quarta-feira, 31 de março de 2021

Cine Especial



Atentado ao Hotel Taj Mahal

Um grupo de pessoas fica preso no luxuoso hotel Taj Mahal durante um terrível ataque terrorista em 2008. Dentre eles estão um jovem garçom, Arjun (Dev Patel), e o turista americano David (Armie Hammer). Todos tentam escapar da mira mortal de perigosos criminosos.

Reprodução fidedigna do chocante atentado ao luxuoso hotel Taj Mahal Palace & Tower, em 26 de novembro de 2008, cometido por um grupo terrorista islâmico – nesse dia, além do hotel, também foram atacados outros nove locais em Mumbai, como a estação ferroviária, dois hotéis menores e um cinema, e no total foram confirmados 195 mortos e 327 feridos. A capital da Índia ficou sitiada por três dias, e os olhos do mundo inteiro se voltaram para aquele país.
O filme acompanha esse clima de terror e apreensão dentro do hotel, com hóspedes e funcionários trancados, enquanto os terroristas invadiam e metralhavam todo mundo nos quartos. Muitos viraram reféns, sendo assassinados a bala aos poucos.
O hotel Taj Mahal era um point de celebridades, milionários, um dos mais caros do mundo, e que teve 20% de sua estrutura abalada, com incêndio, danos materiais e milhares de tiros nas paredes (meses após o atentado ele foi recuperado – no final do filme, nos créditos, aparecem trechos reais de notícias mostrando a recuperação e a reinauguração). O longa também é dedicado às vítimas fatais, que incluíam estrangeiros, funcionários de lá e moradores da cidade.


Violento, com cenas fortes, é um filmão que nos deixa apreensivos o tempo todo (muita gente criticou a brutalidade retratada, que, segundo os produtores, serviu para reconstituir os fatos como realmente ocorreram). E traz como lembrete o perigo do fundamentalismo religioso, alvo de fortes críticas do diretor, Anthony Maras, que aqui estreou na direção (ele é australiano, de origem grega e colaborou no roteiro).
Dev Patel e Armie Hammer mandam bem em cena, nessa obra dinâmica, que conta com uma edição caprichada. Detalhe: o filme foi rodado grande parte em estúdios na Austrália (o interior do hotel), e em ruas de Mumbai.

Atentado ao Hotel Taj Mahal (Hotel Mumbai). EUA/Reino Unido/Índia/Singapura/Austrália, 2018, 123 minutos. Ação. Colorido. Dirigido por Anthony Maras. Distribuição: Imagem Filmes

terça-feira, 30 de março de 2021

Cine Especial



Sentença de morte

Nick (Kevin Bacon) presencia a morte do filho por um membro de uma perigosa gangue de rua. O assassino é preso, mas logo é liberado da cadeia. Nick então sai no encalço do bandido para fazer justiça com as próprias mãos.

Repleto de cenas eufóricas e empolgantes de perseguição e destruição de carros, “Sentença de morte” é baseado no romance “Death sentence”, de Brian Garfield, publicado em 1975, que por sua vez é a continuação de “Death wish” (nos anos 70, virou a fita policial “Desejo de matar”, um clássico moderno com Charles Bronson, que ganhou ainda um remake mediano com Bruce Willis, em 2018). Pois a história é sabida: um pai em busca de vingança pela morte do filho, custe o que custar. Kevin Bacon interpreta esse homem no encalço de uma perigosa gangue de rua, para fazer justiça com as próprias mãos (já que o sistema judiciário nos EUA é falho). No meio de mortes e pancadaria, há uma discussão interessante sobre três pontos: a Justiça como um sistema em degradação, que necessita urgentemente de uma revisão; o crescimento das gangues de rua; e a controversa ideia de se fazer justiça solitariamente, caçando os bandidos sem recorrer à polícia.
É um filme sério e bem realizado, com participações de Garrett Hedlund (como o vilão, sinistro), Kelly Preston e John Goodman.


Atenção: essa foi a terceira direção do cineasta malásio James Wan, pouco depois do sucesso “Jogos mortais” (2004) e antes de “Invocação do mal” (2013) – ele é hoje um dos mais criativos diretores do universo do horror, com seus filmes que dão calafrios só de pensar. É também roteirista e produtor, e chegou a dirigir um filme da franquia “Velozes e furiosos (a parte 7, de 2015) e um de super-herói, “Aquaman” (2018). Procure conhecer!

