terça-feira, 5 de julho de 2022

Cine Cult


O enigma do horizonte

Em 2047, uma equipe de cientistas do Comando Aeroespacial norte-americano viaja até Netuno para localizar uma nave de pesquisa que sumiu. O grupo se depara com uma pista, gravações com sinais sonoros e gritos humanos. A espaçonave é enfim encontrada, e nela há agora uma entidade capaz de destruir aqueles que chegarem perto.

Dois anos antes do terror scifi “O enigma do horizonte” (1997), o diretor britânico Paul W. S. Anderson trazia para a telona a adaptação do jogo de luta Mortal Kombat, um guilty pleasure que fez sucesso entre os jovens nos cinemas. Com “Enigma”, o efeito foi contrário: gastou-se muito para produzi-lo (U$ 60 milhões), e foi mal recebido nas bilheterias (U$ 26 mi no mundo), virando cult nos anos 90 – logo depois Anderson se manteria no cinema de ação e terror, adaptando outros jogos para o cinema (como três capítulos de “Resident evil” e recentemente “Monster Hunter”), fitas violentas de gosto duvidoso, como “O soldado do futuro” e “Corrida mortal” (um remake), e encontros de vilões para uma briga do século, como “Alien vs. Predador”. “Enigma” é seu filme mais denso e criativo, também complexo com sua trama que se passa num futuro longínquo (gravado em 1997, era um futuro de 50 anos, em 2047). O diretor puxou para a trama espacial elementos presentes em filmes da mesma natureza, como “Alien – O oitavo passageiro” (1979), “O buraco negro” (1979) e “Força sinistra” (1985). Sam Neill (de “Jurassic Park”) e Laurence Fishburne (de “Matrix”) interpretam dois cientistas espaciais que lideram a expedição rumo a Netuno, ao lado de Kathleen Quinlan, Joely Richardson, Jason Isaacs e Richard T. Jones. O objetivo é encontrar uma nave desaparecida, a Event horizon (título original do filme). Quando a localizam, percebem que uma força sobrenatural se apoderou do controle e do sistema interno da nave, bem como dos antigos tripulantes (que tiveram os olhos arrancados). São poucas horas que o grupo terá para completar essa missão quase suicida.



O terror investe em bons efeitos visuais, com uma boa direção de arte, especialmente na concepção do interior da espaçonave. Tem momentos de tensão, sequências de sonhos e alucinações com flashbacks e como não podia faltar no cinema de Anderson, um pouco de gore (cenas sangrentas). O corte inicial do filme teria 130 minutos, mas os estúdios Paramount pediram para que o diretor reduzisse as cenas gore, que eram muitas; contrariado, Anderson o fez (editou 34 minutos do filme), e, segundo disse numa entrevista em 2017, guardou uma cópia da versão original nunca assistida nem por ele nem pela equipe de produção - sabendo disso, os fãs do filme pedem que ela seja lançada em breve. Mesmo sem o gore que prometia, é um passatempo rápido, para quem procura um bom filme do gênero.


Saiu nos anos 2000 em DVD pela Paramount e ganhou agora uma edição especial em bluray, da mesma distribuidora, com vários extras como trailers, making of, comentários etc. Vale ter em sua coleção!


O enigma do horizonte (Event horizon). EUA/Reino Unido, 1997, 96 minutos. Terror/Ficção científica. Colorido. Dirigido por Paul W. S. Anderson. Distribuição: Paramount Pictures

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