstica, além de ele ter destruído sua carreira – tais histórias constam na autobiografia da atriz, “The good, the bad and the very ugly", lançada em 1997. O casal se conheceu no filme anterior, um ano antes, “Josey Wales, o fora da lei” (1976), ficaram juntos até 1989, e fizeram seis longas juntos, como “Doido para brigar... louco para amar” (1978) e “Bronco Billy” (1980). Sondra foi indicada ao Oscar de atriz coadjuvante pelo drama “Por que tem de ser assim?” (1968) e faleceu em 2018, aos 74 anos, de câncer de mama.
Por falar em agressão doméstica, o que aconteceu com Sondra na vida real se reproduz em sua personagem aqui: apesar de ser um bom filme de ação, é claramente machista, pesado quanto à violência contra a mulher, já que a prostituta apanha várias vezes do policial Ben e de outros homens, e em dado momento uma tentativa de estupro por valentões é quase que naturalizada (ou seja, há a reprodução da mulher-objeto que o cinema da época nem se dava conta, pesando ainda mais aqui o fato de a protagonista ser garota de programa).


“Rota suicida” segue o estilo dos filmes de Eastwood dos anos 70 – ele interpreta de novo um policial esquentado, que sobrevive a todos os tipos de atentados, e disposto a tudo para o objetivo final. Para quem curte é um filme acima da média.
Relançado em DVD recentemente pela Classicline, a partir da cópia original da Warner Bros que estava fora de catálogo no Brasil.

Rota suicida (The gauntlet). EUA, 1977, 109 minutos. Ação. Colorido. Dirigido por Clint Eastwood. Distribuição: Classicline

segunda-feira, 24 de janeiro de 2022

Cine Cult


Más notícias para o Sr. Mars

Philippe Mars (François Damiens) é apresentado ao novo colega de trabalho, o neurótico Jérome (Vincent Macaigne), um cidadão solitário em busca de um amor verdadeiro. Mars divide sua mesa de trabalho com ele e acaba acolhendo Jérome em sua casa por alguns dias. Esse será o período mais turbulento de sua vida, que terá de lidar com o estranho comportamento do colega e com outros problemas familiares.

Comédia franco-belga diferentona, que mistura momentos de humor anárquico e humor negro com sutilezas dramáticas, escrita e dirigida pelo alemão radicado na França Dominik Moll, que tem uma visão particular de cinema (diretor de “O monge” e “Harry chegou para ajudar”). É uma história de vida em desequilíbrio de dois personagens opostos que, diante de tremendas confusões no mundo do trabalho e na vida pessoal, acabam virando amigos. É legal notar a diferença de estilo dos dois personagens: o de François Damiens (de “A delicadeza do amor” e “A família Bélier”) não exprime emoções, sempre calado e de cara amarrada, desconectado do mundo, sem saber lidar com a ex-mulher e os filhos. Já o de Vincent Macaigne (de “Agnus Dei” e “Vidas duplas”) é a bagunça em pessoa, atrapalhado, psicótico, intruso, que transforma radicalmente a vida do outro. Os dois cruzarão por uma série de problemas e pequenas aventuras familiares, rodeados por figuras excêntricas. Há duas cenas bem inusitadas no filme, uma que beira o absurdo (a da orelha) e o desfecho na explosão do carro (que vira uma espécie de ‘cinema fantástico’ com suas notas de fantasia).


Não digo que é uma comédia para todo mundo, mas que é criativa, isso é. Tente assistir (disponível em DVD pela Imovision).

Más notícias para o Sr. Mars (Des nouvelles de la planète Mars). França/Bélgica, 2016, 101 minutos. Comédia dramática. Colorido. Dirigido por Dominik Moll. Distribuição: Imovision

segunda-feira, 17 de janeiro de 2022

Cine Especial


1917

Dois jovens soldados britânicos precisam atravessar trincheiras e campos minados para entregar uma mensagem primordial para o comandante da tropa que está do outro lado das linhas inimigas, durante a Primeira Guerra Mundial.