Sentença de morte (Death sentence). EUA, 2007, 105 minutos. Ação. Colorido. Dirigido por James Wan. Distribuição: Paris Filmes

segunda-feira, 29 de março de 2021

Cine Especial


FILMES EM DVD 

Vamos para mais lançamentos em DVD da Obras-primas do Cinema! (parte 2).

- Box "Sessão Anos 80 - volume 11", com quatro filmes que marcaram as sessões da tarde da década de 80 - "Sete minutos no paraíso" (1985, com Jennifer Connelly), "Garotas modernas" (1986, com Virginia Madsen), "Um dia a casa cai" (1986, com Tom Hanks e Shelley Long) e "O gênio do videogame" (1989, com Fred Savage).

- Box "Coleção Amicus Productions - volume 3", uma caixa com cinco filmes britânicos de horror produzidos pela Amicus - "As torturas do Dr. Diabolo" (1967, com Jack Palance), "Eles vieram do espaço exterior" (1967, com Robert Hutton), "O homem que nasceu de novo" (1970, com Terence Stamp), "Grite, grite outra vez" (1970, com Vincent Price e Peter Cushing) e "A casa que pingava sangue" (1971, com Christopher Lee).

- Box "Fantasma - A coleção completa", que traz, pela primeira vez em DVD no Brasil, os cinco filmes da cultuada franquia de terror "Fantasma", produzida entre os anos 70 e 2010 - "Fantasma" (1979), "Fantasma 2" (1988), "Fantasma 3: O senhor da morte" (1994), "Fantasma 4: O pesadelo continua" (1998) e "Fantasma: Devastador" (2016).

Todos os DVDs vem com extras imperdíveis e contém cards colecionáveis (no box de "Fantasma" vem junto um pôster original do primeiro filme). As edições são muito caprichadas! Vale ter em casa!
Obrigado, pessoal da OPC, pelo envio dos títulos.





Cine Brasil



Os amigos

O arquiteto Theo (Marco Ricca), durante o funeral de um amigo de infância, recorda de momentos de criança e juventude, e revê sua vida ao se reencontrar com uma velha conhecida, Maju (Dira Paes).

Delicada fita brasileira sobre o reencontro de antigos amigos, sobre afeto, distância e reaproximação, narrado de forma terna e bem sensata pela diretora Lina Chamie – ela é filha de dois mestres da linguagem, Mario Chamie (poeta referência do Concretismo, professor e crítico literário, que tive o prazer de conhecer numa tarde em São Paulo) e a designer gráfica Emilie Chamie, ambos falecidos. Por influência dos pais, Lina aprendeu literatura e arte gráfica, algo que soube utilizar bem em seus filmes (aqui há muito de poesia, de construção de cenas, tonalidade de cores etc) – ela dirigiu outros trabalhos que recomendo, especialmente “Tônica dominante” (2001), “A via láctea” (2007) e o documentário “São Silvestre” (2013).
O filme enfoca dois velhos amigos (Marco Ricca e Dira Paes, ótimos em cena), que recordam de momentos de outrora enquanto tem uma certa “crise de meia idade” – por isso é voltado para público mais maduro, com seus 40 anos ou mais, pois vão sentir na pele os dramas ali tratados.


Conta com pontas de Caio Blat, Alice Braga, Fernando Alves Pinto e Sandra Corveloni, o que engrandece a obra.
São filmes desse tipo que gosto de assistir, que privilegia a narrativa, a linguagem, o diálogo, e traz reflexões de maneira humana.

Os amigos (Idem). Brasil, 2013, 89 minutos. Drama/Romance. Colorido. Dirigido por Lina Chamie. Distribuição: Imovision

domingo, 28 de março de 2021

Cine Especial


Confira abaixo os lançamentos em DVD da Obras-primas do Cinema (parte 1). Tem filmaços clássicos nesse meio, além de fitas cult e outras que marcaram o público quando exibidos na TV. São eles:

- DVD de "As chaves do reino" (1944, drama indicado a quatro Oscars, com Gregory Peck)

- Box "Invasão Sci-fi - Dinossauros", com quatro filmes americanos relacionados a ataques de dinossauros e monstros pré-históricos - tem aqui as duas versões de "O mundo perdido" (a de 1925, com Wallace Beery, e a de 1960, com Michael Rennie), "O despertar do mundo" (1940, com Victor Mature) e "No mundo dos monstros pré-históricos" (1957, com Jock Mahoney)

- Box "Olivia de Havilland", uma caixa contendo seis filmes da grande atriz veterana do cinema, falecida em 2020 aos 104 anos e ganhadora de dois Oscars - "Uma loira com açúcar" (1941), "Sua alteza quer casar" (1943), "Espelho d'alma" (1946), "Eu te matarei, querida!" (1952), "A noite é minha inimiga" (1959) e "A dama enjaulada" (1964)

- Box "Sessão Anos 80 - volume 10", com quatro fitas memoráveis - "Garota sinal verde" (1985, com John Cusack), "Tuff Turf: O rebelde" (1985, com James Spader), "Está sobrando uma mulher" (1987, com Shelley Long) e "Jogue a mamãe do trem" (1987, com Danny DeVito e Billy Crystal).

