sábado, 29 de outubro de 2022

Especial de Cinema


Os melhores filmes da 46ª Mostra Internacional de Cinema de SP – parte 02

 

A edição 2022 da Mostra de Cinema de SP segue até dia 02/11, com sessões presenciais em 15 cinemas da capital e também em duas plataformas online (com sessões gratuitas), que são o Sesc Digital (https://sesc.digital/home) e SP Cine Play (www.spcineplay.com.br), com limite de views. Confira drops com rápidos comentários dos melhores filmes desse ano da Mostra.

 

 

Armageddon time (EUA, 2022, de James Gray)

 

Indicado à Palma de Ouro em Cannes, o drama, coprodução EUA/Brasil, é um dos aguardados pelo público da mostra (e deve estrear nacionalmente nos cinemas no dia 10/11). Tem um elenco em bom momento (Anne Hathaway, Anthony Hopkins, Jeremy Strong, rápida participação de Jessica Chastain e o melhor de todos, o protagonista mirim, Banks Repeta), e fala sobre a rotina de altos e baixos de um garoto de classe média às vésperas da eleição de 1981, que elegeu Ronald Reagan. Envolve-se em problemas na escola, é cobrado pelos pais a ter bom comportamento, e tem no avô uma inspiração. Até que um crime banal o coloca frente a frente com policiais. Nas entrelinhas, o drama explora o fim do “sonho americano”, critica o capitalismo à modo Reagan, traz as mudanças de comportamento com o fim dos anos 70 e tem um momento curioso que mostra a família Trump (no caso o pai e a irmã do ex-presidente Donald Trump). O filme tem traços autobiográficos, do da infância e parte da adolescência do diretor James Gray (que fez “Fuga para Odessa”, “Os donos da noite” e outros – é dele o roteiro, bem autoral vale destacar). Exibição presencial em SP ainda nos dias 01 e 02/11.

 


 

Magdala (França, 2021, de Damien Manivel)

 

Teve exibição especial em Cannes esse drama francês que revisita a história bíblica de Maria Madalena. Aqui ela é uma idosa negra, pobre, de cabelos brancos, isolada do mundo depois da morte de Jesus. Vive em uma mata sem contato com o mundo exterior e a todo momento se põe a pensar sobre seu amor perdido. Simbólico, com poucos diálogos, reúne lindas imagens abertas da mata com apenas uma personagem em cena, a de uma mulher no fim da vida, mas com esperança de um possível reencontro (com ela mesma e com o amor que ficou para trás). Exibição presencial em SP no dia 01/11 e sessões gratuitas na plataforma do Sesc Digital até dia 02/11 (com limite de views).

 

 


Distopia (Portugal, 2021, de Tiago Afonso)

 

Documentário português produzido por Rodrigo Areias (cineasta de renome no cinema de Portugal hoje), sobre o processo de gentrificação na cidade de Porto, que ocorre há 15 anos e transformou radicalmente a paisagem urbana de uma das cidades mais importantes do país. Várias cidades do entorno também sofreram o impacto social das medidas, que deixaram de investir em projetos sociais dos mais pobres para abrigar projetos arquitetônicos luxuosos, muitos deles ainda no papel. No meio disso, a especulação imobiliária corre solta, provocando inclusive o fim do comércio tradicional e consequentemente a destruição dos patrimônios culturais. Filme sério, impactante, com depoimentos de pessoas variadas que veem com tristeza o processo enganoso “de progresso urbano”. Exibição presencial em SP no dia 29/10 e sessões gratuitas na plataforma do Sesc Digital até dia 02/11 (com limite de views).

 

 

Objetos de luz (Portugal, 2022, de Acácio de Almeida e Marie Carré)

 

Exibido no Festival de Locarno, esse documentário experimental, também português, trata da luz no cinema, sobre um diretor que investiga a fotografia e os objetos que dela são criadas para as imagens em movimentos. Com enquadramentos diferenciados e muitas metáforas, o filme se constrói – é para público específico, uma obra autoral sobre processos criativos no cinema contemporâneo. Exibição presencial em SP no dia 30/10 e sessões gratuitas na plataforma do Sesc Digital até dia 02/11 (com limite de views).

 

 

As hostilidades (México, 2021, de M. Sebastian Molina)

 

Foi exibido no Festival Internacional de Documentários de Amsterdã (IDFA) esse doc mexicano que se passa em uma cidadezinha altamente violenta (Santa Lucia), em que o diretor estuda a criminalidade colhendo depoimentos de familiares (em especial dois primos seus), amigos e moradores de bairros periféricos que são alvo da polícia e de bandidos de forma constante. Reflete uma realidade nua e crua, abandonada à própria sorte... Exibição online na plataforma do Sesc Digital até dia 02/11 (com limite de views).

 

 

A saída está a nossa frente (EUA, 2022, de Rob Rice)

 

Produção independente rodada nos EUA, o filme, que mistura drama e comédia como se fosse um documentário (mas é ficção) acompanha uma família na comunidade de Daggett, onde vivem 200 pessoas no deserto da Califórnia. Um casal que passou a vida toda lá com a filha pequena, encontra formas de dar um futuro melhor para ela. Mas uma notícia dura abalará o casal para sempre. Daqueles filmes rodados com a câmera no ombro, dentro de poucos ambientes, e muito o que contar, focado no cotidiano de uma família em meio a um ambiente hostil, sobrevivendo dia a dia. E para eles não há vestígios do “sonho americano”. Exibição online e gratuita na plataforma do Sesc Digital até dia 02/11 (com limite de views).

 


Nenhum comentário: