Queen & Slim – Os perseguidos
O filme trata do preconceito, da
violência policial e também o papel da imprensa ao midiatizar casos de racismo
de forma sensacionalista. Quem produz e escreve o filme é Lena Whaite, da premiada
série da Netflix ‘Master of none’ (2015-2021). Primeiro longa da diretora Melina Matsoukas, antes
responsável por clipes de Beyoncé e Ne-Yo – fazendo um bom trabalho inicial no
cinema e sabendo como contar uma história forte sobre intolerância. Disponível
em DVD e Bluray pela Universal Pictures e no streaming para aluguel nas
principais plataformas, como Google Play Filmes, Apple TV e Youtube Filmes.
Queen
& Slim – Os perseguidos (Queen & Slim). EUA/Canadá, 2019, 132
minutos. Drama/Ação. Colorido. Dirigido por Melina Matsoukas. Distribuição: Universal
Pictures
Síndrome da Apatia
O casal Sergei (Grigory Dobrygin) e Natalia (Chulpan Khamatova) moram
hoje na Suécia. Eles são refugiados políticos e têm duas filhas pequenas. Uma
delas, Katja (Miroslava Pashutina), devido aos traumas do passado, desmaia e entra
em um estado de paralisia parecido com o coma. Ela só dorme e não responde a
estímulos - na Medicina isto é chamado de ‘Síndrome de Resignação’ ou ‘Síndrome
da Apatia’, uma forma complexa de o corpo reagir ao medo, ‘desligando-se’ de
tudo. Enquanto o casal luta por asilo político, eles buscam soluções para
proteger Katja.
Desde o fim dos anos 90, milhares de crianças e jovens da Suécia
entraram numa espécie de coma, estudados como uma nova síndrome, a da ‘Resignação
Infantil’. Lá essa síndrome é tratada como doença desde 2014, atingindo
sobretudo crianças que passaram por alto estresse, boa parte delas refugiadas
de guerra – elas ‘adormecem’ como uma hibernação e acordam após meses, algumas
com sequelas. Estudos tentam entender melhor o que é essa nova doença. Pegando
esse tema, o diretor grego Alexandros Avranas, realizador de uma fita polêmica
e mal compreendida anos atrás, ‘Miss Violence’ (2013 - premiada em Veneza), rodou
seu novo trabalho na Suécia, juntando questões como a nova política de
imigração em países da Europa, alienação coletiva e crise familiar, a partir da
Síndrome da Apatia que acomete a filha dos personagens centrais. Ela é uma
menina tímida, que desmaia e não sai mais da cama. Ela não responde a nada, a
família entra em choque e tenta compreender o complexo caso clínico. Com muitos
diálogos, fotografia pastel em tons leves de azul e branco, que ajuda a criar um
ambiente de repouso eterno da personagem infantil, o filme venceu prêmio
especial no Festival de Veneza de 2024 e lá concorreu na principal modalidade
da Mostra Horizons.




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