Todos os DVDs vem com extras e contém cards colecionáveis (no box de Olivia, vem junto um pôster da atriz).
Obrigado, pessoal da OPC, pelo envio dos títulos!






segunda-feira, 22 de março de 2021

Cine Cult


O último poema do rinoceronte

O poeta curdo Sahel (Behrouz Vossoughi) é libertado após ficar injustamente preso por 30 anos, perseguido pelo governo iraniano. Velho e cansado, não desiste de encontrar a esposa, Mina (Monica Bellucci), que deixou a cidade há muito tempo.

Vencedor de prêmios técnicos no Festival de San Sebastian, esse belíssimo filme-poema coproduzido entre Turquia e Irã, e rodado em Beirute, carrega a assinatura de Martin Scorsese como produtor, o que ajudou o longa-metragem a entrar nos cinemas de vários países. Não esconde a alma cult e o labor experimental: o diretor Bahman Ghobadi, de “Tartarugas podem voar” (2004), recorreu a uma linguagem não-linear curiosa, misturando tempos com imagens surrealistas, e optou por uma intensa fotografia contrastante. Sem falar da linguagem própria ao propor ao elenco recitação de poemas, como se os atores estivessem no palco do teatro, cada um em seu momento, numa espécie de monólogo, para contar uma pequena história de base real, inspirada nos diários do poeta curdo Sadegh Kamangar, preso durante a Revolução Iraniana (e que ficou atrás das grades por 27 anos). O filme acompanha a saída do poeta da cadeia e sua tentativa de reencontrar a esposa, que foi embora após ficar sabendo da morte dele – a morte é algo constante, os personagens todos são fantasmagóricos e desalentados. A dupla de atores em cena está brilhante, em papeis humanos, que são o astro do cinema iraniano Behrouz Vossoughi (de 83 anos) e a atriz italiana Monica Bellucci (de filmes como “Malèna” e “Irreversível”).

Uma menção importante para entender o que irei comentar em seguida: o diretor Bahman Ghobadi, assim como o ator do filme Behrouz Vossoughi, está exilado desde 2009, perseguido pelo governo do Irã. Percebem-se, assim, traços autorais e autobiográficos na comovente história do poeta Sahel. Ghobadi utiliza-se de simbologias, metáforas e antíteses, como um jogo para disfarçar o tom político da obra e assim não sofrer represália –no Irã o cinema é altamente reprimido, vide a história do cineasta Jafar Panahi, que teve a casa invadida, seus filmes apreendidos, foi preso e proibido de gravar por 20 anos (mesmo assim Panahi roda seus longas escondido, como fez recentemente com “Taxi Teerã” e “3 faces”). Nos créditos finais o diretor dedica o filme aos presos políticos no regime autoritário do Irã. Ah, e já que falei sobre ele, o ator Behrouz Vossoughi vive exilado na California com a esposa (ele tem fisionomia parecida com Omar Sharif). Assista e reflita!

O último poema do rinoceronte (Fasle kargadan). Turquia/Irã, 2012, 92 minutos. Drama. Colorido. Dirigido por Bahman Ghobadi. Distribuição: Imovision

segunda-feira, 15 de março de 2021

Especial de Cinema


Oscar 2021: "Mank" lidera com 10 indicações

E saiu hoje a lista tão aguardada dos indicados ao Oscar 2021, cuja cerimônia de entrega está agendada para o dia 25 de abril. O evento terá parte da cerimônia presencial, com número restrito de participantes, em Los Angeles, e parte online. No Brasil a transmissão será pelo canal TNT.
"Mank" (foto abaixo) lidera com 10 indicações, como melhor filme, diretor e ator para Gary Oldman. Em seguida, seis filmes empatam com seis indicações cada um: "Minari", "Nomadland", "Meu pai", "Judas e o messias negro", "Os 7 de Chicago" e "O som do silêncio". O ator Chadwick Boseman teve indicação póstuma, pelo filme “A voz suprema do blues”.


A Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood abriu esse ano exceção para filmes transmitidos pela internet, devido ao fechamento dos cinemas durante a pandemia (vale lembrar que para concorrer ao Oscar, a regra que sempre prevaleceu era de que eles tivessem sido exibidos em salas de cinema de Los Angeles). Os novos tempos estão aí!
Veja abaixo a lista completa dos indicados ao Oscar 2021.

Melhor filme

"Meu pai"

'"Judas e o messias negro"

"Mank"

"Minari"

"Nomadland" (foto abaixo)

"Bela vingança"

"O som do silêncio"

"Os 7 de Chicago"

 


Melhor atriz

Viola Davis - "A voz suprema do blues"

Andra Day - "Estados Unidos Vs Billie Holiday"

Vanessa Kirby - "Pieces of a woman"

Frances McDormand - "Nomadland"

Carey Mulligan - "Bela vingança"

 

Melhor ator

Riz Ahmed - "O som do silêncio"

Chadwick Boseman - "A voz suprema do blues"

Anthony Hopkins - "Meu pai"

Gary Oldman - "Mank"

Steve Yeun - "Minari"

 

Melhor direção

Thomas Vinterberg - "Druk - Mais uma rodada"

David Fincher - "Mank"

Lee Isaac Chung - "Minari"

Chloé Zhao - "Nomadland"

Emerald Fennell - "Bela vingança"

 

Melhor atriz coadjuvante

Maria Bakalova - "Borat: Fita de cinema seguinte"

Glenn Close - "Era uma vez um sonho"

Olivia Colman - "Meu pai"

Amanda Seyfried - "Mank"

Yuh-Jung Youn - "Minari"

 

Melhor ator coadjuvante

Sacha Baron Cohen - "Os 7 de Chicago"

Daniel Kaluuya - "Judas e o messias negro"

Leslie Odom Jr. - "Uma noite em Miami"

Paul Raci - "O som do silêncio"

Lakeith Stanfield - "Judas e o messias negro"

 



Melhor filme internacional

"Druk - Mais uma rodada" (Dinamarca)

"Shaonian de ni" (Hong Kong)

"Collective" (Romênia)

"O homem que vendeu sua pele" (Tunísia)

"Quo vadis, Aida?" (Bósnia e Herzegovina)

 

Melhor roteiro original

"Judas e o Messias negro"

"Minari"

"Bela vingança"

"O som do silêncio"

"Os 7 de Chicago"

 

Melhor roteiro adaptado

"Borat: Fita de cinema seguinte"

"Meu pai"

"Nomadland"

"Uma noite em Miami"

"O tigre branco"

 

Melhor figurino

"Emma"

"A voz suprema do blues"

"Mank"

"Mulan"

"Pinóquio"

 

Melhor trilha sonora

"Destacamento Blood"

"Mank"

"Minari"

"Relatos do mundo"

"Soul"

 

Melhor animação

"Dois irmãos: Uma jornada fantástica"

"A caminho da lua"

"Shaun, o Carneiro: O Filme - A fazenda contra-ataca"

"Soul"

"Wolfwalkers"

 

Melhor documentário

"Collective"

"Crip camp: Revolução pela inclusão"

"O agente duplo"

"Professor Polvo"

"Time"

 

Melhor documentário de curta-metragem

"Collete"

"A concerto is a conversation"

"Do not split"

"Hunger ward"

"A love song for Natasha"

 

Melhor som

"Greyhound: Na mira do inimigo"

"Mank"

"Relatos do mundo"

"Soul"

"O som do silêncio"

 

Melhor canção original

"Fight for you" - "Judas e o messias negro"

"Hear my voice" - "Os 7 de Chicago"

"Husa'vik" - "Festival Eurovision da Canção: A saga de Sigrit e Lars"

"Io sì" - "Rosa e Momo"

"Speak now" - "Uma noite em Miami"

 

Melhor maquiagem e cabelo

"Emma"

"Era uma vez um sonho"

"A voz suprema do blues"

"Mank"

"Pinóquio"

 

Melhor efeitos visuais

"Problemas monstruosos"

"O céu da meia-noite"

"Mulan"

"O grande Ivan"

"Tenet"

 

Melhor fotografia

"Judas e o messias negro"

"Mank"

"Relatos do mundo"

"Nomadland"

"Os 7 de Chicago"

 

Melhor edição

"Meu pai"

"Nomadland"

"Bela vingança"

"O som do silêncio"

"Os 7 de Chicago"

 

Melhor design de produção

"Meu pai"

