segunda-feira, 24 de novembro de 2025

Especial de cinema

 
Festival MixBrasil divulga lista dos premiados
 
A equipe do ‘33º Festival MixBrasil de Cultura da Diversidade’ anunciou na última semana a lista dos filmes premiados em todas as categorias. Um dos maiores festivais de cinema LGBTQIAPN+ da América Latina, que reúne também outras expressões artísticas, como games, exposições de artes visuais, workshops, literatura e shows, deu aos seguintes filmes o prêmio principal, o Coelho de Ouro: ‘A natureza das coisas invisíveis’, de Rafaela Camelo, ‘Arrenego’, de Fernando Weller e Alan Oliveira, e ‘Boi de salto’, de Tássia Araújo. O Mix Brasil termina ontem, dia 23/11.


 
Premiados
 
Os vencedores na categoria ‘Cinema’ da 33ª edição do Festival MixBrasil de Cultura da Diversidade foram anunciados na noite da última quarta-feira, 19 de novembro, na Biblioteca Mário de Andrade. ‘A natureza das coisas invisíveis’, de Rafaela Camelo, recebeu o prêmio de melhor longa-metragem brasileiro, enquanto ‘Arrenego’, de Fernando Weller e Alan Oliveira, venceu a Mostra Reframe; o curta-metragem brasileiro ‘Boi de salto’, de Tássia Araújo, levou o prêmio nesta categoria. Todos eles receberam pelo júri o Coelho de Ouro, honraria máxima do evento.
De acordo com a votação do público, o Coelho de Prata ficou para ‘Apolo’, de Tainá Müller e Ísis Broken, na categoria de melhor longa-metragem nacional, e o australiano ‘A sapatona galáctica’, de Leela Varghese e Emma Hough Hobb, como melhor longa internacional.  ‘Fardado’, de Dan Biurrum, e ‘Tão pouco tempo’, de Athina Gendry, receberam respectivamente os prêmios de melhor curta nacional e internacional. Confira abaixo outros filmes premiados na edição 2025 do Mix Brasil:
 
 
Coelho de Prata - Prêmio do Júri da Mostra Competitiva Brasil para Curtas-metragens
 
·       Melhor Direção: Rosa Caldeira e Nay Mendl, por ‘Fronteriza’
 
·       Melhor Roteiro: Luma Flôres, por ‘Como nasce um rio’
 
·       Melhor Interpretação: Leona Vingativa, Aria Nunes, Laiana do Socorro, Victor Henrique Oliver, Agarb Braga, Mac Silva e Juan Moraes por ‘Americana’
 
·       Menções Honrosas: ‘A Vaqueira, a dançarina e o porco’, de Stella Carneiro e Ary Zara, e ‘Vípuxovuko – Aldeia’, de Dannon Lacerda
 
 
Coelho de Prata - Prêmio do Júri da Mostra Competitiva Brasil para Longas-metragens
 
·       Melhor Direção: Guto Parente, por ‘Morte e vida Madalena’
 
·       Melhor Roteiro: Guto Parente, por ‘Morte e vida Madalena’
 
·       Melhor Interpretação: Laura Brandão e Serena, por ‘A natureza das coisas invisíveis’
 
·       Menções Honrosas: ‘Apolo’, de Tainá Müller e Ísis Broken, e ‘Apenas coisas boas’, de Daniel Nolasco
 
 
Coelho de Prata - Prêmio do Júri da Mostra Competitiva de Inteligência Artificial
 
·       Melhor Filme: ‘Sakura Gansha’, de Sijin Liu (Reino Unido/Taiwan)
 
·       Menção Honrosa: ‘Essa não é uma carta de amor’, de Danilo Craveiro (Brasil)
 
 
Coelho de Prata - Prêmio do Público
 
·       Melhor Curta-Metragem Nacional: ‘Fardado’, de Dan Biurrum
 
·       Melhor Curta-Metragem Internacional: ‘Tão pouco tempo’, de Athina Gendry (França, Alemanha)
 
·       Melhor Longa-Metragem Nacional: ‘Apolo’, de Tainá Müller e Ísis Broken
 
·       Melhor Longa-Metragem Internacional: ‘A sapatona galáctica’, de Leela Varghese, Emma Hough Hobb (Austrália)
 
Menção Honrosa – Mostra Reframe: ‘Resumo da ópera’, de Honório Félix e Breno de Lacerda
 
• Prêmio Canal Brasil de Curtas: ‘Fronteriza’, de Rosa Caldeira e Nay Mendl
 
• Prêmio SescTV Apresenta: ‘Como nasce um rio’, de Luma Flôres
 
• Prêmio Show do Gongo: ‘A perna cabeluda’, de Manequins Harmonizades
 
 
Com o tema “A gente quer +”, o ‘33º Festival Mix Brasil’ trouxe uma das maiores programações da sua história, exibindo 142 filmes de 33 países e de 18 estados brasileiros, além de uma série nacional e diversos curtas-brasileiros e internacionais. O evento é uma realização da Associação Cultural Mix Brasil e do Ministério da Cultura, conta com a iniciativa da Lei de Incentivo à Cultura, e patrocínio do Itaú,  Spcine e Prefeitura de São Paulo, e com o apoio cultural do SescSP e da Embaixada da França, e parceria com a Talent —  responsável pela campanha “A Gente Quer +”, Bumblebeat e Surreal. Apoio institucional: Instituto Moreira Salles, Teatro Sérgio Cardoso, Museu da imagem e do Som, Centro Cultural São Paulo, Mistika e DOT Cine, ImpulseSP, Reserva Cultural, Imovision e Cinemark. Promoção: Canal Brasil e Gazeta.
 
Confira abaixo dois bons títulos conferidos no festival por mim, que devem estrear em breve no circuito de cinemas e nos streamings:
 
Niñxs
(México/Alemanha, 2025, de Kani Lapuerta)
 
Uma jornada de autodescoberta em torno da nova identidade de gênero de um garoto é o tema central do bom documentário mexicano coproduzido na Alemanha que teve a première no Brasil no 33º Festival Mix Brasil. Na idílica cidade de Tepoztlán, localizada no México e conhecida por suas lendas e misticismo, Karla, de 15 anos, vive os primeiros meses com a nova identidade, de pessoa transgênero – antes ela era um menino que não aceitava sua condição. Alegre, inteligente, ela perambula pelas ruas com amigos, tem respeito da família, mas percebe olhares preconceituosos da sociedade. É o amadurecimento de uma garota da geração Z, antenada no mundo digital e preocupada com questões sobre diversidade e inclusão. A personagem conquista pelo carisma, o filme é curtinho, tem uma fotografia mágica dessa cidadezinha mexicana cercada por pirâmides, penhascos e florestas, e há boa apresentação da vida da protagonista e dos amigos e familiares dela – em momentos de pura intimidade, outros engraçados e alguns de reflexões. Exibido no importante festival suíço de documentários Visions du Réel, ganhou prêmios em mostras competitivas internacionais. O ‘x’ do título afirma a linguagem neutra, entre ‘Niños’ e ‘Ninãs’.
 

 
Gravidade
(Brasil, 2025, de Leo Tabosa)
 
Depois de passar por festivais como Cine Ceará e Mostra de Cinema de SP, ‘Gravidade’, longa pernambucano de Leo Tabosa, teve exibição no Mix Brasil onde foi recebido com calorosos aplausos. É um bom filme de teor tanto feminista quanto queer, que flerta com gêneros dos mais diversos, como drama, ficção científica e até o terror sobrenatural. O tom do filme é de ‘fim do mundo’. Duas mulheres, mãe e filha, passam a noite em claro esperando pelo fim dos tempos. Isto porque uma delas acredita em supostas teorias da conspiração que apontam que a gravidade irá acabar nas próximas horas. Isoladas em casa, os ânimos se acirram, as brigas crescem, e nada de o mundo acabar. Porém uma fenda na parede da cozinha aos poucos se abre, chamando a atenção para uma luz que sai de dentro. Não é um filme fácil nem fluido, exige-se atenção, há muitas passagens simbólicas e visualmente ousadas, como a da misteriosa fenda e a entrada de personagens ocasionais na trama, que mudam o destino da história. Vejo o filme como um exercício estético para poucos – é difícil vermos o scifi estilizado no cinema brasileiro. O elenco engrandece o curioso filme independente, com veteranas do cinema em cena, como Clarisse Abujamra e Helena Ignez, e um trabalho pessoal impecável de Hermila Guedes e Marcélia Cartaxo. Gostei de ter conhecido o filme no Festival Mix e espero que logo estreie para que o público possa vê-lo.


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