sábado, 14 de agosto de 2021

Na Netflix



Army of the dead: Invasão em Las Vegas

Grupo de mercenários planeja um assalto milionário em uma Las Vegas tomada por zumbis.

É engraçado reparar como o diretor Zack Snyder tem acentuados altos e baixos na carreira. Dizem assim sobre ele: “ame-o ou deixe-o”, e até certo ponto concordo. Seus filmes, em grande parte, são coloridos, criativos, que dá nova roupagem ao mundo dos super-heróis e ajuda na revisão de gêneros como ação e terror. Snyder surgiu do mundo dos clipes musicais nos anos 90, e se tornou uma promessa do cinema a partir de 2004, quando estreou, com “Madrugada dos mortos”, seu melhor trabalho e que era um remake violento da fita de zumbis de George A. Romero “O despertar dos mortos” (1978). A seguir inovou trazendo a computação gráfica com outra estilização em “300” (2006) e “Watchmen: O filme” (2009), também dois filmes peculiares e muito enérgicos, e a partir dos anos 2010 houve a sua fase de declínio, com longas medianos, esquecíveis e zombados, como “A lenda dos guardiões” (2010), “Sucker punch: Mundo surreal” (2011) e os de heróis da DC Comics “O homem de aço” (2013), “Batman vs. Superman: A origem da justiça” (2016) e “Liga da Justiça” (2017, que esse ano ganhou a versão do diretor, estendida e deve chegar em DVD e Bluray em breve no Brasil). “Army of the dead: Invasão em Las Vegas”, sua nova produção, pela Netflix, é o retorno de Snyder ao bom cinema de ação com terror (lembrando que ele fez a fita de zumbis ‘Madrugada dos mortos’), em que se utiliza de uma licença para fazer o que quiser... uma fita de ação de assalto que vira terror sangrento, do humor escrachado à violência, o falso romance e os jumpscares desmedidos, e até mesmo não se preocupa com a duração (são 148 minutos, o filme de zumbi mais longo da história).



Ele continua dividindo opinião, muita gente avacalhou o longa, e eu confesso que curti muito e quero logo rever. Tenho um fraco por fitas de apocalipse zumbi, então esse me ganhou já nos trailers. Com uma geração de novos atores e parte deles canastrões que condizem com os papéis debochados, a destacar Dave Baustista, Ella Purnell, Garret Dillahunt e Ana de la Reguera, “Army of the dead” vem desse universo do cineasta que dialoga com a cultura pop, a cafonice (Las Vegas é um prato cheio para o lado brega do ser humano), super-heróis de dois jeitos (os sérios e os abestalhados), humor negro incutido na violência gráfica, ou seja, é uma pérola do gênero, esperta e bem construída. Sem contar que reinventou seus monstros, já que os zumbis são fortes, correm, saltam alto, e tem umas sacadas da metade pro final que não revelar... Valeu a intenção e a proposta! Assista sem preocupação, divirta-se com cenas hilariantes, segure-se na cadeira para algumas assustadoras e não critique o brega proposital. Só para aguçar sua curiosidade, tem uma aparição inesquecível, a de um tigre morto-vivo! Já na Netflix.

Army of the dead: Invasão em Las Vegas (Army of the dead). EUA, 2021, 148 minutos. Ação/Terror. Colorido. Dirigido por Zack Snyder. Distribuição: Netflix

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