"A voz suprema do blues"

"Mank"

"Relatos do mundo"

"Tenet"

 

Melhor curta-metragem em live action

"Feeling through"

"The letter room'"

"The present"

'"Two distant strangers"

"White Eye"

 

Melhor curta de animação

"Toca"

"Genius Loci"

" Se algo acontecer... te amo"

"Opera"

"Yes people"

Especial de Cinema


Framboesa de Ouro 2021: ‘365 dias’ e ‘Dolittle’ lideram premiação

Na última sexta-feira, dia 12, saiu a lista dos indicados ao prêmio Framboesa de Ouro 2021 (Razzie Awards), que contempla as piores produções de Hollywood do ano passado. Os longas “365 dias”, “Dolittle” e “A ilha da fantasia” lideram, respectivamente, com sete, seis e cinco indicações. Ainda aparecem na lista “Music” (da cantora Sia), “Era uma vez um sonho” e “Borat: Fita de cinema seguinte”.
Confira abaixo todos os nomeados ao Razzie 2021, que irá revelar os ganhadores no dia 24 de abril (um dia antes do Oscar).

Pior filme

“365 dias”

“Absolute proof”

“Dolittle”

“A ilha da fantasia”

“Music”

 

Pior ator

Robert Downey Jr., por “Dolittle”

Mike Lindell, por "Absolute proof"

Michele Morrone, por “365 dias” (foto abaixo)

Adam Sandler, por “O Halloween do Hubie”

David Spade, por “A missy errada”



Pior atriz

Anne Hathaway, por “A última coisa que ele queria” e “Convenção das bruxas”

Katie Holmes, por “Brahms: Boneco do mal II” e “O segredo: Ouse sonhar”

Kate Hudson, por “Music”

Lauren Lapkus, por “A missy errada”

Anna-Maria Sieklucka, por “365 dias”

 

Pior atriz coadjuvante

Glenn Close, por “Era uma vez um sonho”

Lucy Hale, por “A ilha da Fantasia”

Magie Q, por “A ilha da fantasia”

Kristen Wiig, por “Mulher-Maravilha 1984”

Maddie Ziegler, por “Music”

 

Pior ator coadjuvante

Chevy Chase, por “O excelente Sr. Dundee”

Rudy Giuliani, por “Borat: Fita de cinema seguinte”

Shia LeBeouf, por “The tax collector”

Arnold Schwarzeneggar, por “A máscara de ferro”

Bruce Willis, por “Violação”, “Hard Kill” e “Sobreviver à noite”

 

Pior dupla em tela

Maria Bakalova & Rudy Giuliani, por “Borat: Fita de cinema seguinte”

Robert Downey Jr. & seu sotaque, por “Dolittle” (foto abaixo)

Harrison Ford & um cachorro digital falso, por “O chamado da floresta”

Lauren Lapkus & David Spade, por “A missy errada”

Adam Sandler & e sua voz irritante, por “O Halloween do Hubie”

 

Pior diretor

Charles Band, pelos filmes de “Barbie & Kendra”

Barbara Bialowas & Tomasz Mandes, por “365 dias”

Stephen Gaghan, por “Dolittle”

Ron Howard, por “Era uma vez um sonho”

Sia, por “Music”

 

Pior roteiro

“365 dias”

Os filmes de “Barbie & Kendra”

“Dolittle”

“A ilha da fantasia”

“Era uma vez um sonho”

 

Pior remake, cópia ou sequência

“365 dias” (cópia de “Cinquenta tons de cinza”)

“Dolittle” (remake)

“A ilha da fantasia” (remake)

“O Halloween do Hubie” (cópia de “O bobo e a fera”)

“Mulher-Maravilha 1984” (sequência)

domingo, 14 de março de 2021

Cine Especial


Peggy Sue – Seu passado a espera

Peggy Sue (Kathleen Turner) é uma mãe de 43 anos à beira do divórcio. Numa festa de confraternização de velhos amigos de escola, ela desmaia e volta ao tempo, 25 anos antes. Agora ela encontra-se em 1960, na sua cidade natal, e está prestes a conhecer seu namorado, Charlie (Nicolas Cage), com quem vai se casar. Nesse retorno ao passado, Peggy tem nas mãos o poder de decidir os próximos passos de sua vida.