O diretor e roteirista Sam Mendes (ex-marido de Kate Winslet), de “Beleza americana” (1999), “Estrada para perdição” (2002) e de dois filmes de James Bond, “007: Operação Skyfall” (2012) e “007 contra Spectre” (2015), realizou um grande épico cinematográfico e um dos longas-metragens de guerra mais impressionantes dos últimos anos. Posso dizer que é uma façanha de técnica inconfundível e difícil de ser idealizada, cheia de referências e truques visuais, a começar pelo plano-sequência que atravessa o filme inteiro (são duas horas ininterruptas de gravação, pelo menos assim era a ideia original do diretor, mas logicamente deve ter ocorrido um corte ali e uma emenda acolá, que ficaram imperceptíveis, assim como houve em “Arca Russa” e “Birdman”).


Parte de um roteiro básico, de uma história só, cheia de reviravoltas, sobre um soldado britânico que, com ajuda de outro soldado, vaga pelo front de guerra, na Primeira Guerra Mundial, atravessando as linhas inimigas com destino ao comandante da tropa, para entregar a ele a seguinte mensagem:  a ofensiva contra os alemães não pode ocorrer pois se trata de uma armadilha. E o que assistimos é toda a travessia infernal e heroica desse soldado, chamado Schofield (interpretação boa do jovem George MacKay, de “Capitão Fantástico” e “A verdadeira história de Ned Kelly”), que corre contra o tempo para levar tal mensagem – ele e o colega têm poucas horas até a ofensiva, passarão por campos minados, por corpos em decomposição nas trincheiras, levarão tiros, sem contar explosões, queda de avião etc
O que o protagonista presencia são histórias reais vividas pelo próprio avô do cineasta Sam Mendes, Alfred Hubert Mendes, que aos 19 anos lutou num batalhão britânico na Primeira Guerra, sobreviveu e depois virou escritor - ele morreu em 1991, aos 93 anos de idade.
A fotografia é impecável, de Roger Deakins (ganhadora do Oscar), que usa uma câmera penetrante e íntima, que observa e capta tudo ao redor, de expressões de medo dos personagens a grandes sequências panorâmicas, e de explosões que colocam o espectador dentro do filme.
É uma obra desafiadora, com momentos de angústia, tensão, feitos com vigor. E atenção para participações especiais excelentes de Colin Firth, Mark Strong, Benedict Cumberbatch e Richard Madden.


Foi um dos melhores filmes de 2019, e ganhou três Oscars em 2020 (melhor fotografia, efeitos visuais e mixagem de som), indicado ainda ao Oscar de melhor filme, diretor, roteiro, maquiagem/cabelo, design de produção, trilha sonora e edição de som. Levou também para casa quase todos os Baftas daquele ano (sete ao todo, como filme, diretor, filme britânico do ano e outros). Disponível em DVD, bluray e nas plataformas digitais.

1917 (Idem). EUA/Reino Unido/Índia/Espanha 2019, 119 minutos. Ação/Guerra. Colorido. Dirigido por Sam Mendes. Distribuição: Universal Pictures

sábado, 15 de janeiro de 2022

Cine Cult



O cidadão do ano

Nils (Stellan Skarsgård) é um cidadão norueguês que trabalha como motorista de um caminhão limpa-neve nas montanhas do seu país. Recebeu o título de ‘cidadão do ano’ e vive com a esposa e o filho jovem numa cidadezinha pacata, coberta pelo gelo. Um dia, traficantes matam o filho dele, acusado de roubo de drogas. A polícia esclarece aos pais que o rapaz morreu de overdose, porém Nils não acredita nessa versão. Sozinho e escondido, passa a caçar um a um os criminosos, e até se envolve com uma outra gangue rival, a dos sérvios.

