domingo, 1 de agosto de 2021

Especial Netflix


Confira indicações de três filmes novos produzidos pela Netflix e disponíveis no streaming.


Céu vermelho-sangue

Bandidos fortemente armados sequestram um voo transatlântico e fazem os passageiros de refém. No avião, uma mulher portadora de uma estranha doença tentará salvar as pessoas, inclusive seu filho pequeno.

Bom filme alemão da Netflix que estreou semana passada e promete surpresas. Em partes lembra a estrutura de “Um drink no inferno”: começa com um sequestro (aqui a de um avião), numa típica fita de ação, com clima de desespero; só que a ação dá espaço para o terror, quando a personagem central, portadora de uma doença misteriosa, vira uma criatura vampiresca sedenta por sangue (calma que não é spoiler, a criatura aparece no trailer e na própria capa do filme). Para explicar ao público o que ocorreu com essa mulher, o filme recorre a flashbacks. Há mortes sangrentas, tiroteios e serve para quem procura um entretenimento diferente. Só acho um pouco longo e por vezes há momentos que se repetem – eu reduziria a duração de 121 minutos em 20 minutos pelo menos. Mesmo assim é prato cheio para apreciadores de filmes de horror.
Dirige o jovem cineasta Peter Thorwarth que colaborou no roteiro de um dos filmes mais impactantes da Alemanha nos anos 2000, o perturbador e atual “A onda” (2008).

Céu vermelho-sangue (Blood red sky). Alemanha/EUA, 2021, 121 minutos. Ação/Terror. Colorido. Dirigido por Peter Thorwarth. Distribuição: Netflix


Paternidade

Ao perder a esposa um dia após o parto, Matt (Kevin Hart) fica responsável pela filha recém-nascida. A grande tarefa de sua vida será cuidar sozinho da bebê e construir os laços de uma família.

Surpresa da Netflix, esse drama sincero e baseado em fatos reais é para todos os públicos, e chama a atenção a atuação de Kevin Hart num papel humano e sem melodramas. Isso porque ele deixa de lado o humor rasteiro com caras e bocas das comédias rasgadas que sempre fez para se entregar a um personagem mais desafiador, um homem que acaba de ficar viúvo e tem de cuidar da filha bebê. Ele promete ser um pai responsável para assumir o trabalho mais complexo de sua vida: a paternidade integral. Aos poucos ele vai superando dificuldades para cuidar sozinho da criança, a filha cresce e se ele torna um aliado vital para o desenvolvimento da garotinha.
Inspirado no livro autobiográfico escrito por Matt Logelin, tem no elenco duas grandes aparições, de Alfre Woodward e Lil Rel Howery. Atenção especial para a atuação fantástica da garotinha Melody Hurd, que faz a filha do protagonista e rouba as cenas! É um belo trabalho dessa atriz mirim.
O diretor e roteirista Paul Weitz manja de assuntos familiares, fez filmes dramáticos cativantes como “Um grande garoto” (2002 – onde recebeu indicação ao Oscar de melhor roteiro adaptado) e “A família Flynn” (2012) – ele é irmão de outro diretor e roteirista com quem já trabalhou, Chris Weitz. Até o humor que ele coloca no filme é leve e reflexivo, para tornar a história mais fluída. Produzido pela Columbia Pictures, foi distribuído pela Netflix.

Paternidade (Fatherhood). EUA, 2021, 109 minutos. Drama. Colorido. Dirigido por Paul Weitz. Distribuição: Netflix


Interrompemos a programação

Na noite do Ano Novo de 1999, um rapaz invade os estúdios de uma rede de TV na Polônia, faz refém a apresentadora e insiste em entrar ao vivo para transmitir uma mensagem ao público. Aos poucos o caso toma grandes proporções.

Filme angustiante cuja trama se assemelha a de “Jogo do dinheiro” (2016, com George Clooney e Julia Roberts): em ambos um rapaz invade um estúdio de TV ao vivo e faz as pessoas de refém (também houve outro bom filme de ação parecido, que gosto muito, “O quarto poder”, de 1997, de Costa-Gavras, com John Travolta e Dustin Hoffman). Armado e ansioso, o jovem faz exigências e prepara uma mensagem-surpresa para falar durante a programação.
Primeiro longa de ficção do jovem cineasta polonês Jakub Piatek, o filme foi indicado ao Grande Prêmio do Juri no Festival de Sundance desse ano. O ator principal, na pele do sequestrador, é interpretado por Bartosz Bielenia, de 29 anos, que deu vida a um dos protagonistas mais impressionantes dos últimos tempos, o ex-detento que se torna padre, Daniel, na cultuada fita de arte indicada ao Oscar “Corpus Christi” (2019). Ele guarda expressões fortes, tem um rosto marcante, especialmente os olhos, e é uma promessa do cinema polonês. Aqui ele repete uma performance nervosa, com vigor, que nos deixa à flor da pele.
É um filmão de uma história só, que se passa integralmente dentro dos estúdios com o personagem fazendo reféns e exigências. Há um ou outro plot twist, que vale a pena ver de perto!

Interrompemos a programação (Prime time). Polônia, 2021, 93 minutos. Ação/Suspense. Colorido. Dirigido por Jakub Piatek. Distribuição: Netflix

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