Francis Ford Coppola, que assinou o filme apenas como Francis Coppola, já tinha cinco estatuetas do Oscar quando assumiu esse projeto como diretor. Sem dúvida, é um de seus trabalhos mais corriqueiros, de uma carreira erguida sob alguns dos filmes mais impressionantes do cinema, como “O poderoso chefão” (I e II, de 1972 e 1974), “A conversação” (1974) e “Apocalypse now” (1979). Leve, romântico até a última gota, menos político, “Peggy Sue – Se passado a espera”, na época, foi mal visto pelo público que acompanhava a carreira de Coppola. A pergunta ficou: “Como um cineasta daquele gabarito pudesse ter feito algo tão superficial, despretensioso e açucarado?”. Digo uma coisa: nenhum gênio faz só obras-primas, diretores de alto nível também dão uma escorregada. Não acho “Peggy Sue” um filme ruim, é apenas um momento menos intenso de Coppola no cinema. É um Coppola nostálgico que rememora uma época muito distante da atual (a virada da década de 50 para a 60), com gracejos, humor simplista, um pouco do estilo de vida do interior, a paixão e as possibilidades de escolhas (num tom de fantasia, claro, pois a protagonista volta ao tempo depois de desmaiar). Fica evidente uma distância meteórica entre o imbatível clássico de máfia “O poderoso chefão” e esse projeto menos pessoal do diretor. Com o tempo Coppola foi deixando de dirigir, ficou à frente de muito filme morno e chegou a bombas, como o terror “Virgínia” (2011 – que, olha, até hoje não compreendo como foi se enfiar nisso). Sem contar como produtor, que dentre os 75 títulos da filmografia, existem lá espalhados uns 10 longas desastrosos...


Não seja tão exigente com Coppola, assista “Peggy Sue” sem maior compromisso. É uma fita alegre, romântica, cujo clima ‘up’ se dá graças a Kathleen Turner, uma atriz adorável, que pelo papel recebeu sua única indicação ao Oscar, em 1987. O papel original seria de Debra Winger, que estava no auge, mas devido a um acidente de bicicleta, abandonou o projeto, dando lugar a Kathleen, que vinha do sucesso “Tudo por uma esmeralda” (1984), pelo qual havia ganhado o Globo de Ouro.
É um filme feito entre família, tem lá a filha do diretor em início de carreira, Sofia Coppola, então com 15 anos, além do sobrinho, Nicolas Cage, ainda novo, com 22 anos. Por isso todos estão à vontade em cena (você vai ver ainda Jim Carrey bem adolescente!).

Inspirado na canção “Peggy Sue got married”, de 1957, cantada por Buddy Holly (precursor do rock, que morreu num acidente de avião ao lado de Ritchie Valens, em 1959) – a música toca no filme, e é o título original dele.
Indicado também ao Oscar de fotografia e figurino, o filme saiu em DVD numa excelente cópia pela Obras-primas do Cinema.

Peggy Sue – Seu passado a espera
(Peggy Sue got married). EUA, 1986, 103 minutos. Comédia dramática. Colorido. Dirigido por Francis Ford Coppola. Distribuição: Obras-primas do Cinema

sábado, 13 de março de 2021

Cine Especial



Manhunter: Caçador de assassinos

O agente do FBI William Graham (William Petersen) está à caça de um serial killer apelidado de Fada dos Dentes (Tom Noonan). Para entender seu modus operandi, recorre ao médico psiquiatra Hannibal Lektor (Brian Cox), que se encontra preso por vários crimes. O jogo de gato e rato está apenas começando...

Fracassou nos cinemas na época, em 1986 (de um custo de U$ 15 milhões, rendeu pouco mais da metade, U$ 8 mi) e obteve certo ar cult esse filme de caçada a assassino dirigido por um Michael Mann em início de carreira, e agora disponível numa boa cópia em DVD pela Classicline.
A história foi baseada no romance “Dragão vermelho”, de Thomas Harris, publicado em 1981 e que teve uma excelente versão em 2002 com Edward Norton – Harris, anos depois, escreveu mais três continuações, como a mais famosa delas, “O silêncio dos inocentes”, lançada em 1988 e que originou o clássico do cinema policial/de suspense.
Engraçado que aqui mudaram o nome de Hannibal Lecter para Lektor, perceba nos diálogos e legendas... o papel é de Brian Cox, veterano ator britânico que não se supera ao verdadeiro Hannibal do cinema, Sir Anthony Hopkins (mas está condizente, apesar de aparecer pouco). Sinistro mesmo está o assassino Fada dos Dentes, interpretado pelo esquecido Tom Noonan (e que na versão de 2002 foi fielmente criado por Ralph Fiennes, numa de suas melhores performances).
O filme mantém o clima de investigação, é intenso, uma corrida contra o tempo para capturar um assassino cruel. Boa pedida aos fãs de fitas policiais enérgicas, fica a dica!