Está aí uma fita de arte europeia curiosa e criativa, um thriller à moda nórdica, com humor negro, piadas jocosas, mortes sanguinárias e por vezes brutais, e uma enxurrada de situações inusitadas, com um herói de meia-idade em busca de vingança, lutando contra duas gangues envolvidas na morte do seu filho. O sueco Stellan Skarsgård conduz a trama com brilhantismo; ele é um dos grandes nomes do cinema do seu país e recorrente em filmes americanos (fez mais de 40 longas nos EUA, como “Gênio indomável”, “Cinderela”, e no ano passado ganhou o Globo de Ouro e o Bafta de ator coadjuvante pela arrebatadora série ‘Chernobyl’). E outra aparição de peso é de Bruno Ganz, com sua presença notável.


Indicado ao Urso de Ouro em Berlim em 2014, tem tudo o que um bom filme policial precisa, e vai além com uma caprichada dose de comédia que faz a obra se tornar anárquica. Ponto alto é a fotografia do gelo da Noruega, tudo é branco em cena – não só a paisagem lembra ‘Fargo’, como o próprio modelo de cinema (em especial a narrativa) nos remete aos irmãos Coen (e também a Tarantino). Há uma desconstrução de estereótipos (por exemplo, o herói de meia-idade que apanha, o chefe da máfia que é vegano e os gangsteres gays que escondem o relacionamento) e certa originalidade nos pulos de cena, como a inserção das lápides no fundo preto dos personagens que vão morrendo.


O diretor norueguês Hans Petter Moland mandou bem e acabou refilmando esse seu grande trabalho nos Estados Unidos, “Vingança a sangue-frio” (2019), com Liam Neeson e Laura Dern.

O cidadão do ano (Kraftidioten). Noruega/ Dinamarca/ Suécia, 2014, 116 minutos. Ação/Comédia. Colorido. Dirigido por Hans Petter Moland. Distribuição: Imovision

quarta-feira, 5 de janeiro de 2022

Especial de Cinema


As estreias programadas para 2022

Como faço todo início de ano, divulgo aqui a relação das principais estreias para 2022. São filmes programados para os cinemas e para o streaming, divididos mês a mês (na lista constam o título do filme, muitos ainda sem tradução no Brasil, e na frente a data prevista para estrear).



Sing 2 (06/01)

King's Man: A origem (06/01)

O festival do amor (06/01)

Juntos e enrolados (06/01)

The tender bar (07/01) – no Amazon Prime

As agentes 355 (07/01)

Benedetta (13/01)

Pânico 5 (14/01)

Hotel Transylvania: Transformonstrão (14/01) – no Amazon Prime

Licorice Pizza (20/01)

Spencer (20/01)

Eduardo e Mônica (20/01)

O beco do pesadelo (27/01)


As aventuras de Gulliver (03/02)

Moonfall: Ameaça lunar (03/02)

Família Soprano: Newark (03/02)

Jackass para sempre (03/02)

Tô ryca 2 (03/02)

Morte no Nilo (10/02)

Case comigo (10/02)

Tarsilinha (10/02)

Coração de fogo (10/02)

Licorice Pizza (17/02)

C’mon c’mon: Sempre em frente (17/02)

Os olhos de Tammy Faye (17/02)

Uncharted: Fora do mapa (17/02)

Ambulância: Um dia de crime (17/02)

A liga de monstros (17/02)

O massacre da serra elétrica: O retorno de Leatherface (18/02) – na Netflix

Madres paralelas (18/02) – na Netflix

Detetives do Prédio Azul 3: Uma aventura no fim do mundo (24/02)


Batman (03/03)

Belfast (10/03)

Red: Crescer é uma fera (10/03)

A verdade (10/03)

Alemão 2 (10/03)

Os caras malvados (17/03)

A luz do demônio (17/03)

Downton Abbey 2: A nova era (17/03)

Cidade perdida (24/03)

O homem do norte (31/03)

Morbius (31/03)

Cyrano (31/03)



Sonic 2: O filme (07/04)

Cano serrado (07/04)

O palestrante motivador (07/04)

Animais Fantásticos: Os segredos de Dumbledore (07/04)

Predestinado (07/04)

Pacificado (07/04)

Minha irmã e eu (07/04)

Medida provisória (14/04)

Papai é pop (21/04)

