sábado, 25 de abril de 2020

Resenha Especial



LBJ: A esperança de uma nação

A acirrada eleição do presidente americano Lyndon B. Johnson (Woody Harrelson) em 1964, que ocupou o cargo quando do assassinato de Kennedy, ficando no poder até 1969, numa época marcada pela Guerra do Vietnã, protestos e extrema divisão da opinião pública.

Drama político sobre a trajetória do presidente americano Lyndon B. Johnson (1908-1973), de sua entrada na política até a escalada meteórica após o assassinato de John Kennedy – ele era vice de JFK, completou o mandato de novembro de 1963 a novembro de 64, quando ocorreu a nova eleição, vencendo com grande margem, num total de 61% dos votos populares; ficou na presidência até janeiro de 1969, abandonando para sempre a política.
É um tema de nicho pequeno, para quem curte bastidores da política, e ainda mais a americana, que é bem diferente do Brasil, com as primárias, voto em cada estado etc. Como cinema funciona pela atuação de Woody Harrelson, debaixo de uma maquiagem que mal o reconhecemos (ele ficou bem parecido com Johnson), pela edição caprichada e a direção do mestre cineasta Rob Reiner, realizador de filmes políticos como “Meu querido presidente” (1995) e “Choque e pavor: A verdade importa” (2017), e de fitas sérias com engajamento social, com destaque para o soberbo “Fantasmas do passado” (1996).
O filme foca na disputa interna entre Johnson e Bobby Kennedy, antes mesmo da morte de JFK. Passeia pelos ideais de LBJ, que colocou em prática os pensamentos de Kennedy, por exemplo, a promulgação da Lei de Direitos Civis (que dava aos negros o poder de voto), a consolidação de outros direitos ligados à igualdade de gênero/raça, a ampliação do sistema de seguro de assistência médica, leis duras ambientais, por isso ele brigou com um monte de políticos oposicionistas. Por outro lado, mostra a postura anticomunista do presidente (em seu governo os EUA invadiram o Vietnã, com envio de mais de 500 mil soldados para uma terra desconhecida, ponto alto da Guerra Fria), houve em seu governo um aumento exorbitante da violência nas principais metrópoles do país, e no final das contas não conseguiu indicação do Partido Democrata (que estava bem dividido) para concorrer à reeleição (quem entrou em seguida foi Richard Nixon). Em suma, um presidente que ajudou na construção da cidadania, atrapalhou-se em outras questões, incentivou uma guerra sem noção do outro lado do continente, perdeu apoio político, e acabou dividindo a opinião do povo.


No elenco de apoio, nomes como Richard Jenkins (como o senador Richard Russell Jr.), Jennifer Jason Leigh (coberta de maquiagem, no papel da esposa de LBJ, Bird Johnson), Bill Pullman (como o senador Ralph Yarborough), Jeffrey Donovan (o presidente JFK) e C. Thomas Howell (o assessor de LBJ, Walter Jenkins), todos bem caraterizados, mas em participações menores.
Tremendo fracasso nos cinemas, custou U$ 26 milhões e não rendeu nem U$ 2,5 mi no mundo inteiro – no Brasil, nem passou nos cinemas, só saiu em DVD, pela California Filmes, em 2017, no mesmo período que saiu um telefilme da HBO (e ainda melhor) sobre o ex-presidente, intitulado “Até o fim” (2016), produzido por Steven Spielberg, com Bryan Cranston no papel de LBJ (ele recebeu indicação ao Globo de Ouro).

LBJ: A esperança de uma nação (LBJ). EUA 2016, 96 minutos. Drama. Colorido. Dirigido por Rob Reiner. Distribuição: California Filmes

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