Foi o terceiro trabalho do diretor norte-americano Michael Mann antes dos sucessos “O último dos moicanos” (1992) e “Fogo contra fogo” (1995), que assina como roteirista e produtor de seus filmes e tem quatro indicações ao Oscar – na filmografia dele há ótimos longas baseados em histórias reais, como “O informante” (1999) e “Ali” (2001), e uma série de filmaços de crime, como “Profissão: Ladrão” (1981) e “Colateral” (2004).
Produzido por Dino de Laurentiis, tem um elenco praticamente de iniciantes, que depois ganhariam a fama, como William Petersen, Joan Allen, Stephen Lang e Kim Greist.
É tão bom quanto “Dragão vermelho” (2002) com o Norton, mas se tivesse que escolher, ficaria com a versão mais recente.


Curiosidade: Existem três versões no mercado: a de cinema (que é essa lançada em DVD numa boa cópia pela Classicline), a do diretor (com quatro minutos a mais, nunca lançada no Brasil) e uma editada para TV (de 15 minutos a menos que a versão de cinema).

Manhunter: Caçador de assassinos (Manhunter). EUA, 1986, 120 minutos. Ação/Suspense. Colorido. Dirigido por Michael Mann. Distribuição: Classicline

segunda-feira, 8 de março de 2021

Cine Cult


A espera

Jeanne (Lou de Laâge) viaja até a casa do namorado, na Sicília, para reencontrá-lo depois de um tempo longes. Ela não sabe que ele morreu, e a mãe do rapaz, Anna (Juliette Binoche), recebe Jeanne para as comemorações da Páscoa. Anna esconderá o fato até que segredos virão à tona.

Estrela do cinema francês (e uma das maiores atrizes da atualidade), Juliette Binoche realça a beleza desse filme trágico com sua interpretação contida, de uma mulher que acaba de perder o filho e tenta disfarçar a tristeza quando recebe a namorada dele em casa (esta, não sabe ainda da morte). Nós, espectadores, ficamos apreensivos o tempo inteiro com a chegada da moça para reencontrar o namorado sem saber que ele está morto (a gente sabe disso, ela não).
Para criar essa história comovente, baseada em duas peças de Luigi Pirandello, o diretor estreante em longa ficcional, Piero Messina, também roteirista ao lado de outras três pessoas, demonstrou um controle absoluto dos atores em cena, não resvalando para o melodrama. Tudo é contido, minimalista, silencioso, e Messina soube recorrer a símbolos ligados ao luto para provocar o tom de tragédia necessário (por exemplo, os enquadramentos distanciados, as tonalidades pretas da fotografia, a clausura no casarão na Sicília, as velas acesas etc).
Há um jogo permanente de sombras pela fotografia sóbria que se torna um dos elementos principais dessa obra cult sensível, de apelo feminino.
Juliette arrasa como sempre, e junto dela está outra atriz francesa de enorme competência, Lou de Laâge (de “Agnus dei”), com seus olhos claros compenetrados. Elas formam uma dupla de presença.


Quando vi pela primeira vez nos cinemas em 2015, coloquei-o na lista dos melhores do ano, e revendo agora a impressão continua a mesma. Assista!
Venceu três prêmios no Festival de Veneza em 2015, ainda indicado ao Leão de Ouro. Já em DVD pela Imovision.

A espera (L'attesa). Itália/França, 2015, 99 minutos. Drama. Colorido. Dirigido por Piero Messina. Distribuição: Imovision

domingo, 7 de março de 2021

Cine Clássico



As chaves do reino

Padre recém-ordenado, Francis Chisholm (Gregory Peck) recebe o convite para viajar à China com a missão de formar uma congregação católica num povoado. Haverá entre ele e os aldeões um choque de cultura, mas nada tirará as convicções do religioso.