O peso do talento (28/04)

Dragonkeeper (28/04)

Thirteen lives (28/04)


Doctor Strange in the Multiverse of Madness (04/05)

A suspeita (12/05)

Liga dos Superpets (19/05)

Quatro amigas numa fria (19/05)

Uma pitada de sorte (19/05)

Top Gun: Maverick (26/05)

Minecraft: O filme (26/05)

Vovó ninja (26/05)




Elvis (02/06)

Jurassic World: Domínio (09/06)

Lightyear (16/06)

Legalmente loira 3 (16/06)

O telefone preto (23/06)

Me tira da mira (30/06)

Minions: The rise of Gru (30/06)


Thor: Love and danger (07/07)

Pluft: O fantasminha (14/07)

Nope (21/07)

Black Adam (29/07)


Os suburbanos (04/08)

Beast (25/08)


Nas ondas da fé (01/09)

Salem’s Lot (08/09)

Samaritan (15/09)

White bird: A ‘Wonder’ story (15/09)

Gato de Botas 2: O último desejo (22/09)

Don't worry Darling (22/09)

Missão: Impossível 7 (30/09)

Homem-Aranha: Através do Aranhaverso - Parte 1 (06/10)

Halloween ends (14/10)

Desapega (27/10)



The Flash (03/11)

Bee Gees (03/11)

Pantera Negra: Wakanda para sempre (09/11)

Micronautas (17/11)

Os mercenários 4 (17/11)

O amor dá voltas (24/11)


Os aventureiros: A origem (01/12)

Aquaman 2 (15/12)

Avatar 2 (22/12)



Estreiam em 2022, mas ainda sem data:


Abracadabra 2

Enola Holmes 2

Rustin

Deep water

Firestarter

Killers of the Flower Moon

The man from Toronto


Estreias prorrogadas para 2023


Guardiões da Galáxia 3

As Marvels

Shazam 2

John Wick 4

Indiana Jones 5

Transformers 7: O despertar das feras

Missão: Impossível 8

Homem-Formiga e a Vespa: Quantumania

Scarface

Dungeons & dragons

Babylon

The Nightingale


domingo, 2 de janeiro de 2022

Especial de Cinema


Balanço de cinema: Os melhores e os piores de 2021

Apesar do atraso de dois dias, segue a minha tradicional lista dos melhores (35 ao todo) e dos piores (20) filmes do ano, vistos em festivais online, em salas de cinema e no streaming. São filmes exibidos no Brasil, alguns deles de 2019 e 2020, mas que estrearam depois, e outros que, por estarem em festivais pontuais, ainda não entraram no circuito.
Aproveito para desejar a todos um feliz Ano Novo, com saúde e esperança de um 2022 melhor.

 

Melhores filmes de 2021

 

Judas e o messias negro

The mauritanian

Meu pai

Valentina

Fuga

Mil cortes

Eu e o líder da seita

Raya e o último dragão


Army of the dead: Invasão em Las Vegas

Verão de 85

Os melhores anos de uma vida

Santa Maud

Slalom: Até o limite

Quo vadis, Aida?

Jogo do poder

King Kong em Asunción

O Esquadrão Suicida

Val


Homem-onça

Suk Suk: Um amor em segredo

Ataque dos cães

Carro rei

A lenda de Candyman

Não olhe para cima

O homem que vendeu sua pele

Sem tempo para morrer

Duna

Titane


A noite do fogo

Armugan

Marighella

Ghostbusters: Mais além

tick, tick... boom!

A mão de Deus

A filha perdida

 

Piores filmes de 2021

 

Um príncipe em Nova York 2

Dia do Sim

Rogue

Esquadrão Trovão

Amor, casamento e outros desastres

Vozes e vultos

Rogai por nós

Espiral: O legado de Jogos Mortais

Perfeição insondável

Encrencão


Em guerra com o vovô

Mudança mortal

Terapia do medo

Cinderella

O sétimo dia

Diários de intercâmbio

Reação em cadeia

Sem conexão: parte 2

Dois

After: depois do desencontro