Baseado no romance idealista do escritor e médico escocês A.J. Cronin, publicado em 1941, com roteiro escrito por dois nomes importantes do cinema antes de se tornarem diretor, Joseph L. Mankiewicz (que roteirizou diversos longas no início de carreira, entre os anos 20 e 30) e Nunnally Johnson, “As chaves do reino” (1944) acaba de ganhar edição especial em DVD pela Obras-primas do Cinema. É uma fita esquecida, porém louvável na cinematografia americana por propor reflexões acerca do choque de culturas e da devoção. Na década de 40 vários filmes trataram do tema, e esse aqui está na galeria dos melhores. Recebeu quatro indicações ao Oscar, de melhor ator para Gregory Peck (que estreava na telona), fotografia (do mestre Arthur C. Miller, ganhador de três prêmios da Academia e fotógrafo de filmes monumentais, como ‘Como era verde o meu vale’ e ‘A canção de Bernadette’), direção de arte e trilha sonora (de outra sumidade do cinema, Alfred Newman, ganhador de nove estatuetas da Academia, e, impressionem-se, indicado a outros 36 Oscars – são dele trilhas marcantes como “A malvada”, “Aeroporto” e “A conquista do oeste”, além de outros 210 filmes).
Numa parte da China isolada do mapa, chega um pároco novato para pregar o Catolicismo, com o objetivo de formar um centro religioso nas aldeias. A cultura dele com a dos aldeões pobres (que acreditavam em algo místico) se mostra incompatível, e mesmo assim a generosidade e coragem do padre frente aos problemas sociais ganham bons olhos dos moradores. Obviamente ocorrerão atritos, fundamentados em religião e poder, e enquanto o tempo passa num intervalo de meio século, acompanhamos essa história emocionante de cuidado, empatia, existência e convicção.


A figura de Peck sustenta o filme que já tem suas qualidades. Ele tinha então 27 anos, já demonstrando um talento impressionante – de quebra recebeu indicação ao Oscar, e ganharia o único da carreira 20 anos depois, por “O sol é para todos” (1963). Até o fim da vida recebeu quatro indicações e foi agraciado com um Oscar humanitário, pelas causas defendidas (Peck esteve ligado a movimentos humanitários, principalmente em prol da cultura e da diversidade). Olhando hoje, um pouco da história de Peck se confunde com a do personagem do padre, aqui.
Há participações legais de astros e estrelas, como Thomas Mitchell, Vincent Price, Edmund Gwenn, o garoto Roddy McDowall e Anne Revere, nessa fita bem bonita do diretor John M. Stahl, de “Imitação da vida” (1934) e “Amar foi minha ruína” (1945).

As chaves do reino
(The keys of the kingdom). EUA, 1944, 137 minutos. Drama. Preto-e-branco. Dirigido por John M. Stahl. Distribuição: Obras-primas do Cinema

sábado, 6 de março de 2021

Cine Especial


O despertar

Florence Cathcart (Rebecca Hall) é uma jovem especializada em desvendar fenômenos paranormais, que visita um pensionato de crianças para estudar um caso que envolve o espírito de um garoto. Entre possíveis verdades, ilusões e histeria, ela testará o limite do seu trabalho, e de seu psicológico.

O cinema britânico realizou muitas fitas de horror gótico nas décadas de 60 e 70, sob a batuta da produtora Hammer. Transcorridas quatro décadas, o Reino Unido retomou com vigor essa linha de filmes, com certo crédito e adesão do público. Dois exemplos ilustram o fato, esse regular suspense psicológico “O despertar” (2011), da BBC Films, e um melhor ainda, e mais assustador, “A mulher de preto” (2012), lançado pela própria Hammer após retornar ao mercado de cinema (ela entrou em decadência no fim dos anos 70, ficou inativa por um longo período até retomar as produções em 2007).
Pois bem, “O despertar” não é exatamente um filme que dá medo, que tira nosso sono ou que dá sustos fáceis. Pelo contrário, o terror é subjetivo, às escondidas, e o curioso, inspirado em uma história real, sobre paranormalidade, ocorrida na Inglaterra da década de 20. Explora um jogo de ilusão misturado com uma possível existência de fantasmas, não sabemos se há espírito de verdade ou se aquilo tudo é charlatanismo (nessa época do Entreguerras, muitas famílias ficaram enlutadas por parentes mortos em conflitos, e daí houve um crescimento absurdo de vigaristas que ganhavam dinheiro com a dor alheia, fingindo ver o espírito dos falecidos). É aqui que o longa tem seu norte, na história do padecimento dessas pessoas, e como elas tentaram superar seus dramas.


Rebecca Hall (de “Vicky Cristina Barcelona” e “Atração perigosa”) mantém um papel austero, num thriller bem amarrado, cujo desfecho poderá desagradar por fugir do óbvio e ser ambíguo. A reconstituição de época pelos figurinos e pela direção de arte dá um charme extra a essa produção praticamente desconhecida do grande público. Conheça!

O despertar (The awakening). Reino Unido, 2011, 102 minutos. Drama/Terror. Colorido. Dirigido por Nick Murphy. Distribuição: Playarte Home Video